Trabalho e pesquisa de
Carlos Leite Ribeiro
Concelhos de: Alcácer do
Sal, Alcoentre, Almada,
Barreiro,
Grândola,
Moita, Montijo, Palmela,
Santiago do Cacém,
Seixal,
Sesimbra, Setúbal
(concelho), Sines.
Distrito de Setúbal é
um distrito, dividido
entre as províncias
tradicionais da
Estremadura e do Baixo
Alentejo. Limita a norte
com o Distrito de Lisboa
e com o Distrito de
Santarém, a leste com o
Distrito de Évora e com
o Distrito de Beja, a
sul com o Distrito de
Beja e a oeste com o
Oceano Atlântico. Área:
5064 km² . Capital e
Sede de distrito:
Setúbal.
Setúbal – (Capital e
Concelho do Distrito de
Setúbal)

A região de Setúbal é
dominada pela
cordilheira da Arrábida,
que lhe confere um
carácter paradisíaco.
Quem viaja de Setúbal
para o Portinho, através
da Estrada do Alto do
Formosinho, pode
apreciar um dos mais
belos trechos de
paisagem; para norte, a
encosta da serra mal
coberta de garrigue,
deixando a nu,
frequentemente, o
esqueleto pétreo de
calcário dolomítico do
Jurássico, como que
reforçado pela sucessão
de pequenas colinas
mamilonares que se perde
nordeste; à esquerda,
para o lado do meio-dia,
a doçura de um mar muito
azul que enche pequenas
praias rochosas e que
bebe com prazer e calma
o verde das espécies
arbustivas com odores
mediterrânicos. Apenas
ascetas se estabeleceram
de forma estável no
coração da serra. O
testemunho mais evidente
é o Convento dos Frades
Arrábidos.
Também a Ermida do Bom
Jesus merece uma visita.
Foi construída em 1650,
por ordem de D. António
de Lencastre, filho de
D. Álvaro, duque de
Aveiro. De forma
oitavada, foi executada
por Afonso da Piedade.
Na Comenda, além do
palácio, situa-se uma
estação romana dedicada
à pesca e à salga do
pescado.
O Forte de Outão ficou
na história da
resistência de Setúbal
ao domínio filipino.
Os canhões emudeceram e
a construção foi
utilizada como sanatório
para tratamento de
doenças ósseas, por obra
da última rainha de
Portugal, D. Amélia de
Orleans e Bragança.
Entre pitorescos
pinhais, belos vinhedos
e aromáticos pomares,
cresceram algumas
povoações, como:Camarate,
Pinheiros, Vendas, Vila
Fresca, Castanhos,
Aldeia Nogueira, aldeia
Rica, Oleiros, Irmãos,
Porto da Vila, São
Pedro, Piedade, Portela,
e ainda Coina-a-Velha de
Cima e Coina-a-Velha de
Baixo, que constituem o
aglomerado a que se dá o
nome de Azeitão.
Esta paradisíaca região
foi muito procurada pela
“nobre linhagem de
Quinhentos” para a
construção de palácios
que ainda hoje
testemunham a sua
presença.
A preferência destas
paragens deve-se não só
às suas belezas, mas
também à fácil ligação
que sempre tiveram com
Lisboa, porque era
possível ir de barco até
Coina, a curta distância
deste sítio encantador
para descanso e recreio.
ORIGEM DO NOME:
É sempre difícil
determinar concretamente
a origem de antigas
cidades, e Setúbal não
foge à regra.
Alguns escritores têm a
opinião que o primeiro
nome que teve foi
Cetubal, proveniente das
palavras “Ceto” ou seja
pescaria - e de “Uba” o
que seria porto - e
assim seria porto ou rio
da pescaria.
Outros, e dos mais
autorizados, insistem em
que a terra se denominou
SETÚBAL, duas palavras
caldaicas – “Ce” ou seja
povoação e “Tubal” nome
próprio.
O ilustre escritor
espanhol Florian afirma
que entrando Tubal em
Espanha pela barra do
rio Sado, tanto se
agradou destes lugares
que logo neles fundou
uma povoação, à qual pôs
o seu nome.
Outro opinião pelo nome
de “Cetobriga”, teimando
em que esta palavra se
decompõe em duas –
“ceto” que queria dizer
peixe graúdo como o
tubarão, baleias, atuns,
corvinas, etc., e
“briga” – que quer dizer
cidade ou povoação.
Outros ainda têm a
opinião de ter Tubal
dado à povoação o nome
de um avoengo chamado “Seth”,
o qual anteposto ao seu
formou a palavra
SETÚBAL : Mas “seto” em
português muito antigo,
significava, estacada,
sebe ou tapagens com
ramos e paus.
UM POUCO DE HISTÓRIA:
A cidade terá tido
origem na povoação celta
de Cetóbriga, que se
erguia na margem
esquerda do rio Sado,
onde se encontram as
ruínas de Tróia (não tem
nada a ver com Tróia
grega).
Após a Reconquista, foi
povoada por D. Sancho ll,
que a doou à Ordem de
Sant’lago em 1237. Em
1458, daqui partiu D.
Afonso V para Alcácer
Ceguer, e em 1471 aqui
casou D. João ll com D.
Leonor de Lencastre.
D. Manuel l outorgou-lhe
foral novo em 1514 e
concedeu-lhe o título de
“notável vila” em 1525.
Sabe-se que esta zona
foi habitada pelos
Fenícios e mais tarde
pelos Romanos, que se
fixaram na margem sul do
rio Sado e lhe deram o
nome de Cetóbriga.
Data de então a recolha
de sal, segundo se
conclui dos vestígios
existentes nas ruínas
dessa colónia.
Todavia, os movimentos
de areia forçaram os
habitantes a procurar um
local para se fixarem.
Assim, foi escolhida uma
área, designada hoje por
Bairro do Troino, que,
situada na margem oposta
(margem direita) à
primitiva fixação, se
tornou o núcleo gerador
da actual cidade.
Em consequência da nova
localização e do
desenvolvimento cada vez
maior que se foi
verificando. Setúbal
tornou-se, no decurso do
reinado de D. Afonso lll,
um dos principais portos
de Portugal, a par de
Lisboa, Porto e Faro.
Este atributo de cidade
importante levou à
construção, em meados de
1300, de um dispositivo
de defesa, concluído no
decorrer do reinado de
D. Afonso lV, como
referem as crónicas de
Fernão Lopes, que
igualmente noticiam o
lançamento de
imposições, com o nome
de sisas, pela primeira
vez no reino. Este
imposto irá permitir a
edificação das muralhas,
das quais actualmente só
existem alguns
vestígios, nomeadamente
a continuação do Arco de
S. Sebastião, ao fundo
da Rua de Arronches
Junqueiro. Este arco
constituía, com as
Portas do Sol, Nova, dos
Padres da Companhia e de
Évora, o conjunto das
cinco portas da cidade.
O comércio e a indústria
conheceram então grande
desenvolvimento. No
foral de portagem de
Lisboa, decretado por D.
Fernando l, em 5 de
Outubro de 1377,
estipulam-se os diversos
produtos chegados à
capital. Uvas, vinho,
figos, peixe fresco e
seco, são alguns dos
que, saídos de Setúbal,
ali se encontram
referenciados. Em 1439,
por decreto real, a vila
é isenta de pagar
aposentadoria, e
decide-se a construção
de estaus e casas para
neles se receberem o rei
e a sua Corte.
A expedição organizada,
em 1458, por D. Afonso V
para conquistar Alcácer
Ceguer, importante praça
marroquina, saiu deste
porto de mar. No
entanto, foi durante o
reinado de D. João ll,
que a vila sofreu grande
impulso. Deu-se início à
construção de uma
conduta para o
transporte de água
proveniente da serra de
Palmela; a 22 de Janeiro
de 1471, são celebradas
em Setúbal as bodas
reais de D. João ll com
D. Leonor de Lencastre.
No ano de 1526,
começaram as obras do
Paço do Trigo, bem como
as que procederão à
abertura da Praça do
Sapal, actualmente a
Praça de Bocage.
À semelhança do que
sucedeu em Lisboa, Vila
Real de Santo António
(Algarve) e outras
localidades, Setúbal foi
também bastante
castigada pelo terramoto
de 1755. No decurso das
obras de reconstrução,
em pleno reinado de D.
José l, o Marquês de
Pombal lançou um imposto
de 2 réis sobre cada
arrátel de carne
negociado, a fim de, com
esse dinheiro, se
proceder à reedificação
dos Paços do Concelho –
Câmara Municipal – um
dos muitos edifícios,
profanos e religiosos,
que foram destruídos
pela catástrofe, entre
os últimos dos quais a
Igreja de Nossa Senhora
da Anunciação e a Igreja
de São Julião, de que só
resta hoje um portal
renascentista.
Centro de comércio e
indústria, entreposto
entre o Norte e o Sul,
importante núcleo
piscatório servido por
uma via fluvial – o rio
Sado - , Setúbal
tornou-se, aquando da
industrialização, a
segunda cidade de
Portugal.
O seu desenvolvimento e
a consequente ordenação
do espaço, que se irão
processar, assentaram
nessas características
de urbe industrial. Para
satisfazer as aspirações
de grande cidade, e à
semelhança de Lisboa, é
construído em 1871 um
passeio público,
enriquecido em 1878 com
um lago.
O processo técnico que
caracterizou a 2ª metade
do século XlX ordenou um
novo tipo de vida que
impôs, novas
necessidades, às quais
se tentou responder em
Setúbal, de um ponto de
vista formal, com o
aparecimento de
edifícios onde foi
utilizado um novo
vocabulário. Estas
diversificações e
mudança não foram
estranhas à função
específica que tais
edifícios iriam ter,
função que, por sua vez,
estava interligada com o
desenvolvimento técnico,
e de que são exemplo a
estação dos caminhos de
ferro, servindo o ramal
Setúbal – Barreiro,
inaugurada em 1861, e o
mercado público, que
data de 1876, projecto
de Marcelino Cisneiros
de Faria, em que a
aplicação de estruturas
de ferro patenteia o
progresso esse que
contém ou obriga a
transformações quanto à
organização do espaço
urbano de Setúbal,
procurando-se responder
às novas necessidades de
circulação automóvel e
de alojamento, exigidas
pela crescente
aglomeração fabril e
consequente aumento de
população.
Na Praça de Miguel
Bombarda, fica situado o
Convento de Jesus,
construído por Boitaca
(um dos construtores do
Mosteiro de Batalha), é
um marco da Setúbal
medieval.
Trata-se de um monumento
muito importante para a
arquitectura portuguesa,
pois define uma mudança
que se opera a nível
nacional.
Outro importante
monumento é a Igreja de
São Julião, na Praça de
Bocage (*), construída
no século XVlll, no
local do primitivo
templo, que foi
destruído pelo terramoto
de 1755 e do qual existe
apenas um portal
renascentista, com
motivos da arquitectura
manuelina. Próximo desta
igreja está situado o
Paço do Duque.
Finalmente, a Igreja de
Santa Maria, ou da
Graça, é, pela
sobriedade do seu
traçado e ornamentação,
um dos mais
significativos templos
de Setúbal. O seu
interior é constituído
por três naves
sustentadas por colunas
dóricas, e nas suas
paredes existem painéis
de azulejos azuis
alusivos à vida da
Virgem. A sul desta
igreja, como vestígio de
uma construção medieval,
encontra-se um portal
gótico, constituído por
três arcos em ogiva,
hoje integrado numa
construção de época mais
recente.
No entanto, não são
apenas os espaços, nem
tão-pouco os monumentos,
que caracterizam ou por
si só definem uma
cidade: são a vida e as
cores, os ritmos e os
sons, e todos aqueles
que nela habitam e a
completam como
entidades. Pelo que são
indissolúveis da
história da cidade,
nomes como os do poeta
Bocage(*), da cantora
Luísa Todi, do músico
Plácido Stichini, de
António Maria Eusébio,
vulgarmente conhecido
por poeta Calafate, e do
advogado e jornalista
Almeida Carvalho,
fundador em 1855, da
Associação das Classes
Laboriosas, responsável
pelo jornal “O
Setubalense” e um dos
primeiros historiadores
de Setúbal.
ALGUNS MONUMENTOS:
PALÁCIO DO BISPO:
Ergue-se na Rua de
Antero de Quental e foi
propriedade do bispo de
Fez, D Belchior Beliago,
falecido de peste em
Amora (na margem
esquerda do rio Tejo em
frente à zona oriental
de Lisboa), em 1569.
CASTELO: Conquistado aos
mouros pelo primeiro rei
de Portugal, D. Afonso
Henriques, em 1165,
arrasado em 1190 e de
novo erguido em 1200,
por ordem de D. Sancho
l. Ainda se pode ver
junto da cisterna as
ruínas da Casa dos
Vareadores, que ainda
funcionava nos inícios
do século XVl.
FORTALEZA DE SANT’IAGO:
Imponente conjunto de
arquitectura militar
seiscentista, situa-se
no centro do areal e
conserva as diversas
dependências para a
guarnição, as cisternas,
o paiol, a residência do
governador, as masmorras
e a capela privativa.
Foi construída em 1648,
no reinado de D. João V.
Supõe-se que terão sido
aproveitadas as
estruturas de um velho
forte manuelino que se
erguia no mesmo local.
Com os Fortes do
Portinho (Arrábida), de
São Teodósio, da Baralha
e do Cabo Espichel,
constituía uma cintura
de defesa costeira
contra eventuais ataques
de galeões espanhóis ou
de corsários
marroquinos.
FORTE DE SÃO TEODÓSIO
(OU DO CAVALO): Foi
erigido em 1652 pelo
arquitecto Sebastião
Frias.
FORTE DE SÃO DOMINGOS DA
BARALHA: Erigido durante
os reinados de D. Afonso
Vl e D. Pedro ll (de
Portugal), nas rudes
penedias da pequena baía
da Baleeira, está
actualmente em ruínas,
bem como a respectiva
capela, de evocação do
Senhor Jesus dos
Navegantes.
QUINTA DA BACALHOA:
O rei D. João l teve um
pavilhão de caça em Vila
Fresca que passou para
um dos seus filhos e
deste para a filha, a
Infanta D. Brites. Esta
casou com o Duque de
Viseu e Beja, um dos
senhores mais ricos de
Portugal, e, assim
nasceu uma das mais
bonitas quintas de
Portugal.
Era intenção da Infanta
deixar o palácio ao
neto, mas este morreu
primeiro. Por isso,
quando morreu em 1506,
passou este Quinta para
a bisneta, então com
quatro anos.
Em 1528, esta vendeu a
propriedade a Afonso de
Albuquerque, filho
homónimo do grande
vice-rei português que
conquistara Goa (Índia),
tornando-a no centro do
Império português no
Oriente.
(*) BOCAGE (Manuel
Maria Barbosa do BOCAGE)
, nasceu em Setúbal em
1765. Foi o maior poeta
português do século
XVlll. Era filho de um
advogado e de uma
francesa. Aos catorze
anos assentou praça e
aos quinze entrou para a
Academia Real da
Marinha, dividindo os
anos seguintes pelo
estudo e pela boémia
citadina. Apaixonado
desde cedo, partiu para
Goa já como tenente, em
1790, e, quando tornou
finalmente a Lisboa
encontrou a sua amada
casada com um irmão seu.
Completamente
desorientado e sem
dinheiro, volta à vida
de estroinice de
botequim em botequim, de
amor em amor, poetando
sempre. Adere à Nova
Arcádia tomando o nome
de “Elmano Sadino”, mas,
devido ao seu carácter
insubmisso e
irreverente, acaba por
se hostilizar com os
árcades confrades,
especialmente com José
Agostinho de Macedo.
Protegido por Filinto
Elísio e pela Marquesa
de Alorna, nada obsta,
apesar de tudo, a que
acabe por ser preso, por
desbragamento de
costumes e livre
pensamento, em 1797. É
condenado pela
Inquisição a receber
doutrina pelos
oratorianos e, quando
termina a reclusão,
Bocage volta diferente,
passando então a
trabalhar, com todas as
dificuldades de quem
vive da pena (escrita),
para se sustentar a si a
uma irmã. Apesar de
pertencer formalmente a
uma escola poética
neoclássica, Elmano
Sadino é já um
pré-romântico e para a
Poesia e procurando
superar violentas
contradições interiores.
Daqui que, apesar do
vocabulário, do
alegorismo e do
racionalismo iluminista,
Bocage exprimia com
tanto dramatismo a sua
fragilidade de ser
humano em luta consigo
próprio. Todo este
subjectivismo foi
formulado nos subgéneros
clássicos – odes,
canções, idílios,
cançonetas e cantatas –
e especialmente no
soneto, arte que
aprendeu em Camões.
Apesar de considerado um
dos maiores sonetistas
portugueses, Bocage nem
sempre consegue uma
versificação de
qualidade, notando-se a
par de versos nítidos e
musicais outros
negligentes e de mau
gosto, cheios de
lugares-comuns
prosaicos.
Acusando demasiadamente
a influência depressora
do meio, é inegável
porém, que foi um
privilegiado até no que
respeita à sátira e à
crítica repentista.
Erótico e libertino, por
vezes, possuía a
convicção profunda de
lhe ser permitida a
liberdade de pensar e
amar sem mais limites do
que os de sua
consciência de homem,
crente em Deus apesar de
tudo.
Setúbal
http://www.mun-setubal.pt/Municipio
Os registos de
ocupação humana no
território do concelho
remontam à pré-história,
tendo sido recolhidos,
em vários locais,
numerosos vestígios
desde o Neolítico.
Com a presença romana,
nos séculos I a IV da
nossa era, nasceu
Cetóbriga, um importante
núcleo urbano e
industrial,
principalmente ligado à
salga de peixe, que se
estendeu pelas duas
margens do rio Sado,
integrando Tróia.
Durante as invasões
bárbaras e a ocupação
árabe, a zona habitada
progressivamente
abandonada devido ao
avanço das areias.
Atalaias como Palmela,
portos mais abrigados,
como Alcácer do Sal, e
vales férteis, como
Azeitão, foram os locais
escolhidos pelos
invasores muçulmanos
para se fixarem.
Após a conquista de
Palmela aos mouros e do
estabelecimento da Ordem
de Santiago da Espada,
Setúbal foi repovoada,
primeiro na colina de
Santa Maria e,
progressivamente, na
zona baixa que se
estende até ao actual
bairro de Troino.
Recebeu, em 1249, de D.
Paio Peres Correia,
mestre da Ordem, a
primeira carta foral.
Setúbal, com uma
extensão territorial
relativamente diminuta,
teve que afirmar-se,
lutando com os concelhos
vizinhos - Palmela,
Santiago do Cacém e
Alcácer -, já então
constituídos.
Com as dificuldades
apresentadas pelos
habitantes, no que diz
respeito à entrada e
venda de produtos
trazidos de Sesimbra,
Palmela e Alcácer, o
mestre de Santiago, D.
Garcia Peres, em 1343,
deu execução a uma carta
de D. Afonso IV, que
delimitava o termo de
Setúbal, tendo sido
construída uma cortina
de muralhas.
Ao longo do século XV, a
vila desenvolveu
actividades económicas,
ligadas sobretudo, à
indústria e ao comércio,
tirando rendimentos
elevados com os direitos
cobrados pela entrada no
porto.
Os primeiros conventos
franciscanos, um deles o
Convento de Jesus, foram
construídos em Setúbal
durante esse século.
A época dos
descobrimentos trouxe um
grande desenvolvimento,
tendo D. Afonso V, em
1458, partido do porto
de Setúbal à conquista
de Alcácer Ceguer.
A construção de um
aqueduto, em 1487, que
conduzia a água à vila,
iniciada por D. João II,
terminou no reinado no
reinado de D. Manuel.
Este monarca reformou o
foral da vila, em 1514,
devido ao progresso e
aumento demográfico que
Setúbal tinha registado
ao longo do último
século.
O título de “notável
villa” é concedido, em
1525, por D. João III.
Foi este título que
proporcionou a criação,
em 1553, por carta do
arcebispo de Lisboa, D.
Fernando, de duas novas
freguesias, a de S.
Sebastião e a da
Anunciada, que se
juntaram às já
existentes S. Julião e
Santa Maria.
A cerca de um quilómetro
de Setúbal, o rei D.
Filipe II mandou
edificar uma fortaleza –
a de S. Filipe, cujos
trabalhos foram
iniciados em 1582.
No início do século
XVIII, a população
setubalense solicitou
que S. Francisco Xavier
fosse eleito padroeiro
da cidade.
O terramoto de 1755
destruiu e danificou
muitos edifícios, tendo
as freguesias
localizadas na zona mais
baixa de Setúbal sido as
mais afectadas.
Ao longo do século XIX,
o desenvolvimento
económico e social
transformou a vila num
dos mais importantes
centros comerciais e
industriais do país. A
elevação a cidade deu-se
em 1860, por carta
régia, após solicitação
da Câmara, dois anos
antes, ao rei D. Pedro
V.
Nessa altura, foi
inaugurada a via férrea
Barreiro-Setúbal e, em
1863, a iluminação a
gás. As obras de aterro
sobre o rio
iniciaram-se, fazendo
nascer a avenida Luísa
Todi.
Setúbal foi elevada, em
1926, a sede de distrito
e, em 1975, a cabeça de
diocese.
Fontes:
- “Setúbal”, José
Custódio Vieira da
Silva, 1990;
- Região de Turismo da
Costa Azul
Alcácer do Sal –
(Concelho do Distrito de
Setúbal)

Do alto da colina, o
Castelo de Alcácer do
Sal a “menina bonita”
mira o rio Sado, os
arrozais e as cegonhas
que planam calmamente
nos céus. Desde o
Neolítico que Alcácer
tem ocupação humana.
Cedo se manifestou a sua
apetência para a
navegação e já na Idade
do ferro, a região
mantinha contactos com
os povos navegadores do
Mediterrâneo, sendo
nessa altura conhecida
por “Enviom”. Teve
depois diferentes nomes
à medida que nela se iam
estabelecendo diferentes
povos. Os romanos
chamaram-lhe “Salacia
Urbes Imoeratoria”,
tendo a vila assumido
nessa altura um
importante papel na vida
política e económica do
Alentejo, possuindo
mesmo moeda própria.
Neste local, pensa-se
que por volta do século
Vl antes de Cristo, foi
construída uma
fortaleza.
Alcácer foi
posteriormente ocupada
pelos visigodos, altura
em que o Castelo se
tornou num dos mais
fortes da Península
Ibérica. Chamaram à
povoação “Alcácer de
Salaria” e para melhor
defesa construíram uma
nova cerca em volta do
Castelo. Também os
mouros se estabeleceram
em “Al-Kasr (Castelo)
Abu Danis”. Foi, aliás
daqui que em 997 partiu
a armada que apoiou o
ataque de Almansor a
Santiago de Compostela.
E fói só em 1158 que D.
Afonso Henriques
conseguiu conquistar
Alcácer, depois de
várias tentativas
frustradas. Mais tarde,
D. Sancho l doou-o à
Ordem de Santiago.
Porém, em 1191, o
Castelo passou novamente
para o domínio dos
árabes e só em 1217 foi
definitivamente
conquistado pelo
exército português, à
frente do qual se
encontrava D. Soeiro,
bispo de Lisboa. As
muralhas (a circundar
parte da vila) e as
torres em taipa remontam
possivelmente ao século
Xll. Primitivamente
existiam trinta torres
de pedra com uma altura
superior a 25 metros e
uma outra, ao centro,
mais alta ainda. Algumas
destas torres têm vindo
a ser reconstruídas. Foi
na vila de Alcácer que
D. Manuel l recebeu a
notícia da morte de D.
João ll, sendo depois
aclamado rei e foi na
Igreja do Espírito Santo
que este monarca casou,
em 1500, com a infanta
D. Maria de Castela.
Após a Reconquista, a
importância estratégica
e militar do castelo de
Alcácer do sal
perdeu-se, o que
permitiu que o Convento
Carmelita de Aracelli,
fundado ainda no século
XVl, o ocupasse até
1834, altura em que
foram extintas as ordens
religiosas. No século
XlX, mais precisamente
em 1833, travou-se
frente a Alcácer uma
dura batalha que opôs
liberais e miguelistas.
Dentro do recinto do
Castelo de Aracelli, a
Igreja de Santa Maria
(século Xlll), vestígios
do burgo e de habitações
de diferentes épocas de
ocupação, principalmente
do domínio muçulmano.
ORIGEM DO NOME:
“ Há quem afirme que foi
fundada pelos lusitanos
trinta anos antes de
Cristo, atribuindo-a a
uma lenda que reza o
seguinte: Bugud, califa
de África, invadira a
Lusitânia, destruindo e
matando. Havia nesta
povoação um templo
dedicado a Diana, que os
mouros profanaram ao
entrarem na povoação.
Quando iam no mar, de
regresso à África, foram
acostados por um forte
temporal que lhes voltou
as embarcações, morrendo
a maior parte deles e
perdendo-se as grandes
riquezas que tinham
tomado.
Os lusitanos, atribuindo
este desastre a um
milagre da divindade,
reconstruíram-lhe o
templo e fundaram a vila
a que deram o nome de
Salacia, uns dizem por
ser um dos nomes de
Diana, outros que por
haver nesta região muito
sal”. (Dr. Rocha Martins
– 1935).
“Na verdade, ao que
parece, Alcácer do Sal
foi fundada pelos
lusitanos no ano Vlll de
César, isto é trinta
anos antes de Cristo.
Que conta a história ?
Bogud, califa africano,
invadiu a Lusitânia,
pondo as povoações a
ferro e fogo. Havia na
região de Alcácer, um
tempo dedicado à deusa
Salácia (um dos nomes da
deusa Diana), que foi
profanado pelos
africanos. Quando estes
se faziam ao mar, porém,
um grande temporal
destruiu as embarcações,
perecendo no naufrágio a
maioria dos invasores, e
perdendo-se as riquezas
roubadas. Os lusitanos
viram no acontecimento
um milagre da deusa, e
fundaram uma vila a que
deram o nome de Salácia.
Há também uma corrente
de opinião para quem o
nome de Salácia se
referia, não à deusa,
mas à abundância de sal
existente na região.
Conquistada pelos
romanos, Salácia passou
a ter o nome de Salacia
Urb Imperatoria, com
categoria de município
do antigo direito
latino. Em 715, Salácia
foi conquistada pelos
árabes, que construíram
uma cerca em redor da
povoação, fortificando-a
e dando-lhe a designação
de Alcácer de Salácia.
Mais tarde, o Castelo de
Alcácer tornou-se o mais
forte da Península,
ganhando foros de
invulnerabilidade. No
tempo do império Omíada
de Córdova, com o nome
de Al-Kass-bem-abu-Danés,
era a capital da rica e
florescente província de
Al-Kassar, e possuía
então um vasto arsenal
de onde saíam poderosas
esquadras. A designação
actual é tirada, pois,
do vocábulo árabe, e do
nome latino – lusitano
de Salácia”. (Mensageiro
das Casas do Povo –
1950).
“De proveniência árabe,
o primeiro elemento
deste topónimo deve ser
transcrito foneticamente
por al-qaçr e não por
al-Kassar ou alkasar,
como vários autores têm
feito. O vocábulo a que
corresponde o castelhano
alcazar, significa
castelo, fortaleza ou
palácio, e existe também
como nome comum donde
foi aproveitada para
topónimo”. (Dr. Xavier
Fernandes – 1944).
