ANDRÉA MOTTA
Ainda em Blumenau SC,
durante o IIIº Encontro do Portal CEN – “Cá Estamos Nós”, combinámos com
a simpática amiga Andréa Motta, esta entrevista. Na altura, pedimos a
esta amiga que nos falasse um pouco da cidade onde mora: Curitiba –
Paraná - Brasil.
Andréa: - “Sou suspeita para falar sobre Curitiba, não obstante tenha
nascido em São Paulo Capital, adotei-a como cidade natal, ou fui por ela
adotada! Risos (nunca cheguei a residir em São Paulo, apenas nasci e lá
permaneci durante a “quarentena” de minha mãe, que retornou a capital
paulista tão somente para que o parto ocorresse junto a sua família).
Antes de propriamente escrever sobre minha cidade, esclareço que apesar
de ter residido em diversas cidades do País, sou totalmente apaixonada
por Curitiba, onde passei minha infância e moro atualmente”.
Depois do Encontro e já em Florianópolis, apanhei um ônibus e depois de
percorrer 310 Km, cheguei à Rodoviária da cidade de Curitiba, onde me
esperava a Andrea.
Carlos: - Querida amiga, escolha um local para fazermos a entrevista –
OK?
Andréa: - De acordo. Vamos ao Parque Barigui, que é local muito bonito.
Durante o percurso, foi-me falando da “sua” apaixonada cidade:
Andrea: - “Curitiba, como o Carlos sabe, é capital a do Estado do
Paraná, localizada no primeiro planalto paranaense, tem cerca de
1.800.000 habitantes, quem diz isto é o IBGE (Instituto Brasileiro
Geográfico de Estatísticas) em censo de 2007. É a maior cidade do sul e
a sétima maior do país. Recentemente foi apontada como a capital
brasileira com o melhor Índice de Desenvolvimento da Educação Básica e o
menor índice de analfabetismo, sendo também apontada como número 1 na
educação nacional entre as capitais, e uma das cinco melhores cidades
para investir na América Latina.
A hipótese mais popular para a origem do nome da cidade é a de que este
derivaria da expressão indígena "curi'i ty(b) ba", que em língua guarani
significa "muito pinhão".
Mais precisamente, "Curi'i", ou "coré" significa "pinheiro-do-paraná",
ou talvez "pinhão" (a semente do pinheiro), "tib" vem do verbo
existencial "i tib" e "ba" é um sufixo locativo, livremente traduzido
para "lugar onde". Outra hipótese se refere à língua tupi, falada pelos
colonizadores portugueses na época. Em tupi, coré seria algo como
pinheiro, pinhão. E etuba é um sufixo que indica ajuntamento, portanto
seria algo como "ajuntamento de pinheiros", ou conforme traduz Silveira
Bueno, pinheiral. Há ainda quem diga que o seu verdadeiro significa é
Muitos Porcos!”.
Chegados ao belíssimo Parque Barigui, sentamo-nos numa esplanada e
iniciámos a entrevista.
CEN – Quando a Andréa era criança … ?
Andréa: - Carlos, ainda sou criança !
CEN: - Como vai de amores ?
Andréa: - Muito bem obrigada !
CEN: - De que mais se orgulha ?
Andréa: - Do meu filho.
CEN: - Qual foi o maior desafio que aceitou até hoje ?
Andréa: - A vida é um grande desafio. Todos os dias, estamos indo um
pouco além numa constante busca. Meu grande desafio foi (é) a
maternidade.
CEN: - Sua melhor qualidade, e, maior defeito ?
Andréa: É difícil apontar qualidades, até porque nem sei ao certo se
realmente são qualidades, mas, vamos lá... talvez a sinceridade e o fato
de ser bastante observadora, sejam minhas marcas registradas e quiçá
qualidades. Defeito, falar/escrever sobre os defeitos é bem mais fácil!
Eu tenho inúmeros, mas aquele que mais me incomoda e que há anos tento
solucionar é sem dúvida alguma, ser exigente demais comigo. Sendo
exigente comigo, acabo exigindo demais das pessoas que me cercam. Isso
nem sempre é bom.
CEN: - A característica que mais aprecia em si, e, nos outros ?
Andréa: Em ambos os casos, a simplicidade.
CEN: - O arrependimento mata ?
Andréa: - Não. O arrependimento faz parte do jogo da vida.
CEN: - Uma imagem do passado que não quer esquecer no futuro ?
Andréa: - O sorriso do meu pai.
CEN: - Seus passatempos preferidos ?
Andréa: - Indiscutivelmente é a Fotografia.
CEN: - Qual a personagem que mais admira ?
