MÁRCIA ALMEIDA GOMES
RIBEIRO de ALMEIDA
(Márcia Agrau)
“Eu sou uma romântica, tipo de
animal em extinção !”
“Quando era criança ...: foi
ótimo ! Nasci numa casa grande
onde morávamos com meus avós
paternos e meu avô foi a grande
figura da minha infância.
Moramos lá até eu ter 8 anos,
quando mudámos para outra casa e
quatro anos depois fomos pra
Goiás, interior. Aí não foi tão
bom mas eu já não era criança,
era adolescente. As únicas
coisas desagradáveis da minha
infância foram meus pesadelos e
insônias e o fato de eu não
poder ter amigas e só poder
brincar com irmão e primos, o
que me fez muito mais a perda de
uma irmã (só teve 6 horas de
vida) ...”
“Nomes dos livros de poesia
publicados, os “solos”:” Canto
Nu dos Meus Recantos” em 1991 e
“Sob o Signo da Lua”, 1995. No
começo de Setembro dei uma
entrevista à Rádio Regional de
Caminha; e em Março de 1999, dei
outra à Rádio Alfa, de Paris –
França (rádio lusófona dirigida
por portugueses). Meus livros
estão à venda na Livraria
Lusófona, na rue de Sommerard,
em frente à Universidade de
Sarbonne. Também coloquei meus
livros na Biblioteca de Coimbra,
na Nacional de França, na
Sarbonne e na Britânica. Dois
textos meus saíram na revista
literária bilíngue, chamada
“Latitudes” (português / francês)
, no número que teve na capa a
figura de Fernando Pessoa.
Participação em muitas
antologias, em um livro de 5
autoras; um livro de contos e
histórias infantis à procura de
editor”.
Estamos a falar de MÁRCIA
ALMEIDA GOMES RIBEIRO de ALMEIDA
- nome literário MÁRCIA AGRAU.
Nasceu a 12 de Julho de 1946,
sendo portanto, do signo
Caranguejo “... regido pela Lua,
este signo é por excelência o
símbolo do Amor romântico, com
um coração sensível e facilmente
acessível (...) A noite é o seu
reino e torna-se sua cúmplice. É
exactamente o seu cenário
preferido para a inspiração
...).
É filiada na Sociedade dos
Poetas cariocas, Círculo de
Poetas Lusófonos de Paris e
Sindicato dos Escritores do
Estado do Rio de Janeiro.
Márcia Agrau gosta de cuidar de
plantas, “jogar conversa fora” e
namorar (sempre com o mesmo),
pois, está apaixonada desde 1966
pelo mesmo homem. Diz que por
vezes é problemático, mas,
quando acontece escreve uma
poesia.
“A vida é um presente,
agradeçamos !” As suas melhores
qualidades são a Lealdade e a
Sinceridade. Não tem ódios de
estimação e considera-se um
pouquito relaxada.
Seus autores preferidos (em
prosa); Machado de Assis (tudo),
Jorge Amado (Capitães da Areia –
Farda, Fardão e Camisola de
Dormis – Tocaia Grande. Em
crónica: Machado de Assis,
Stanislaw, Aldir Blanc (Rua dos
Artista e Arredores), Eça de
Queiroz (Minhas cartas de
Paris), Carlos Eduardo Nonaes (O
Caos nosso de cada Dia).
Poesia: Vinícius de Moraes,
Florbela Espanca, Gilka Machado,
Olavo Bilac; muitos compositores
de MPB (alguns excelentes
poetas), Raúl de Leoni, José
Régio (Cântico Negro), Alves de
Castro e tantos outros!
Em música gosta da popular e
alguma coisa de clássica. Também
música cigana, tango, fado,
flamengo, chorinho, samba canção,
valsas, algumas operetas. Gosta
de tudo desde que a seduza.
Os filmes que gostou mais até
hoje: “Verão de 42” – “Na affair
to remember” – “Meus amores no
Rio” (passado recentemente em
Portugal pelo Canal Brasil) –
“Romeu e Julieta”.
Gosta de teatro (já foi artista
amadora e também já escreveu
alguns guiões).