“Alcácer significa
palácio acastelado , e
assim fica imaginada
etimologia, que vem na
Escritura Vl, do tomo lV
da Monarquia Lusitana da
tomada de Alcácer do Sal
atribuída a São
Fulgêncio quando diz:
Al. Deus est. Castrumque
Cacer, Castrumque Deorum.
Fertur apud gentes, id
venerantur amant. Vila
na comarca de Setúbal
sobre o rio Sado. Os
mouros lhe chamavam
Cacer bem Danés –
Fortaleza do filho de
Danes. Vid. Geograph
Nubien. Discrição da
Lusitânia”. (Frei João
de Sousa – 1830).
“Na Península Hispânica
havia a província
Alcácer e nela estava o
famoso Alcácer Abu Denis
(em árabe: al-qaçr abu
dans), que, por estar
numa região riquíssima
en sal ( a célebre e
antiga Salácia), passou
a ser conhecida por
Alcácer do Sal, já sob o
domínio cristão”. (Dr.
José Pedro Machado –
1958).
Esta antiquíssima vila
foi cidade episcopal
visigoda, celebrizada
pelos romanos com o nome
de Salácia. Durante o
domínio árabe, a sua
importância manteve-se,
e até 1158 foi capital
da província de Al-Cassr.
Tomada por D. Afonso ll,
em 1217, nela se
instalou a Ordem Militar
de Santiago,
ulteriormente para
Mértola.
O principal acidente
desta região é o vale do
Sado. Para quem aprecia
desportos náuticos é
mesmo de aconselhar a
utilização da “estrada”
fluvial entre Setúbal e
Alcácer do Sal. Os
saveiros, barcos
manejados por varinos
que se fixaram em
Setúbal sobretudo no
século XlX, formando uma
verdadeira colónia (em
Fontainhas), sobem o
rio, embora cada vez
mais esporadicamente,
até Alcácer do Sal, e
sulcavam-se há alguns
decénios até Porto Rei.
Prosseguindo para
montante, e também na
margem esquerda do Sado,
encontra-se a Comporta,
feita de dunas brancas
que avançam em pequenas
línguas ladeadas por
braços de rio e onde
hoje crescem arrozais.
Nos meses de Junho a
Agosto, é singular o
contraste do branco das
areias com o verde do
arroz. Entre as dunas
surgem ainda hoje, de
uma forma inesperada,
pequenas aldeias de
cabanas de colmo, quase
da cor das areias.
Retomando a viagem em
direcção a Alcácer do
Sal, depara-se-nos, um
pouco mais a sul, a ilha
do Cavalo, verdadeiro
paraíso ornitológico.
Margens baixa
acompanham-nos até
Alcácer, onde o Sado
espelha um dos mais
belos painéis de fachada
que esta visita pode
oferecer. É uma região
rica na produção de
arroz, cortiça, trigo,
tomate, sal, pinhão,
madeiras e gados. A
exploração agrícola
desta zona beneficiou
extraordinariamente com
as duas primeiras
grandes barragens
construídas em Portugal:
no Pego do Altar
(primeira barragem de
regadio colectivo em
Portugal) e no Vale do
Gaio. Com Setúbal já bem
para trás, o povoamento
concentrado anuncia o
Alentejo. Prefiguração
de uma imagem cujos
contornos se irão
fixando para lá do
último meandro do rio
que ainda se alcança
sobre a encantadora
ponte que o atravessa em
Alcácer do Sal. Com
efeito, exceptuando
raros centros urbanos,
como Alcácer do Sal,
Torrão e Grândola, a
população habita montes
que têm o seu arquétipo
nas vilas romanas.
Historicamente, a hoje
Alcácer do Sal pode
equiparar-se a outros
sítios da costa
portuguesa (e
peninsular) em que um
mesmo tipo de condições
topográficas se reúnem.
Um cerro ou um ilhéu
acessível às embarcações
aptas ao tráfego
marítimo, ainda que só
exercendo a navegação de
cabotagem e, no caso da
costa atlântica,
limitada a sensivelmente
um terço do ano, durante
a época mais favorável,
a de Verão. Haveria
aqui, sobretudo, que
referir a presença de
outros estabelecimentos
comerciais púnicos em
Portugal. Com alguma na
foz do Guadiana (Castro
Marim ?), com certeza na
foz do rio Arade (Rocha
Branca, junto a Silves),
no Sado (Alcácer do Sal,
Abul, Setúbal), no Tejo
(Almaraz, junto a
Almada, e em plena
Lisboa, no sítio da Sé,
ou mesmo mais para
montante), no Mondego
(Santa Olaia, junto a
Montemor-o-Velho, para
referir alguns dos
sítios mais conhecidos.
A ocupação humana da
região de Alcácer do Sal
está comprovada desde o
período Paleolítico. No
próprio sítio em que
assenta o Castelo,
naquela colina que se
ergue sobre o rio Sado,
os vestígios mais
antigos são mais
recentes, remontando ao
Neolítico Final.
Segue-se-lhe uma
ocupação da Idade do
Bronze que, ao que
parece sem
descontinuidade, dá
lugar a partir do século
Vll antes de Cristo à
época do ferro, período
em que desenvolve um
importante entreposto
comercial, com ligações
ao Mediterrâneo
Oriental. Dessa época,
entre outros vestígios,
foram localizados
recentemente dois fornos
de olaria ibero-púnicos,
destinados à produção de
ânforas que serviriam
para o transporte de
pasta de peixe.
O século ll antes de
Cristo vai trazer um
novo povo mediterrânico,
os romanos, que vai
ocupar a mesma colina do
castelo e dar
continuidade de funções
àquela cidade que os
tinha precedido e que
teria o nome de Keition
ou Beuipo (A . Marques
Faria), denominação
deduzida das legendas em
caracteres ibéricos que
acompanhavam moedas aqui
presumivelmente
cunhadas. Povoação
romantizada continua a
desenvolver a mesma
função de cidade
portuária, por onde
continua a escoar-se o
cobre e quiçá minério
ainda mais precioso, a
prata, o ouro da região
alto-alentejana. Mas a
sua vocação de porto
drenador da produção
continental vai agora
ser reforçada com o
escoamento de um produto
agrícola cujo cultivo
vai ser intensamente
fomentado pelos romanos.
A exportação de trigo
através do porto de
Salácia irá prolongar-se
durante séculos, até aos
nossos dias, até que o
caminho de ferro venha
destronar o tráfico
fluvial. Produto a que
se acrescentaria, nessa
época de Roma, ainda que
em menor escala, o vinho
e o azeite, para
enumerar a tríade de
produtos alimentares
básicos da concha
mediterrânica. Mas na
época romana uma outra
mercadoria vai ter um
enorme peso na economia
local. Não já um produto
importado que mais não
faz senão transitar pela
foz do Sado. Trata-se
agora de uma produção
local, sujeita a uma
transformação organizada
em moldes industriais. A
pesca vai associar-se à
salga do pescado em
grandes tanques, as
cetárias. Peixe salgado
e produtos derivados,
como o garo, vão ser
enviados por via
marítima, para além das
colunas de Hércules,
para além doe estreito
que há-de chamar-se de
Gibraltar. Os principais
centros vão situar-se na
foz do Sado, com relevo
para Tróia e Setúbal.
Mas, simultaneamente,
vai Ter que produzir-se
o vasilhame em que peixe
e derivados irão
acondicionar-se. É então
que se desenvolve uma
indústria cerâmica,
centros oleiros ao longo
de todo o Sado
navegável, se é que já
nesta época, a montante
de Alcácer, Porto do Rei
constituía o limite da
navegabilidade do rio.
Chama-se agora a cidade
Salácia Urbs Imperatória,
que assim se apresentava
engalanada com este
título. Se bem que
devendo fundamentalmente
ao rio Sado a razão da
sua existência, não
esqueçamos – por isso
fazemos estes parêntesis
– que Salácia estava
também ligada ao mundo
romano por via terrestre
através de uma rede de
estradas que a colocava
em relação directa com
Olisipo (Lisboa), com
Mérida – a capital da
Lusitânia – Através de
Ebora, com Pax Julia (
Beja) e Myrtilis
(Mértola). E com
Mitóbriga, ao sul. Tal
como outras povoações do
sul de Portugal, tal
como outras cidades
portuárias, como uma
Mértola, Alcácer do Sal
vai manter também a
partir do século Vlll,
durante a época
muçulmana, as suas
funções de entreposto
portuário, se não mesmo
reforçá-las. Com Lisboa,
Alcácer será um dos
grandes portos
muçulmanos da costa
atlântica portuguesa.
Local de assentamento da
cidade, que virá a ser
conhecida por Alcassr
Abu Daniss, continua a
ser o antigo sítio já
ocupado desde o
Neolítico, durante a
Idade do Ferro, durante
a época romana. As
muralhas pré-existentes
vão ser agora reforçadas
e a cidade muçulmana
será dotada com duas
cercas, e respectivos
fossos, com muros
construídos em taipa,
com 30 fortes torres.
Sobre a Alcácer
muçulmana existe um
texto devido a um
geógrafo famoso que
viveu no século Xll,
Edrissi. Diz o escritor
– a versão é de J.
Garcia Domingues – que
“Alcácer é uma linda
cidade de grandeza
média, construída nas
margens de Xetúbal (o
rio de Setúbal, isto é,
o rio Sado), grande rio
frequentado por
numerosas embarcações e
navios de comércio”. E
acrescenta que “a cidade
está rodeada de pinhais,
por todos os lados, e lá
se constroem muitos
barcos”. Escreve ainda
que “a região,
naturalmente muito
fértil, produz em
abundância lacticínios,
manteiga, mel e carne”.
As magníficas condições
que oferecia o estuário
do rio de Xetúbal,
permitindo-lhe albergar
um sem-número de navios,
faziam de Alcácer um dos
grandes portos do
Ocidente – o Garbe – do
Andalás: De tal maneira
que Almançor Ibne Abu
Amir, o temível
cado-de-guerra cordovês,
mandou aqui reunir a
frota que iria
transportar uma parte
dos seus soldados ao rio
Douro, juntando-se aí as
suas tropas que, em 997,
arrasariam a cidade de
Santiago de Compostela
(Espanha).
Entretanto, como toda a
costa, Alcácer do Sal
vai também, a partir do
século lX, sofrer o
flagelo dos ataques dos
homens provindos do
Norte da Europa, os
Normandos, e mais tarde,
no fundo correspondendo
ao mesmo fluxo
migratório para as
terras ricas do sul, até
aos limites do Oriente
mediterrânico, o flagelo
das expedições dos
cruzados nórdicos em
busca do saque das
cidades comerciais, que
era, como vimos, o caso
de Alcácer do Sal. A
saga do rei norueguês
Sigurdr, “o Peregrino”,
conta, por exemplo, como
logo no início do século
Xll a expedição deste
rei que se dirigia para
a Palestina, depois de
ter atacado cidades
cristãs da Galiza
(Espanha), desembarcou
na região de Lisboa. A
primeira vítima foi
Sintra. O rei
“conquistou o Castelo e
matou todos os seus
habitantes porque se
negaram a ser baptizados
e obteve muitos
despojos”. Referem-se
depois combates em
Lisboa (“uma grande
cidade da Hispânia,
metade cristã e metade
pagã”), Depois atacou “Alkasse”,
cidade que, todavia, nem
todos identificaram com
Alcácer do Sal, “onde
teve a sua Quarta
batalha com os pagãos.
Conquistou a praça,
matou muita gente e
arrasou a cidade,
obtendo imensos
despojos”.
Pressão da gente do
Norte prossegue. Estes
menos expedicionários
germânicos que percorrem
a costa atlântica com
destino ao Médio Oriente
vão estabelecer pactos
de rapina com os
senhores locais,
cristãos, também eles
submetendo a população
ibérica à estratégia
traçada e ditada para lá
do Pirinéus. O saque, a
riqueza móvel, cabe aos
homens do Norte. Ao rei,
aos senhores locais, vão
caber as cidades
conquistadas, o domínio
da terra. Em 1217, com o
auxílio dos cruzados, o
rei D. Afonso ll toma
posse de Alcácer do Sal.
A cidade será entregue
aos frades da Ordem
Militar de Santiago, que
aqui se veio sedear. A
partir de aí, Alcácer
perde importância.
Continua a ser um grande
porto, mas agora, tal
como na própria época
romana, se não mesmo
anteriormente, alternará
as funções e a
representatividade com
Setúbal. E esta dupla
valência irá subsistir
até ao século XlX. Como
escoadouro dos produtos
do interior, como o
trigo alentejano, cuja
exportação ainda no
século XlX vai
revitalizar o porto de
Alcácer, a vila
ressurge. Mas, depois,
com o predomínio das
actividades ligadas ao
mar, com a instalação
das fábricas de conserva
de peixe (prosseguidas
já em nossos dias com a
implantação de
estaleiros navais), eis
que a antiga Salácia
decai e cede a Setúbal o
poder económico e
administrativo, o
estatuto de cabeça de
território.
A vila pára de repente
em ampla frente
debruçada sobre o rio,
depois de deslizar a
ritmos diferentes pela
encosta do Castelo.
Casas de frontões
triangulares e volutas
relembram o período
áureo da exploração do
sal, quando, em plena
século XVl, barcos do
Norte da Europa vinham
procurar aqui o sal mais
branco de quantos se
conheciam para a
conserva do arenque. A
mercadoria era levada em
canoas de tábuas até aos
galeões. O Castelo de
Alcácer do Sal é a
construção dominante e a
que mais história
encerra. O núcleo antigo
da vila apresenta um
conjunto de ruas
típicas, como aso
Marquês de Pombal, mais
conhecida por Rua
Direita, que merece uma
visita atenta. O notável
matemático Pedro Nunes
(o inventor do nónimo)
nasceu em Alcácer do
Sal. Hoje a região de
Alcácer é a primeira
produtora de arroz de
Portugal.
Alcácer do Sal
http://pwp.netcabo.pt
Desde tempos bastante
remotos que o homem
ousou habitar a região
do curso inferior do
Sado. Na verdade, em
toda a área onde Alcácer
se situa foram
recolhidos, há já alguns
anos, artefactos do
acheulense – paleolítico
inferior, com cerca de
40.000 anos.
A ocupação humana da
região havia de
continuar por milénios,
merecendo destaque os
"habitats" mesolíticos
do Vale do Sado,
população essa que vivia
da recolecção de marisco
e caça de pequeno porte.
Mais tarde, há cerca de
5.000 anos, fixaram-se
em Alcácer do Sal e na
Comporta, populações do
mesolítico dando origem
às primeiras
manifestações de
produção, quer de
cereais quer mesmo de
criação de gado, bem
como à troca de certos
produtos, sobretudo
cerâmicas.
Contudo, só no período
da idade do ferro,
Alcácer começaria a
individualizar-se de
tudo quanto a rodeava
sendo nesta época um
verdadeiro "oppidum" com
moeda própria.
No olival do Senhor dos
Mártires fica situada a
necrópole,
correspondente a este "oppidum",
onde se tem escavado
numerosas e ricas
sepulturas.
Com a chegada dos
romanos assistiu-se à
constituição da "
Salacia Urbs Imperatoria",
mantendo-se a cunhagem
própria de moeda e
capital administrativa.
Época de navegação
intensa do Sado,
desenvolvimento da pesca
e indústria conserveira
(Garum).
O novo nome poderá
ter-lhe sido atribuído
por Júlio César, que ao
mesmo tempo lhe terá
dado o "Latium Vetus" e
inscrito os seus
cidadãos na tribo
"Galeria".
A Cidade foi certamente
muito importante no séc.
I d.C. As produções de
Sal e lãs, seriam também
dois dos fundamentos da
prosperidade económica
de Alcácer que
beneficiaria ainda da
sua posição de porto
fluvial e de paragem
obrigatória na estrada
de Olissipo (Lisboa), a
Ebora ( Évora ) e a Pax
Julia ( Beja ).
No período visigótico
constitui-se Alcácer
como cidade episcopal,
sendo S. Januário o seu
primeiro Bispo.
Na época islâmica a
cidade de Alcácer do Sal
toma a designação e "
Alqasr Abu Danis".
Como na época romana, o
porto de Alcácer voltou
a ser frequentado pelas
marinhas orientais e
norte-africanas,
estaleiros, arsenais,
depósitos de materiais e
víveres tornaram-se o
ponto de apoio, base de
operações contra os
vizinhos e salteadores
incómodos.
Alcácer do Sal, continua
pois a ser um dos mais
importantes centros de
comércio da península.
A partir do séc. XII
Alcácer foi palco de
grandes batalhas entre
muçulmanos e cristãos,
primeiro com D.Afonso
Henriques (1158) que lhe
atribui o primeiro Foral
e depois com D. Sancho I
(1191) e D. Afonso II
que reconquista
definitivamente a
povoação aos muçulmanos
(1218).
Após a sua tomada,
Alcácer foi doada à
Ordem de Santiago.
Em 1495 é aclamado em
Alcácer El-Rei D.Manuel
I. Em 1502 nasce nesta
povoação o célebre
matemático Pedro Nunes.
Durante o séc.XVI,
assiste-se a um grande
renascimento comercial
com grande produção de
sal. É uma época marcada
pela exteriorização da
riqueza através da
construção de palácios,
igrejas e conventos.
Alcácer do Sal
http://pontaldecacilhas.blogspot.com/
A primeira presença
humana conhecida em
Alcácer do Sal, teve
lugar há cerca de 40 mil
anos, como testemunham
os artefactos recolhidos
um pouco por toda a
região.Mais tarde, e há
cerca de 5.000 anos,
Alcácer do Sal e a zona
da Comporta foram
ocupadas por populações
do mesolítico, o que
originou as primeiras
manifestações de
produção, quer de
cereais e criação de
gado, quer de troca de
produtos, como
cerâmicas.
Contudo, foi no período
da idade do ferro que
Alcácer ganhou uma
grande independência,
considerada nesta época
um verdadeiro centro
urbano com moeda
própria.Com a chegada
dos Romanos, seguramente
antes de 133 a. C., o
povoado de Bevipo, nome
dado pelas populações
célticas que aí
residiam, passou a
denominar-se "Salacia
Urbs Imperatoria",
ganhando o estatuto de
cidade de Direito
Latino.
Nesta fase conhece um
significativo
desenvolvimento da pesca
e da indústria
conserveira. No século I
d.C. Alcácer mantém a
sua importância com a
intensa produção de sal
e lãs.A antiga Salácia
passou por diversas
fases, constituindo-se,
no período visigótico,
como cidade episcopal,
tendo como primeiro
bispo S. Januário.Em
715, a região é ocupada
pelos árabes, que aí
permaneceram durante 4
séculos, tornando-a
capital da sua província
de Al-Kassar.
Nesta altura, tal como
na romana, o porto de
Alcácer voltou a ser
frequentado pelas
marinhas orientais e
norte-africanas, facto
que a manteve como um
dos mais importantes
centros de comércio da
península.A partir do
século XII, Alcácer do
Sal assiste a grandes
batalhas entre
muçulmanos e cristãos,
primeiro em 1158, com D.
Afonso Henriques e
depois, em 1191, com D.
Sancho I. Em 1217, no
reinado de D. Afonso II
a povoação foi
definitivamente
reconquistada e em 1218
recebe a carta de foral.
Dois anos mais tarde, a
região foi instituída
Cabeça da Ordem de
Santiago.
A reconquista desta zona
era sobretudo
estratégica a nível
geográfico, pois a
cidade já tinha perdido
grande parte da sua
importância de
outrora.Durante o século
XVI assistiu-se a um
enorme renascimento
comercial com grande
produção de sal, uma
época também marcada
pela exteriorização da
riqueza através da
construção de palácios,
igrejas e conventos.
Região de Setúbal Online
posted by Luis Villas at
23:24
Alcochete – (Concelho
do Distrito de Setúbal)

Povoação muito
antiga, foi fundada,
possivelmente, no ano
850 antes de Cristo.
Esteve em poder dos
suevos, vândalos e
mouros. Foi elevada à
categoria de vila no
reinado de d. João ll, e
aqui, nasceu D. Manuel l
em 31 de Maio de 1469 –
que lhe deu foral em
1515. Alcochete foi um
local muito pretendido
pelos reis para passarem
períodos de repouso.
Tanto D. João l como D.
João 11 escolheram esta
vila para descansar. No
século XlX e princípios
do século XX, a praia de
Alcochete era muito
procurada pelos
habitantes de Lisboa.
Origem do nome:
«Xavier Fernandes em
Topónimos e Gentílicos
(1944)»: “Nome árabe,
que significa
etimologicamente forno (alcoxa
alcoxete)”,
«Dr. José Pedro
Machado em Influência
Arábica no Vocabulário
Português – Lisboa
1958”: “Do árabe alkuxa,
os “fornos”; é o plural
de kuxâ, “forno”. David
Lopes, que explicou este
vocábulo ( Revista
Lusitana XXXlV, pág.
258), acrescenta que
ainda hoje ali há fornos
de cal”.
Alcochete
http://pontaldecacilhas.blogspot.com
Desde há 28 mil anos,
que a região de
Alcochete é habitada
pelo homem, devido aos
seus recursos naturais
(caça e pesca).Já na
nossa Era, entre os
séculos I e V, os
romanos implantaram uma
olaria que produzia
ânforas, ficando o local
conhecido como “Porto
dos Cacos”.
Por este território
passaram, além dos
romanos, os visigodos e
os árabes.
Estes últimos terão
fundado a povoação de
Alcochete entre os
séculos VII e IX. O
topónimo que dá nome ao
concelho deriva de uma
expressão árabe que
significa “o forno”.
No século XII, D. Afonso
Henriques ganha a praça
de Alcochete que passou
a ser domínio da Ordem
de Santiago, ao integrar
a área de “Riba Tejo”.
A época dos
Descobrimentos marcou
sobremaneira o
território,
permitindo-lhe viver um
período áureo, patente
nas obras da Igreja
Matriz, no retábulo da
Igreja da Misericórdia,
na construção da Capela
de Nossa Senhora da
Vida, etc..
Em 1515, D. Manuel I,
que nasceu nesta vila,
concedeu-lhe Carta de
Foral e Alcochete teve
um surto de
desenvolvimento, devido
à protecção do rei e
também da nobreza rural
que possuía terras
dentro e fora da vila.
Nos séculos seguintes, o
povoado torna-se um
importante centro da
produção salineira, o
que lhe permite um
importante
desenvolvimento
económico.
Em meados dos século XX,
factores como a
decadência da pesca e da
salicultura, bem como o
desenvolvimento da
circulação rodoviária,
fazem com que o concelho
se volte para a
actividade agrícola e
industrial como suporte
da sua economia.
Região de Setúbal Online
Alcochete
http://www.antoniosousa.com
Alcochete foi
provavelmente fundada
pelos Mouros, depois da
conquista de Lisboa por
ABDELARIR-BEN-MUSA no
ano 714 d.C. Uma vez que
a invasão se operou no
sentido sul - norte,
será lógico pensar que a
margem esquerda e a sul
do Tejo fosse ocupada
nos seus pontos mais
importantes, nos
aspectos defensivos e
económicos.
Relativamente a
Alcochete, teriam sido
os Mouros a
“baptiza-la”.
Frei João de Sousa, em
vestígios da língua
Arábica em Portugal, diz
que o nome Alcochete
provém da palavra
composta “Alcaxete”, (Alca-xête),
cujo o significado à
letra é “achada da
ovelha”, que
significaria descampado
ou terra baixa e plana
onde pastavam ovelhas.
Alguns autores defendem
que “Alcaxete”
significava “Forno de
cal”. Esta última
interpretação deve-se ao
facto de os árabes terem
escolhido este local
para construírem um
forno de cal, pois além
de ser provido das
matérias primas, era
batido pelo vento e
situava-se junto ao rio,
que lhe dava um fácil
acesso a Lisboa, onde o
produto era muito
consumido .
Não é possível fixar num
determinado número de
anos, ou mesmo séculos,
a duração do domínio
Muçulmano na Península
Ibérica, porque essa
duração variou muito de
região para região.
Os efeitos na linguagem
não foram muito
significativos, é
interessante analisar as
palavras que herdamos
dos árabes. De um modo
geral, uma palavra nova
adapta-se para exprimir
uma realidade nova, daí
poder-se deduzir que os
Mouros teriam dado um
nome a esta nova
povoação edificada num
campo deserto.
Razões para a sua
fundação
A localização de
Alcochete era importante
do ponto de vista
económico e pela sua
localização geográfica
que facilitava a
comunicação com terras
do interior . Perto do
rio Tejo e do rio das
Enguias, na altura
francamente navegável, e
como caminho mais curto
de ligação a terras que
correspondem hoje ao
Baixo Ribatejo, Alto
Alentejo e Centro
Alentejo, era de esperar
que Alcochete evoluísse
e crescesse sobre o
domínio mouro. Depois da
conquista de Lisboa aos
mouros em 1147 por
D.Afonso Henriques, a
população moura, ficando
Alcochete despovoada à
semelhança do que
aconteceu com outras
terras que iam sendo
conquistadas.
Concessão de Foral de
Alcochete
Depois da retirada dos
mouros para o sul do
território, poucos foram
os progressos
verificados na povoação.
D. Sancho, compreendeu
que a necessidade do
país, após as
destruições provocadas
pelas guerras, era o
aumento da sua riqueza e
população. Por isso
empreendeu uma louvável
tarefa de reconstrução,
repovoamento e fundação
de muitas localidades.
Foi nesta monarca que
concedeu o primeiro
foral a Alcochete e,
segundo consta, foi
também no seu reinado
que se converteu a
mosquita árabe então
existente, em tempo
cristão. Já na era de
quinhentos e após
avultadas obras, este
templo viria dar origem
à igreja Matriz tal como
a conhecemos nos nossos
dias.
Alcochete é uma vila da
idade moderna que
conheceu o progresso e
desenvolvimento
sobretudo a partir da
Idade Média.
E a vila da margem sul
do estuário do rio Tejo,
que, no início do século
XVI, possuía maior
número de habitantes
(Alcochete 184
moradores, cerca de 690
habitantes).
Alcochete apresentava-se
como um burgo
tipicamente moderno. É,
de facto, uma vila da
modernidade e dos
descobrimentos, como
ilustrem vários dados,
designadamente: o
crescimento demográfico;
local de passagem e ao
mesmo tempo paragem da
corte e de fidalgos; o
foral e misericórdia
quinhentista; o
pelourinho e a igreja
matriz manuelina; a
produção económica quer
agrícola ( vinho e fruta
) quer industrial
(cerâmica, carvão, vidro
e sal ) e exploração de
lenha com destino dos
fornos de Lisboa, grande
centro consumidor de
energia. O vinho e o sal
incluem-se entre os
produtos de exportação.
A empresa dos
descobrimentos
portugueses encontram
neste município moderno
um importante centro de
apoio logístico, quer
para os trabalhos
preparativos das armadas
com o fornecimento de
madeira e carvão para a
construção naval quer
para viagens como o
vinho e sal.
Sobre a Terra
Alcochetana pairam as
sombras de seus
antepassados, fidalgos e
plebeus ricos e pobres,
que nos descobrimentos,
nas conquistas e em
todos os campos da vida
social contribuíram para
a fundação e aumento do
Império Ultramarino.
É na margem esquerda do
Tejo, próximo da Reserva
Natural do Estuário do
Tejo, que vamos
encontrar a castiça vila
de Alcochete. Esta
situa-se a cerca de 20
Km de Lisboa e a quase
30 Km de Setúbal. As
condições proporcionadas
pelas margens do rio
explicam a existência
dos salineiros e a
acentuada proximidade do
Ribatejo, justifica a
presença dos campinos e
dos forcados. Ligada à
criação de gado bravo
estão as tradicionais
touradas e largadas de
touros que, nas festas
de Verão, especialmente
nas do Barrete Verde e
das Salinas, obrigam
quem anda nas ruas a
fugir do animal.