Andrea: - Mahatma Gandi
CEN: - Que género de vida daria sua vida ?
Andréa: - Uma comédia, permeada com aventura e uma pitada de drama.
CEN: - Como é que a Andréa se auto-define ?
Andréa: - Tenho imensa dificuldade em falar de mim mesma, no entanto há
alguns anos, fiz um pequeno texto que me auto define:
Natureza Íntima
Sou pedra plantada.
Quando pedra, sou dura,
implacável com as palavras.
Sou água a correr.
Quando água, sou como um riacho sereno
a deslizar em silêncio.
Sou vulcão em constante erupção.
Quando vulcão, sou imaginação.
Trago na pele, no rosto
e na alma a cor da paixão.
Sou cigana livre de preconceitos.
Sou nômade, vivo as margens dos rios
Minh' alma tem asas brancas e vermelhas,
p'ros vôos desta vida incerta.
Tenho os olhos tristes e a voz embargada,
em simultâneo a alegria d'uma criança.
No peito trago, contudo, a inabalável
certeza de amar-te eternamente.
CEN: - Que vício gostaria de não ter ?
Andréa: - Não tenho vícios … Mentira eu tenho sim … Costumo fumar –
tabaco !
CEN: - Prato e bebida preferida ?
Andréa: - Arroz, feijão, farofa, file e batata frita (sou bem brasileira);
bebida a água.
Com tanta conversa, tinha chegado entretanto a hora do almoço. Depois de
um tour pela cidade, passámos pelas praças: Praça 19 de Dezembro, Praça
Tiradentes, Praça Osório, Praça Rui Barbosa, Praça Generoso Marques,
Praça Santos Andrade, Espanha, Praça do Japão, etc. A rua Principal é a
XV de Novembro, etc. Parámos no Centro Cívico, na Rua Mateus Leme e fomo
almoçar ao Restaurante “O Portuga”.
Enquanto esperávamos pela refeição, continuámos a entrevista.
CEN: - Para você qual o cúmulo da beleza ?
Andréa: - As Cataratas do Iguaçu !
CEN: - E da fealdade ?
Andréa: - “no hay verdade
No hay mentira,
Todo es question trás el color
Sel cristal que se myra...”
Parafraseando o poeta espanhol digo: Não existe nada feio!
CEN: - Que influência tem em si a queda da folha e a chegada do frio ?
Andréa: - O outono é a estação do ano que mais gosto! Seguido do
inverno, isto porque, no outono o céu adquire a tonalidade sorridente
de um azul leve, e no inverno tem-se a floração dos Ipês, nestas
estações, têm-se em dúvida a mais perfeita poesia da natureza, neste
período costumo produzir bastante.
CEN: E o dia começa bem para a Andréa, se …?
Andréa: - O dia sempre começa bem para mim. Acordo muito cedo, junto com
os pássaros que habitam as arvores do quintal da minha casa e da
vizinhança. Nada há de melhor do que despertar com uma fantástica
sinfonia composta pelos mais diversos cantos.
O nosso file, com arroz, farofa, vinagrete e batata frita, foi-nos
servido por uma moça loura. Logo aproveitei para perguntar a Andrea
Motta: “Para você, as piadas às louras são injustas?”. Sorriu e
respondeu-me: “Indiscutivelmente sim !
Enquanto tomávamos o café, fui fazendo mais umas perguntas à
entrevistada.
CEN: - Acredita em Fantasma ou em “almas do outro mundo” ?
Andréa: - Não !
CEN: - E em histórias fantásticas ?
Andréa: - Sou um pouco cética! Mas, algumas parecem tão verídicas que
não há porque não acreditar.
CEN: - Acredita na reencarnação ?
Andréa: - Sim eu acredito.
CEN: - O que é para a Andrea o termo Esoterismo ?
Andrea: - A palavra, que quer dizer “mais íntimo”. É o conjunto de
ensinamentos religiosos ou espiritualistas que têm o objetivo de iniciar
o indivíduo no caminho do autoconhecimento e da paz.
CEN: - O imaginário será um sonho da realidade ?
Andréa: - Imagens não são coisas concretas, mas são criadas como parte
do ato de pensar. Assim a imagem que temos de um objeto não é o próprio
objeto, mas uma faceta do que nós sabemos sobre esse objeto externo.
Sempre marcada pelos sentimentos e experiências que tivemos em relação a
elas. O imaginário em liberdade, rompe os limites do real.
CEN: - O filme comercial que mais gostou ?
Andréa: - Os girassóis da Rússia.
CEN: - A cultura será uma botija de oxigénio ?
