Quando cheguei ao
Aeroporto Salgado Filho, em Nova Hamburgo RS, vindo de Florianópolis SC, já
a minha entrevistada, Virgínia Fulber, me esperava.
Pelas fotografias
trocadas, não foi difícil no reconhecer um ao outro. Um abraço amigo e os
habituais cumprimentos, antes de entrarmos para seu carro para dar um volta
pela bela cidade do Sul do Brasil.
Com o carro em marcha,
pedi a Virgínia que falasse um pouco de sua cidade, e ela não se fez rogada.
Com grande entusiasmo e brilho nos olhos, começou a “fazer um percurso
histórico e geográfico” da cidade: “"Pois não, Carlos! Novo Hamburgo é
considerada a Capital do Calçado, entretanto hoje é um pólo cultural .
Pertencemos a região chamada “ grande Porto Alegre”. Nossa cidade é berço de
renomados Artistas Plásticos e Músicos internacionalmente reconhecidos.
Possuímos uma Orquestra de Sopro e, mais de um excelente Maestro e
inúmeros Coros e Corais. A cultura predominante era a alemã visto termos
sido colonizados por esta, entretanto nas últimas décadas a população
diversificou-se o que a torna mais alegre e menos dissonante do restante do
País, mas continuamos ainda, com grande influência da cultura européia e
seus valores. Os colonizadores alemães trouxeram consigo a inclinação aos
esportes e às artes, entre esta a Literatura tem um espaço privilegiado .
Herdamos o hábito de fazer refeições ao ar livre, convescotes, cultivar
pomares e jardins, o que torna nossa cidade bastante arborizada tanto no
perímetro urbanos ( 170 espécies diferentes de árvores catalogadas) quanto
fora deste. A atividade na área voltada à preservação ambiental existe entre
nós a mais de trinta anos através do Movimento Roessler, fundado por
Henrique Roessler –que completou trinta anos de existência e lutas.
E continuou, sempre com grande entusiasmo:
Saliento alguns pontos interessantes em nossa cidade que são ; A Catedral
São Luiz com afresco belíssimo de pinturas, recentemente restaurado, Igreja
da Ascensão de confissão Luterana com arquitetura em estilo gótico com
vitrais fabulosos, Museu de Arte Fundação Ernesto Frederico Scheffel ,
Espaço Cultural Albano Hartz ,Museu Nacional do Calçado, Praça 20 de
setembro( data da revolução farroupilha ) onde acontece anualmente a Feira
do Livro de nossa região, um local belíssimo, bastante arborizado , situada
em frente ao Centro Municipal de Cultura onde situa-se o Teatro Municipal
Pachoal Carlos Magno. Neste local acontece nossa anual Feira Regional do
Livro . Temos com orgulho , após grande luta, conquitado no perímetro urbano
uma área verde chamada Parcão, reserva ambiental que oferece espaços de
lazer às crianças e caminhadas para os adultos(bastante familiar). Neste
local dão-se eventos de natureza ecológica, artísticas e culturais. Desejo
citar também um parque muito antigo chamado Floresta Imperial ,
frequentávamos quando crianças em convescotes escolares. Vamos visitar,
embora superficialmente, todos estes monumentos e eventos.
E ainda mais, Carlos:
Temos a Universidade Feevale, entre seus primeiros cursos, enquanto ainda
faculdade, foram o de de Belas Artes e Letras .
Possuímos vários clubes sociais e esportivos, entre os mais antigos a
Sociedade Ginástica( clube esportivo) , Sociedade Aliança e Sociedade Grêmio
Atiradores (Idem) , Sociedade Esperança, todos com várias opções de lazer
além do excelente espaço para praticas de esportes.
Fora do perímetro urbano , um clube privado ,chamado OK Center ,este não
possui associados mas é aberto ao público mediante taxas de ingresso e de
utilização das bem preparadas quadras de esporte e piscina além da área
verde que abriga sítios de mata vigem. Localiza-se em área nobre onde
podemos gozar da serena contemplação do verde além da fabulosa vista para
o início da serra gaúcha. Nesta há um bairro denominado Alpes do Vale, este
que tem como objetivo preservar a vegetação nativa e seus moradores o
habitam tentando o menor impacto ambiental possível.
Nossa cidade é banhada pelas águas do Rio dos Sinos, que está agonizando,
entretanto está em andamento o projeto de recuperação de suas águas bem como
da flora e fauna circunscritos, que devido aos produtos químicos das
indústrias sofreu perdas incalculáveis, é portanto o maior desafio da nossa
região; recuperar nossa maior fonte de vida.
Está sendo construído um moderno metrô em meio ao centro da cidade que
possibilitará irmos de Novo Hamburgo à Capital do Estado( 45 km), Porto
Alegre por meio do transporte coletivo a preço popular e desafogará o
transito terrível, da Rodovia BR116, esta Rodovia Federal, vai do extremo
Porto Alegre ao Centro do País. O preço desta obra foi a derrubada de
diversas árvores, uma lástima, entretanto existe correlato o planejamento e
serão replantadas nas proximidades da obra, o número relativo a derrubada.