O topónimo "Alcochete"
parece derivar de uma
expressão árabe que
significa "forno",
remetendo para os
numerosos fornos que
existiam na região. Esta
hipótese levanta a
possibilidade da
fundação da povoação ter
sido entre os séculos
VII e IX, depois da
conquista árabe de
Lisboa. Após a fundação
da nacionalidade, foram
vários os reis que deram
importância a Alcochete.
D. João I e D. João II
passaram ali longas
temporadas de repouso e
de lazer e o infante D.
Fernando (irmão de D.
Afonso V) chegou mesmo a
estabelecer ali a sua
residência, na qual
viria a nascer o futuro
rei D. Manuel, em 1469.
Nos séculos XVII e XVIII
verificou-se um
desenvolvimento da
exploração do sal e do
negócio da lenha. O
concelho foi extinto em
1895 e restaurado três
anos depois.
Esta localização à beira
rio permite a este
concelho uma beleza
inquestionável e um
ambiente muito
característico. A sua
área abrange
aproximadamente 94 Km2 e
conta com cerca de
13.010 habitantes
(densidade populacional:
138 hab/Km2). Alcochete
é sede de um dos 13
concelhos do distrito de
Setúbal, inclui 3
freguesias (Alcochete,
São Francisco e Samouco)
e integra a Área
Metropolitana de Lisboa.
Almada – (Concelho do
Distrito de Santarém)

Almada foi tomada aos
mouros em 1147, por D.
Afonso Henriques e,
beneficiou de três
forais: o primeiro foi
dado pelo primeiro Rei,
em 1170, aos mouros
forros, e refere a
cultura da vinha, do
azeite e do figo. D.
Sancho l deu-lhe novo
foral em 1190, e, em
1513, D. Manuel l o
rectificou.
Esta nova cidade
diversas vezes, esteve
ligada às vicissitudes
da História, como o caso
do cerco castelhano em
1384. Em Almada viveram
grandes escritores como,
Fernão Mendes Pinto,
Manuel de Sousa Coutinho
(Frei Luís de Sousa) e,
esporadicamente, Gil
Vicente (o pai do teatro
português), que em 1509
aqui escreveu o Auto da
Índia.
ORIGEM DO NOME:
“Na etimologia da
palavra divergem os
estudiosos. Uns entendem
ser ALMADA corrupção de
Vimadel, denominação que
seria imposta pelos
primeiros fundadores e
significava terra de
muitos; outros opinam
que anteriormente à
tomada de Lisboa, já ali
havia uma pequena
povoação mourisca, que a
retomaram aos cruzados
ingleses que haviam
ajudado a conquistá-la;
sendo depois
reconquistada por um
descendente destes
últimos, de nome Almada;
finalmente querem alguns
que efectivamente havia
ali uma povoação, com o
nome de Al – Maden , a
qual foi tomada,
reedificada e povoada
pelos cruzados
ingleses”. (Domingo
Ilustrado – Maio de
1897).
“Após a tomada de Lisboa
aos mouros por D. Afonso
Henriques, auxiliado por
uma armada de cruzados
que se dirigia à
Palestina, distribuiu o
monarca português,
várias terras pelos
estrangeiros que
colaboraram na sua
façanha, desde que
quisessem continuar a
residir em Portugal.
Os cruzados que na
expedição seguiam em
maior número eram de
nacionalidade inglesa,
aos quais coube,
portanto, maior porção
de terras, sendo uma
delas, o monte que fica
ao sul e em frente de
Lisboa, os quais
fundaram uma vila a que
deram o nome de um dos
seus principais –
segundo opinião de
alguns investigadores.
Outras opiniões há sobre
a origem do nome desta
hoje cidade, mas todas
erradas, sendo a mais
verosímil a que lhe é
atribuída por Eldrisi,
na Geografia Nubiense.
Dá este autor à vila
mourisca o nome de
Almadan, que quer dizer
mina de ouro ou prata ,
em virtude das areias do
Tejo, entre Sesimbra e
Almada, antigamente,
serem auríferas”. (Dr.
Rocha Martins – 1935).
“Já houve quem afirmasse
que este nome resultou
da expressão saxónica
all is made , que quer
dizer tudo está feito;
mas, com muito mais
probidades de aceitação,
Almada é nome árabe, e
que correspondem às
formas antigas Almadana,
Almadãa e Almadaa,
vocábulo que se dá o
significado de a mina de
ouro. (Dr. Xavier
Fernandes – 1944).
“Almada é o mais belo
miradouro da capital
(Lisboa). As opiniões
sobre a origem do nome
são variadíssimas, sendo
a mais favorável a que
liga a sua origem ao
ouro que se encontrava
nas parias do rio Tejo,
desde esta localidade
até à baía de Sesimbra,
e à mina do precioso
metal na Adiça. Assim,
em 1090, o xerife mouro
Elidrisi, autor da
Geografia Nubiense, dá a
esta vila o nome de
Almadan, que significa
“mina de ouro ou prata”.
Também dizem que seu
principal fundador foi
um mouro chamado
Al-Madez ou Al-Madão,
que lhe dera seu nome.
Os romanos chamavam-lhe
Caetobrix ou Caetobrica.
A actual cidade de
Almada tem um passado
histórico, mais pela
estada de reis,
religiosos, escritores e
artistas, que a
escolheram para nas suas
quintas e palácios
passarem grande parte do
tempo de repouso, do que
propriamente pelos
monumentos que nela
foram edificados. Para
documentar essas
presenças, restam ainda
algumas casas e quintas
apalaçadas, bem como o
castelo que se ergue no
alto da cidade. A Quinta
do Alfeite, situada
entre o rio Tejo e o
esteiro de Corroios
(Seixal), é um belo
documento que ilustra a
constante presença da
realeza e da nobreza de
Portugal nestas
paragens. Procurada
desde o tempo dos
cruzados ingleses que
ajudaram D. Afonso
Henriques a conquistar
Lisboa, tanto D. Leonor
Teles como Nuno Álvares
Pereira frequentaram
este recanto
paradisíaco, onde D.
Pedro V, já no século
XlX mandou construir um
palácio. Presentemente,
estão instalados nesta
Quinta o Arsenal da
Marinha e a Escola
Naval. Almeida Garrett
aponta-nos como alguns
dos motivos de atracção
da “boa vila de Almada a
fama de suas águas
sadias, ares lavados e
graciosa vista”. Também
diz que Almada foi
edificada no alto de um
rochedo sobranceiro ao
Tejo, de onde se podia
observar facilmente todo
o movimento das
embarcações no estuário
do rio e, no Frei Luís
de Sousa, coloca na boca
de Maria as seguintes
palavras: “Bonito ! Eu
há mais de meia hora no
eirado passeando – e
sentada a olhar para o
rio a ver as faluas e os
bergantins que andam
para baixo e para cima
...”.
Decorreram em Almada
dois acontecimentos
importantes relacionados
com a presença
castelhana em Portugal.
O primeiro verificou-se
em 1384, quando os
portugueses ali
mantiveram um cerco
contra os castelhanos; o
segundo passou-se com
Manuel de Sousa Coutinho
(imortalizado no Frei
Luís de Sousa), que em
1591 lançou fogo ao
palácio para nele não se
instalarem os
governadores de Castela
quando fugiram à peste
que grassava em Lisboa.
A beleza e grandeza de
Lisboa só se podem
verdadeiramente avaliar
admirando as vistas de
quase todos os sítios da
margem esquerda do
estuário do Tejo. A
região da Outra Banda
compreende os concelhos
de Almada, Seixal,
Barreiro, Moita, Montijo
e Alcochete.
ALCOCHETE:
É uma povoação muito
antiga, foi fundada,
possivelmente, no ano
850 antes de Cristo,
tendo estado em poder
dos Suevos, Vândalos e
Mouros. Foi elevada à
categoria de vila no
reinado de D. João ll e,
aqui nasceu em 31 de
Maio de 1469 o rei D.
Manuel l. Os documentos
antigos registam que os
alcochetanos tinham as
profissões de
escudeiros, marnoteiros,
carreiros, mareantes,
banqueiros, sapateiros,
cavadores e feitores. Em
1501, moravam nesta vila
dois arqueiros que
fabricavam as arcas ou
tonéis. Segundo a
tradição, a arte de
serralharia foi muito
importante neste
concelho. O comércio da
lenha nesta vila data de
há longos anos. Sabe-se
que já em 1537 Duarte
Gonçalves e Afonso
Perdigão, moradores em
Alcochete, negociavam
aquele produto. Mais
tarde, nos séculos XVll
e seguinte,
registaram-se muitos
lenhadores de lenha na
região. O negócio da
lenha era muito
importante, porque
Lisboa consumia muita
nos fornos das fábricas
e nas casas
particulares. Outro
produto importante que
se explorava e explora
nesta terra é o sal,
extraído em grandes
quantidade das salinas
de Alcochete. Alcochete
foi um local muito
pretendido pelos reis
para passarem períodos
de repouso. Tanto D.
João l como D. João ll
escolheram esta vila
para descansar. E aqui
nasceu D. Manuel l, que
em 1515 lhe veio a
conceder foral.
BARREIRO:
(Origem do nome). “Na
margem esquerda do Tejo,
a nove quilómetros
aproximadamente ao sul
de Lisboa, numa bem
situada planície,
saudável e lavada pelo
norte, fica situada a
importante vila do
Barreiro. Não podemos
determinada precisamente
a data da sua fundação,
mas o que se nos afigura
fora de toda a dúvida é
que este sítio começou a
ser povoado por
pescadores do Algarve
que, atraídos pela
grande abundância de
peixe e marisco das
águas do Tejo, bem como
pelo excelente mercado
que lhes fornecia a
cidade de Lisboa, vieram
pouco a pouco, desde
muitos séculos,
emigrando para estas
paragens, onde se foram
estabelecendo, como
actualmente sucede com o
portinho d’ Arrábida e
tantos outros pontos da
nossa costa. O modo de
falar, bem como a
acentuação de voz dos
habitantes do Barreiro,
tão diferentes do das
outras povoações
limítrofes, ainda as
mais próximas têm
grandes semelhança com o
dos povos do Algarve,
bem como, se nota ainda,
uma certa semelhança de
costumes. É tradição que
estes pescadores
exerciam de preferência,
a sua profissão nas
águas da barra de
Lisboa, e que por este
motivo eram conhecidos
pelo nome de barreiros,
e que daí veio o de
Barreiro, para o local
onde eles se recolhiam.
( Dr. José Augusto
Pimenta – 1886).
MOITA (do Ribatejo):
Origem do nome: “A
antiga Moita do Ribatejo
já no século XVll era
concelheiro, extinto
mais tarde e restaurado
em 1898, para ser
incorporado no recente
distrito de Setúbal,
como se chama
actualmente. A
denominação da vila
ribeirinha deve provir
do mesmo nome comum
moita, vocábulo de
origem latina, de
sentido vegetal e de que
existe a variante mouta,
forma menos usada.” (Dr.
Xavier Fernandes –
1944).
Moita do Ribatejo é um
recanto magnífico da
Outra Banda, no fundo de
um esteiro do Tejo, foi
em 1681 elevada por D.
Pedro ll à categoria de
vila. Segundo alguns
estudiosos, a origem do
seu nome deve-se aos
primitivos habitantes,
humildes carvoeiros, que
utilizavam a lenha das
moitas na sua indústria.
Segundo outros, foram
pescadores algarvios
que, aproveitando e
esteiro, se instalaram
primeiro. As touradas da
Moita do Ribatejo são
famosas e indispensáveis
no folgança das
populações locais.
MONTIJO:
(Origem do nome): “Nome
que se pode ser
considerado novo, pois
foi em 1930, com que foi
crismada a Aldeia Galega
do Ribatejo. É de crer
que o topónimo seja
simples aproveitamento
do mesmo nome comum,
Montijo, tirado de monte
mais o sufixo exótico –
ijo, e que significa
simplesmente “montículo
ou pequeno monte em
forma mais ou menos
cónica”. (Dr. Xavier
Fernandes – 1944).
“Acerca do nome de
Montijo, escolhido
finalmente para
denominar a vila, pouco
há a dizer. A península
de Montijo, a ilha do
Montijo e o rio Montijo,
estão intimamente
ligados e fazem parte
dum conjunto geodésico
formativo desta região.
Montijo, segundo alguns
estudiosos, pode bem
significar “monte
pequeno” (montículo), ou
“Mont” (Tagus) de Tejo,
pequeno monte frente ou
junto ao Tejo. A ilha
que fica em frente, é
bem de ver que recebeu
seu nome da Península. O
rio, hoje esquecido de
seu nome, tanto que
ninguém o conhece como
tal, nasce a 5 Km do
Oeste de Palmela, passa
sob a ponte da linha
férrea do Sueste e vai
desaguar no grande
enseada que o Tejo forma
a sul de Montijo, depois
de um curso de 20 Km. Na
“Corografia Moderna”, de
Batista, disse: -“O
lugar de Montijo está em
uma ponta de terra que
forma a enseada de
Aldeia Galega, e que se
chama a Boca do Montijo;
é muito perigosa com
vento forte e tem
largura 1,5 quilómetro
...”. O lugar tornou-se
conhecidíssimo a partir
do século XlX, por causa
da ilhota ostreira que
deu, com outras que lhe
estavam vizinhas
(desaparecidas
actualmente, desde que
no espigão foi instalada
a Base Aérea nº 6),
origem da grande questão
jurídica que se arrastou
durante anos pelos
tribunais franceses,
ingleses e portugueses”.
(Dr. Rui de Mendonça –
1956).
Até 6 de Junho de 1930,
o Montijo chamou-se
Aldeia Galega do
Ribatejo. A tradição diz
que foi uma mulher
chamada Alda quem deu
origem à povoação. O
padre carvalho da Costa,
no início do século
XVlll, explica que este
lugar “tomou o nome de
uma mulher chamada Alda,
a Galega, por ser
oriunda das partes da
Galiza, a qual tinha uma
venda junto ao porto,
aonde hoje é a vila, na
qual o concurso de gente
do Alentejo, que ainda
era ténue, descansava;
e, como os passageiros
apelidavam têrmo à sua
jornada, o impunham para
esta parte até Alda, a
Galega, dando o único
vocábulo ficou
Aldegalega”.
Apesar de ser uma lenda
curiosa, não é aceite
para explicar a origem
do nome de Aldeia
Galega, que é uma
povoação muito antiga.
Em 1186, D. Sancho l
doou aos cavaleiros da
Ordem de Sant’Iago
alguns coutos e herdades
desta terra. Em 1514,
recebeu foral de D.
Manuel l. No reinado de
D. João lll, em 1533,
foi escolhida pelo
correio – mor, Luís
Afonso para sede no Sul
do mesmo correio.
Quando, em 1 de Dezembro
de 1640, foi aclamado
rei de Portugal, D. João
lV reuniu o seu primeiro
concelho régio em Aldeia
Galega, ao parar nesta
vila durante o percurso
de Vila Viçosa para
Lisboa.
SEIXAL:
O nome desta povoação
teve origem na
abundância de seixos que
existiam na praia e que
serviam para o lastro
dos barcos. O abrigo
natural que o "seixo do
Seixal" (designação da
zona do Tejo entre a
vila e o Alfeite)
oferecia às embarcações
permitiu que fosse uma
terra eleita para a
construção naval desde a
época dos
Descobrimentos. Segundo
a tradição local, Vasco
da Gama e Paulo da Gama,
filhos de Estêvão da
Gama, que foi comendador
do Seixal, foram donos
da Quinta que hoje se
chama da Fidalga. Além
desta famosa Quinta,
existem outras nos
arredores da vila que
testemunham o encanto
destas paragens. Assim,
próximo da antiga
estação do caminho de
ferro, fica a Quinta da
Trindade, que tem um
edifício classificado de
interesse público.
Se procura a serenidade
de um entardecer à beira
rio, sem pressas,
isolado das correrias e
dos atropelos da cidade,
passe pelo Seixal. Vá
sem ideias feitas, sem
juízos de valor.
Isole-se de si mesmo e
delicie-se sentado no
pequeno mundo de areia
que o braço do Tejo
guarda junto ao paredão
que separa a vila das
águas do rio. Mesmo em
frente, do lado de lá do
rio Judeu (braço do
Tejo) pode contar sempre
com a companhia do
moinho de maré da Torre.
É um dos dez que ainda
compõem a margem sul do
Tejo ao longo do
concelho do Seixal. A
condição do estuário do
rio e a necessidade de
grande quantidade de
farinha para abastecer
Lisboa, fizeram que ao
longo de todo o século
XVl os moinhos de maré
fossem grandes motores
do desenvolvimento da
região sul do Tejo. Na
altura contavam um total
de sessenta. Hoje vivem,
na sua maior parte,
abandonados à mercê do
rio. Aquilo que não se
perdeu foi o prazer de
ver deslilar as faluas e
os varinos enfeitados de
cores garridas. E se
quiser marcar a
diferença em relação aos
do passado, basta passar
pelo Eco – Museu
Municipal, onde se
encontram representados
todos os tipos de
embarcação que navegam
no Tejo. Mas para já,
mire os pescadores que
tentam lançar o isco ao
peixe desprevenido ou
simplesmente recupere
forças, olhando as ondas
do rio trazidas pelo
vento do norte ...
OUTRAS LOCALIDADES
VIZINHAS
ADIÇA: Próximo da Fonte
da Telha existiu a
famosa mina de ouro da
Adiça. Segundo a
tradição, foram feitos
com ouro proveniente
desta mina a coroa e o
ceptro de D. Dinis, bem
como o ceptro de D. João
lll.
ALHOS VEDROS: D. João l
refugiou-se em Alhos
Vedros durante a
epidemia de peste que
assolou Lisboa e vitimou
sua mulher, D. Filipa de
Lencastre. Foi também em
Alhos Vedros que o mesmo
monarca autorizou seus
filhos a organizar a
expedição a Ceuta. Em
1514 foi-lhe concedido
foral por D. Manuel l.
Origem do nome: “Alhos
Vedros representa uma
sorte de excepção,
porque o adjectivo
“vedro” (lat. Vetulu) ao
menos marcar-lhe-á o
século Xlll, o mais
recuar, o Xll. O nome
principal Alhos, é
perfeitamente português
e, já se vê, desse
tempo; e a sua ligação
ao adjectivo arcaico
vedros apenas pode,
talvez significar que a
povoação já existia,
embora pequena, quando
se fez o repovoamento
após a tomada de
Palmela, eliminando-se
provavelmente a
designação primitiva
(talvez pelo menos
arábica): o nome seria
sugerido pela flora
local dominante e a
vetustez do povoado
determinaria a aplicação
do adjectivo”. (Dr.
Xavier Fernandes –
1944). A tradição
diz-nos que, num Domingo
de Ramos, os mouros de
Palmela assaltaram os
cristãos de Alhos Vedros
quando estes se
encontravam na igreja.
Os cristãos saíram do
templo e atacaram os
mouros, servindo-se
apenas das palmas e dos
ramos bentos. E, apenas
com estas armas,
conseguiram uma grande
vitória. A partir deste
acontecimento, começou a
celebrar-se anualmente
naquele Domingo, depois
da cerimónia dos Ramos a
que assistia a Câmara,
uma grande festa
dedicada à Senhora dos
Anjos.
A exploração das
salinas, que ainda se
verifica, foi muito
importante para a
economia da povoação.
AMORA: A região de Amora
foi escolhida durante
muitos anos por
princesas, príncipes e
fidalgos para repouso e
recreio. Presentemente,
toda esta área mantém
ainda muitas
características do seu
passado, tais como os
palácios e as zonas
verdes que os cercavam.
Por outro lado, são
herdados destas antigas
quintas os nomes que os
novos bairros vão
adoptando.
ARRENTELA: (Origem do
nome): “De muito antiga
fundação, a que andam
ligadas histórias de
mouros, esta conhecida
freguesia do concelho do
Seixal, debruçada sobre
o Tejo, tirou o seu nome
da expressão arrenta
tellos por ser terra
levantada e despenhada
para a parte do mar.
Isto, porém, não passa
dum caso de etimologia
popular, que é de todo
inaceitável, não
obstante Ter-se escrito
e repetido. Outros
autores querem que o
primitivo nome tenha
sido Aventella
transformando mais tarde
na designação actual;
explicam esses autores
que tal nome foi dado
por ser a povoação muito
varrida de ventos,
insinuando que é raiz
deste vocábulo que se
encontra em Aventella,
mas esquecendo-se
explicar a mudança da
primeira consoante em
dois r r . Houve ainda
quem afirmasse que o
povoado se chamou
antigamente Areentella,
“porque suas areias são
típicas”, ficando também
por explicar a posterior
geminação do “ r “, além
de ser pouco lógico que
se chamasse areentazinha,
que é o significado
etimológico daquele
suposto Areentella.
Pondo tudo isto de lado,
parece-nos outra origem
pela correspondente
localização à beira do
Tejo. Assim, o vocábulo
será decomponível em “al
– rente – la”, onde o
primeiro elemento
aglutinado em “ar”,
revelará influência
árabe, ao passo que o
último elemento será
simplesmente o sufixo
diminutivo, muito vulgar
na toponímia. Admitida
esta hipótese, o nome
Arrentela significará
etimologicamente a
rentezinha, nome que
terá sido dado à
povoação por ter sido
fundada mesmo junto à
margem esquerda do nosso
mais importante rio”.
(Dr. Xavier Fernandes –
1944). Foi nesta
freguesia que, no início
da segunda metade do
século XlX, se fundou a
Fábrica de Lanifícios da
Arrentela, no mesmo
local onde, no tempo de
D. Miguel, fora
instalada uma fábrica de
mantas para o Exército.
A primeira máquina a
vapor feita em Portugal,
foi montada nesta
localidade.
ATALAIA: (Origem do
nome): “Espalhadíssimo
está este topónimo, pois
se encontra a designar
grande número de terras
portuguesas. É expressão
árabe, resultante da at
– talaia, que significa
torre de vigia,
sentinela, etc.”. (Dr.
Xavier Fernandes –
1944).
Foi nesta
freguesia que, no início
da segunda metade do
século XlX, se fundou a
Fábrica de Lanifícios da
Arrentela, no mesmo
local onde, no tempo de
D. Miguel, fora
instalada uma fábrica de
mantas para o Exército.
A primeira máquina a
vapor feita em Portugal,
foi montada nesta
localidade.
ATALAIA: (Origem do
nome): “Espalhadíssimo
está este topónimo, pois
se encontra a designar
grande número de terras
portuguesas. É expressão
árabe, resultante da at
– talaia, que significa
torre de vigia,
sentinela, etc.”. (Dr.
Xavier Fernandes –
1944).
A poucos quilómetros do
Montijo encontra-se o
famoso templo de Nossa
Senhora da Atalaia, que
todos os anos atrai uma
multidão de romeiros.
Diz-se que é o santuário
mais célebre do sul do
Tejo, devido à devoção
popular, que o tornou
muito frequentado,
sobretudo no Verão, onde
iam todos os anos pôr 30
círios. A esta romaria,
que também se chamou do
Círio, iam outrora os
empregados da Alfândega
de Lisboa, no Domingo da
Santíssima Trindade, a
fim de cumprirem uma
promessa feita em 1507,
quando uma peste dizimou
muita população de
Lisboa. A grande devoção
dos lisboetas por Nossa
Senhora da Atalaia deu
origem ao nome de uma
rua em Lisboa (Rua da
Atalaia).
COSTA DA CAPARICA: Era
da Costa da Caparica que
partiam, para as ruas de
Lisboa e povoações da
Outra Banda, as
“mulheres da sardinha”,
cujo vibrante pregão
cortava o ar como um
clarim: “Ó viva da Costa
!”. Em 1923, Raul
Brandão descreveu a
Costa da Caparica como
uma povoação de
pescadores, constituída
por casotas de paredes
de madeira, fixas ao
chão, cobertas de colmo
e outras de palha e
tecto de colmo.
Presentemente, a Costa
da Caparica é uma das
praias mais concorridas
dos arredores de Lisboa.
LAVRADIO: A 2 Km do
Barreiro fica a antiga
vila do Lavradio, cujo
nome significa “terra
própria para lavrar ou
cultivar, terra chã”. A
sua situação geográfica
privilegiada – em frente
de Lisboa e junto ao rio
Tejo – as boas praias,
os bons ares e
excelentes frutas
cativaram reis e
fidalgos, que passavam
temporadas neste lugar,
onde construíram
belíssimas quintas. Em
meados do século XX com
a chegada da indústria e
pela construção civil,
toda a paisagem foi
alterada.
PORTO BRANDÃO: Desde
tempos muito antigos que
este sítio da Outra
Banda se tornou
obrigatório ponto de
passagem. Foi assinalada
a presença de romanos na
povoação e os árabes
escolheram este pequeno
porto do Tejo para termo
da sua principal
estrada. Neste local,
separado de Lisboa pelo
Tejo, construíam-se
outrora barcos de todos
os tipos. Além da
explicação histórica da
origem de Porto Brandão,
existe a lendária:
“Brandão, jovem robusto
de cerca de 20 anos,
operário da construção
naval, namorava às
escondidas, a filha do
“governador do
estaleiro”. Este só
ambicionava a riqueza e
o poder. Para conseguir
os seus objectivos,
prometeu a filha, de
nome Paulina, a um
poderoso comerciante que
se encontrava na Índia,
e, às escondidas de
todos, preparou a
partida de Paulina num
navio. Mas o Brandão,
apercebeu-se de tudo.
Quando o barco estava
para sair, dirigiu-se,
silenciosamente, numa
pequena embarcação a
remos para o navio a fim
de raptar a noiva. Não
sendo bafejado pela
sorte, foi descoberto e
dado como ladrão. Tentou
resistir, mas o
comandante do barco
mandou-o matar e lançar
o corpo às águas do
Tejo.
Cheia de medo e banhada
em lágrimas, Paulina
assistiu a todo o
episódio. Depois de ver
o corpo do seu namorado
desaparecer nas águas do
rio, decidiu
acompanhá-lo no morte,
atirando-se também ao
Tejo. Alguns dias
depois, são encontrados
os corpos em praias
diferentes: o de Paulina
apareceu na pequena
praia que recebeu o nome
de Praia de Paulina ou
Porto de Paulina, hoje
chamado Lazareto; e o de
Brandão na que ainda
hoje de designa por
Porto Brandão.
VALE DO ZEBRO: Num
pequeno lugar da margem
direita do rio Coina,
próximo do Barreiro,
foram instalados os
famosos fornos do Vale
do Zebro, nos quais se
fabricavam os biscoitos
para abastecer as naus
que saíam do reino. Nas
margens, direita e
esquerda, funcionavam
moinhos de maré, que
produziam a farinha para
os biscoitos. Estas
instalações, com os
celeiros e os fornos,
foram demolidos no final
do século XlX.
Almada
http://www.m-almada.pt/website
A presença humana em
Almada, topónimo de raiz
árabe, remonta à
Pré-História. As
recentes intervenções
arqueológicas realizadas
no Concelho revelaram
que esta região foi
habitada e/ou ocupada,
pelo menos, desde o
final do Neolítico, há
cerca de 5.000 anos. A
estruturação inicial do
primitivo núcleo urbano
decorreu, provavelmente,
durante o período da
civilização islâmica
quando os muçulmanos
escolheram também este
sítio para construir uma
fortaleza destinada à
defesa e vigilância da
entrada do Tejo, frente
a Lisboa. Por esta
margem passaram os mais
diversos povos que se
sedentarizaram, ou
trocaram as suas
experiências e
mercadorias. Fenícios,
romanos e muçulmanos são
algumas das antigas
comunidades que entraram
neste promontório de
Almada.