Andréa: - Cultura é tudo o que resulta da criação humana. O homem cria,
transforma e é afetado por essas transformações. Não há cultura sem o
homem, como não há homem sem que haja cultura. Assim sendo, entendo que
é oxigênio sim!
Como já estávamos há muito tempo no restaurante, a entrevistada convidou-me
para continuar a entrevista no belo Jardim Botânico que tem um
maravilhoso museu. No percurso, passámos por vários monumentos, tais
como: Fonte de Jerusalém, Fonte da Memória, Memorial Árabe, Memorial
Ucraniano, Memorial da Cidade, Memorial Japonês, Memorial Polonês,
Memorial Italiano, Relógio das Flores, etc. Também, Palácio Avenida,
Palácio Iguaçu, Universidade Federal do Paraná (UFPR), Castelo do Batel,
etc.
Passeando pelas alamedas do Jardim Botânico, fizemos a última parte
desta entrevista.
CEN: - Que livro anda a Andréa a ler ?
Andréa: - Neste Momento leio dois (não ria.. Sou geminiana e sempre faça
mais de uma coisa ao mesmo tempo). 1- A Função Social do Contrato de
Trabalho, com enfoque à Boa-fé Objetiva e, 2- Saboreando Crônicas, de
Luiz Eduardo Caminha.
CEN: - Autores e livros preferidos ?
Andréa: - Pablo Neruda (O Rio Invisível), Ferreira Gullar (Barulhos),
Roland Barthes (O prazer do texto, A aula), Michel Foucault (Vigiar e
Punir) entre outros tantos.
CEN: - E música e autores preferidos ?
Andréa: - Meu gosto musical é bem eclético vai do Clássico ao Rock,
passando pela Música Popular Brasileira. Como exemplo cito: O Lago dos
Cisnes (Tchaikovsky), Nocturne in C menor, Sonata No.2 (Frederic
Chopin), além de Mozart e Bach. Também gosto de diversas músicas do
Legião Urbana (dentre elas Tempo perdido, Índios, Faroeste Caboclo, etc),
Cazuza (Codinome Beija-flor, Brasil, etc), Reaul Seixas (maluco beleza),
Chico Buarque (Construção, Bandolim, Cálice, Carolina, etc), Ana
Carolina (garganta, etc). Ainda gosto muito de Queen, Pink Floyd, Kiss,
Black Sabbath, etc.
Vamos falar da sua obra literária ?
Andréa: - Escrevo Poesia. Ainda não publiquei livro solo, isto é no
papel, pois em 2003, lancei os E-Books: Fonte de meus Silêncios mais
Profundos, Natureza Íntima e Águas do Inconsciente. Participei de
diversas antologias entre elas: Antologia Internacional Terra Latina (Projeto
Cultural Abrali, Ed.2005), uniVERSOS, Antologia Poética (Escritores e
Poetas – Ed.2005), Pó&Teias (Antologia de Poemas, crônicas e Contos,
Ed.2006), Poesia do Brasil, Vol.3 (Proyecto Cultural Sur/Brasil, 2006),
Poesia do Brasil, Vol.5 (Proyecto Cultural Sur/Brasil, 2007), e no prelo
estão as Antologias: Poesia do Brasil, Vol.7 (Proyecto Cultural
Sur/Brasil, 2008) e Antologia Poética Internacional Poegraphia(Projeto
Cultural Abrali, Ed.2008).
CEN: - Seus sites ?
Andréa: - Além de um site pessoal – Jardim de Poesia (http://br.geocities.com/jardimdepoesia/index1.htm),
também possuo outros espaços – os Blogs Jardim de Poesia (http://jardimdepoesia.blog.uol.com.br)
e Bordando Essências (http://andreamotta.blospot.com) e um perfil no
Youtube, com poemas falados (http://br.youtube.com/andreamottapr).
CEN: - Para terminar. Andréa, para você, Deus existe ?
Andréa: - Acredito que existe algo superior, uma força, algo inatingível,
o nome pode ser qualquer um.
E assim, nesta entrevista virtual, falámos de
Andréa Motta
Advogada
Nascida no belo dia 25 de Maio de 1957
Simbiose - Andréa Motta
Dissipado o breu na magia
da imaginação, o silêncio
dos sentidos abre-se em poesia.
Metáforas preenchem o vazio
Colorem o universo interior
expurgando do cinza cotidiano
a mágoa, a dúvida
a dor.
Retumbam versos insanos.
a concretude eremita
estala, apaga e falece
nas madrugadas escarlates.
Conjecturas percorrem atemporais,
a intimidade da visão,
para finalmente absorver da solidão
o poema de meias verdades.
Formato de Carlos Leite Ribeiro – Marinha Grande - Portugal
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