Há esperanças!"
Depois da sua brilhante
dissertação sobre a sua linda cidade e passar pelos monumentos indicados em
cima, lancei-lhe a primeira pergunta para começar a entrevista.
Carlos: - Virgínia, está
de acordo de falar um pouco da sua obra literária?
Virgínia: -
Completamente de acordo! Participação na Antologia de Poemas –vol 1- Café
Filosófico “Das Quatro”- no XIV Congresso Brasileiro de Poesia-2006.
Em 2007 como convidada no LIVRO ECO-ARTE PARA O REENCANTAMENTO DO MUNDO- -
(Org.) Michèle Sato Ed.RIMA PUBLICADO em 2011-
Na Antologia Poetas Pela Paz e Justiça Social – Ed. Alcance na Feira do
Livro em Porto Alegre-
E na Antologia Prosa e Verso Ed. Das Hortências-2009 - Grupo A.G.U.I.A- RS,
lançado em Gramado e na Feira do Livro de Novo Hamburgo.
Na Antologia Literária Internacional POEGRAPHIA, 2009, ABRILI Edições.
Possuo 4 (quatro) obras individuais pela AVBL ( Academia Virtual Brasileira
de Letras) em formato LIVRO ELETRONICO ( EBOOKs) sendo eles; Apologias de um
Viajante – Parolas ao Sol- Retrato e Flasches (título com licença poética) .
Em 2011 Participei da Antologia da Casa do Poeta Riograndense CAPORI - Prosa
e Verso- Feira do Livro de Porto Alegre RS-
Em 2010 fui indicada como Escritora Imortal à ALB( Academia de Letras do
Brasil) pela Imortal Vânia Moreira Diniz Presidente ALB -DF. Também publico
em Site Pessoal Multiply, embora publique em diversos sitios da Internet,
entre eles o Portal VMD, Recanto das Letras periodicamente e em meus Blogs
Pessoais. Além, claro também no Portal CEN.
Carlos: - Que livro
anda a ler?
Virgínia: - Acabei
de ler Eco-Arte para o Reencantamento do Mundo, org. Michele Sato,
Editora RIMA e estou reiniciando a releitura ( carrego na bolsa) o livro
que ganhei de uma paciente, encantador sobre botânica, “ O jardim como
remédio” ( receitas de um paisagista) de Raul Cânovas e lendo antes de
adormecer A Cura de Cura de Schopenhauer do Dr. Irvin D. Yalom, Ed.
Ediouro.
Carlos: - Autores e
livros preferidos?
Virgínia: - Vamos
para os Autores: Nietzsche, Hermann Hesse , Goethe, Schopenhauer
,Heidegger, J.P.Sartre,Moacyr Scliar, A.Camus, Milan Kundera,
Shakespeare, Sófocles, Jurandir Freire Costa, Gaston Bachelard , Roland
Barthes, J. Saramago, Simone de Beauvoir , Lou A. Salomé, Hannah Arendt,
Pablo Neruda, Freud , L. Boff, Victor Hugo, Mário Quintana, Rubem Alves
, Fernando Pessoa, F. Capra, A.S.Exupery, Jorge Amado, Zélia Gattai,
Cecília Meireles, Manoel de Barros, Darcy Ribeiro, Guimarães Rosa,
Sophia de Mello Breyner , Irvin D. Yalom e por aí afora...
Entretanto, fomos
para o Clube OK Center, sentados junto ao lago sob a sombra de belas
árvores, continuamos a entrevista:
Carlos: - Seus
passatempos preferidos?
Virgínia: -
Contemplação silenciosa da natureza, música, jardinagem, leitura, filmes
e escrever, pintar, criar.
Carlos: - Sua melhor
qualidade, e, seu maior defeito?
Virgínia: -
Respetivamente, tenacidade e didatismo.
Carlos: - Como vai
de amores?
Virgínia: - Estou a
mais ou menos duas décadas solteiríssima por opção, entretanto o amor
persiste; todos seus amores são eternos. Não creio que somos capazes de
amar uma só vez e definitivamente, pelo menos eu amei e me entreguei em
sentimentos, inúmeras vezes de forma genuína a cada vez, motivo pelo
qual todos meus afetos maiores estão vivos e os revivo frequentemente,
são destas experiências que retiro muitas vezes forças para compor e
reconstruir-me. Reler-me em minha forma peculiar de amar.
Carlos: - Qual a
personagem que mais admira?
Virgínia: - Darcy
Ribeiro (Montes Claros, 26 de outubro de 1922 — Brasília, 17 de
fevereiro de 1997) foi um antropólogo, escritor e político brasileiro.
Carlos: - De que
mais se orgulha?