As Raízes Árabes
A designação de Almada é
proveniente das palavras
árabes Al-Madan, a Mina
, pelo motivo de que,
aquando do domínio árabe
da Península Ibérica, os
árabes procediam à
exploração do jazigo de
ouro da Adiça, no termo
do Concelho. A zona de
Almada foi igualmente
escolhida pelos árabes
para a construção de uma
fortaleza no promontório
natural, sendo esta
destinada à defesa e
vigilância da entrada no
Rio Tejo, em frente de
Lisboa, desenvolvendo-se
a povoação nos domínios
da defesa militar, da
agricultura e da pesca.
Almada, uma das
principais praças
militares árabes a sul
do Tejo, foi conquistada
pelas forças cristãs de
D. Afonso Henriques em
1147, ficando
posteriormente na posse
dos Cavaleiros de
Santiago, por carta
assinada por D. Sancho
I, em 26 de Outubro de
1186. Em 1190, D. Sancho
I outorgou o primeiro
foral aos moradores de
Almada. No entanto, em
1191 ocorre uma nova
invasão árabe sob o
comando de Yusuf
al-Mansur, com origem em
Sevilha. Esta invasão
adquire lentamente uma
expressão significativa,
alcançando e tomando
Alcácer do Sal,
marchando sobre Palmela
e Almada, sendo esta
abandonada pelos
cavaleiros da Ordem
Militar de Almada. A
povoação ficou
grandemente destruída
pela acção das forças
árabes.
O povoamento de Almada é
realizado de forma lenta
mas contínua,
reconstituindo-se
parcialmente o modo de
vida praticado
anteriormente. No início
do século XIII, a
sociedade vive um
período de organização e
estabilização segundo os
direitos e deveres
consignados no código
foraleiro,
complementados pelos
antigos usos e costumes
do direito
consuetudinário.
A Primeira Delimitação
do Termo
O progressivo
intercâmbio entre a Vila
de Almada e Lisboa
ocorrido no século XIII
contribuiu para um
ligeiro aumento
demográfico na região,
com o consequente
reforço da circunscrição
judicial e
administrativa. A via
fluvial do Tejo era
bastante importante,
permitindo o acesso a
Lisboa de diversos
produtos provenientes do
Alentejo, da Beira e de
parte da Estremadura, na
sua maioria destinados à
alimentação e alguns à
exportação. Neste quadro
de comércio e de
economia os portos
desempenhavam um papel
de relevo, com destaque
para Porto Brandão,
Cacilhas, Mutela,
Corroios, Amora,
Arrentela, Coina, Moita,
Aldeia Galega e
Alcochete, funcionando
como interpostos
comerciais entre Lisboa
e o sul do país.
A instituição municipal
atingia já alguma
autonomia e maturidade
sócio-económica,
assistindo-se a uma
complexa movimentação de
indivíduos e
mercadorias,
preponderantes na vida
interna do Termo, embora
este ainda não estivesse
demarcado.
Neste contexto
verificou-se a
preocupação régia em
valorizar as zonas
regionais pouco povoadas
em pontos estratégicos
do sul do país,
recentemente
conquistadas aos
muçulmanos. Com o
intuito de colocar
Almada na posse real, o
Rei D. Dinis concede uma
Carta de Escambo
(Carta de Permutação)
com a Ordem de Santiago,
donatária de Almada.
Mediante a entrega de
determinados castelos,
vilas e propriedades à
Ordem, a Coroa ficou na
posse da Vila de Almada,
incluindo o respectivo
termo, as suas pertenças
e direitos inerentes,
com excepção dos
padroados e das igrejas
de Santa Maria do
Castelo e de Santiago.
Com base nesta carta, a
delimitação territorial
do Termo remonta ao
reinado de D. Dinis
(1297), abrangendo, à
data, a área dos actuais
concelhos de Almada e
Seixal. Almada era,
então, uma das mais
representativas
comunidades ribeirinhas
da margem sul do Tejo.
As mais antigas
freguesias da vila eram
Santa Maria do Castelo
de Almada e Santiago,
cujas igrejas e
padroados estiveram
ligados à Ordem Militar
de Santiago de Almada
donatária de Almada.
Relativamente ao meio
rural, destaca-se o
povoamento de Caparica,
elevada a freguesia de
Nossa Senhora do Monte,
paróquia instituída pelo
Papa Sixto IV, em 1472.
Almada vista por Fernão
Lopes
Os habitantes e os
homens de armas de
Almada permaneceram
sempre ao lado do Mestre
de Aviz, manifestando
claramente a sua
oposição às forças
partidárias da Rainha D.
Leonor e aos castelhanos
liderados por D. João,
Rei de Castela.
Em 1384, Almada é tomada
pelos castelhanos,
aquando do cerco a
Lisboa. O cerco do
Castelo e a heróica
resistência dos
defensores locais
constituem uma das
páginas mais brilhantes
da história almadense,
merecendo honras de
relevo na crónica de
Fernão Lopes, primeiro
cronista oficial do
reino.
A Crónica de D. João I
destaca a região de
Almada, em termos
militares e
geoestratégicos, como
sendo um espaço
privilegiado para a
protecção e defesa de
Lisboa, quando os
Almadenses decidiram
adoptar a causa da
revolução, em 1 de
Janeiro de 1384.
No que concerne à
toponímia local, a
crónica de Fernão Lopes
faz menção a alguns dos
mais antigos topónimos
do termo de Almada, tais
como Cacilhas, Margueira,
Meijão Frio (actualmente desconhecido), Barroca (actual
barroca ou escadinhas de
acesso à praia das lavadeiras no Ginjal) e Sovereda ( actual
Sobreda ).
Segundo a crónica, a "
Vila " de Almada
correspondia apenas ao
espaço do castelo ou da
fortificação,
destacando-se a torre
(junto a uma porta) e as
muralhas com uma ou duas
portas: a porta da vila
(orientada para o
povoado) e um postigo
(provavelmente
correspondente à porta
da traição). No
interior, existia nesta
época a igreja de Santa
Maria do Castelo e
outras casas. Fora do
recinto da fortaleza
localizava-se, a pouca
distância, a Igreja de
Santiago, talvez a mais
antiga sede de paróquia
e/ou freguesia de
Almada.
Séculos XVI - XVII
A Vila de Almada
tornou-se, com o
decorrer do tempo, o
espaço urbano de maior
grandeza no Termo,
funcionando como centro
administrativo, militar,
religioso e produtor de
bens e comércio, sendo
Cacilhas o principal
porto marítimo da
região, proporcionando o
fácil escoamento dos
produtos para Lisboa.
Com a reforma manuelina
do reino, incluindo a
vila de Almada, mediante
o Foral Novo de 1513,
ocorrem profundas
transformações
económicas, sociais e
políticas. As primeiras
referências da população
e das freguesias de
Almada começam a ser
registadas em documentos
cadastrais. O Termo de
Almada adquiriu uma
expressão significativa
aquando da expansão
marítima portuguesa,
sendo parte integrante
da zona de influência
económica de Lisboa, à
data um grande e
importante pólo de
consumo.
No século XVII, a vila e
termo de Almada detinha
uma massa populacional
de 2.500 habitantes,
aproximadamente. Durante
o período de domínio dos
Filipes ocorreram
diversos fluxos
migratórios provenientes
de várias regiões do
reino, com destaque para
a Estremadura, Beiras,
Entre Douro e Minho,
Alentejo e Algarve,
resultado da deslocação
populacional efectuada
de norte para sul do
país.
A já denominada " outra
banda " era profícua em
quintas agrícolas e de
veraneio na posse de
famílias fidalgas.
Almada Setecentista
As descrições
corográficas, impressas
e divulgadas na primeira
metade do século XVIII
contêm elementos de
enorme importância sobre
a geografia, a
população, a divisão
administrativa e
paroquial, o modelo de
governo civil da vila e
do seu termo,
destacando-se neste
contexto algumas obras
de vulto, como o
Dicionário Geográfico,
do Padre Luís Cardoso.
Em 1720, no reinado de
D. João V, a Academia
Real de História
procurou organizar e
elaborar uma história
eclesiástica e secular
do reino, suportada
pelas informações
solicitadas a todos os
párocos da Coroa;
infelizmente, o
terramoto de 1755 fez
desaparecer quase todas
as informações
recolhidas,
recuperando-se somente o
que já estava impresso,
o I e II tomos, que
reuniam as cidades,
vilas e outras povoações
cuja denominação ia de A
a C.
Três anos decorridos
após o terramoto, em
1758, a paróquia de
Sant?Iago tinha 1453
habitantes e a de Nossa
Senhora do Monte de
Caparica comportava
4.184.
As Reformas
Administrativas do
Século XIX
Em 1834 entra em vigor o
decreto de Mouzinho da
Silveira, promulgado
pelo governo liberal.
Este decreto extinguia
as antigas magistraturas
locais, instaurando um
modelo administrativo
profundamente
centralizado.
Em 1836, após a
revolução de Setembro,
publica-se o primeiro
Código Administrativo
com carácter de
descentralização, o que
criou um movimento
cíclico de
descentralização Vs
centralização, de acordo
com o rotativismo
partidário da monarquia
liberal.
É neste contexto de
reforma administrativa
que, em 1836, durante o
reinado de D. Maria II,
uma enorme fatia do
território de Almada é
desanexada à vila,
passando a ser parte
integrante do novo
concelho do Seixal. O
termo de Almada ficou
apenas com duas
freguesias: Santiago e
Nossa Senhora do Monte
de Caparica. O antigo e
vasto termo de 13.700
habitantes, composto por
oito freguesias (Nossa
Senhora da Assunção,
Santiago, Caparica,
Corroios, Amora,
Arrentela, Seixal e
Aldeia de Paio Pires)
foi pela primeira vez
dividido. O novo
concelho do Seixal era
composto pelas
freguesias de Seixal,
Arrentela, Paio Pires e
Amora, incluindo esta
última a antiga
freguesia de Corroios.
Em 1878 é efectuada uma
nova reforma
administrativa,
conhecida como o código
de Rodrigues Sampaio,
consagrando legalmente o
princípio da
descentralização,
reduzindo-se o número de
divisões administrativas
do país.
No seguimento da reforma
administrativa de 1878
permaneceram duas
freguesias: Almada (com
união de Santa Maria do
Castelo e a de Sant'Iago)
e Nossa Senhora do Monte
de Caparica.
Em 1896 é aprovado um
novo código
administrativo, desta
feita com linhas
claramente
centralizadoras, em que
os agentes da
administração central
tiveram uma posição
preponderante na
prossecução da
administração local.
Em 1898, Amora e
Corroios são desanexados
da área administrativa e
política do Concelho de
Almada.
Em termos económicos e
sociais, a paisagem
urbana e rural de Almada
foi alvo de um processo
gradal de modificações,
permitido pelo sistema
de posse e usufruto do
solo, reforçando as
condições de povoamento.
Para além da agricultura
e da pesca, o concelho
evidencia-se no processo
de industrialização
iniciado no século XIX,
nomeadamente na fiação e
tecelagem do Olho de
Boi, na cortiça da
Piedade, construção
naval em Cacilhas e na
moagem do Caramujo. O
processo de
industrialização e a
configuração geográfica
do concelho criaram as
condições óptimas para a
fixação de populações
provenientes de outras
áreas do país. É nesta
época que surgem as
Sociedades de Cultura e
Recreio, com uma forte
componente popular e
claramente influenciadas
pelas correntes liberais
existentes à data,
desenvolvendo
activamente a vida
sociocultural a partir
dos anos 40 do passado
século.
Dentro deste movimento
surgiram outras
associações populares
ligadas à cultura e ao
recreio, ao mutualismo,
ao cooperativismo e aos
interesses dos
trabalhadores.
Para além da vitória dos
liberais na Batalha da
Cova da Piedade/Cacilhas
contra os miguelistas
(23 de Julho de 1833), é
de assinalar a
antecipada proclamação
da República em Almada,
a 4 de Outubro de 1910.
Desanexação de Almada do
Distrito de Lisboa
Com o advento da
ditadura militar, em
Maio de 1926, as
vereações das câmaras
municipais são
substituídas por
comissões
administrativas.
Em 22 de Outubro de
1926, o decreto nº
12.870 desanexa Almada e
outros concelhos
ribeirinhos da margem
sul do Tejo do Distrito
de Lisboa, anexando-os
ao recente distrito de
Setúbal, reforçando a
utópica fronteira
natural do Tejo.
Em 1920 são criadas duas
novas freguesias: Cova
da Piedade (Desanexada
à freguesia de Almada) e
Trafaria (desanexada à
freguesia do Monte de
Caparica), sendo
posteriormente criada a
freguesia da Costa de
Caparica (desanexada da
freguesia do Monte de
Caparica e, mais tarde,
da Trafaria).
A evolução da população
residente em cada
freguesia foi variável,
resultado das condições
e da capacidade de
atracção respectiva. Até
aos finais da década de
quarenta, alguns locais
inseriam-se claramente
numa óptica industrial,
alicerçada pela
implantação da Companhia
Portuguesa de Pesca no
Olho de Boi (1920) e
pelo Arsenal do Alfeite
(1939). Contudo, o fim
da 2ª Guerra Mundial
trouxe consigo o
declínio da indústria
corticeira, bastante
dependente da
exportação.
Durante cerca de três
décadas, desde o final
dos anos quarenta até ao
início dos anos setenta,
o concelho de Almada foi
alvo de um enorme fluxo
migratório que esteve na
base da explosão
demográfica verificada,
daí advindo uma
população heterogénea,
de características muito
diferenciadas. Esta
heterogeneidade, que se
reflectia principalmente
na procura de habitação
e de emprego, esteve na
base da
descaracterização e do
crescimento da mancha
urbana.
O desenvolvimento
demográfico e
urbanístico verificado,
as vias de comunicação,
a distribuição
domiciliária de água e
energia eléctrica, a
rede de saneamento, o
forte crescimento
industrial e comercial,
o crescimento e reforço
do sector terciário, o
notável movimento
associativista e os
diversos serviços de
carácter social,
educacional e cultural
enquadravam-se numa
perspectiva de cidade e
não de vila, dadas as
elevadas dimensões dos
factores em causa e as
potencialidades
inerentes. Nesta medida,
Almada foi elevada a
cidade através do
Decreto-Lei nº 308/73,
de 16 de Junho,
publicado no Diário do
governo de 21 de Junho
de 1973.
Contudo, o referido
decreto-lei não definiu
com precisão as áreas ou
os limites do território
da nova cidade, ao
contrário do que foi
reivindicado pelo Dr.
Serafim de Jesus da
Silveira Júnior,
Presidente da Câmara
Municipal de Almada à
data. Na verdade, o
mencionado decreto-lei
não parecia fazer
qualquer menção à área
da freguesia da Cova da
Piedade nem aos lugares
de Cacilhas e Pragal.
Apesar desta indefinição
administrativa, a
autarquia tem
considerado, desde a
década de oitenta, o
espaço da cidade como a
totalidade da antiga
vila ligada à malha
urbana formada pela Cova
da Piedade e pelas
recentes freguesias de
Cacilhas, Pragal,
Laranjeiro e Feijó.
A presença de Almada nos
grandes momentos
históricos da história
de Portugal é uma
constante, donde se
destacam os inúmeros
cidadãos, factos e
instituições que
contribuíram para a
história e o
desenvolvimento desta
povoação desses tempos
imemoriais.
Barreiro – (Concelho
do Distrito de Setúbal)

Vila de remota
fundação, crê-se que por
pescadores algarvios. A
povoação foi elevada a
vila em 1521. O grande
desenvolvimento do
Barreiro principiou em
1861, quando arrancou a
exploração das linhas
férreas até Vendas Novas
e Setúbal. Mas a
profunda alteração da
fisionomia tradicional
desta área, deu-se no
início do século XX,
quando aqui começaram a
estabelecer importantes
fábricas transformando a
vila no maior centro
industrial do País.
Recuando no tempo,
coube à Ordem de Sant’Iago
da Espada importantes
papel, uma vez que a
paróquia de Santa Cruz
do Barreiro, fundada
entre os séculos Xll e
XlV, possuía prior e
beneficiados que eram
freires daquela Ordem.
Até ao século XVl, em
que surge ligado à Casa
dos Duques de Aveiro, o
Barreiro não atinge a
notoriedade da vizinha
Palhais. Por seu turno,
Coina, a Aquabona dos
romanos, pelo seu papel
nas ligações entre
Lisboa e o sul do País,
é outro dos lugares que
um mapa quinhentista da
região regista com
destaque. Na época dos
Descobrimentos o
território do actual
concelho era um dos mais
importantes pontos de
apoio da infraestrutura
industrial que suportava
a empresa marítima.
Origem do nome:
«José Augusto Pimenta
em Memória Histórica e
Descritiva da Vila do
Barreiro – Lisboa 1886»:
“Na margem esquerda do
Tejo, a nove quilómetros
aproximadamente ao sul
de Lisboa, numa bem
situada planície,
saudável e lavada pelo
norte, fica colocada a
importante do Barreiro.
Não podemos determinar
precisamente a data da
sua fundação, mas o que
se nos afigura fora de
toda a dúvida é que este
sítio começou a ser
povoado por pescadores
do Algarve que, atraídos
pela grande abundância
de peixe e marisco das
águas do Tejo, bem como
o excelente mercado que
lhes fornecia a cidade
de Lisboa, vieram pouco
a pouco, desde muitos
séculos, emigrando para
estas paragens, onde se
foram estabelecendo,
como actualmente sucede
com o portinho
d’Arrábida e tantos
outros pontos da nossa
costa.
O modo de falar, bem
como a acentuação de voz
dos habitantes do
Barreiro, tão diferente
do das outras povoações
limítrofes, ainda as
mais próximas têm grande
semelhança com o dos
povos do Algarve, bem
como, se nota ainda, uma
certa semelhança de
costumes.
É tradição que estes
pescadores exerciam de
preferência, a sua
profissão nas águas da
barra de Lisboa, e que
por este motivo eram
conhecidos pelo nome de
“barreiros”, e que daí
veio o de Barreiro, para
o local onde eles se
recolhiam”.
«Xavier Fernandes em
Topónimos e Gentílicos
(1944)»: “Horácio F.
Alves na sua monografia
A Vila do Barreiro,
publicado em 1940, segue
por outro caminho. Para
este autor, o vocábulo
relaciona-se, não com
barra, mas com barro.
Note-se, porém, que
este barro não significa
argila, mas tem o antigo
sentido, já registado no
Elucidário, de Viterbo,
de lugar pequeno, casa
de campo, casal,
abogoaria, quinta ou
aldeia. Segundo o mesmo
autor, veio do latim
Barrium ou Varrium.
Barrarios, Barrairos ou
Barreiros era moradores
desses lugares pequenos,
como se pode verificar
em muito forais e
noutros documentos
antigos. De barro –
designação tão comum,
pelo menos, na época
luso-visigótica e nos
períodos da nossa
nacionalidade – e cada
um de tantíssimos
topónimos com a mesma
raiz vais apenas um
curto passo, que se
reduz a simples
acrescentamento dum
sufixo na maior parte
das vezes …”.
Barreiro
http://www.cm-barreiro.pt
Povoado Neolítico da
Ponta da Passadeira
Localizado no cordão
dunar da Ponta da
Passadeira, trata-se de
um povoado que teve
ocupação humana há cerca
de 5 mil anos, embora
tenham sido encontrados
elementos materiais do
Paleolítico com cerca de
três dezenas de milhar
de anos.
A população neolítica da
Ponta da Passadeira
explorava os recursos
naturais como a pesca e
praticava a agricultura,
como demonstram os
artefactos encontrados:
mós manuais, machados e
enxós em pedra polida.
Porém, a actividade mais
importante desta
população era a olaria.
Foram escavadas
numerosas estruturas de
combustão (fornos), para
produção de peças
cerâmicas.
Os vestígios desta
actividade oleira ainda
são visíveis e
encontram-se milhares de
pequenos fragmentos
cerâmicos em toda a
extensão da Praia do
Lavradio.
Alguns recipientes foram
reconstituídos e
encontram-se expostos
nas Reservas
Museológicas da CMB, na
Quimiparque e no Museu
de Arqueologia e
Etnografia de Setúbal.
Barreiro
http://clientes.netvisao.pt/
O registo do Barreiro
surge no contexto da
Baixa Idade Média, em
documentos da Ordem de
Santiago que estabelecem
uma relação entre o
lugar com a existência
de marinhas de sal, que
datam, pelo menos, de
1322.
O lugar era integrado no
antigo Concelho de RIBA
TEJO, que era um
território da Margem Sul
do Tejo, que entre os
séculos XIII/XV
abrangia a região entre
a Ribeira das enguias
(hoje Alcochete) e a
Ribeira de Coina, tendo
desenvolvido uma
estrutura de povoamento
a partir das Quintãs ou
casais.
Era uma povoação
vocacionada para
actividade como a pesca,
a salicultura, a moagem,
o cultivo da vinha e o
abate de lenha.
Existem até hoje vários
moinhos de água, em
diversos pontos do
Concelho, nomeadamente,
Alburrica.
Em 16 de Janeiro de 1512
D. Manuel I outorga
Carta de Foral ao lugar
que então se chamava
Vila Nova do Barreiro.
Data de 1629 a primeira
Corporação profissional
no Barreiro, a qual
tinha o seu lugar de
culto na Capela dos
Homens do Mar, e possuía
para os seus membros um
médico e uma Botica
própria e os seus
confrades eram homens do
mar, mareantes e
pescadores. Os
pescadores utilizavam na
sua faina barcos como a
muleta.
A partir de 1861, por
razões que se prendiam
com a proximidade a
Lisboa e a excelente
navegabilidade do Rio
Coina, o Barreiro
começou a perder as suas
características
piscatórias iniciando-se
a instalação do eixo
central das comunicações
ferroviárias entre o
Norte e o Sul,
criando-se aqui o
primeiro núcleo de
transportes ferroviários
ao Sul do Tejo, que em
1875 está na origem da
instalação das primeiras
fábricas de cortiça e em
1907 impulsiona a
instalação do grande
complexo fabril da CUF.
À volta do núcleo
central das fábricas,
vão surgindo novos
bairros onde se alojavam
os numerosos grupos de
famílias que aqui
procuravam emprego
vindos sobretudo do
Alentejo e do Algarve.
O desenvolvimento da
Vila passa pela criação
de associações culturais
e recreativas, sendo a
mais antiga a
Philarmónica
Barreirense, fundada em
1848, que em 1870 dá
origem a duas novas
entidades que são a
Sociedade de Instrução e
Recreio Barreirense "Os
Penicheiros" e a
Sociedade Democrática de
União Barreirense "Os
Franceses".
No início do século XX
existem já na Vila
várias associações
políticas e de carácter
cívico, tal como as
"Associações de Classe
dos Corticeiros, dos
Ferroviários,
Cooperativas,
associações humanitárias
como os Bombeiros
Voluntários do Sul e
Sueste, o Instituto dos
Ferroviários, clubes
desportivos,
etc...etc....
Actualmente, o Barreiro,
que é já cidade desde
1985, tem cerca de 100
mil habitantes, e perdeu
muitas das suas
características
operárias com o
encerramento da maioria
das indústrias que
funcionavam no complexo
CUF, hoje pertencente à
QUIMIGAL EP.
A cidade tem actualmente
8 Freguesias, 30
estabelecimentos de
ensino desde Escolas do
1ºCiclo ao ensino
superior bem como uma
escola de formação
profissional. Possui
vários estabelecimentos
de ensino particular e
cooperativo, bem como
uma escola de música.
Possui uma Biblioteca
Municipal com dois pólos
em duas freguesias
diferentes, uma Galeria
Municipal de Arte e um
Convento da Madre Deus
da Verderena.
Possui uma sala de
teatro municipal e
funcionam em diversos
locais alguns grupos de
Teatro amador.
As estruturas de saúde
existentes, incluem o
Hospital Nossa Senhora
do Rosário, que é
Distrital e uma
Misericórdia que mantém
em funcionamento um lar
de terceira idade.
Existem no Barreiro duas
salas de cinema e um
cine clube.
O Barreiro é hoje um
Concelho integrado na
área Metropolitana de
Lisboa, tem 32 km2 de
área geográfica.
A cidade é banhada pelo
Rio Tejo, Possui um
importante terminal
fluvial, ferro,
rodoviário, estando
distante de Lisboa cerca
de 40 Km podendo a
travessia do Rio ser
feita pela Ponte 25 de
Abril ou pela Vasco da
Gama. Está igualmente
distante de Setúbal,
Distrito do qual faz
parte, cerca de 35 Km,
com vários acessos,
nomeadamente pela A2.
Grândola – (Concelho
do Distrito de Setúbal)

Origem do nome:
«Abade de Miragaia em
Tentativa
Etimológica-Toponímica
(1917)»: “Pode vir do
baixo latim granatula,
como Granatula, povoação
de Espanha, diminutivo
do latim granatus, a, um
abundante em grãos de
cereais, como trigo,
centeio, cevada, milho,
etc. Neste caso, a
etimologia seria a mesma
de Granada, povoação
nossa, e de Granada,
cidade de Espanha.
Também pode vir do latim
glândula, pequena bolota
ou glande, diminutivo de
glans, galdis (lande).
Podia também Grandóla
vir directamente do
português popular
Grandóóla”.
«Xavier Fernandes em
Topónimos e Gentílicos
(1944)»: “Afirma ter
começado pelo chamado
Lugar de Grândola,
tirado do nome da serra
vizinha. Consideramos
obscura a origem do
vocábulo, a não ser que
possamos relacioná-lo
com o adjectivo grande,
conforme alguém já
alvitrou, o que, por
relacioná-lo, o que,
enquanto, apenas com
reservas se poderá
aceitar”.
«Prof. João Diogo
Correia na Revista de
Portugal (Língua
Portuguesa) 1958»:
“Pinho Leal, supõe que
Grândola provém de
gandra, contracção de
gândara, pois outra
coisa não era, no século
XVl, aquele sítio, senão
uma cerrada e medonha
gândara.
Também Leite de
Vasconcelos propôs um
étimo errado, segundo
ele próprio confessa na
pág. 290 do 2º volume
dos Opúsculos, mas
honestamente corrigiu o
erro, logo que Joaquim
da Silveira lhe lembrou
a proveniência do nome -
simples representante da
homónima vila italiana
da província do Como
(Lombardia)Grândola foi,
pois, fundada por gente
estranha, assim como A
dos Frangos, Póvoa dos
Galegos, Córdova, Pavia,
Sevilha, Sabóia, Roma e
muitas outras povoações
portuguesas”.
Grândola
http://www.cm-grandola.pt
A ocupação humana em
Grândola data de épocas
bastante recuadas,
estando identificadas no
Concelho cerca de 40
estações arqueológicas,
abarcando quase todos os
períodos da história,
desde o Neolítico ao
Período Romano.
Da Época Romana foram
escavadas umas termas ou
balneários romanos na
vila de Grândola e
identificada uma
barragem da mesma época,
a 2 km desta Vila.
