Paulo Roberto Bornhofen

 

 

 

 
 Como sempre simpático e prestável, o Dr. Caminha deu-me boleia (corona) até à Vila Germânica em Blumenau - SC, onde ia entrevistar o Paulo Roberto Bornhofen.
Chegado à entrada desta linda Vila, o Caminha indicou-me como havia de chegar a um largo onde numa esplanada, o Paulo Roberto me aguardava.
Chovia um pouco mas a temperatura estava agradável. Foi fácil encontrar a esplanada indicada e o Paulo, logo que me avistou, veio ao meu encontro.
Depois das saudações da praxe, sentamo-nos e pedimos ao garçon umas cervejas e começámos a entrevista.
 
CEN: - Paulo, qual a personagem que mais admira ?
 
Paulo: - Carlos, na ficção não tenho nenhuma. Na vida real quem eu mais admiro é a Taisa, minha esposa. A Taisa é uma pessoa fantástica, inteligente, culta, muito sensível, bem resolvida, honesta, adora trabalhar e se divertir. Tá certo que eu sou suspeito para falar, mas é a mais pura verdade. Sou feliz por ela ter casado comigo.
 
CEN: - De que mais se orgulha ?
 
Paulo: - Da família que construí ao lado da Taisa.
 
CEN: - Uma imagem do passado que não quer esquecer no futuro ?
 
Paulo: - As minhas viagens. Eu e a Taisa gostamos muito de viajar. Qualquer viagem é fantástica. Desde as que exigem um desembolso maior até as mais simples. O importante é curtir o momento.
 
CEN: - Como vai de amores ?
 
Paulo: - Vou muito bem. Sou casado há 17 anos com a Taisa. Eu e ela optamos por não ter filhos, assim curtimos mais um ao outro.
 
CEN: - Para o Paulo, as piadas às louras são injustas ?
 
Paulo: - Não, são divertidas. São uma homenagem ao que as louras representam no imaginário, principalmente, masculino. Não se faz piada, alias, a gente não se dedica a nada que não se gosta. Se existem piadas de louras é por que as louras são queridas por todos.
 
CEN: - Para si, qual o cúmulo da beleza, e, também da fealdade ?
 
Paulo: - Beleza, o mar da Polinésia Francesa, é algo indescritível. Fealdade, a violência em todas as suas formas. Na minha profissão nos relacionamos muitas vezes com o lado oculto das pessoas, aquele que elas não querem mostrar. É o momento em que um anjo se transforma em demônio num piscar de olhos. Só a violência consegue tamanha transformação.
 
CEN: - Que vício gostaria de não ter ?
 
Paulo: - Comer além do necessário.
 
CEN: - O seu prato preferido e a bebida ?
 
Paulo: - Os que eu preparo. Gosto muito de cozinhar e quando consigo reunir uns amigos fica melhor ainda. Se fosse para eleger um, ficaria com a feijoada, a que eu preparo, é lógico. A bebida é a cerveja.
 
CEN: - Qual a característica que mais aprecia em si, e, nos outros ?
 
Paulo: - Em mim, a capacidade de superação. Nos outros … a alegria, gosto de estar com pessoas que estão de bem consigo mesma.
 
CEN: - O dia começa bem para o Paulo, se … ?:
 
Paulo: - Se eu acordar. A vida é maravilhosa. Eu adoro viver, por isso o dia sempre começa bem.
 
CEN: - Que influência tem em si a queda da folha e a chegada de frio ?
 
Paulo: Como eu prefiro o inverno, é uma alegria a chegada do frio. O cair das folhas representa a renovação de um ciclo, tão majestoso como a primavera.
 
CEN: - Seus passatempos preferidos ?
 
Paulo: - Ler, assistir tv, internet e cozinhar. Não necessariamente nesta ordem.
 
CEN: - O arrependimento mata ?
 
Paulo: - Não, mas corrói. É um sofrimento que nos acompanha sempre.
 
CEN: - Qual foi o maior desafio que aceitou até hoje ?
 
Paulo: - Ter me tornado negociador de reféns da Polícia Militar de Santa Catarina.
 
CEN: - Quando o Paulo era criança ?
 
Paulo: - Foi complicado. Eu era muito doente e vivia sempre muito controlado pela família. Não foi como a infância das demais crianças.
 
CEN: - Como se auto-define ?
 
Paulo: - Alguém em busca de sua definição. E, ainda não achei!
 
CEN: - Que género de filme daria sua vida ?
 
Paulo: Não sei, mais sei o que não daria: um filme policial.
 
CEN: - Para o Paulo, Deus existe ?
 
Paulo: - Nunca tive dúvidas da sua existência. Ele, inclusive, tem sido muito generoso comigo, todos os dias tenho provas disto.
 