Mora há 29 anos no bairro das
Laranjeiras, da Cidade
Maravilhosa de São Sebastião do
Rio de Janeiro, que tem uma
população de cerca de 7 milhões
de habitantes. Para Márcia Agrau,
o clima é muito quente e não só
no Verão. Os rios mais
importantes são o Carioca ( que
deu nome aos habitantes do Rio),
o Comprido (numa das margens ela
nasceu), Paraíba do Sul (nasce
em São Paulo e desemboca no
norte). A configuração do estado
do Rio de Janeiro é mais ou
menos do tamanho de Portugal e,
com uma configuração algo
parecida (principalmente o
litoral).
Perto do Rio ficam as cidades
serranas de Petrópolis (cidade
imperial onde a família Imperial
ia passar os verões e onde tem o
Museu Imperial com objectos,
fotos, carruagens, coroas, jóias,
etc); Teresópolis (nome em
homenagem à Imperatriz Teresa
Cristina – tal como Petrópolis
ao Imperador), e, Nova Friburgo,
uma cidade de colonização suiça
e alemã, a mais alta e distante
das três (talvez a mais bonita).
Petrópolis é a mais adiantada e
Teresópolis a mais atrasada. Mas
todas têm indústrias. Mais longe
do Rio, temos Resende e Itatiaia,
também cidades serranas. Todo o
litoral leste do Brasil, da
Bahía para baixo é cercado por
cadeias de montanhas como que
“protegendo” o interior.
A Márcia Agrau diz que não é
muito boa em geografia ... Ao
entrar no capítulo “Praias”
vamos dar-lhe toda a guita
(cordel) ao papagaio ...
“Em se tratando da cidade do Rio
de Janeiro, as praias são muitas
mas as mais famosas são
Copacabana e Ipanema. A primeira
por si só (nota: “e a canção
“Copacabana” cantado por Dick
Farner no filme do mesmo nome
?... por este filme, desde
criança, que estou apaixonado
por esta praia”), e a segunda
pela música que a imortalizou
“Garota de Ipanema”. Copacabana,
o bairro, é uma estreita faixa
de terra entre o mar e a
montanha. Do posto 1 ao 6,
quatro quilómetros de
comprimento. A praia se chamou
assim porque nos primórdios
havia sido erguida no final, no
posto 6, uma pequena igreja, uma
capelinha a Nuestra Señora de
Copacabana, uma santa que não me
lembro de onde veio, se América
do Sul ou Central, de língua
espanhola. O Rio de Janeiro fica
à beira da Baía de Guanabara e
tem o nome que tem porque os
descobridores pensavam que se
tratava da foz de um rio e como
era no mês de Janeiro, assim
chamaram o lugar Guanabara, no
entanto é uma palavra indígena.
É citada, em vários escritos
antigos, como a “melhor abrigada
do mundo” (no tempo das
caravelas e similiares). Seu
desenho é bonito e possue
algumas ilhas. Entrando na barra
da baía de Guanabara, à direita,
temos a cidade de Niterói e à
esquerda, a cidade do Rio. A
cidade de Niteroi não tem
grandes montanhas mas lindas
praias, inclusive a praia de
Piratininga onde o Padre José de
Anchieta, jesuíta, ficando
prisioneiro dos índios, escreveu
seus famosos poemas à Virgem
Maria. Niterói foi fundada pelo
cacique Ararigbóia, tornado
cristão. O Rio de Janeiro foi
fundado por Estácio de Sá, que
morreu flechado como São
Sebastião, numa refrega com os
índios. O Rio foi fundado entre
o Morro Cara de Cão e o Pão de
Açúcar. Mas, salvo erro, os
índios nunca moraram aqui, eram
charcos e charcos e eles
habitavam mesmo em Niterói.
O local onde mais gostaria de
viver, no Brasil, no bairro de
Urca ou no Alto da Boa Vista,
perto da mata. Fora do Brasil,
em Londres ou em SINTRA (que
belíssimo gosto tem !).
Assim falámos de MARCIA
ALMEIDA GOMES RIBEIRO de ALMEIDA
- a MARCIA AGRAU.
Formato de Carlos Leite Ribeiro – Marinha Grande – Portugal