Do mesmo período, há a
considerar as ruínas do
que foi um dos maiores
conjuntos industriais do
Mediterrâneo Ocidental -
o centro conserveiro de
salga de peixe de Tróia.
Construído nos inícios
do Séc. I d.C.,
manteve-se em plena
actividade até ao Séc.
VI/VII da nossa era.
Integrada na Ordem
Militar de Santiago,
Grândola foi uma comenda
normalmente organizada,
com uma população
distribuída por vários
núcleos, a ocupar quase
toda a extensão
territorial.
Embora ainda não se
conheçam muitas
referências medievais
para a população de
Grândola, sabemos que,
em 1492, a aldeia de
Grândola teria à volta
de 135 pessoas e a
Comenda, no seu
conjunto, 810 habitantes
distribuídos por cerca
de 180 fogos. Em 1527,
conforme se pode
verificar pelo Cadastro
da População do Reino, a
Comenda de Grândola
possuía 245 fogos e 1103
habitantes.
A dependência que tinha
em relação a Alcácer do
Sal levou a que os
moradores pedissem a D.
João III Carta de Foral
de Vila, que lhe veio a
ser concedida em 22 de
Outubro de 1544.
Com a passagem de
aldeia a vila, e em
virtude de uma
delimitação geográfica
aquando da criação da
Comenda, ficou o novo
Concelho com uma área
territorial que
abrangia, além da
freguesia de Grândola,
as freguesias de
Azinheira dos Bairros,
S. Mamede do Sadão e
Santa Margarida da
Serra.
No que se refere à sua
organização
político-administrativa,
dependia da Comarca de
Setúbal e tinha alcaide
pequeno, procurador,
dois juízes ordinários,
três vereadores, dois
almotacés e alguns
quadrilheiros.
A população dedicava-se
à agricultura e à
pecuária, sendo de
referir, como
actividades económicas
importantes, a moagem -
efectuada em cerca de 12
azenhas e moinhos - a
produção do vinho, a
olaria, a tecelagem e a
caça.
Desta época restam
alguns testemunhos:
edifícios, brazões e o
próprio arquivo
histórico da Câmara
Municipal, que
constituem registos
inestimáveis para o
estudo e compreensão dos
últimos séculos da
história e evolução do
Concelho.
Em 1679 fundou-se em
Grândola um Celeiro
Comum para fazer
empréstimos de trigo a
lavradores pobres,
passando a Celeiro
Municipal aquando da
implantação da
República.
Em 1727 fundou-se o
Hospício de Nossa
Senhora dos Anjos para
os Agostinhos Descalços.
A paróquia foi
primeiramente um
priorado - com um prior
e dois beneficiados,
todos frades de Santiago
e providos pelo
respectivo Mestre desta
Ordem. Mais tarde, essa
apresentação e provisão
passaram a pertencer ao
arcebispo de Évora.
O Séc. XIX, em Grândola,
é uma época de franco
progresso. Em 1890
foi-lhe concedida uma
série de benefícios
tendo-se tornado
comarca. Em finais do
século passado, em
virtude de uma nova
delimitação
administrativa
territorial, passou a
integrar a freguesia de
Melides, que abrangia os
territórios de Melides,
Carvalhal e Tróia.
Economicamente,
prevaleceu a agricultura
e, a par desta
actividade, surgem
pequenas unidades
transformadores de
cortiça.
A evolução económica e
demográfica concelhia
pautou-se por um
crescimento, desde 1864
até 1950, ainda que de
forma diferenciada.
Até ao início do Séc. XX
houve um crescimento
ténue, baseando-se
essencialmente na
proliferação de pequenas
indústrias de
transformação da
cortiça, situadas na sua
maioria na vila de
Grândola.
A par disto dá-se início
a um franco
desenvolvimento
económico noutras zonas
do Concelho, com o
surgimento da exploração
mineira em Canal Caveira
(l863) e Lousal (1900),
mobilizando assim
bastante mão-de-obra
para essa actividade.
Na primeira década deste
século nota-se um
crescimento mais
acelerado, com o
aparecimento de novas
vias de comunicação,
dando-se maior destaque
ao surgimento do combóio
em 1926.
A partir desta data o
Concelho de Grândola
conseguiu assegurar uma
melhor distribuição e
circulação, tanto de
pessoas, como dos bens
económicos produzidos em
todo o Concelho.
Nos anos 30 houve um
novo e evidente impulso,
tanto demográfico como
económico. Este impulso
evidencia a época da
campanha do trigo que
decorre integrada na
política ruralista e
agrícola do Estado Novo.
Assim, surge-nos o
Alentejo, no qual se
incluiu concelho de
Grândola, como terreno
apto para a produção de
cereais - daí passar a
ser denominado como o
"Celeiro de Portugal".
Em conjunto, surge uma
nova cultura - o arroz -
que se implantou mais na
zona do Carvalhal devido
às suas aptidões de
terrenos de regadio.
Esta nova fase originou,
na zona em questão, uma
fixação populacional de
pessoas vindas de várias
partes de Portugal.
Este facto, aliado às
políticas implementadas
a partir dos finais do
Séc. XIX com o objectivo
de incentivar a fixação
da população agrícola no
Alentejo, permitiu que,
até finais da década de
40, a população do
Concelho aumentasse,
atingindo nessa data o
maior quantitativo
populacional até hoje
observado (21.375
habitantes, em 1950).
A partir de 1950
iniciou-se um processo
de esvaziamento
populacional do
Concelho. O fortíssimo
êxodo rural verificado
neste período,
predominantemente em
direcção à Península de
Setúbal e a Lisboa, está
bem patente nos valores
do saldo migratório que
se verificam nos
primeiros cinco anos da
década.
Os fenómenos
emigratórios encontraram
a sua origem na profunda
estagnação económica do
Concelho, resultante da
depressão na agricultura
e da ausência de
qualquer processo de
industrialização no
Concelho desde os anos
40.
Apenas na década de 70
existe um
restabelecimento de um
certo nível de vida e,
com ele, o
desenvolvimento de
vários actividades
económicas tanto no
sector primário como no
terciário - comércio e
serviços.
Com o surgimento do
Poder Local Democrático
o concelho de Grândola
tem vindo, nas décadas
de 80 e 90, a dotar-se
de todas as
infra-estruturas básicas
e equipamentos
necessários para o bem
estar e qualidade de
vida da População.
Chegados ao final do
século XX, o Concelho
está dotado, ou em vias
disso, de todos os
instrumentos de
planeamento e
ordenamento que auguram
para o início do século
XXI um novo salto em
frente na via do
desenvolvimento
sustentado.
Grândola
http://pontaldecacilhas.blogspot.com
Não se sabe ao certo
quando é que em Grândola
datou a primeira
ocupação humana, embora
cerca de 40 estações
arqueológicas do
concelho testemunhem que
tenha sido em tempos
remotos.
Vestígios encontrados em
Melides atestam
actividade local durante
o período do Bronze e no
Lousal, durante o
Megalítico.
Os romanos também
deixaram as suas marcas:
no perímetro da vila
foram descobertas termas
dessa época e a 2
quilómetros encontrada
uma barragem.
Na zona de Tróia,
existem as ruínas do que
foi outrora um dos
maiores centros
conserveiros de salga de
peixe.
Grândola medieval é um
tema muito pouco
conhecido, mas sabe-se
que estava integrada na
Ordem Militar de
Santiago e que por volta
de 1492 teria, em toda a
extensão do seu
território, cerca de 800
habitantes.
É também certa a
dependência que a região
teria em relação a
Alcácer do Sal, até ao
ano de 1544, quando D.
João III concedeu Carta
de Foral.
Na mesma época, Grândola
tornou-se vila e
passaram a integrar a
região, além da
freguesia de Grândola,
as freguesias de
Azinheira dos Barros, S.
Mamede do Sadão e Santa
Margarida da Serra.
As actividades
económicas mais
importantes da população
eram a agricultura e a
pecuária, e as
actividades subsidiárias
como a moagem, a
produção de vinho, a
olaria, a tecelagem e a
caça.
Em 1890, Grândola
tornou-se comarca e
foi-lhe atribuída a
freguesia de Melides,
que integrava também no
seu território Carvalhal
e Tróia, registando
assim uma nova
delimitação territorial
e administrativa.
Em termos económicos, a
agricultura conseguiu
prevalecer mas outras
actividades marcavam
presença, tais como as
indústrias de cortiça e
a exploração mineira em
Canal Caveira (1863) e
Lousal (1900).
Estes factores foram os
causadores do grande
crescimento económico e
demográfico que se
registou no concelho na
transição do século
XVIII para o século XIX,
prolongando-se até
meados do século XX.
Região de Setubal Online
Catarina Eufémia –
Resistente anti-Fascita
http://ogintonico.weblog.com.pt/
Catarina Eufémia
Baleizão, mãe de 3
filhos, analfabeta como
a maioria das mulheres
trabalhadoras de então,
assalariada rural do
Alentejo latifundiário
de trabalho sazonal, é
assassinada a tiro a 19
de Maio de 1954 na
aldeia de Baleizão, na
sequência de uma greve
dos trabalhadores
agrícolas que, de entre
outras reivindicações,
exigiam um aumento da
"jorna" das mulheres na
campanha da ceifa.
Catarina Eufémia tinha
29 anos, transportava ao
colo o seu filho de oito
meses e, diz-se, estava
grávida.
Logo em Maio de 1974, um
dos médicos autopsiantes
à data da sua morte,
Henriques Fernandes,
revelou que Catarina não
estava grávida e que
Catarina tinha sido
abatida à queima-roupa
pelas costas (diz-se que
quando estava caída no
chão com o seu filho).
Mais oito mulheres e
três homens foram presos
neste processo e levados
a julgamento, acusados
de terem perturbado o
trabalho de outros
trabalhadores e de
desobediência à GNR.
Quatro foram absolvidos,
os restantes levaram
pena suspensa, mas todos
eles ficaram de prisão
preventiva até à
realização do julgamento
duas semanas depois.
Discutir se Catarina
Eufémia era uma
camponesa pobre,
analfabeta e sem
consciência política e
social, ou se era
militante de qualquer
dos partidos que
insistem em a
reivindicar, é um
verdadeiro absurdo.
Catarina simboliza não
só a heroicidade de um
povo que luta contra as
difíceis condições de
vida debaixo de uma
ditadura fascista, mas
também é o rosto
simbólico da
participação activa das
mulheres nesta luta.
Como qualquer figura
simbólica com
trajectória semelhante,
a (re)construção da sua
imagem é retocada e
fabulizada, mas tentar
denegri-la ou
menosprezar o seu valor
simbólico é, no mínimo,
um insulto a todos os
que lutaram contra o
fascismo.
Catarina Eufémia ficará,
para os que de nós sabem
o que é viver dob uma
ditadura fascista, e em
particular para as
mulheres, como um
símbolo da revolta de um
povo contra essa
opressão. Como um
símbolo de cidadania, de
luta pela liberdade ...
Publicado por
agineotonico às maio 20,
2004 05:36 PM
Grândola
- Vila
Morena
(Zeca
Afonso)
Grândola,
vila
morena
Grândola,
vila
morena
Terra da
fraternidade
O povo é
quem
mais
ordena
Dentro
de ti, ó
cidade
Dentro
de ti, ó
cidade
O povo é
quem
mais
ordena
Terra da
fraternidade
Grândola,
vila
morena
Em cada
esquina
um amigo
Em cada
rosto
igualdade
Grândola,
vila
morena
Terra da
fraternidade
Terra da
fraternidade
Grândola,
vila
morena
Em cada
rosto
igualdade
O povo é
quem
mais
ordena
À sombra
duma
azinheira
Que já
não
sabia a
idade
Jurei
ter por
companheira
Grândola
a tua
vontade
Grândola
a tua
vontade
Jurei
ter por
companheira
À sombra
duma
azinheira
Que já
não
sabia a
idade.
|
Moita – (Concelho do
Distrito de Setúbal)

Origem do nome:
«Xavier Fernandes em
Topónimos e Gentílicos
(1944)»: “A antiga Moita
do Ribatejo já no século
XVll era concelho,
extinto mais tarde e
restaurado em 1898, para
ser incorporado no
recente distrito de
Setúbal, como se chama
actualmente. A
denominação de vila
ribeirinha deve provir
do mesmo nome comum
moita, vocábulo de
origem latina, de
sentido vegetal e de que
existe a variante Mouta,
forma menos usada”
Moita
http://www.eb1-brejos-moita.rcts.pt
O CONCELHO DA MOITA
Localização Geográfica
O concelho da
Moita ocupa uma área de
cerca de 55Km2, na qual
se incluem 1100 hectares
do domínio público
marítimo e uma vasta
frente ribeirinha com
mais de 20Km de
extensão. É marginado a
norte pelo Rio Tejo e
limitado
administrativamente
pelos concelhos do
Montijo, Palmela e
Barreiro. Encontra-se
dividido em seis
freguesias: Moita, Alhos
Vedros, Baixa da
Banheira, Vale da
Amoreira, Sarilhos
Pequenos e Gaio -
Rosário.
A vila da Moita
fica situada num esteiro
do Rio Tejo. O rio
marcou profundamente a
vida da população desta
localidade e foi durante
muitos anos, até à
construção da ponte 25
de Abril, o meio de
comunicação mais fácil
para o transporte de
produtos agrícolas da
região para a capital.
Os seus
habitantes eram
simultaneamente
agricultores e
pescadores. O rio era o
seu meio de subsistência
e a via fluvial o único
meio de combater o
isolamento em relação
aos grandes centros
urbanos.
O progresso da
rede viária veio
modificar os hábitos da
população ribeirinha
desta vila. No entanto,
verificam-se ainda
dificuldades a nível das
acessibilidades, pois os
transportes públicos são
escassos.
Caracterização Histórica
Perfil Económico
O Concelho da
Moita situa-se na margem
sul do Estuário do Tejo
e, pelos registos que
existem, teve a sua
origem na povoação de
Alhos Vedros, que nos
séculos XII / XIII já
fazia parte da antiga
Comarca de Setúbal..
Foram as
actividades ligadas ao
rio que estiveram na
origem dos primitivos
núcleos ribeirinhos que
se fixaram no território
que forma hoje este
concelho.
A partir do
século XIII, as pessoas
desta região
dedicaram-se à recolha
de lenha, à extracção de
sal, à agricultura, ao
fabrico de cal e vidro,
à moagem de cereais em
moinhos de maré e de
vento, sobretudo, à
construção naval e ao
transporte de produtos e
pessoas entre esta
margem e a cidade de
Lisboa. Para responder a
estas necessidades
construíram-se barcos de
diferentes
características e vários
tamanhos, dos quais se
destacam os botes, as
faluas, os varinos e as
fragatas.
Com a construção
do Caminho de Ferro
nesta região, no final
do século XIX, início do
século XX, que veio
ligar esta zona ao
Alentejo, instalam-se
neste concelho,
sobretudo em Alhos
Vedros, indústrias
corticeiras e no
Barreiro uma indústria
química de grandes
dimensões; conduzindo a
um declínio da
actividade económica
tradicional, que até
essa data se mantivera
próspera, ao mesmo tempo
que atraía para a região
novos habitantes.
Actualmente, a
indústria corticeira e
as fábricas de
confecções, que
posteriormente se
instalaram, concentram
alguns dos postos de
trabalho existentes no
concelho, registando-se
um declínio neste
sector, ao mesmo tempo
que se foram formando
grandes áreas
residenciais, de forte
densidade. A população
residente é de cerca de
75000 habitantes,
deslocando-se a maior
parte da população
activa para os concelhos
limítrofes e margem
norte do Tejo.
A zona em que as
escolas estão inseridas
tem mantido alguns
traços de ruralidade,
apresentando também
algumas características
de meio suburbano, onde
predominam as pequenas
explorações agrícolas e
agro-pecuárias.
Culturalmente
as gentes dos Brejos têm
as suas origens nos
“caramelos” –
trabalhadores rurais
oriundos da região do
Caramulo (Beira
Litoral).
Os primeiros
“caramelos” eram
trabalhadores sazonais e
como tal eram chamados
“caramelos de ir e vir”.
Mais tarde fixaram-se na
zona e passaram a ser
conhecidos como
“caramelos de ficar”.
Os “caramelos”
eram devotos de Santa
Conicha ou Santa Conga e
de Santo Carário ou
Eucarário, mas devido ao
facto de as populações
vizinhas de Alhos Vedros
e Moita troçarem dos
nomes dos seus santos,
acabaram por adoptar
como sua padroeira Nossa
Senhora da Atalainha,
por causa de sua grande
devoção a Nossa Senhora
da Atalaia (Montijo).
A diminuição do
sector primário deve-se
ao facto de Ter havido
uma grande transferência
de população activa dos
campos para a indústria,
que se concentrou nos
concelhos limítrofes de
Palmela e Barreiro e no
concelho de Setúbal.
A
industrialização destas
zonas iniciou-se nos
anos quarenta, tendo o
seu apogeu nas décadas
de setenta e oitenta
devido ao aumento da
indústria naval.
Com a década de
noventa e consequente
aumento do sector
público, desenvolve-se o
sector terciário.
As expectativas
geradas pelo anúncio de
grandes projectos como o
Aeroporto de Rio Frio e
a Ponte Vasco da Gama,
implicaram uma
valorização enorme dos
terrenos, dando origem a
grandes opções
fundiárias por parte das
empresas imobiliárias.
A crise
económica dos finais dos
anos oitenta e início
dos anos noventa
provocou uma
transformação em alguns
sectores industriais,
com a queda da indústria
naval, da transformação
da cortiça e
aparecimento de novas
fábricas de indústria
têxtil e aumento da
construção civil.
Actualmente a
população dos Brejos é
maioritariamente
constituída por pessoas
de meia idade, com baixo
nível de escolaridade,
que se dedicam
principalmente à
agricultura de
subsistência e
abastecimento dos
mercados vizinhos.
Moita
http://pontaldecacilhas.blogspot.com
Vestígios arqueológicos
descobertos na jazida do
Gaio, atestam a possível
existência de um povoado
neolítico, com cerca de
6 mil anos, cuja
sobrevivência estaria
baseada na pesca e
recolecção de moluscos.
Sobre os povos que
eventualmente tenham
ocupado esta zona, antes
de ser constituída a
nacionalidade
portuguesa, não há
sinais.
Sabe-se que a região era
composta por sapais,
matos, charnecas e
pinhas e que estava sob
a tutela da Ordem
Militar de Santiago.
No século XIII, foi esta
entidade que criou o
concelho do Ribatejo,
cujo território
englobava a região entre
o rio Coina e a Ribeira
das Enguias.
Há já referência à
povoação de Alhos Vedros,
mas não à da Moita, o
que leva a supor a sua
inexistência neste
período.No início do
século XVI, com a
extinção do concelho do
Ribatejo, a região de
Alhos Vedros passa a
contar com uma freguesia
de seu nome Moita, cuja
fundação crê-se datada
da segunda metade do
século XIV.
Os seus primeiros
habitantes terão sido
salineiros e lenhadores,
aí estabelecidos devido
à exploração do sal e
dos recursos florestais.
Em 1514, D. Manuel passa
carta de foral ao
povoado da Moita.O
domínio Filipino trouxe
a esta zona, um período
de crescimento, passando
a ser um importante
ponto de passagem entre
o sul do país, Castela e
Lisboa.
No início da década de
90 do século XVII, Moita
eleva-se a vila, pela
mão de D. Pedro II e é
criado o concelho,
devido à sua intensa
actividade fluvial e
consequente
desenvolvimento
económico.
No ano de 1855 o
concelho da Moita é
extinto e depois
restaurado novamente e
seis anos depois passa a
abranger a antiga vila
de Alhos Vedros.
Em 1895 é novamente
extinto, mas em 1898 foi
definitivamente
restaurado.
Nesta época, já o
sistema económico
tradicional estava em
fase de declínio, bem
como os transportes
fluviais, a cultura da
vinha e a exploração
salineira.
Apesar de, no início do
século XX, o concelho da
Moita ainda apresentar
um cariz rural e
marítimo, foi a partir
dos anos 60 que assume
um grande crescimento
urbano e económico,
perdendo a zona
ribeirinha e apostando
na indústria e nos
transportes terrestres.
Nos dias de hoje, o
concelho da Moita assume
um crescimento urbano
moderado, sendo que a
maioria da sua população
residente trabalha fora
do concelho,
nomeadamente em Lisboa,
Almada, Barreiro e
Setúbal.
Montijo – (Concelho
do Distrito de Setúbal)

Primitivamente
denominada Aldeia Galega
do Ribatejo, tomou o
nome actual por decreto
de 6 de Junho de 1930.
Foi couto da Ordem de
Cristo de 1186, por
doação de D. Sancho l,
doação que incluía o
Castelo de Palmela e o
território entre os rios
Tejo e Sado. Em 1514, D.
Manuel l outorgou-lhe
foral novo. No reinado
de D. João lll, em 1533,
foi escolhida pelo
correio-mor Luís Afonso
para sede no sul do
mesmo correio.
Quando, em 1 de
Dezembro de 1640, foi
aclamado rei de
Portugal, D. João lV
reuniu o seu primeiro
concelho régio em Aldeia
Galega, ao parar nesta
vila durante o percurso
de Vila Viçosa para
Lisboa.
A tradição diz que
foi uma mulher chamada
Alda quem deu origem à
povoação. O padre
Carvalho da Costa, no
início do século XVlll,
explica que este lugar
“tomou o nome de uma
mulher chamada Alda, a
Galega, por ser oriunda
das partes da Galiza, a
qual tinha uma venda
junto ao porto, aonde
hoje é a vila, na qual o
concurso de gentes do
Alentejo, que ainda era
ténue, descansava; e,
como os passageiros
apelidaram termo à sua
jornada, o impunham para
esta parte até Alda, a
Galega, dando o único
vocábulo ficou
Aldegalega”. Apesar de
ser uma lenda curiosa,
não é aceite para
explicar a origem de
Aldeia Galega, que é uma
povoação muito antiga.
Origem do nome:
«Xavier Fernandes em
Topónimos e Gentílicos
(1944)»: - Nome
moderníssimo, que data
de 1930, como que foi
crismada a Aldeia Galega
do Ribatejo.
É de crer que o
topónimo seja simples
aproveitamento do mesmo
nome comum, Montijo mais
o sufixo exótico – ijo,
e que significa
simplesmente “montículo
ou pequeno monte em
forma mais ou menos
cónica”.
«Rui de Mendonça em
Estudo
Histórico-Monográfico,
Social e Económico da
Vila de Montijo - 1956»:
“ Acerca do nome de
Montijo, escolhido
finalmente para
denominar a vila, pouco
há a dizer. A península
de Montijo, a ilha do
Montijo e o Rio Montijo,
estão intimamente
ligados e fazem parte
dum conjunto geodésico
formativo desta região.
Montijo segundo os
Estudiosos, pode bem
significar Monte pequeno
(Montículo), ou Mont (Tagus)
de Tejo, pequeno monte
frente ou junto ao Tejo.
A ilha que fica em
frente, é bem de ver que
recebeu seu nome de
Península.
O rio, hoje esquecido
de seu nome, tanto que
ninguém o conhece como
tal, nasce (?) a 5
quilómetros do oeste de
Palmela, passa sob a
ponte da linha férrea do
Sueste e vai desaguar na
grande enseada que o
Tejo forma ao sul de
Montijo, depois de um
curso de 2º quilómetros.
Na “Corografia
Moderna”, de Baptista,
disse: “o lugar de
Montijo está em uma
ponta de terra que forma
a enseada de Aldeia
Galega, e que se chama a
Boca do Montijo; é muito
perigosa com vento forte
e tem de largura 1,5
quilómetro …”.
O lugar tornou-se
conhecidíssimo a partir
do século XlX, por causa
da ilhota ostreira que
deu, com outras que lhe
estavam vizinhas
(desaparecidas
actualmente, desde que
no espigão foi instalada
a Base Aérea Nº 6),
origem a grande questão
jurídica que se arrastou
durante anos pelos
tribunais franceses,
ingleses e portugueses.
Entretanto, registo
os diversos nomes que
Montijo tem sido
conhecido:
Aldeia Galega ;
Aldeia-Galega ; Aldeia
Galega do Ribatejo ;
Aldeia Galega do Riba
Tejo ; Aldegalega ;
Aldeiagalega do Ribatejo
; Aldegalega Lusitânia ;
Alda ; Linda Aurora do
Tejo ; Nova Lusitânia ;
Vila Maior do Ribatejo ;
Vila Mor ; Vila Flor ;
Vila Lusa ; Montijo.
Montijo
http://www.mun-montijo.pt/historia
A Cidade de Montijo,
outrora Vila de Aldeia
Galega ou Aldegalega do
Ribatejo, bem localizada
geograficamente, à beira
do rio Tejo, sempre
viveu em função do rio.
Povoação antiquíssima,
remontando os seus
primeiros registos ao
século XII, quando,
sendo apenas constituída
por coutos e herdades,
foi doada por D.Sancho I
(em 1186) aos cavaleiros
da Ordem de S. Tiago de
Espada (doação que
incluía o Castelo de
Palmela e o território
entre o Tejo e o Sado).
As condições naturais da
região foram favoráveis
à presença humana desde
o Período do
Paleolítico, como
comprovam alguns achados
arqueológicos
encontrados entre
Montijo e o território
da Base Aérea n.º 6.
No Período Medieval, até
ao reinado de D. Manuel
I, esta região esteve
integrada no Concelho do
Ribatejo - entre a
Ribeira de Canha e a
Ribeira das Enguias
(Alcochete) - onde
existia um conjunto de
povos que durante os
séculos XIII e XIV se
dedicavam à pesca, à
exploração de salinas e
ao cultivo da vinha,
tais como: Sarilhos,
Lançada, Aldeia Galega,
Montijo (território da
actual Base Aérea),
Samouco e Alcochete
Desde meados do século
XIV, as embarcações de
Aldeia Galega, barcas e
batéis, transportavam
vinho, sal e frutas para
o abastecimento não só
de Lisboa mas, dos
navios fundeados no
Tejo.. Havia mesmo uma
barca denominada Barca
de Aldeia Galega que se
destinava ao transporte
de lenha.
Apesar de no século XIV
Aldeia Galega ser apenas
uma pequena povoação,
composta quase
exclusivamente de
camponeses e pescadores,
parece que já então
desfrutava de certa
importância, o que se
conclui das
prerrogativas que lhe
foram dadas por D.Afonso
IV, D.Pedro I e
D.Fernando, confirmadas
em 1385 por D. João I.
Em 15 de Setembro de
1514, Aldeia Galega
recebeu foral da parte
do rei D.Manuel I,
tendo-lhe sido
concedido, para além de
regalias municipais,
autonomia paroquial. Em
17 de Janeiro de 1515,
Aldeia Galega recebeu
outro foral conjunto com
Alcochete.
O aglomerado
populacional
desenvolveu-se muito na
época de D.Afonso V,
quando era regente
D.Pedro, por menoridade
do rei. Sendo Mestre da
Ordem, o Infante D.João,
tio do monarca, e como a
cala de Alhos Vedros
estava muito assoreada,
foi mandada construir
uma estaca, obra
importante para o tempo,
que ali fez acorrer
muitas pessoas e que
muito contribuiu para
tornar a via fluvial
mais acessível a Aldeia
Galega.
Possivelmente como
resultado deste facto,
em 1533 o Correio-Mor
Luís Afonso estabeleceu
a sede principal da Mala
Posta do Sul nesta
localidade, o que,
obrigando à passagem dos
viajantes entre Lisboa e
Sul do país e Espanha,
acarretou como
consequência, um maior
desenvolvimento
económico da vila. Desta
forma, passaram pelo
Montijo, ao longo de
séculos, os mais
importantes, viajantes
que atravessaram o
Estuário do Tejo, o que
se repercutiu
Devido ao aumento
populacional registado,
tanto em Aldeia Galega
como em Alcochete, em 21
de Janeiro de 1574 foi
concretizada demarcação,
dos limites destes dois
concelhos.
Em Dezembro de 1640, D.
João, Duque de Bragança,
ao dirigir-se a Lisboa,
onde fora aclamado rei,
reuniu na Vila o seu
concelho e aí nomeou
ministros e um concelho
de guerra permanente.
Um outro registo
menciona que em 1709
Aldeia Galega estava
prosperando que se
devia, particularmente,
ao afluxo de
alentejanos. Neste ano,
contudo parece que ainda
não existia o "negócio
do gado suíno". Na
realidade, é nos finais
do século XVIII que a
indústria porcina
aparece em Aldeia
Galega. Verifica-se
assim, que, com o passar
dos anos, passou a
registar-se uma certa
reconversão da economia
local, a qual,
anteriormente voltada
fundamentalmente para a
exploração do rio e para
a actividade agrícola,
passou a basear-se,
também e de forma
crescente, nas
actividades comerciais e
industriais.
Geograficamente, esta
vila encontrava-se
situada na principal via
de ligação entre a
capital e o sul do país,
facto demonstrado pelas
constantes passagens de
monarcas pela localidade
nas suas deslocações ao
Alentejo e a Espanha.
A importância desta via
de comunicação é também
claramente mostrada num
decreto emitido durante
o reinado de D. Maria II,
o qual afirmava: "... as
primeiras estradas a
reparar são as de Aldeia
Galega do Ribatejo até
Caia e de Lisboa ao
Porto, pela sua grande
importância para a
economia do país " (1).
No entanto, supõe-se
que, devido às
perturbações políticas
por que passou o país,
desde o final do século
XVIII até meados do
século XIX (com invasões
francesas, intervenções
inglesas e guerras
civis), o concelho pouco
progrediu em relação ao
que era em 1709.
Naquela época, o
movimento de gente entre
o Alentejo e a capital
(cerca de 50.000 pessoas
e 10.000 carros por ano)
constituía fonte de
receitas da vila.
Visando descongestionar
este afluxo populacional
e permitir um rápido
serviço de correio, em
1852 o governo mandou,
face ao assoreamento do
rio, construir uma ponte
- cais com 315 metros de
comprimento.
Em 1873 fez-se a
seguinte referência a
Aldeia Galega: " Vila,
Estremadura, 18
quilómetros ao S.E. de
Lisboa, 12 de Alhos
Vedros, 30 de Palmela".
Situada em plano, numa
espécie de golfo, na
margem esquerda do Tejo,
em terreno fertilíssimo
em cereais, vinho, fruta
e pinhais. Abundante em
peixe, mariscos e sal. É
escala entre o Alentejo
e Lisboa, e por isso
muito comercial.
Não obstante, o
caminho-de-ferro a sul
tirou-lhe grande parte
da importância. (...)
1000 fogos, 4000 almas.
No concelho 1200 fogos
(...) (2).
A construção do
caminho-de-ferro do sul
e sueste (decretada em
1853 e iniciada em 1855)
não foi, entretanto,
afectar imediatamente o
crescimento da vila.
Nos anos seguintes o
negócio do gado suíno
aumentou e a vila
desenvolveu-se. No
início do século XX
Aldeia Galega registava
um crescimento
importante, quer em
termos sócio-culturais,
quer em termos
económicos.
Em 1900 o concelho
contava com um total de
10.538 habitantes e
fazia parte do distrito
Administrativo de
Lisboa, formado por 3
freguesias : a freguesia
da vila com 8.129
habitantes, Canha e
Sarilhos Grandes. Por
estas alturas e vivendo
a prosperidade da
economia de então, a
ligação com o rio não
era descurada, nem muito
menos a sua exploração e
era costume o transporte
de mercadorias e
passageiros em barcos
tradicionais como as
faluas, as fragatas e os
vapores.
Em 6 de Julho de 1930,
pelo D. nº 18434, a
denominação "Aldeia
Galega do Ribatejo" foi
substituída por
"Montijo",
fundamentalmente por já
não ser aldeia e também
pelo facto dos seus
terrenos já não serem
"galegos".
Em 1985, Montijo adquire
o título de Cidade e
também é nessa altura
que a Assembleia da
República aprova a
criação de mais 3
freguesias, contando no
total com 7 : Montijo,
Canha, Sarilhos Grandes,
Pegões, St.º Isidro de
Pegões, Atalaia, Alto
Estanqueiro/Jardia. Em
1989, com a Lei n.º 39
de 24 de Agosto, foi
criada a freguesia de
Afonsoeiro por área
desagregada da freguesia
de Montijo, ficando o
concelho com a
configuração geográfica
que mantém até aos
nossos dias.
Quanto a Canha, teve
foral concedido por D.
Afonso Henriques
(desaparecido em 1172) e
renovado por D. Manuel I
em 1516, tendo tido vida
municipal autónoma até à
reforma de 1836. Como
explicação para esta
supressão do concelho de
Canha e sua posterior
anexação ao Concelho de
Aldeia Galega, aponta-se
o facto de a maioria dos
proprietários rurais da
área em referência
residirem no Concelho de
Aldeia Galega, pelo que
não se justificaria o
pagamento de
contribuições e colectas
noutro concelho que não
o da sua residência).
No que respeita à
freguesia de Sarilhos
Grandes, parece que já
existia em 1500, anexada
à Freguesia do Espirito
Santo de Aldeia Galega,
sendo a continuação de
uma pequena povoação
ribeirinha ligada à
extracção do sal e aos
moinhos de maré
(actividades já
existentes em 1304).
Em 1768 registava 77
fogos; em 1883, 163
fogos e 797 pessoas; em
1890, 174 fogos e 799
pessoas.
A população antiga
constava, em geral, de
"jornaleiros malteses e
ratinhos" (trabalhadores
da Beira) em serviço nas
quintas que rodeavam a
povoação.
No final do século XIX,
a freguesia registava
como actividades
económicas a
agricultura, a
vitivinicultura, o
comércio, a indústria e
transporte de
mercadorias.
Já no século XX, a
freguesia possuía várias
unidades industriais e
de comércio e serviços,
e produzia muita
cortiça, azeite e outros
produtos agro-pecuários.
Montijo
http://pontaldecacilhas.blogspot.com
A zona do Montijo tem
registo da presença
humana desde o Período
do Paleolítico.
Testemunhas dessa
presença são os achados
arqueológicos
descobertos neste
território.
Quanto a registos
documentais, os
primeiros remontam ao
século XII (1186),
quando foi objecto de
doação aos cavaleiros da
Ordem de S. Tiago de
Espada, por D. Sancho I.
Durante a Idade Média e
até ao reinado de D.
Manuel I, o Montijo, que
até 1930 foi denominado
por Aldeia Galega, fazia
parte do Concelho do
Ribatejo.
Apesar de ser uma
povoação algo reduzida
gozava de algum
prestígio, não só pelo
seu desenvolvimento
económico como também
pela sua localização
estratégica, entre
Lisboa, o sul do país e
Espanha. A 15 de
Setembro de 1514, o
monarca (D. Manuel I)
passou-lhe Carta de
Foral e, historicamente,
nasceu o concelho de
Aldeia Galega.
A sua peculiar
delimitação territorial
é explicada pela
autonomia municipal de
Canha até meados do
século XIX. Uma vez que
a maior parte dos
proprietários rurais
desta zona residiam no
concelho de Aldeia
Galega não se
justificava o pagamento
de contribuições num
outro concelho e Canha
acabou por ser anexada.
Em 1900, Montijo tinha
uma população de 10.538
habitantes e era parte
integrante do distrito
Administrativo de
Lisboa.
Constituído por 3
freguesias - a freguesia
da vila, Canha e
Sarilhos Grandes – vivia
numa época de
prosperidade económica.
Em 1985, a antiga Aldeia
Galega é elevada a
Cidade e são criadas
mais freguesias,
contando no total com 7:
Montijo, Canha, Sarilhos
Grandes, Pegões, St.º
Isidro de Pegões,
Atalaia e Alto
Estanqueiro/Jardia.
Em 1989, o concelho do
Montijo fica com a
configuração dos nosso
dias, aquando da criação
da freguesia de
Afonsoeiro.
Região de Setúbal Online
Palmela – (Concelho
do Distrito de Setúbal)

ORIGEM DO NOME:
“Segundo os nossos
antigos escritores, esta
vila foi fundada pelos
anos 310 antes de
Cristo, pelos celtas em
106 depois de Cristo.
Aulio Cornélio, pretor
romano na Lusitânia,
reedificou-a e
ampliou-a, dando-lhe o
nome de Palmela, que
quer dizer Palma
pequena” (Dr. Rocha
Martins – 1935).
Significa à letra, palma
pequena, como diminutivo
de palma. A razão
histórica da designação
está talvez no facto de
D. Afonso Henriques, em
24 de Junho de 1165, ter
tomado a fortaleza, aos
mouros, oferecendo-a em
seguida aos Cavaleiros
de Santiago da Espada”.
(Dr. Xavier Fernandes –
1944).
Segundo documentos
antigos, este povoado
foi reconstruído no ano
de 106 pelo pretor Áulio
Cornélio Palma, de cuja
presença subsistem
inúmeros vestígios.
Conquistada aos mouros
por D. Afonso Henriques
em 1148, foi perdida em
1165 e definitivamente
recuperada no ano
seguinte. O mesmo
monarca fez dela doação
à Ordem de Santiago,
cujo mestre lhe concedeu
foral em 1185,
confirmado por D. Afonso
ll em 1185. D. Dinis, em
1323 elevou-a à
categoria de vila. Em
1512, D. Manuel l
outorgou-lhe novo foral.
A povoação, de origem
romana, foi
sucessivamente disputada
entre cristãos e
muçulmanos, integrando
de forma definitiva o
espaço português em
1166. O Castelo, situado
a 240 metros de altura,
no contraforte nascente
da serra da Arrábida,
ergue-se solitário este
castelo. Dali é possível
viajar com os olhos pelo
mar, pela península do
rio Sado e pelas serras.
Sem fossos, as muralhas
rodeiam três recintos,
separados entre si por
barreiras. A muralha
interior, com os seus
torreões cilíndricos,
pensa-se datar dos
séculos Xll e seguinte,
e a Segunda linha
amuralhada, mais forte,
envolvendo a praça de
armas, os edifícios do
convento e a igreja de
Santiago, será
provavelmente do século
XV. Por fim, a terceira
ordem de muralhas data
do século XVll e é
constituída por
baluartes e revelins
seiscentistas na altura
da Guerra da
Restauração. Quanto à
torre de Menagem foi,
muito provavelmente,
construída ou reforçada
no século XlV. Na
cisterna existente no
primeiro piso esteve
preso Garcia de Meneses,
bispo de Évora e um dos
principais instigadores
da conspiração contra o
rei D. João ll. Dentro
do recinto do Castelo
encontram-se duas
igrejas: a de Santa
Maria, que se encontra
em total ruína, que foi
provavelmente fundada no
século Xll e reedificada
no Renascimento, e a de
Santiago que, embora
despojada já de muitos
dos seus valores,
representa ainda um
precioso monumento
gótico quatrocentista.
Longe vão os tempos
atribulados em que D.
Afonso Henriques
conquistou estas terras,
por volta de 1148. Não
existem referências ao
Castelo anteriores a
essa data, por isso não
se sabe ao certo se as
obras efectuadas terão
sido de construção ou
reconstrução de uma
qualquer fortaleza
árabe. Certa foi sua
doação à Ordem de
Santiago de Espada. Em
1191, uma grande
investida árabe sobre o
castelo, arruiná-lo-ia,
cabendo a D. Sancho l a
sua reconstrução em 1205
e a confirmação da
doação à Ordem de
Santiago que, a partir
de 1210, aí instalou a
sua sede. Em 1384, o
Condestável Nuno Álvares
Pereira, depois de
regressar vencedor da
Batalha de Atoleiros,
ateou em Palmela grandes
fogueiras para a visar o
Mestre de Avis, cercado
em Lisboa pelos
castelhanos, da sua
proximidade. No reinado
de D. João l foram
feitas algumas obras no
Castelo, principalmente
na torre de menagem.
Terá sido também este
monarca que mandou
erguer o convento no
Castelo de Palmela, onde
se instalaria
definitivamente a Ordem
de Santiago no ano de
1443. No século XVll D.
Pedro ll mandou
acrescentar muralhas
abaluartadas ao castelo
medieval, preparando-o
para as inovadoras armas
de fogo. Com o terramoto
de 1755, o Castelo onde
nasceu o explorador do
continente africano,
Brito capelo foi algo
afectado, conhecendo a
partir daí um certo
abandono. Como escreveu
Alexandre Herculano, o
Castelo era “... chave
do território, que se
dilata entre a baía do
Sado e a do Tejo, e por
consequência como
servindo de atalaia ao
posto avançado do
Castelo de Almada ...”.
Com efeito, o Castelo de
Palmela foi erguido num
local estratégico, de
onde se pode controlar
uma vasta região que
abrange o estuário do
rio Tejo, a vasta
planície que se estende
para leste e o
acidentado vale dos
barris, até ao rio Sado
e ao mar. Não admira por
isso que os romanos, e
depois os árabes, se
sentissem atraídos por
este sítio, onde
levantaram o poderoso
castelo, mais tarde
conquistado pelo
primeiro rei português,
apesar das dificuldades
impostas pelo mouro.
No interior do recinto
situa-se o Convento de
Santiago, edificado
entre 1443 a 1482. A
fachada principal da
Igreja apresenta um
portal gótico, de três
arquivoltas simples,
encimado por um óculo,
característico dos
templos da Ordem,
rompendo-se na fachada
norte cindo frestas
molduradas e um outro
portal também do mesmo
período. Ainda no
interior amuralhado,
ergue-se a Igreja de
Santa Maria, muito
danificada pelo
terramoto de 1755, com
portal maneirista
encimado pela cruz de
Santiago. A três
quilómetros de Palmela
situam-se os sepulcros
da Quinta do Anjo,
quatro sepulturas
pré-históricas escavadas
num banco de calcário.
Quando se chega a
Palmela, rapidamente se
sente uma forte atracção
pelo seu castelo, que
fica no mais alto
promontório da península
de Setúbal. Antes de
atingir as alturas, ao
visitante deste burgo,
elevado a vila por D.
Dinis em 1323,
depara-se-lhe um largo
onde foi implantado um
belo chafariz do século
XVlll, com armas da vila
e duas belas carrancas
no remate da água,
funcionando como cartaz
que anuncia a existência
de outros monumentos. Na
subida, em direcção ao
Castelo, atravessando a
vila, pode avaliar-se a
antiguidade e
importância desta
através dos belos e
variados edifícios: as
Igrejas de São João e de
São Pedro onde no seu
adro são pisadas uvas
nas festas das vendimas,
o pelourinho, a
Mesiricórdia e o
edifício dos Paços do
Concelho.
Por fim, depois de se
escalar a encosta
setentrional do monte
por onde se estende a
história e pitoresca
vila de Palmela,
atinge-se o ponto mais
alto, coroado pelo
Castelo, a nordeste do
conjunto montanhoso da
Arrábida. O céu e o
Tejo, o Sado e o oceano
emolduram o majestoso
quadro que a região
oferece ao forasteiro
que sobe ao Castelo de
Palmela. O local é um
forte pólo de atracção
para muitos turistas,
que ficam presos pelo
empolgante e variado
panorama que se desfruta
deste castelo.
Esta zona, onde como se
nos referimos várias
vezes, se evidencia o
Castelo de Palmela, faz
parte da sub-região da
Arrábida qu compreende
os concelhos de Palmela,
Setúbal e Sesimbra, a
sul da península de
Setúbal. Se as povoações
ribeirinhas do estuário
do Tejo, como Aldeia
Galega, Moita, Coina,
Seixal e Cacilhas,
foram, durante muitos
anos, as portas do Sul
de Portugal, esta região
foi corredor por onde se
cruzavam as caravanas
que transitavam entre a
capital e o Alentejo,
através da extensa
charneca de Pegões.
Outrora, existiam aqui
extensos terrenos planos
que os lavradores
souberam desbravar para,
em sua substituição,
plantarem vinhas, que
rapidamente se tornaram
uma fonte de riqueza
para a região.
Transformou-se,
portanto, numa região
vitivinícola de
apreciável prestígio. A
fama dos seus vinhos
deve-se à gama de castas
que se exploram na área:
nas tintas, predomina a
tradicional Periquita,
enquanto nas brancas se
destacam Fernão Pires,
Moscatel, Arinto,
Tamarez, Monteúdo, Boal
Alicante e Natura,
Diagalves, Rompeiro e
muitas outras castas,
todas elas de interesse
regional. Esta região
apresenta já algumas
características da
paisagem alentejana
(sobreiro, azinheira),
os “montes” e a vasta
planície que se estende
do Sado para sul.
Esta zona foi habitada
desde os tempos
pré-históricos, conforme
no cocumenta o precioso
material arqueológico
que se tem encontrado em
vários sítios da região,
como as famosas grutas
da Quinta do Anjo
(freguesia do concelho
de Palmela é muito
importante do ponto de
vista arqueológico,
devido à necrópole
pré-histórica
descobertas no lugar de
Aldeia de Cima e
vulgarmente designadas
por Covas da Moura. As
escavações aqui
efectuadas revelaram
monumentos funerários
construídos nos finais
do Neolítico, portanto
há cerca de 5.000 anos),
também o Castro de
Chibanes. Outros povos
se instalaram nestas
paragens. Primeiramente
os rimanos, depois os
árabes, tendo a
privilegiada situação
geográfica destes sítios
contribuído
extraordinariamente para
sua fixação: colinas que
garantiam melhor a
defesa; campos férteis,
e proximidade de dois
grandes rios navegáveis
– ou seja o Tejo e o
Sado – e do mar, que
permitia a fácil
comunicação.
OUTRAS LOCALIDADES PERTO
DE PALMELA:
AZEITÃO: “Vila Fresca de
Azeitão, fica situada
nos contrafortes da
serra da Arrábida, na
zona de contacto com a
planície aluviar do
Tejo, é uma freguesia
rural do concelho de
Setúbal que tem vindo a
industrializar-se
progressivamente. O
topónimo Azeitão, que
deriva da Azzeitum
(olival ou oliveiras),
revela uma ocupação
árabe e a vocação
eminentemente agrícola
da região. Vestígios de
ocupação do Neolítico
foram encontrados na
crista da serra de São
Francisco. Na colina
onde se ergue o moinho
chamado do Cuco
detectaram-se os restos
de um povoado da Idade
do Cobre. Nesta
aprazível povoação
existe o histórico
Palácio da Quinta da
Bacalhoa, fundado por D.
João l, onde
inicialmente havia
apenas um pavilhão de
caça. Com D. Brites,
neta de D. João ll, esta
propriedade recebeu o
nome de Quinta Fresca.
Em 1528, Afonso Brás de
Albuquerque, filho
natural do célebre
Afonso de Albuquerque,
comprou a Quinta,
mudando-lhe o nome para
Quinta do Paraíso, em
recordação do sítio onde
seu pai nascera, próximo
de Alhandra. Segundo
reza a tradição, para
homenagear a memória de
seu pai deu um aspecto
de fortaleza da Índia
Portuguesa, aos jardins
e ao palácio. O seu
herdeiro, segundo diz a
lenda, durante uma
viagem que fez à Índia
ordenou que o alimento
essencial a bordo fosse
o bacalhau, e a
tripulação, farta deste
peixe, apelidou-o de
“Bacalhau”. Há ainda que
diga que a mãe do filho
ilegítimo de
Albuquerque, que herdou
a Quinta do paraíso,
devido ao pai ser
alcunhado de “Bacalhau”
ficou com a alcunha de
Bacalhoa. Sabe-se,
porém, que só a partir
do morte do filho de
Afonso de Albuquerque,
que deu à Quinta
celebridade e grandeza,
esta passou a ser
chamada da Bacalhoa”.
VILA NOGUEIRA DE
AZEITÃO: “Fica no sopé
da serra da Arrábida, do
lado norte, nasceu Vila
Nogeira de Azeitão.
Tomou primeiro o nome de
Quinta da Nogueira, da
qual foi proprietária a
Infanta D. Constança,
mulher de D. Pedro l.
Devido ao crescimento da
povoação, D, Fernando l
atribuiu-lhe diversos
privilégios, que D. João
l confirmaria. Pertenceu
ao domínio da Ordem de
Santiago até 1759. Em
1786, foi elevada à
categoria de vila, sede
do concelho de Azeitão,
tendo sobrevivido até
1855. Possui um rico
património histórico –
artístico. O palácio dos
Duques de Aveiro,
edificado entre 1520 e
1523, é a primeira
construção da Renascença
pura em Portugal e o
maior ao sul de Tejo.
Contíguo a essa
magnífica casa de campo
construída por D. Jorge
de Lencastre, filho
bastardo de D. João ll,
mestre da Ordem de
Santiago e 2º Duque de
Coimbra, situa-se o
Convento de Nossa
Senhora da Piedade,
fundado em 1435 e
pertença dos frades
dominicanos. O terramoto
de 1755 deixou-o em
ruínas, Em 1834, o
espólio que ainda
possuía foi vendido ao
desbarato. Conserva-se a
entrada nobre com
cantarias de meados do
século XV a meados do
seguinte, azulejos do
século XVll e elementos
soltos, bem integrados
no edifício
reconstruído. A Igreja
de São Lourenço é também
um ponto de visita
obrigatório. Os azulejos
do altar – mor, dos
inícios do século XVlll,
são atribuíveis à
oficina de António de
Oliveira Bernardes, de
Lisboa – onde se
produziam os melhores
azulejos da época. Em
frente da Igreja de São
Lourenço fica o
Fontanário dos Pasmados,
construído em 1787 pelo
juiz Machado de Faria.
Quem da água que ali
corre beber, diz a
lenda, ficará para
sempre ligado a Vila
Nogueira”.
SESIMBRA: “A vila,
conquistada aos mouros
por D. Afonso Henriques
em 1165 e povoada por
uma colónia de francos,
recebeu foral de D.
Manuel l, em 1514. O
Castelo, provavelmente
de origem muçulmana,
arrasado em 1190, foi
reconstruído no reinado
de D. Sancho l e sofreu
posteriormente vários
restauros. No amplo
recinto amuralhado,
dominado por cinco
torreões, destaca-se a
torre de menagem, cujo
piso superior se
encontra coberto por uma
abóbada artesoada.
Junto à cisterna
subsistem as ruínas da
antiga Casa da Câmara,
que ainda estava em
funcionamento nos
inícios do século XV. No
interior da cerca
amuralhada erguese a
Igreja de Santa Maria,
que remonta ao século
Xll, mas que,
posteriores intervenções
adulteraram a traça
original. A Igreja
matriz, de finais do
século XVL, mantém
apenas a primitiva torre
sineira na fachada,
reconstruída
posteriormente. Do
século XVl, data
igualmente a Igreja da
Misericórdia, que sofreu
várias remodelações ao
longo dos tempos. O
Forte de Santiago foi
edificado no século XVll
segundo a traça do
jesuíta flamengo
Cosmander”.
ORIGEM DO NOME:
“Nome de origem
grego-latina, que no
século Xlll se escrevia
Sisimbria , a que se
seguiram formas
corrompidas de Cesimbra,
Cezimbra e Cizimbra. Não
há dúvida sobre a forma
gráfica exacta, que é
Sesimbra, e não Cesimbra
nem Cezimbra, pois o
étimo está em sisymbrium
nome de determinadas
espécies vegetais, além
de que, num foral de
1201, o vocábulo aparece
repetidas vezes escrito
com “S” na primeira e
segunda sílaba”. (Dr.
Xavier Fernandes –
1944).
No alto da colina, com
vista sobre a magnífica
baía, está o senhor
destas terras, a quem
sem razão, chamam
Castelo dos Mouros. É
que apesar de já ter
existido no local uma
fortificação árabe que
D. Afonso Henriques
conquistou em 1165, este
castelo foi inteiramente
construído pelos
cristãos, uma vez que
essa construção árabe
foi totalmente arrasada
pelos próprios
almorávidas, em 1191,
durante uma investida de
Almansor. Ainda antes de
1200, D. Sancho l mandou
recuperar a vila de
Sesimbra e reerguer o
Castelo. Este monarca
acabaria por doar a vila
aos guerreiros vindos do
norte da Europa
(francos) com a
finaliade de ajudar na
guerra da reconquista,
tendo igualmente ajudado
na reconstrução do
Castelo. A fase áurea do
Castelo de Sesimbra
aconteceu só dois
reinados mais tarde,
depois de D. Sancho ll o
ter entregue à Ordem de
Santiago da Espada,
passando ser comandado
pelo heróico espadário,
D. Paio Peres Correia. O
rei D. Dinis
concedeu-lhe novos
privilégios a Sesimbra e
mandou efectuar alguns
trabalhos de
melhoramento no Castelo.
Durante o cerco
castelhano a Lisboa, em
1384, parte dos navios
inimigos fizeram uma
investida em Sesimbra,
roubando e pilhando tudo
o que encontraram. À
medida que o tempo foi
passando, o Castelo, que
abarca a vila, foi sendo
abandonado pela
população que
gradualmente se foi
fixando junto ao mar. No
século XVl, perdera
completamente a sua
importância em favor do
crescente interesse pela
expansão marítima.
Porém, um século mais
tarde, durante as lutas
pela restauração, D.
João lV foi levado a
desenvolver obras e a
instalar os revelins,
por forma a adaptar o
Castelo à nova
artilharia. O terramoto
de 1755 veio causar
graves danos na
fortificação. No seu
interior, existem ainda
três cisternas, as
ruínas das casas dos
vereadores e a Igreja de
Santa Maria do Castelo,
que foi construída em
1160 e posteriormente
restaurada no ano de
1721. Apesar de Ter
deixado escapar a
povoação, este Castelo
continua a vigiar a
vila, lá do alto.
Enquanto isso, o Forte
de Santiago, junto à
praia desempenha o
melhor que pode o seu
papel de defensor dos
mares. Este forte, vive
encorado entre a vila e
o mar, nas areias
douradas da praia de
Sesimbra. Hoje, o seu
dia a dia é de sossego,
mas tempos houve em que
essa expressão não
existia. O medo que os
castelhanos e os piratas
provocavam no litoral
levou a que se tomassem
medidas mais sólidas na
defesa da costa. Em
Sesimbra, tal era o
receio e a desconfiança
da população, que sempre
que se via qualquer
sinal de embarcação
estranha, logo soava um
grito de alarme por toda
a vila “Anda mouro na
costa !”. Esta expressão
sedimentou-se de tal
forma que ainda hoje,
sempre que algum perigo
se avizinha, ela é
utilizada. No reinado de
D. Manuel l, foi
construído neste local
um forte com o nome de
São Valentim, tendo
ficado bastante
destruído em 1602,
durante um ataque da
armada inglesa.
Depois da Restauração,
foi então projectada
para o local, pelo padre
jesuíta João Cosmander,
uma nova fortaleza que
pretendia fazer face às
novas técnicas de fogo.
Este padre, que era
também engenheiro,
matemático e coronel,
acabaria por se vender
aos espanhóis, depois de
ter sido feito
prisioneiro por eles
durante as guerras da
Restauração. Mas não
durou muito para se
lograr o negócio, pois
logo na sua primeira
investida contra os
portugueses em Olivença
(hoje espanhola), foi
atingido mortalmente ao
tentar forçar uma porta
que sabia fácil de
entrar.
Actualmente, o forte
apresenta-se ainda
conservado, com a antiga
residência do
governador, a capela, o
paiol, as cisternas e as
masmorras. No pátio
existe ainda uma pintura
de Santiago investindo a
espada sobre os
castelhanos e no lado
norte do forte ainda
existe a ala onde
veraneavam os “Meninos
de Palhavã”, filhos
bastardos de D. João V
“o Magnânimo”. Os dias
da fortaleza militar
terminaram em 1832. Em
1886, a sua
responsabilidade passou
para a Alfândega e em
1879, a Guarda Fiscal
(já extinta) instalou aí
um dos seus quartéis.
A vila de Sesimbra,
antiga aldeia de
pescadores, situa-se
numa baía abrigada no
extremo de um vale
tifónico. O mar que a
banha possui grande
riqueza piscícola. Nele,
os pescadores recolhem
ainda hoje magníficos
espadartes (peixe muito
apreciado e dos grandes
troféus desportivos).
Estes e outros
variegados “frutos do
mar” são apresentados na
lota que cobre as areias
da praia, à sombra do
forte.
De resto, Sesimbra foi
sempre um centro
piscatório de notável
importância, conforme
escritores de várias
épocas históricas nos
testemunham. André de
Resende (1593) refere
com frequência o mar
“piscosíssimo de
Sesimbra” e Luís de
Camões, em Os Lusíadas,
designa-a de piscosa
Sesimbra. A sardinha foi
uma das pescas mais
importantes, quer pela
quantidade que se
apanhava, quer pela
quantidade que a tomou
muito apreciada. Esta
fama já vem de longa
data. Em 1640, Nunes de
Leão afirmava na
Descrição do Reino de
Portugal que “no mar de
Setúbal e Sesimbra há a
mais sardinha e mais
saborosa que se pode
dar”. Assim como os
“mareantes de Sesimbra”
se tornaram célebres,
também os pescadores
foram enaltecidos em
páginas da literatura
portuguesa. Raul
Brandão, o escritor
português que mais soube
exaltar a acção dos
pescadores, sublinhou
assim a coragem dos
pescadores sesimbrenses:
“ O pescador de
Sesimbra, que vai às
vezes muito longe, não
conhece a agulha de
marear. Regula-se pelas
estrelas e pela malha
encarnada da serra. Lá
fora, quando vêem o cabo
ao nível de água, dizem
que estão no mar do cabo
Raso, e quando o farol
desaparece, estão no mar
do cabo feito. Conhecem
a costa a palmo: o mar
novo, que dá o
peixe-espada, o mar
regueira, que dá a
pescada, o mar da
cornaça, que dá o goraz
e o cachucho, e o de
rapapoitas, que dá os
grandes pargos,
conhecidos por pargos de
morro”. Por este texto
se vê que todas as
parcelas das águas
marítimas percorridas
pelos pescadores eram
baptizadas. D. Dinis
elevou Sesimbra à
categoria de vila e
criou o respectivo
concelho. A atracção do
litoral viria
sobrepor-se à da
montanha. O povoado mais
antigo contraiu-se e a
póvoa ribeirinha
dilatou-se. Neste
concelho encontram-se
uma das mais belas
grutas da região,
conhecidas por Zambujal.
As estalactites, caindo
do tecto em formas
caprichosas, ou a
estalagmites, elevando
os seus braços esguios e
tacteantes à procura do
céu, criam imagens
surpreendentes e
deliciosamente
sugestivas.
TRÓIA:”Na margem
esquerda e em frente à
cidade de Setúbal,
encontra-se uma extensa
língua de areia entre a
foz do Sado e o
Atlântico. Hoje,
fundamentalmente
constituída por duas
dunas em muitas zonas
revestidas pela sua
flora característica,
cuja unidade
fitossociológica se
prolonga quase até à
Comporta, foi outrora,
desde o Paleolítico,
local de significativa
ocupação humana.
Julga-se que durante o
período romano ali se
ergueu uma cidade
importante. Vários têm
sido os achados, podendo
muito embora
considerar-se quase
inexplorada. Admite-se
que se trate da cidade
de Cetóbriga.
Provalvelmente uma ilha,
o assoreamento da
embocadura do rio Sado
iria ligá-la à actual
língua de areia e
sepultá-la, talvez
também em resultado de
movimentos sísmicos,
Actualmente situada num
recesso da margem
esquerda do estuário do
Sado, supõem-se que
muitas das suas
estruturas se encontram
submersas e cobertas de
areias. A zona visitável
revela claramente a
vocação que na época
romana teve a actual
estância arqueológica.
Trata-se de um
importante complexo
industrial, constituído
por uma concentração de
cetárias, onde se
salgava o peixe e se
fabricava o garo, uma
pasta feita à base de
vísceras e de marisco,
muito apreciada como
condimento no mundo
romano. A produção
destinava-se sobretudo à
exportação e era
encaminhada para todo o
Mediterrâneo. Para além
das estruturas
industriais, subsistem
em Tróia vestígios de
termas e de habitações,
algumas decoradas com
frescos, bem como as
ruína de uma basílica
paleocristã”.
Palmela
http://www.regiaodesetubalonline.pt
O Concelho de Palmela
está integrado na Região
de Turismo de Setúbal -
Costa Azul. É limitado,
em parte, a norte pelo
Rio Tejo, que a separa
do Distrito de Lisboa,
pelo Montijo e
Alcochete, a este pelo
Distrito de Évora, a sul
pelos concelhos de
Setúbal e Alcácer do Sal
e a oeste pelos
concelhos da Moita e
Barreiro.
Palmela é caracterizada
por uma grande
heterogeneidade
paisagística.
Uma parte do seu
território concelhio
está integrada na
Reserva Natural do
Estuário do Sado (de que
se destacam os sapais da
zona sul da freguesia da
Marateca) e uma outra no
Parque Natural da
Arrábida.
HISTÓRIA
Palmela regista a sua
primeira presença humana
no período do
Paleolítico Médio, com
ocupação dos povos
visigodos, romanos e dos
muçulmanos. A origem do
topónimo Palmela tem
duas versões ligadas a
estes dois últimos
povos. Há quem defenda
que se relaciona com um
pretor romano, Aulio
Cornélio Palma, que terá
contribuído para o
desenvolvimento da
povoação. Outros
acreditam que a
referência, feita pelos
árabes, à praça de
“Balmalla” que teria
evoluído para Palmela é
uma justificação mais
plausível.
Ocupada pelos árabes
desde o século VIII,
Palmela é conquistada em
1147, por D. Afonso
Henriques que lhe
atribui, em 1185, carta
de foral. Como
recompensa pelo apoio
militar na reconquista,
doa o Castelo de Palmela
aos cavaleiros de
Santiago. Após várias
guerras de conquistas e
reconquistas entre
cristãos e muçulmanos,
Palmela foi finalmente
recuperada durante o
reinado de D. Sancho I,
inícios do século XIII.
Em 1323, Palmela é
elevada a vila, por D.
Dinis.
No ano de 1423 é
construído o convento
mestral para os "Freires
de Santiago", sob a
ordem de D. João I, e
vinte anos mais tarde, a
Sede da Ordem Militar de
Santiago instala-se no
castelo de Palmela, até
à extinção das Ordens
Militares (1834).
A permanência da Ordem
Religiosa Militar teve
uma grande importância a
nível político, militar
e simbólico, pois
fomentou o povoamento, a
defesa do território e a
conquista de novos
espaços territoriais.
Em 1 de Junho de 1512,
D. Manuel I concede nova
carta de foral à Vila.
Gradualmente, Palmela
começa a perder a sua
importância e entra em
decadência, processo que
culmina na extinção do
seu concelho, em 1855,
quando é integrado no de
Setúbal. Só em 8 de
Novembro de 1926, o
concelho foi
definitivamente
restaurado.
PATRIMÓNIO
O concelho de Palmela
possui um património
religioso muito rico,
com muitas igrejas e
capelas históricas e de
renome.
De edificação incerta, o
Castelo de Palmela é
talvez um dos mais
privilegiados monumentos
do concelho.
Possivelmente, terá tido
por base edificações
árabes, reforçadas a
mando de D. Afonso
Henriques. Até ao século
XVIII foi alvo de várias
obras de reconstrução,
ampliação e reparação.
Possui grande interesse
pelo seu conjunto de
fortificações medievais
e modernas.
Situada no Castelo de
Palmela, a Igreja de
Santiago foi construída
pela Igreja Conventual
da Ordem de Santiago de
Espada, na 2ª metade do
século XV. O seu
interior, composto de
três naves, apresenta
uma decoração com
azulejos dos séculos
XVII e XVIII e tem sob
um arco sólio manuelino,
a arca tumular de D.
Jorge (1481-1559),
último mestre da Ordem
de Santiago. Esta arca
ossário em brecha da
Arrábida é composta por
dois leões e armas dos
Lencastres. Este
edifício serve de palco
para a organização de
exposições de arte
contemporânea e de
retrospectivas
históricas.
No interior das muralhas
do castelo, encontra-se
a Igreja de Santa Maria
do Castelo, a primeira
paroquial de Palmela,
fundada no século XII.
Na sua sacristia está
instalado o Gabinete de
Estudos Sobre a Ordem de
Santiago.
Também no castelo,
existe o Núcleo
Museológico do Castelo
de Palmela, nas antigas
casamatas e cisterna do
edifício. Este espaço,
dedicado às escavações
arqueológicas efectuados
na fortaleza e na vila,
retrata a história da
ocupação humana no
concelho.
O Edifício dos Paços do
Concelho é outro dos
monumentos patrimoniais
do concelho de Palmela.
Situado no mesmo largo
que a Igreja Matriz, o
edifício seiscentista,
apresenta o Salão Nobre
decorado com retratos
murais dos reis de
Portugal. No século
XVIII serviu de sala de
audiências do tribunal.
Em Palmela situa-se
ainda a Igreja de S.
Pedro, um monumento
medieval datado do
século XVI, composto por
três naves de estilo
maneirista. O seu
interior é revestido com
azulejos de 1740 que
representam passagens da
vida do orago. O seu
retábulo é de estilo
rococó e o adro foi
usado como cemitério e
mercado no século XVI.
No Largo Duque de
Palmela fica localizada
a Igreja da
Misericórdia, datada de
1566, e construída para
"auxiliar o corpo e o
espírito" dos
necessitados. É
constituída por uma só
nave, e o seu interior
apresenta um altar de
talha, estilo nacional e
um tecto de madeira
pintada a três planos.
As suas paredes são
revestidas de azulejos.
Algumas personalidades
ilustres de Palmela
foram sepultadas neste
espaço. Anexado à igreja
está o antigo Hospital
da Misericórdia (século
XVII).
Em Cabanas, situa-se a
Capela de S. Gonçalo, um
pequeno templo de
romaria, de planta
octogonal e alpendrada
hipóstila. Pensa-se que
terá sido construída no
século XVI e os seus
proprietários os
Marqueses de Minas,
detentores da Quinta da
Torre. Esta capela está
ligada ao culto da
protecção do gado.
Na freguesia do Pinhal
Novo, encontra-se a
Capela de S. José.
Concluída em 1874,
serviu de local para a
primeira farmácia e
escola. No seu átrio,
costumam reunir no
último Domingo de
Agosto, vários círios da
Romaria a Nossa Senhora
da Atalaia.
De traça provavelmente
seiscentista, situa-se
no mesmo largo que a
Igreja Matriz. O Salão
Nobre é decorado com
retratos murais dos reis
de Portugal até D.
Manuel I. No século
XVIII serviu de sala de
audiências do tribunal.
Poucos anos após o
terramoto de 1755,
julga-se que funcionavam
conjuntamente no
edifício o Tribunal, a
Câmara, o açougue e a
prisão.
TURISMO
O concelho de Palmela,
além de todo o seu
acervo histórico e
cultural, tem para
oferecer a quem o visita
muitas mais actividades
e roteiros turísticos.
A própria vila de
Palmela, com as suas
ruas, traçado urbano
único e casas típicas,
consegue surpreender o
turista quase a cada
esquina. O Castelo
oferece uma vista
excepcional sobre o
casario, a Serra do
Louro e arredores. Nesta
serra, marcam presença
14 moinhos de vento, mas
apenas um se mantém
actualmente em
funcionamento.
Marateca e Poceirão são
freguesias famosas pelo
seu vinho, o arroz e as
cegonhas. Na Quinta do
Anjo, entre outros
pontos de interesse,
situam-se quatro Grutas
Artificiais, sepulcros
datados do neolítico
final.
A nível de actividades,
neste concelho há um
pouco de tudo: caça
turística, o golfe, as
corridas no Kartódromo
Internacional de Palmela
(KIP), os centros
Equestres, os percursos
pedestres nocturnos e
diurnos.
A região de Palmela é
também muito conhecida e
apreciada pelas suas
festas e romarias,
destacando-se o Festival
do Queijo e do Pão, na
Quinta do Anjo (Abril),
a Festa das Vindimas (Palmela-Setembro),
o Mercado e Feira Franca
(Pinhal Novo-2º domingo
de cada mês), a Feira
Comercial e Agrícola de
Poceirão (Poceirão- 1º
fim de semana de Junho),
a Festa da Escudeira (Palmela-Agosto),
e as Festa de Todos os
Santos (Quinta do
Anjo-Novembro), entre
muitas outras.
A gastronomia da região
de Palmela é também
muito apreciada e
conhecida em todo o
país, nomeadamente os
famosos vinhos e
queijinhos –
curiosamente, é na
Quinta do Anjo que se
produz o célebre queijo
de Azeitão -, a sopa de
tamboril com poejos,
favas à caramela ou o
coelho com feijão à moda
de Palmela. Na doçaria
destacam-se as não menos
famosas fogaças. Os
suspiros, bolinhos de
amêndoa e a maça
riscadinha são também
dignos de destaque.
Santiago do Cacém –
(Concelho do Distrito de
Setúbal)

É povoação de origens
remotas, como o revelam
as ruínas da cidade
céltica, mais tarde
romanizada, de Miróbriga.
Foi conquistada aos
mouros pelo Templários
em 1157, esteve
novamente sob o jugo
muçulmano até 1217.
Nesse ano. D. Soeiro,
bispo de Lisboa,
reconquistou-a com o
auxílio dos Cavaleiros
de Sait’Iago e do
Templo. D. Dinis deu-lhe
o 1º foral e, D. Manuel
l concedeu-lhe foral
novo em 1510. Seu
Castelo foi reconstruído
após o terramoto de
1755. Este Castelo de
Santiago, esteve na
posse de D. Vetácia
entre 1315 e 1336, e
desse tempo ficou um
relicário cruciforme de
prata que contém um
fragmento do Santo
Lenho. A relíquia
originou a criação da
Confraria do Santo
Lenho, fundada em 1765.
Uma referência da 2ª
metade do século XlX
assinala o costume da
saída da relíquia em
procissão aquando de
preces por falta de água
e a pedido dos
lavradores.
Origem de seu nome:
«Do, Arquivo
Histórico de Portugal –
1902»: “A Ordem Militar
de São Tiago tinha sido
introduzida em Portugal,
no ano de 1175, e em
pouco tempo formou uma
brilhante e numerosa
legião de guerreiros
valorosíssimos, que
prestaram à sua pátria
os mais relevantes
serviços, e recuperaram
grande parte do
território que estava em
poder dos árabes. Foram,
pois, estes cavaleiros
que resgataram a vila de
Cacém, no ano de 1186,
reconstruindo ou
edificando de novo o seu
castelo, e dando à
povoação o nome do seu
padroeiro, a qual desde
então se denominou
Santiago do Cacém.
Diz-se também que o
nome de São Tiago,
anteposto ao antigo foi
porque a vila se
reconquistou no dia 25
de Julho, mas é mais
provável que lho dessem
os cavaleiros de São
Tiago, pois, segundo
alguns, foram eles
comandados por Dalim
Pires Pantojo, que o
tomaram aos mouros».
«Frei João de Sousa
em Vestígios da Língua
Arábica em Portugal –
1830»: “Cacem. Vila na
Província do Alentejo,
Arcebispado de Évora. É
nome próprio de homem de
quem a terra tomou o
nome. Significa o que
divide ou repartir.
Particípio de cáçama
– dividir, repartir”.
«Xavier Fernandes em
Topónimos e Gentílicos
(1944)»: “Santiago está
por Santo-Iago e não por
São-Tiago, pois não
existe de direito o nome
Tiago.
Para explicar a
última parte do
topónimo, lê-se nos
Anais do Município de
Sant’Iago do Cacém, do
padre António de Macedo
e Silva (Lisboa, 1869),
que “parece provável que
a primitiva edificação
do Castelo local fosse
coeva do estabelecimento
da povoação, e que nele
teriam os árabes os seus
kaids (governadores),
alguns dos quais se
chamaria Kassem”.
Santiago do Cacém de
povoado pré-celta a
cidade do século XXI
http://www.cm-santiago-do-cacem.pt
Santiago do Cacém
situa-se a cerca de 1 km
para Oeste das ruínas da
denominada Miróbriga, de
origem pré-romana.
Esta estação
arqueológica exibe
anualmente a milhares de
turistas nacionais e
estrangeiros,
construções e marcas
várias de presença
humana: originariamente
povoado pré-celta,
aglomerado urbano celta,
foi romanizado até ao
período post-imperial,
mais exactamente desde o
século I da Era de César
até ao século V da Era
de Cristo.
Estudada
arqueologicamente desde
1808, foi um importante
centro económico,
social, religioso,
cultural e desportivo
(...).
Autores como Mário Saa,
consideraram-na a
Salatia Imperatoria;
outros, a partir de D.
Fernando de Almeida,
como Mirobriga Celtici,
denominação que se tem
imposto na sua
divulgação turística e
como referência
científica.
Salatia Imperatoria ou
Mirobriga Celtici, as
ruínas ao lado de
Santiago do Cacém,
mostram antigos templos
romanos e pré-romanos
num planalto onde todo
um Fórum se desenha
claramente; um
desenvolvimento
habitacional e comercial
ocupa toda a colina
voltada a Este, e a zona
Sul; no vale, umas
imponentes termas ou
balneários; e a cerca de
1 km o único hipódromo
romano conhecido em
Portugal.
Enfim, todo o fausto e a
comodidade próprios da
dominação romana, uma
cidade opulenta e
luxuosa a principal da
Costa Ocidental a Sul do
Tejo.
E por toda a região se
encontram, aqui e ali,
os restos de Villae, e
de calçadas romanas bem
pavimentadas, sem
esquecer os povoados
neolíticos e das idades
do cobre, bronze e ferro
e até os restos
paleolíticos.
A ocupação romana deste
espaço vai dar lugar
(com a lacuna que a fase
visigótica ainda hoje
ocupa na nossa
investigação histórica)
à dominância árabe de
cinco séculos.
É assim que este
importante centro
populacional vai
renascer, reafirmar-se,
um pouco mais a Oeste
num outeiro de que se
avista uma soberba
paisagem cujo horizonte
é o Atlântico, a
Arrábida e o Espichel...
Grande parte das actuais
construções do mais
antigo núcleo histórico
de Santiago do Cacém,
teve decerto pedreira
fácil e barata nas
ruínas da Cidade Velha.
E qual Phoenix renascida
das cinzas, a vila do
mouro Kassem, afirma-se
sobranceira a toda a
região que domina, com o
seu castelo, desde o
século VIII até ao
século XII. Desta fase
de dominância islâmica é
também a toponímia que
persiste: são da ordem
das dezenas os nomes de
lugares, no termo da
vila que se podem, com
segurança, classificar
como etimologicamente
árabes.
Mas também o grande
senhor árabe, o forte
castelo de Kassem, vai
ter de dar lugar a
outros conquistadores.
A história das
conquistas e
reconquistas deste
castelo, não é simples
nem linear. No entanto,
é provável que entre
1158 e 1160 o castelo
árabe tenha sido tomado
por tropas fiéis a D.
Afonso Henriques. Em
1161, os mouros devem
tê-lo recuperado. Terá
voltado a ser cristão
entre 1162 e 1166. Foi
doado à Ordem de Sant'
Iago de Espada em 1186,
embora em 1184 se tenha
iniciado a grande
ofensiva almoada que até
1217 restaurou o regime
islamita de novo até ao
Tejo. É nesta data que
se faz a ocupação
definitiva pelos frades
guerreiros. Assim,
passando a Vila de
Kassem a pertencer de
facto à Ordem de
Sant'Iago, mantém o
antigo nome ao qual se
antepõe o da Ordem:
(Terra ou Vila ou
Castelo de) Sant'Iago
(que era) de Kassem.
O Burgo Medieval de
Sant'Iago de Kassem era
já de grande importância
no século XIII, com
responsáveis políticos e
administrativos de 1.ª
categoria(pretores,
alvazis, juízes,
alcaides, almoxarifes).
Já considerada
oficialmente com a
categoria de Vila em
1186, recebe a sua
primeira Carta de Foral
com D. Dinis.
Refira-se que é no
reinado de D. Dinis que
é feita doação da vila e
castelo de Sant'Iago de
Kassem e Panoias a
Vetácia Lascaris,
princesa grega
encarregada da educação
de D. Constança, filha
de D. Dinis e depois
esposa de D. Fernando. A
vila só torna ao poder
da Ordem por morte de
Vetácia em 1336. Esta
senhora passa os seus
últimos anos de vida em
Coimbra onde está
sepultada na Sé Velha.
É deste período um
imponente monumento
iconográfico relacionado
, e actualmente
integrado no interior da
Igreja Matriz, talvez
encomenda da Rainha D.
Isabel: um alto relevo
do século XIV, com 2m x
1,5m, que representa o
Sant'Iago a cavalo,
combatendo os mouros, e
que foi fonte de
inspiração para as
actuais armas, selo e
brasão do Município.
O primeiro Comendador da
vila pela Ordem foi
Carlos Pessanha, filho
de Manuel Pessanha,
primeiro almirante de
Portugal.
Em 1383-85, Sant' Iago
de Kassem toma voz pelo
Mestre de Aviz, pelos
interesses nacionais,
contra a submissão ao
estrangeiro.
No Arquivo Nacional da
Torre do Tombo, até ao
período quinhentista há
documentação referente à
vila nas Chancelarias
Régias, na Chancelaria
da Ordem de S. Tiago, no
Corpo Cronológico, em
várias gavetas e em
Forais Antigos.
A Vila de São Tiago de
Cacém, em poder da Ordem
até 1594, passará então
por doação de Filipe II
aos Duques de Aveiro até
1759, ano em que, pela
tentativa de regicídio,
ficou a pertencer, com
os bens de duque
executado, ao domínio da
Coroa, passando por fim
em 1832, pela vitória do
regime liberal, ao
Estado.
Com Juízes de Foro
desde, pelo menos 1551,
a magistratura judicial
era até aí exercida por
Juízes Municipais
eleitos pelo Concelho e
aprovados pelo
Comendador. A partir daí
com juízes formados, de
nomeação régia, passou a
ter maior amplitude
judicial e
administrativa, na
partilha das
responsabilidades
municipais como homens
da vila.
A organização municipal
assente nos homens-bons,
nos alvazis, nos jurados
nomeados pelos
cavaleiros-vilãos e
peões, e que
representava a força
vital do concelho, foi
alterada por D. Manuel e
começa então a
magistratura
administrativa dos
Vereadores, a chamada
Câmara. Desde o século
XVI e até 1833, o corpo
da Câmara de S.Tiago do
Cacém era composto por
três Vereadores e um
Procurador.
O número de localidades
e freguesias que compõem
o concelho de Santiago
do Cacém é Sede, tem
variado ao longo do
tempo. Mas desta
diversidade ressalta
sempre a sua importância
regional em todo o
litoral entre o Sado e o
Mira, com uma projecção
para o interior, da
ordem das dezenas de
quilómetros em extensão
de território.
Do Termo de S. Tiago do
Cacém fizeram parte as
freguesias de Santa
Catarina do Vale,
Melides, Vila Nova de
Mil Fontes e a actual
Cidade de Sines (esta,
com município autónomo
desde 1834 e actualmente
com duas freguesias).
Actualmente tem onze
freguesias, incluindo a
histórica vila de
Alvalade, detentora de
Foral Manuelino.
O Concelho de S. Tiago
do Cacém tinha assento
em Cortes no banco n.º
16.
Concelho essencialmente
rural com predominância
para a agro-pecuária, o
sistema tributário que
até ao século XIX pesou
sobre as suas gentes,
incluía entre outros: a
coima, o fossado, a
anáduva, os foros, as
portagens, açougagens,
peagens, as alcavalas, a
alcaidaria, o julgado, o
relego e o montádigo.
Desde meados do século
XVI que o Ensino se
pratica na vila. O seu
impulsionador foi
precisamente o exímio
literato Frei André da
Veiga, nascido em São
Tiago do Cassem em 1472,
cujo nome foi dado à
Escola Preparatória
aquando da sua criação.
Depois da grande
expansão urbana que
conseguiu no século
XVIII, São Tiago do
Cacém afirma-se
destacadamente na região
durante as Invasões
Francesas.
Discordando da política
militar centralizadora
das Juntas de Beja e de
Faro que defendiam a
constituição de um
exército central que
acudisse a eventuais
ataques às regiões do
Alentejo e Algarve, a
Junta de São Tiago do
Cacém, vendo a zona de
Melides/Comporta/Alcácer
como o ponto estratégico
de defesa do Alentejo,
procura concentrar ali,
por todos os meios, o
maior número possível de
homens armados. As
dificuldades de
recrutamento obrigaram
inclusivamente à
incorporação de menores.
Esta Resistência só foi
possível com a adesão
das populações das
vilas, das, aldeias, dos
campos.
No século XIX Santiago
do Cacém era uma pequena
Corte, onde os senhores
da terra faziam vida
faustosa do tempo dos
morgadios. As opulentas
Casas dos Condes do
Bracial, dos de La
Cerda, do Capitão Mor,
dos Beja, dos Condes de
Avillez, Fonseca
Achaiolli e outras,
dominavam a vila e o seu
Termo e outras terras
alentejanas.
Nomes sonoros como os do
Comendador António
Pereira Luzeiro de La
Cerda, José Francisco
Arrais Beja Falcão,
António Pais de Matos
Falcão (Conde do Bracial),
estão ainda hoje na
memória das gentes.
Gentes fortemente
vincadas aos movimentos
populares e
sindicalistas das
primeiras décadas do
século XX, que o nosso
concidadão e muito
querido amigo o Escritor
Manuel da Fonseca,
imortalizou nas suas
obras.
Período de explosão e
desenvolvimento
económico, suportado
pelo trabalho mal pago
dos assalariados, é
nesta altura que a par
de belas e ricas quintas
e herdades senhoriais de
exploração agro-pecuária
inovadora(cereais,
frutas e cortiça,
fundamentalmente, e gado
cavalar, muar, asinino,
bovino, ovino, caprino,
suíno) como o Pomar
Grande. Herdade do Paúl,
da Casinha, de Vale de
Agreiros, da Assenha, de
Corona, da Ortiga, de
Olhos Bolidos, do Canal
e outras Casas Agrícolas
como a de Jorge Ribeiro
de Sousa, a par dessa
exploração
agro-pecuária, vai
paralelamente
desenvolver-se a
indústria e o comércio.