Tinha chegado a hora de almoço e assim, fomos até à Rua XV de Novembro, onde no Restaurante Torten Paradies, comemos uma saborosa Feijoada, tão brasileira.
Durante o percurso, o entrevistado foi-me falando de Blumenau: “Moro em Blumenau. Vim para cá em 1987, assim que me formei na Academia da Polícia Militar. Blumenau é uma cidade industrial que está diversificando sua economia e buscando no turismo uma alternativa. A cidade foi colonizada por alemães. É famosa por sua Oktoberfest, que é um festival de cerveja que dura 17  dias. Aqui em Blumenau construí minha carreira profissional e constitui minha família. O Estado de Santa Catarina talvez seja o estado mais privilegiado do Brasil, em todos os sentidos. A sua colonização é variada, sendo integrada por várias etnias numa bela composição cultural. O clima é fantástico com as estações do ano bem definidas. O relevo é rico, com mar, serra, campos, canions e outras. Alias, a serra e o mar estão próximos o que é incrível”.
Já no restaurante e enquanto esperávamos pela refeição, aproveitei para fazer mais umas perguntas ao Paulo Roberto Bornhofen.
 
CEN: - Você acredita em histórias fantásticas ?
 
Paulo: - Eu acredito que as pessoas acreditam que viveram histórias fantásticas, desta que envolve o real e o imaginário. Quanto a mim aconteceu um fato interessante. Em uma viagem à Europa, quando estávamos na Suíça, eu sonhei que tinha sido assaltado. Ao chegar na garagem do hotel encontrei um adesivo branco colado na lateral do carro e tenho certeza de que aquele adesivo não estava lá quando alugamos o carro. Para ligar o sonho ao adesivo foi na hora. Confesso que me assustou um pouco. Conversei com o pessoal do hotel e eles disseram não saber de nada. São coisas que simplesmente acontecem.
 
CEN: - Então acredita em fantasmas ou em “almas do outro mundo” ?
 
Paulo: - Não. Acredito na alma e o que realmente assombra são os fantasmas de carne e osso.
 
CEN: - E o imaginário será um sonho da realidade ?
 
Paulo: - Essa resposta é complicada. Eu penso que se permitirmos que a realidade tenha seus sonhos ai sim, teremos o imaginário.
 
CEN: - Acredita na reencarnação ?
 
Paulo: - Acredito na vida eterna, a forma como ela se processa é indiferente.
 
CEN: - O que é para o Paulo o termo esoterismo ?
 
Paulo: - É algo com que eu não tenho muita afinidade.
 
Depois da refeição, fomos tomar um café numa esplanada perto da Rua XV de Novembro, onde terminámos a entrevista.
 
CEN: - Para o Paulo, a cultura será uma botija de oxigénio ?
 
Paulo: - Não creio. A cultura está mais para o oxigênio solto, livre na natureza. Assim como o oxigênio, ela nos cerca por todos os lados. Quando aprisionada, como o oxigênio na botija, só vai ter utilidade após sair da botija. Alias, não se pode conter a cultura como se faz com o oxigênio.
 
CEN: - O filme comercial que mais gostou ?
 
Paulo: - Grease, nos tempos da brilhantina. Filme da minha juventude, assisti 7 vezes no cinema e agora tenho o DVD.
 
CEN: - Falando de música e autores seus preferidos ?
 
Paulo: - Gosto do rock brasileiro dos anos 80. Foi um período muito fértil para a música brasileira, não só em qualidade, mas qualidade com quantidade. Meus preferidos são os conjuntos daquela época.
 
CEN: - E autores e livros preferidos ?
 
Paulo: - Gosto muito do trabalho do Fernando Morais e do Ruy Castro, dois ótimos biógrafos. Meus livros preferidos são as biografias. Gosto também de ler crônicas. Mas, a leitura que mais me dedico é a de livros que tenham como temática a segurança pública. Consegui montar uma pequena biblioteca, com cerca de 200 volumes sobre o tema que muito me orgulha.
 
CEN: - E a sua obra literária ?
 
Paulo: - Eu escrevo crônicas e estou começando a aventurar-me pela poesia. Paralelo a isto, sou pesquisador na área da Segurança Pública, com mestrado em Desenvolvimento Regional, onde desenvolvo minhas pesquisas. Tenho três livros com a temática da segurança pública já publicados e estou trabalhando em outro, que deve ser lançado ainda este ano. Possuo artigos científicos, com o tema segurança pública, apresentados em alguns eventos científicos pelo Brasil, sendo os mesmos publicados nos anais de tais eventos.
 
CEN: - Que livro anda a ler?
 
Paulo: - Cruz e Souza – Poesia Completa. Estou maravilhado com a capacidade construtiva deste grande mestre da poesia.
 
CEN: - Tem Home Page ?
 
Paulo: - Tenho. http://www.seblumenau.org/paulorbornhofen.htm
 
E assim, falámos de:
 
Paulo Roberto Bornhofen
Nascido no dia 3 de Fevereiro de 1964
Major da Polícia Militar de Santa Catarina
 
Desespero

A vida, desprezo.
O amor, desconheço.
A gratidão, ignoro.

A amizade, abandono.
A liberdade, anseio.
A morte, espero.

A morte não veio!

Recorro ao desespero.
Como achar?
Quem me salvará?

A solidão se oferece!

Do amor necessito
A gratidão acalento
Com amizade consigo a
Liberdade. Bem...
Essa só com a morte.
Mas a morte não veio!


Formato de Carlos Leite Ribeiro – Marinha Grande – Portugal

 

 

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