Virgínia: - De ter
seguido minha intuição inúmeras vezes
Carlos: - Uma imagem
do passado que não quer esquecer no futuro?
Virgínia: - Velejar
em alto mar durante dias, as noites sob o mato de estrelas apenas, em
pequeno veleiro de 40 pés, com apenas um companheiro e sair desta
imensidão silenciosa e chegar ao píer recepcionada pela revoada das
gaivotas e suas ruidosas saudações...
Carlos: - Qual foi o
maior desafio que aceitou até hoje?
Virgínia: - Conceder
entrevistas; Rádio, TV, Jornais bem como a esta!
Carlos: - Que género
de filme daria sua vida?
Virgínia: - Drama.
Carlos: - O
arrependimento mata?
Virgínia: - Sim.
Carlos: - Que vício
gostaria de não ter?
Virgínia: - Tenho
inúmeros pontos a corrigir, vícios de comportamento, mas o que mais me
incomoda é quando peco por displicência com a palavra.
Carlos: - Mudando de
tema: O que é para você o termo Esoterismo?
Virgínia: -
Conhecimento fora do usual
Carlos: - Acredita
na reencarnação?
Virgínia: - Não sei
ainda.
Carlos: - Acredita
em fantasmas ou em “almas do outro mundo”?
Virgínia: - Em
espectros talvez, não tenho opinião formada, sei que o passado existe,
que o tempo é relativo e, no holográfico...
Carlos: - O
Imaginário será um sonho da realidade?
Virgínia: - Não sei
vou ter que pensar muito. Para poder responder que talvez nada sei
...então repito - Não sei!
Carlos: - Acredita
em histórias fantásticas?
Virgínia: - Sim a
vida de cada indivíduo é uma, história, repleta de estórias e histórias
fantásticas.
Carlos: - Para a
Virgínia, Deus existe?
Virgínia: - Creio
numa inteligência que rege o universo, num princípio primeiro.
Com tão agradável
conversa (ou entrevista) tínhamos esquecido completamente da hora do
almoço. Aquela hora, só o restaurante Ka-Churrasco (Avª. Pedro Adams
Filho) estava aberto. Durante o almoço, continuamos a entrevista, pois
dentro de poucas horas tinha de apanhar o avião para o regresso.
Carlos: - Virgínia,
Música e autores preferidos?
Virgínia: - Bach,
Händel, Gustav Mahler, Puccini, ( óperas), Telemann,Vivaldi, Jordi
Savall, Chopin, Rachmaninoff, Mozart, Tchaikovsky, Farinelli Bruski
Renato Russo, Maria Betânia, Chico Buaque, Nana Caymi, Simone, Andrea
Bocelli, Pavaroti, Irene Papas, Vangelis, Kitaro, Maria Calas, Tom
Jobim, Dorival Caymi, Vinicius de Moraes, Luiz Gonzaga pai e filho, Joan
Baez, Mercedes Sosa, Borguethinho, Arthur Morira Lima, Dinho Capital
Inicial, Fred Mercury, Bird, Ray Charles, Madredeus, Rod Stuard, Enigma,
Era; Além de mais alguns intérpretes da MPB e da Hause Music( rock
anos 70, 80 e 90) .
Carlos: - Qual o
cúmulo da beleza, e, da fealdade?
Virgínia: - Beleza,
Obras de Botticelli; fealdade, os dejetos não orgânicos (lixo) jogado
na natureza, repugnante, meus sentidos não suportam, sou tomada por um
impulso de fazer algo e muitas vezes faço; começo a catar e me frustro
por não dar conta pelas minhas limitações físicas e de tempo, saio do
local a lamentar.
Carlos: - Qual a
característica que mais aprecia em si?
Virgínia: -
A coragem
Carlos: - E... nos outros?
Virgínia: - A inteligência
Carlos: - O filme
que mais gostou?
Virgínia: - Michael
Clayton com o ator George Cloney ( título no Brasil conduta e risco)
Carlos: - As piadas
às louras são injustas?
Virgínia: - Sim.
Carlos: - O dia
começa bem para a Virgínia, se...?
Virgínia: - Dormi
bem e consigo erguer-me sem dificuldades físicas.
Carlos: - Que
influência tem em si a queda da folha e a chegada do frio?
Virgínia: - Muita,
período de maior dor nas fraturas e contrações musculares.
Carlos: - Quando era
criança ...?
Virgínia: - Gostava
de brincar de professora, dançar, subir em árvores e no telhado, comer
frutas do pé, andar de balanço, nadar, navegar, andar de bicicleta,
brincar com tintas e lápis de cor e adorava jogos com bolas e
raquetes.
E agora como auto-define?
Virgínia: - Uma
diferença que desperta curiosidade, simpatia, confiança e também
estranhamento...
Carlos: - Para
terminar a entrevista: A cultura será uma botija de oxigénio?
Virgínia: Talvez.
E assim, falámos de: