Antes de chegar a Salvador BA,
reli os meus apontamentos sobre a belíssima e
histórica cidade de Salvador, capital do Estado da
Bahia.:
“Fundada em 1549 por Tomé de Sousa, levando consigo,
Garcia D’Ávila, Salvador foi, durante mais de
duzentos anos, sede do Governo-Geral do Brasil,
situada à entrada da baía de Todos os Santos,
Salvador ocupa a ponta da península que se estende
ao norte e leste desta. O terreno em que foi
edificada a cidade, apresenta dois níveis: a Cidade
Baixa, numa faixa litorânea, e a cidade Alta, a
aproximadamente 70 metros acima do nível do mar.
Estes dois níveis da cidade, são ligadas por
ladeiras, rampas e sobretudo pelo Elevador Lacerda,
que data de 1873.
Tínhamos combinado o começo da entrevista no Pituba
Plaza Hotel, sito na Avª. Manoel Dias da Silva.
“Pituba não se resume à Avenida Manoel Dias da
Silva, mas esse foi o pontapé inicial para o
surgimento desse bairro de proporções imensas. Hoje,
quase ninguém sabe exatamente os seus limites, tão
vasto é o seu alcance. Pensando bem, tecnicamente,
Iguatemi é Pituba, a Avenida Tancredo Neves e toda a
sua gama de prédios empresariais é Pituba, o
Itaigara é Pituba e Caminho das Árvores é Pituba.
Diante de tamanha diversidade, uma única palavra
pode resumir esse bairro: pluralidade. Após a
criação da Avenida Manoel Dias da Silva e de todas
as outras transversais e longitudinais, o bairro não
parou de crescer. E lá se vão 91 anos. Passo a
passo, a Pituba nasce assim: após o trabalho de
Joventino e Manoel Dias (citado acima), veio a
construção da Avenida Otávio Mangabeira, na orla,
que levava o nome do então governador. Só na década
de 1960, Nélson Oliveira, prefeito de Salvador,
asfaltou as ruas da Pituba, obra que só foi
terminada na década seguinte. A Pituba tem um
comércio forte, empresas de todos os tipos e também
shoppings grandes e pequenos. Edifícios
empresariais, hotéis, bancos, lanchonetes,
locadoras, restaurantes, LAN houses, livrarias,
butiques das mais variadas grifes, lojas de
decoração, cursinho pré-vestibular – uma pluralidade
de empreendimentos que conferem à região o status
reconhecido do bairro com a maior variedade de lojas
e serviços da cidade, sem contar que os principais
shoppings da cidade lá se encontram, como o Shopping
Iguatemi e Salvador Shopping.
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Chegámos os dois praticamente ao mesmo tempo. Depois
dos habituais cumprimentos, fomos até ao bar onde
começámos a entrevista.
Carlos: Caro Dr. Aurélio, seus passatempos
preferidos?
Aurélio: Caminhar na praia.
Carlos: Sua melhor qualidade, e, seu maior defeito?
Aurélio: Respectivamente: Vontade e Presunção.
Carlos: Quando era criança...?
Aurélio: Fui muito pouco criança.
Carlos: E hoje, como se autodefine?
Aurélio: Alguém que teme a morte.
Carlos: Como vai de amores?
Aurélio: Muito bem.
Carlos: Que género de filme daria sua vida?
Aurélio: Comédia com drama, assim é com todos,
imagino.
Carlos: O arrependimento mata?
Aurélio: Não. Era para ter sido assim.
Carlos: As piadas às louras são injustas?
Aurélio: Sim, claro, não há o menor sentido em
qualquer classificação valorativa em função do
fenótipo, qualquer fenótipo.
Carlos: Para você, qual o cúmulo da beleza, e, da
fealdade?
Aurélio: Beleza: o mar infinito. Fealdade, a morte.
Carlos: Que vício gostaria de não ter?
Aurélio: Tabaco. Parece-me ser também o problema do
Carlos…
Carlos: O dia começa bem se …?
Aurélio: Há trabalho a fazer.
Carlos: Que influência tem em si a queda da folha e
a chegada do frio?
Aurélio: Bem, em Salvador as folhas não caem, mas o
frio (há frio, pouco, mas há) representa um convite
à introspecção.
Carlos: Prato preferido assim como a bebida?
Aurélio: Churrasco e, Coca-cola Zero. A propósito,
como está na hora do almoço, convido-o a irmos
almoçar ao Restaurante do Solar do Unhão. O calos
conhece?
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Carlos: Conheço e até me fizeram lá uma linda
homenagem.
“Solar do Unhão: As dependências da antiga senzala
encontram-se requalificadas como restaurante
especializado em culinária da Bahia. O Solar sedia o
Museu de Arte Moderna, que conta com um acervo de
arte contemporânea abrangente, com cerca de mil
obras, com destaque para trabalhos de Tarsila do
Amaral, Cândido Portinari, Flávio de Carvalho, Di
Cavalcanti, Rubem Valentim, José Pancetti, Carybé,
Mário Cravo e Sante Scaldaferri. Na área externa, o
visitante encontra o chamado Parque das Esculturas,
uma exposição a céu aberto inaugurada em 1997. À
beira-mar encontram-se obras contemporâneas de
autoria de Bel Borba, Carybé, Chico Liberato,
Emanoel Araújo, Fernando Coelho, Juarez Paraíso,
Mário Cravo Júnior, Mestre Didi, Sante Scaldaferri,
Siron Franco, Tati Moreno e Vauluizo Bezerra. Carybé
foi o autor do gradeamento que cerca o espaço e
também assina o projeto de um painel de concreto,
localizado na parte final do jardim e do portal de
entrada. A estrutura em ferro representa o Sol e
estilizações do acarajé”.
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Durante o percurso para o Solar do Unhão,
continuámos a entrevista:
Carlos: A cultura será uma botija de oxigénio?
Aurélio: Não, cultura é o que está, não tem uma
função.
Carlos: Que livro anda a ler?
Aurélio: Livro, não, tenho lido teses em história.
Muitas.
Chegados ao restaurante, encomendámos uma das suas
grandes especialidades: “Frutos do Mar” e vinho
branco fresco. Enquanto esperávamos, admirando a
bela baía, fiz algumas perguntas:
Carlos: Aurélio, acredita na reencarnação?
Aurélio: Não. Acho que seja uma covarde esperança.
Carlos: O que é para você o termo Esoterismo?
Aurélio: Não me diz muito. Se há mistérios, que
diferença faz ficar especulando sobre eles.
Carlos: Acredita em fantasmas ou em “almas do outro
mundo”?
Aurélio: Pode haver, é possível, mas não é provável.
Carlos: E em histórias fantásticas?
Aurélio: Em geral, não. Sempre duvido das histórias,
é o que o historiador deve sempre fazer: duvidar.
Carlos: O Imaginário será um sonho da realidade?
Aurélio: Não. É uma organização da realidade, é
tentar dar ordem ao caos.
Carlos: Para o Aurélio, Deus existe?
Aurélio: Como católico, digo sim. Em termos
racionais, Deus é uma hipótese muito provável.
Depois do Almoço, dirigimo-nos para a Lagoa do
Abaeté, onde terminámos a parte final da entrevista:
“Lagoa do Abaeté: Lagoa de mistérios e encantos,
muitas lendas surgiram em torno das águas escuras
dessa massa de água doce cercada pelas alvíssimas
areias de imensas dunas. A antiga lagoa de Itapuã,
escondida em meio a belezas naturais, era
reverenciada como sagrada pelos adeptos do
candomblé. Visitada por muitos turistas, todos
temiam o banho em suas águas que, segundo se dizia,
"engoliam", em misteriosos rodamoinhos, cujos pontos
eram do conhecimento de poucos. Eventuais mortes por
afogamento apenas aumentavam essa aura de mistério.
O fato é que, por sua água doce, sustentada por
nascentes que surgem no meio das dunas - e não pelo
represamento da chuva, como um dia se acreditou - o
Abaeté era usado por lavadeiras que, em suas
margens, ajudaram a manter vivas muitas das
tradições ancestrais que enriquecem a cultura de
Salvador. No final dos anos 1970, com a melhoria do
acesso ao norte e a construção do Aeroporto
Internacional 2 de Julho (hoje homenageando um
ex-deputado), diversos loteamentos foram sendo
instalados em suas imediações e o próprio bairro de
Itapuã cresceu. Isso, somado a centenas de ocupações
irregulares, provocou uma verdadeira devastação nas
dunas, com a retirada de suas areias para a
construção civil de forma clandestina e
descontrolada. Para conter a ação predatória do
local e preservar as belezas naturais da lagoa, foi
criada a área de proteção ambiental.
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Carlos: Aurélio, vamos falar de sua obra literária?
Aurélio: “Maristela, pura e infiel”; “Memórias de um
golpista”; “Mulheres que fazem sexo”; “Dicionário de
Fetiches”; “Cor & Fé”; “Clube da Honra”; “História
do Brasil vira-lata”.
Carlos: De que mais se orgulha?
Aurélio: De ter leitores.
Carlos: Uma imagem do passado que não quer esquecer
no futuro?
Aurélio: A primeira noite de autógrafos, de
“Memórias de um golpista”.
Carlos: Qual foi o maior desafio que aceitou até
hoje?
Aurélio: Escrever sobre a história do Brasil.
Carlos: Qual a personagem que mais admira?
Aurélio: Nelson Rodrigues.
Carlos: Qual o panorama Cultural Baiano nestes
últimos 5 anos?
Aurélio: A Bahia vai bem, segue exportando música e
estilo.
Carlos: E o panorama atual?
Aurélio: Promissor, a literatura está em
efervescência, o Carnaval está melhorando.
Carlos: Seus projetos para o futuro?
Aurélio: Escrever, escrever, escrever.
Carlos: Autores e livros preferidos?
Aurélio: Nelson Rodrigues, todos; Machado de Assis,
Memórias póstumas de Brás Cubas; Voltaire, Zadig.
Carlos: Música e autores preferidos?
Aurélio: Música erudita em geral.
Carlos: O filme comercial que mais gostou?
Aurélio: Blade Runner
E assim, falámos de:
Aurélio Schommer
Sendo a obstinação a característica que mais aprecia
em si
E a humildade nos outros
Nascido num lindo dia 2 de Abril
Morador em Salvador BA
Profissionalmente: Servidor Público
Ilhéus, Renascer
A casa de Inês é no centro da vila. Seu pai a
recebeu de seu avô, que a herdou de seu bisavô. Ele
tem uma roça, às vezes cuida dela, às vezes vai
pescar, no mais das vezes, não faz nem uma coisa nem
outra, passa o dia na rede, esperando o tempo
passar. A mãe de Inês segue a mesma rotina. Às
vezes, há muita comida, às vezes há pouca. Sempre
foram pobres, mas eram livres, orgulhavam-se disso,
o avô materno fora vereador, a ascendência toda às
vezes era mameluca, às vezes era portuguesa, no mais
das vezes era branca, não importa o quanto havia de
sangue indígena, não se falava nisso.
Às vezes passava alguém em frente a casa, no mais
das vezes, não. Isso afligia Inês. Já completara 18
anos, arrumava-se, cuidava do único belo vestido,
dado por sua madrinha tempos antes. Ficava em frente
a casa da manhã à tardinha e, nas poucas vezes em
que passava alguém em frente, não a olhava, se
olhava, não a via, ela não chamava atenção.
Guimarães Rosa, um século depois, diria que “o que
tem de ser tem muita força”, mas, naquele tempo,
ainda não tinha. Ilhéus tentava encontrar uma razão
de ser e não achava. Inês fazia de tudo para ser
notada por um eventual príncipe, ou pelo ferreiro do
cavalo do príncipe, estava bom, e nada do príncipe,
ou do ferreiro, aparecer.
Abaixo do príncipe e do ferreiro estava o caixeiro,
o vendedor viajante. Não apareciam muitos caixeiros
em Ilhéus. Os poucos que se aventuravam só recebiam
atenção das moças sem eira nem beira, as
“desfrutáveis”. Mas, àquelas alturas, para Inês até
um caixeiro servia, tivesse ele boas intenções.
Demorou, mas o caixeiro chegou. Era um boticário.
Vinha sondar a praça. Se fizesse boas vendas,
ficaria. Vendia fórmulas e perfumes, trazidos em
dois grandes baús. Inês queria comprar um perfume,
mas dinheiro em moedas em sua casa não havia, não
era hábito da família juntá-lo. Foi ao rapaz, de
nome Frederico, para experimentar os cheiros,
fazendo-se de cliente. Era um vendedor insistente.
Se não podes pagar agora, leve, depois passo em sua
casa para cobrar.
- Posso devolver se não conseguir o dinheiro?
- Não precisa. Se não puderes pagar com moedas,
pague-me com trabalho. Estou a precisar de alguém
para me ajudar, apresentar-me a freguesia.
Frederico hospedou-se nos fundos da casa de um
tropeiro, não havia hospedaria na vila. No dia
seguinte, cedo, lá estava Inês, pronta a pagar pelo
perfume com seu auxílio. Ao final daquela jornada,
em ermas paragens, nas cercanias da vila, o
caixeiro, galanteador, fez-se ousado e beijou a
moça. Ela estranhou, não sabia ser assim, molhado.
Desejava um homem pelo espírito, a carne não lhe
apeteceu. Ficou indecisa. Voltaria no dia seguinte?
Mal dormiu. Acordou decidida. Era aquilo ou ficar
para solteirona. Um ilheense como homem estava fora
de cogitação, sempre esteve, tinha horror aos
conterrâneos quando o assunto era casamento.
Mais um dia de labuta, mais ousadias ao final. Bem,
a coisa foi avançando. Se antes o desejava pelo
espírito, descobriria que a carne tinha lá seu
sabor, era mais interessante até. Quando começou a
gostar das duas coisas, da carne e do espírito, eis
a surpresa. Ao chegar pela manhã à casa do tropeiro,
Frederico havia partido, deixando explicado que a
praça não era boa, não compensava, poucas vendas.
Quando Inês reclamava de não passar ninguém em
frente a sua casa, estava se referindo a
forasteiros. Filipe era um local, dono de uma roça
no Almada. Passava de tempos em tempos, olhava para
ela com o fogo dos apaixonados, mas Inês baixava os
olhos. Além de tudo, era feio.
Descobrindo-se grávida, desesperou-se. Iria ser
mandada embora de casa, virar alvo de fofocas na
vila, quem mandou dar confiança a um caixeiro?
“Desfrutável”, acusariam todos. Mas Filipe passou
mais uma vez. Nessa, ela não baixou os olhos. Fez
mais: sorriu. Sim, a impressão não era falsa: ele
estava apaixonado. Na primeira conversa entre os
dois:
- Se tu pedires, caso-me contigo. Só tenho uma
condição. – Disse ela, com firmeza.
Filipe foi pego de surpresa. Falar de casamento no
primeiro encontro? Mas, sim, casaria com ela com
qualquer condição.
- Tem que ser logo, o mais rápido possível. –
Decretou Inês.
A família da moça exultou, pois o rapaz era um jovem
esforçado, sua roça era das mais bem cuidadas, sua
própria família, tradicional. Era feio, mas isso num
marido é uma qualidade, não um defeito. Faz-lhe
valorizar a esposa, quanto mais sendo Inês tão bela.
Casados, foram morar no Almada. Ao nascer do
primeiro filho, Filipe fez as contas e não tinha
como se enganar: não era seu. Conformou-se.
Entendeu, afinal, o porquê do pedido de um casamento
rápido. Pensando bem, fora uma bênção a gravidez de
outro, ou ela jamais teria casado com ele. Teria a
chance de ter os seus.
Passaram-se os anos. Como homem, na intimidade,
Filipe não chegava aos pés de Frederico.
Decepcionava-a. Começara a colher cacau, e o fruto
passou a ter mercado e bom preço, o marido pelo
menos prosperava. Mas a modorra da vida na roça
entediava-a. Passando a ter escrava doméstica,
descontava nela suas frustrações. Ah, se Frederico
não fosse um mentiroso. Se antes dele tivesse
conhecido um príncipe ou um ferreiro de verdade...
Como a riqueza da nova família aumentasse ano após
ano, safra após safra, Inês pediu casa na vila. Foi
atendida. Ele também gostava da ideia. Comprara
terras no Cachoeira para multiplicar os pés de
cacau. Morando na vila, poderia administrar melhor
os negócios.
Ilhéus fervilhava, renascia. Comércios eram
instalados da noite para o dia, gente de fora, de
longe, chegava. Inês lamentou não ter seu lugar
renascido antes, ela não teria dificuldades em
encontrar um príncipe naquele movimento todo.
Entre os novos estabelecimentos, uma botica. O
boticário? Frederico, quem mais? Já conhecia a
freguesia, largava em vantagem no ramo. Inês não
tardou a saber da novidade. Procurou-o
imediatamente. Nos fundos da loja, xingou-o de
pilantra e mentiroso para baixo. Mas o maior
propósito da visita não era esse. Queria matar as
saudades daquele beijo molhado e de outras
intimidades mais.
Saudades assim não se matam num dia só. Ou pior:
acumulam-se para o dia seguinte saudades novas. De
modo que é quase desnecessário acrescentar que as
visitas prosseguiram, à luz do dia, entradas e
saídas à vista de todos. Em casa, Filipe só recebia
o desprezo costumeiro, as queixas reiteradas por
bobagens, por caprichos. A vila, se tinha crescido,
renascido, ainda era um lugar pequeno. O rádio e a
televisão não tinham sido inventados, Jorge Amado
não havia nascido. De modo que a ânsia de Dona Inês
por experimentar os produtos da botica se tornaram o
melhor passatempo dos locais depois de anos de
marasmo.
Filipe, como é praxe nessas questões, foi dos
últimos a saber. As fofocas chegavam seguidas da
recomendação padrão: “mate os dois”. Era a solução
mais apropriada à honra da família ilheense, mas o
grande fazendeiro que crescera com o próprio esforço
teve uma ideia mais, digamos assim, elaborada.
Frederico, ao abrir a botica, recebeu numa manhã
chuvosa a visita de um emissário de Filipe. Trazia
um saco com dinheiro e uma promessa de compra e
venda nas mãos. Ou bem o boticário aceitava o
negócio e deixava a vila em 24 horas, ou a sentença
dada pelo povo seria cumprida.
Após se certificar da partida do rival, Filipe
chegou a casa, mandou a mucama sair com as crianças
para a casa dos avós, abriu a janela do quarto e
chamou a esposa. Sacou então de um chicote, usado
para castigar escravos, e bateu com muita vontade.
Inês, ao notar a janela aberta, segurou os gritos.
Não iria passar recibo de suas dores e ardências à
vizinhança.
Passada a tempestade, Inês reintegrou-se à
sociedade. Era presença constante nas missas e
eventos públicos e privados. Em todos os lugares,
exibindo orgulho altaneiro, enchia a boca para
dizer:
- Meu marido, o coronel Filipe...