Contavam-se na vila,
mais de uma dezena de
Fábricas de Cortiça,
várias Serrações de
Madeira, Carpintarias,
Mecânicas, Fábricas de
Moagens de Ramas, Forjas
e Oficinas e Ferraria e
Serralharia.
Instalaram-se em
Santiago do Cacém,
Advogados,
Farmacêuticos,
Merceeiros, Comerciantes
de Fazendas, Gráficos.
Abrem-se os primeiros
cafés. As Colectividades
e Associações animam a
vila: são a Filarmónica
União Artística, a
Sociedade Harmonia, a
Casa do Povo.
Os seguintes factos
traduzem não só a
riqueza dos Senhores,
como o guindar da vila
florescente e pitoresca
da primeira metade do
século aos destaques do
país:
em 1895 chega a Portugal
o primeiro automóvel. É
propriedade do Conde de
Avillez, de Santiago do
Cacém;
o primeiro Rolls Royce
que veio para Portugal,
veio também para
Santiago do Cacém.
Propriedade de José de
Sande Champalimaud;
o registo n.º 1 para
automóveis, passado pelo
Ministério das Obras
Públicas em 1901 é para
Santiago do Cacém, em
nome de Augusto Teixeira
de Aragão.
Vai ser necessário
esperar pela década de
70, depois de 40 anos de
estagnação, para a vila
iniciar nova fase de
expansão urbana, a maior
da sua existência
secular, agora
planificada e
projectada.
O ordenamento urbano, a
definição de zonas de
expansão permitem agora
localizar as estruturas
habitacionais,
comerciais, industriais,
culturais, de serviço,
de acesso e comunicação,
de uma forma integrada.
O perfil, o traço, o
percurso histórico, a
sede que é de
abastecimento e troca,
de atracção turística,
de prestação de serviços
para o concelho (que
conta com mais três
vilas: Cercal do
Alentejo,
Alvalade,Ermidas-Sado e
uma cidade: Vila Nova de
Santo André) para os
vizinhos concelhos de
Sines, Grândola e
Odemira, caracterizam
actualmente Santiago do
Cacém, já não como
pitoresca vila de
princípios do século
conhecida pela Sintra do
Alentejo, mas como uma
cidade pronta para o
desafio do século XXI.
Texto de autoria de Dr.
Sérgio Pereira Bento
Seixal – (Concelho do
Distrito de Setúbal)

A vila parece ter-se
desenvolvido a partir de
um núcleo de pescadores.
O abrigo natural entre o
Seixal e o Alfeite,
oferecia às embarcações,
permitiu que fosse uma
terra eleita para a
construção naval desde a
época dos
Descobrimentos. Segundo
tradição local, Vasco da
Gama e Paulo da Gama,
filhos de Estêvão da
Gama, que foi comendador
do Seixal, foram donos
da quinta que hoje se
chama da Fidalga.
Origem do nome:
«Xavier Fernandes em
Topónimos e Gentílicos
(1944)»: “A designação
formou-se do nome comum,
seixo, do latim saxã,
pedra, mais o sufixo –
al”.
Seixal
http://www.regiaodesetubalonline.pt
O município do Seixal,
pertencente à península
de Setúbal, situa-se na
margem sul do Tejo, e
confronta, a sul, com o
concelho de Sesimbra, a
este com o do Barreiro,
e a oeste com o de
Almada.
O concelho do Seixal
ainda apresenta um nível
significativo de
dependência em relação a
Lisboa, cidade que lhe
está ligada por via
fluvial e ferrovia.
Contudo, graças à sua
localização central,
mantém uma proximidade
notável com quase todos
os concelhos da margem
sul do Tejo.
É constituído por uma
extensa frente
ribeirinha, que se
desenvolve ao longo de
um braço do Tejo,
formando uma baía
natural de elevado valor
ecológico e
paisagístico, que serve
de local privilegiado
para actividades de
desporto e tempos
livres.
HISTÓRIA
As primeiras presenças
humanas na zona do
Seixal remontam ao
período da pré-história,
mas os vestígios
conhecidos de ocupação
mais antigos são da
época romana. Presume-se
que tenha sido também
ocupada por populações
muçulmanas que aqui
terão cultivado vinhas,
olivais e figueiras.
Da história mais antiga
da cidade do Seixal
pouco ou nada se sabe,
contudo pode afirmar-se
que a sua origem reside
num pequeno núcleo de
pescadores e o seu nome
está associado à grande
quantidade de seixos
existentes nas praias
ribeirinhas.
Nos séculos XIV e XV,
devido à sua baía
abrigada, Seixal foi
local escolhido para a
instalação de estaleiros
navais, actividade que
se desenvolveu
sobremaneira durante a
época dos Descobrimentos
e aí permaneceu durante
alguns séculos. Contudo,
a actividade tradicional
da população local
continuou a ser a pesca.
Na época de Quinhentos,
o povoado do Seixal
fazia parte da Arrentela.
Após a revolução
liberal, sequência da
reforma administrativa
de 1836, no reinado de
D. Maria II, o Seixal
passa a ser um concelho.
Em 1895 o concelho é
extinto, e as suas
freguesias passaram a
pertencer aos concelhos
de Almada e Barreiro.
Três anos mais tarde, o
concelho foi de novo
recuperado.
A partir da segunda
metade do século XIX,
regista-se um aumento do
desenvolvimento
económico e industrial,
com a instalação de
unidades fabris de
têxteis, vidro e
cortiça. Neste período,
o Seixal passa a ser o
principal centro
corticeiro do país.
Nos anos sessenta, a
instalação da Siderurgia
Nacional (1961) e a
ponte sobre o Tejo
(1966) foram as
impulsionadoras do
desenvolvimento
económico do concelho,
marcando notoriamente o
crescimento demográfico
e alterando
profundamente as suas
características
urbanísticas.
A 20 de Maio de 1993, o
Seixal é elevado a
cidade.
A presença do Tejo neste
concelho, nomeadamente
na Baía do Seixal,
condicionou o
aparecimento de várias
profissões, como a pesca
e a carpintaria que,
durante anos, foram o
principal modo de vida
das populações, além da
construção de moinhos de
maré e estaleiros
navais.
PATRIMÓNIO
No concelho de Seixal,
além dos seus bens
naturais acentuados, é o
património edificado que
possui muitas maravilhas
da história do concelho.
Começando pelo Ecomuseu,
uma entidade composta
por nove núcleos
espalhado por todo o
concelho, entre os
quais:
O Núcleo do Moinho de
Maré de Corroios, cujo
interior alberga os
elementos ligados à
moagem de cereais,
recebe ainda exposições
temporárias e outras
actividades culturais.
O Núcleo Sede da Torre
da Marinha, que além das
exposições também
comporta um Centro de
Documentação e
Informação e os Serviços
Educativos.
O Núcleo Naval da
Arrentela, situado num
antigo estaleiro, possui
um espaço dedicado à
construção artesanal de
modelos de barcos do
Tejo.
O Núcleo da Quinta da
Trindade revestido de
painéis com azulejos,
possui uns belos
jardins.
A Quinta do Rouxinol,
monumento nacional, onde
se podem visitar os
fornos de cerâmica
romanos, dos séculos II
e IV.
A Fábrica da Pólvora,
situada em Vale de
Milhaços, outro dos
edifícios do Ecomuseu,
dá a conhecer todo o
circuito da pólvora
negra e da máquina a
vapor.
No seu acervo religioso
pode-se destacar a
Igreja Paroquial da
Arrentela, reconstruída
em 1759, depois de
bastante destruída pelo
terramoto de 1755. Este
templo desperta o
interesse pelos
trabalhos em estuque de
cor ocre, em relevo, por
cima da porta e janelas
laterais. No seu
interior, possui um
tecto com estuques
polícromos do século
XVIII, um altar-mor de
talha dourada dos finais
do século XVII. As
imagens de madeira e os
azulejos setecentistas,
azuis e brancos, com
cenas da Vida da Virgem
são outros atributos do
monumento.
A Igreja Matriz, situada
no Seixal, é outros dos
monumentos históricos do
concelho. No seu
interior possui um altar
neoclássico, dos finais
do século XVIII. As
paredes da capela-mor
são decoradas por quatro
pinturas barrocas, e o
tecto com pinturas de
Pereira Cão, já dos
inícios do século XX,
privilegia a figura da
Padroeira.
TURISMO
Os moinhos de maré,
estaleiros, indústrias
tradicionais, núcleos
históricos urbanos, baía
natural, praias
fluviais, sapais, hortas
urbanas e zonas
urbanizadas são algumas
das razões para visitar
o concelho do Seixal.
Nos moinhos de maré
destacam-se o Núcleo do
Moinho de Maré de
Corroios, integrado no
Ecomuseu como Núcleo do
Património Industrial, o
Moinho da Raposa, junto
à Torre da Marinha, o do
Galvão, o do Capitão, o
da Passagem e o da
Torre, todos defronte ao
Seixal.
As recuperadas
embarcações do Tejo,
outrora utilizadas nas
actividades fluviais e
piscatórias, como o Bote
de Fragata "Gaivotas" e
o Varino "Amoroso", são
outras alternativas de
passeio que o concelho
seixalino proporciona
aos seus habitantes e
visitantes.
A não perder também
alguns dos belos jardins
do concelho, como o da
Quinta da Fidalga, o da
Quinta da Trindade ou o
da Quinta da Atalaia.
Para uma vista
panorâmica sobre Lisboa,
a baía do Seixal,
Barreiro, Corroios e
Miratejo, basta visitar
o Miradouro do Alto de
D. Ana, na cidade sede
do concelho.
Algumas das festas
tradicionais do Seixal,
são as Festas de São
Pedro, realizadas no
princípio de Julho, e as
Festas da Amora, no mês
de Agosto.
A oferta gastronómica da
zona assenta sobretudo
em pratos de peixe e
marisco, com especial
destaque para Caldeirada
de peixe, a Feijoada de
choco e as enguias,
confeccionadas em
ensopado ou simplesmente
fritas. Na doçaria
destaca-se a delícia de
laranja e o doce de
grão.
Sesimbra – (Concelho
do Distrito de Setúbal)

Povoação conquistada
aos mouros em 1165 por
D. Afonso Henriques,
primeiro rei de
Portugal. Por volta de
1166, o reduto castelão
foi povoado por uma
colónia de francos, em
torno da Igreja de Nossa
Senhora da Conceição do
Castelo. Abandonada ante
a avançada muçulmana em
1191, foi reconquistada
por D. Sancho l. Foi
doada à Ordem de Sant’Iago
em 1236, que
intensificaram os
esforços para a
repovoar, concedendo
certos privilégios aos
pescadores. Em 1232, D.
Dinis elevou-a à
categoria de vila e em
1514, D. Manuel l
concedeu-lhe foral novo.
Sesimbra foi sempre
ao longo dos séculos um
notável centro
piscatório, conforme
escritores de várias
épocas nos testemunham.
André de Resende (1593)
refere com frequência o
“mar piscosíssimo de
Sesimbra” e Luís de
Camões, em “Os
Lusíadas”, designa-a de
piscosa Sesimbra. A
pesca da sardinha, quer
pela quantidade quer
pela qualidade, sempre
foi muito apreciada. Em
1640, Nunes de Leão
afirmava na “Descrição
do Reino de Portugal”
que “no mar de Setúbal e
de Sesimbra há a mais
sardinha e mais saborosa
que se pode dar”.
Raul Brandão, o
escritor português que
mais soube exaltar a
acção dos pescadores,
sublinhou assim a
coragem dos pescadores
sesimbrenses: “O
pescador de Sesimbra,
que vaias vezes muito
longe, não conhece a
agulha de marear.
Regula-se pelas estrelas
e pela malha encarnada
da serra Da Arrábida. Lá
fora, quando vêem o cabo
Raso ao nível do mar, e
quando o farol
desaparece, estão no mar
do cabo feito. Conheceu
a costa a palmo: o mar
novo, que dá o peixe
espada, o mar da cornaça,
que dá o goraz e o
cachucho, e o de
rapapoitas, que dá os
grandes pargos,
conhecidos por pargos do
morro”.
Origem do nome:
«Xavier Fernandes em
Topónimos e Gentílicos
(1944): “Nome de origem
grego-latina, que no
século Xlll se escrevia
Sisimbria, a que se
seguiram formas
corrompidas -
Cesimbra, Cezimbra e
Cizimbra. Não há dúvida
sobre a forma gráfica
exacta, que é Sesimbra,
e não Cesimbra nem
Cezimbra, pois o étimo
está em sisymbrium nome
de determinadas espácies
vegetais, além de que,
num foral de 1201, o
vocábulo aparece
repetidas vezes escrito
co “S” na primeira e
segunda sílabas”.
Sesimbra
http://www.regiaodesetubalonline.pt
O concelho de Sesimbra
forma aproximadamente um
quadrado delimitado por
Almada, Seixal e
Barreiro a norte,
Palmela e Setúbal a
leste e pelo Oceano
Atlântico a sul e a
oeste.
Sesimbra apresenta-se
como um dos primeiros
pontos de encontro do
Continente Europeu com o
Oceano Atlântico e é
privilegiado pela
proximidade com os dois
estuários, do Tejo e do
Sado.
Conta com uma área de
206 km2 distribuída por
três freguesias:
Santiago, Castelo e
Quinta do Conde.
HISTÓRIA
Conta-se que Sesimbra
teve a sua primeira
ocupação humana 1 200
000 anos a.C., quando os
primeiros Hominídeos –
Homus Erectus - se
refugiavam nas grutas e
pequenos povoados
agrícolas.
Depois desta ocupação,
surge a era dos metais,
em que materiais como o
cobre, o bronze ou o
ferro eram as "riquezas"
de locais como a Roça do
Casal do Meio ou a
Necrópole do Casalão.
O período das conquistas
dá-se logo no início do
século II a.C., primeiro
com os romanos, seguidos
dos bárbaros no século V
e, por fim, no século
VIII com a invasão dos
árabes vindos do Norte
de África.
Sesimbra torna-se
portuguesa, no ano de
1165, quando D. Afonso
Henriques a conquistou
aos árabes, seguindo-se
um período conturbado de
tomadas e reconquistas
que só viria a terminar
em 1200, com o domínio
definitivo liderado por
D. Sancho. Este contou
com o apoio de cruzados
francos, que acabaram
por assegurar o
povoamento. Um ano
depois, o rei passa
carta de foral à
povoação.
Em 1236, o concelho é
atribuído à Ordem de
Santiago, tendo a sua
população se expandido
no espaço e criado a
povoação da Ribeira de
Sesimbra, já fora das
muralhas do castelo. Em
1536, é recriada a
povoação de Sesimbra na
antiga Ribeira, junto ao
Atlântico. Este período
caracteriza-se também
pela participação activa
da população na expansão
ultramarina.
Em 1580 entra-se num
período de crise, com a
perda da independência
para os espanhóis. A
falta de homens na
população e os ataques
de piratas afectam de
modo negativo o
crescimento da vila,
tornando-a vulnerável ao
ponto de ser atacada por
uma armada inglesa, em
que é destruído o Forte
da Marinha. Só em 1640,
com a Restauração,
Sesimbra recupera, em
muito devido à acção do
rei D. João IV que
reedificou as Fortaleza
de S. Tiago, os fortes
de S. Teodósio, S.
Domingos, Nª Srª do Cabo
e S. Pedro. No entanto,
em 1665 e 1721,
sucedem-se os ataques
marítimos dos corsários
berberes.
No início do século
XVIII, as terras de
Sesimbra, propriedade
dos Duques de Aveiro
(últimos representantes
da Ordem de Santiago),
passam para a tutela
real, assim como o poder
civil e as crenças
religiosas.
Com o século XIX, o
concelho sofre algumas
vicissitudes, desde a
conquista napoleónica à
guerra civil de
1834-1836, que levaram
ao desfasamento de
diversos pontos
militares costeiros.
O concelho é novamente
renovado nos finais do
século XIX, princípios
do século XX.
PATRIMÓNIO
O concelho de Sesimbra,
além de uma beleza
natural e ambiental, tem
em parte do seu acervo
histórico, um leque de
monumentos e museus.
Em Sesimbra, no largo
Luís de Camões,
situam-se dois dos mais
importantes museus do
concelho.
O Museu de Arqueologia,
onde podem ser
encontrados achados
arqueológicos, e um
grande espólio que
reflecte momentos da
história do concelho.
Este Museu está
empenhado na
investigação e recolha
de vestígios deixados
pelos antepassados.
O Museu do Mar,
inaugurado em 1987,
nasceu de um compromisso
entre a autarquia e os
pescadores do concelho,
e reúne o património que
estes lhe forneceram.
Várias fotografias e
materiais relativos à
pesca fazem parte do
espólio do museu.
Quanto ao património
religioso, pode-se
destacar a Igreja da
Santa Casa da
Misericórdia (Largo 5 de
Outubro). De construção
quinhentista, comporta
um conjunto de azulejos
nas paredes, tendo o
altar-mor uma talha
dourada. O Senhor das
Chagas é a imagem
representada no
monumento assim como a
imagem de Nossa Senhora
do Rosário, em mármore,
num altar de pedra
policromo de 1696.
A Igreja Matriz de
Santiago – Largo do
Movimento das Forças
Armadas – foi construída
em 1533 e como o nome
indica é dedicada a S.
Tiago. Tendo sido alvo,
ao longo dos séculos, de
várias remodelações,
apenas a sua torre
sineira apresenta ainda
características
arquitectónicas
originais. A Capela-mor
apresenta um tecto de
abóbada ornamentada com
pintura de finais do
século XVIII.
O Santuário de Nossa
Senhora do Cabo, datado
dos finais do século
XVII, situa-se no seio
do cabo Espichel e é
ladeado por edifícios,
hoje arruinados, que
serviram de albergue aos
peregrinos. O altar-mor
é revestido de azulejos
azuis e brancos com
símbolos da Litania da
Virgem, e possui uma
tribuna, outrora,
dedicada aos reis. Na
sacristia, estão
patentes duas pinturas
do século XVI, do Mestre
da Lourinhã, que
representam S. Tiago e
Santo António.
O castelo de Sesimbra
foi conquistado por D.
Afonso Henriques em
1165. Pensa-se que terá
sido edificado sobre um
castelo já existente, de
construção árabe.
Conserva ainda hoje os
dois elementos
essenciais da
fortificação medieva: a
muralha e a alcáçova. No
perímetro das suas
muralhas, existe a
Igreja de Santa Maria ou
de Nossa Senhora do
Castelo, um importante
exemplar da arquitectura
religiosa popular
portuguesa, construído
no século XII.
Construída no centro da
baía de Sesimbra, a
Fortaleza de S. Tiago é
um monumento de
arquitectura militar
seiscentista,
considerada a mais
pesada edificação da
vila, pelo seu peso
histórico militar e pela
sua implantação física.
O seu interior é
constituído por diversas
divisões militares ainda
conservadas, como a
residência do
governador, as cisternas
e as masmorras.
O Forte de S. Teodósio,
vulgarmente conhecido
como Forte do Cavalo,
foi edificado entre 1648
e 1652, a mando de D.
João IV. Foi muito
danificado pelo
terramoto de 1755, mas
continuou artilhado e
guarnecido até 1822. Só
muito recentemente, a
construção sofreu obras
de restauro. Existia um
templo no perímetro da
fortaleza, Capela de
Nossa Senhora da
Conceição, do qual
apenas subsiste a imagem
da padroeira, em madeira
policromada. Em finais
do século XIX, foi esta
imagem transferida para
a Igreja de Santa Maria
do Castelo.
TURISMO
O concelho de Sesimbra
oferece aos seus
visitantes uma boa
indústria hoteleira, com
vários hotéis de
qualidade, bares,
discotecas e
restaurantes de bom
nível. A vila é sempre
um bom local para dar
passeios a pé, não só
pela zona ribeirinha,
como pelo seu traçado
urbano característico.
Os monumentos, como o
Castelo de Sesimbra, a
Fortaleza de Santiago ou
os Faróis do Cabo
Espichel e o de S.
Teodósio são outras das
atracções do concelho
sesimbrense.
As grutas do Zambujal,
apesar de não poderem
ser visitadas, podem ser
apreciadas de longe,
despertando o interesse
de quem passa, pela sua
beleza e dimensão.
O Cabo Espichel é outro
dos lugares
privilegiados. Além do
maravilhoso contacto com
a Natureza, o oceano
Atlântico na sua
plenitude vai alisando
as falésias, com o
constante bater das
ondas que se desfazem em
espuma quando encontram
os rochedos.
A beleza natural do
concelho, as praias, as
festas tradicionais, e a
gastronomia são alguns
pontos fortes para
visitar Sesimbra.
As praias sesimbrenses
são muito visitadas e
apreciadas pelos
turistas, assim como a
pesca desportiva.
No que diz respeito ao
artesanato, destacam-se
as composições em
escamas de peixe, a
cerâmica e a pintura em
azulejo.
O leque de festas
típicas do concelho de
Sesimbra é muito vasto.
A Feira-Festa da Quinta
do Conde, o típico
Carnaval, os santos
populares, assim como as
festas da Nossa Senhora
da Luz e Nossa Senhora
da Boa Água são algumas
das festas pontuais de
Sesimbra. Incontornáveis
são as celebrações do
culto do Senhor das
Chagas, com início a 24
de Abril e auge nos dias
3 a 5 de Maio. De
permeio tem lugar a
procissão dedicado ao
santo que é das maiores
realizadas a sul do
país.
Mas Sesimbra não oferece
só festas e feiras aos
seus visitantes. Estes
também podem e devem
apreciar a gastronomia
sesimbrense, rica em
peixe e marisco.
Destaque-se a caldeirada
de Sesimbra, o arroz de
tamboril e a açorda de
marisco nos pratos
principais. Não
esquecendo o pão caseiro
e os queijos frescos.
A doçaria é representada
pelos zimbros, brisas do
mar e pelos almirantes.
Sesimbra
http://www.portugalweb.net/Sesimbra
O concelho de Sesimbra
forma aproximadamente um
quadrado delimitado por
Almada, Seixal e
Barreiro a norte,
Palmela e Setúbal a
leste e pelo Oceano
Atlântico a sul e a
oeste.
Dentre as actividades
económicas mais
importantes do concelho
destaca-se a pesca e as
suas associadas a
construção naval e a
indústria conserveira e
a extracção e
transformação dos várias
tipos de pedra da
região, como a brecha de
Sesimbra e a brecha ou
mosaico da Arrábida, um
conglomerado marmóreo
natural.
As mais importantes
romarias de Sesimbra são
a Festa do Senhor Jesus
das Chagas, a de Nossa
Senhora do Castelo, a de
Nossa Senhora do Cabo, a
de Nossa Senhora da Luz,
a de Nossa Senhora da
Arrábida e a de S. José.
As origens de Sesimbra
não são ainda bem
conhecidas falando- -se
numa Zambra romana, de
uma Sesimbrig celta e
outros autores ainda de
uma Zimbra celtibera.
Certo é que em todo o
concelho abundam
vestígios arqueológicos
que atestam a presença
humana na região desde o
Vilafranquiano médio 1
200 000 anos a.C..
Sesimbra foi tornada
portuguesa e cristã no
ano de 1165 quando
D.Afonso Henriques a
conquistou aos árabes,
após alguns dias de
tentativas. Os árabes
retomam o castelo após
este ter sido abandonado
pelos povoadores, que
temeram a horda
muçulmana, a qual lutava
para recuperar as praças
perdidas, em 1191.
Coube a D. Sancho I a
reconquista de Sesimbra
com o auxílio de
cruzados francos, que
povoaram o local.
O castelo de Sesimbra
foi doado em 19 de
Fevereiro de 1236 aos
cavaleiros da Ordem de
Santiago, que possuíam
já importantes
territórios em toda a
região, na pessoa de
Paio Peres Correia seu
mestre, com todo o
direito sobre o senhorio
da vila e castelo e o
padroado das igrejas. O
Papa Inocêncio IV
confirmou a doação.
Os cavaleiros não foram
suficientes para o
povoamento da região,
nem as regalias dadas a
pescadores e camponeses,
pelo que houve
necessidade de criação
de “coutos de homiziados”
nos séculos XIII, XV e
XVI.
O primeiro foral de
Sesimbra foi dado por D.
Sancho I em Coimbra, em
Agosto de 1201,
confirmado
posteriormente por D.
Afonso II, D. Dinis que
além de confirmar os
privilégios criou o
concelho de Sesimbra, D.
Afonso IV e D. Fernando.
No período das
Descobertas os homens do
mar de Sesimbra marcaram
largamente a sua
presença, tendo
concedido o rei D.
Manuel a Sesimbra uma
nova carta de foral em
28 de Julho de 1514.
Em 1427 Sesimbra teve
banco nas Cortes,
ficando o seu procurador
ao lado dos de Palmela e
Setúbal.
As terras do concelho
foram cenário de
sangrentos episódios nas
lutas nacionais com
muçulmanos, espanhóis e
franceses.
O concelho teve,
antigamente, uma área
muito maior do que a
actual, porque abrangia
terras de Almada e de
Azeitão que lhe foram
retiradas. Em 27 de Maio
de 1388 foram criadas as
freguesias de Santa
Maria ou do Castelo. Em
8 de Abril de 1536 foi
criada a freguesia de
Santiago. Em tempos mais
recentes foi criada a
freguesia de Quinta do
Conde.
Sines – (Concelho do
Distrito de Setúbal)

De origem
romano-visigótica, foi
tomada aos mouros pelos
templários e entrou na
Coroa Portuguesa no
reinado de D. Sancho ll,
em 1217. D. Manuel l
outorgou-lhe foral novo
em 1512. Aqui embarcou,
em Maio de 1834, na
fragata inglesa Stag e
com destino ao exílio
imposto pela Convenção
de Évora Monte, D.
Miguel (irmão de D.
Maria ll), último
monarca absolutista. D.
Estêvão da Gama, pai do
Grande Almirante dos
Mares da Índia, Vasco da
Gama, foi alcaide-mor de
Sines e o grande
navegador teria aqui
nascido. O povo ainda
recorda esta grande
epopeia e seu navegador:
“ Viva, o Dom Vasco da
Gama / Sua aguilhada
florir. / Andava
lavrando os Chãos, / Foi
às Índias descobrir”.
Origem do nome:
«Do, Domingo
Ilustrado – 1902»: “O
nome de Sines revela
antiguidade nobalíssima
desta povoação, porque
deve provir da palavra
“Sinus” com que os
latinos nomeavam a
enseada”.
Sines
http://www.mun-sines.pt/concelho
A história de Sines
faz-se a partir do mar.
Pré-história
Da Pedra Lascada ao
Bronze, há em Sines
vestígios de todos os
períodos da
Pré-história.Celtas e
Púnicos
Da Idade do Ferro há
vestígios físicos dos
Púnicos e uma possível
presença celta.Romanos
Os Romanos são os
primeiros a fazer de
Sines um centro
portuário e industrial.
AS PRIMEIRAS comunidades
humanas de Sines são
paleolíticas. Acampam
junto das ribeiras
(Junqueira, Morgavel,
Borbelogão).
Mas a sua passagem para
o Neolítico processa-se
no mar. A abundância de
peixe e marisco fixa os
grupos nas aldeias da
praia (Vale Marim,
Samouqueira, Vale Pincel
I).
A fundição do cobre
provoca a primeira
acumulação importante de
riqueza. Por
necessidades de defesa,
as aldeias deslocam-se
das praias abertas para
pontos altos (Vale
Pincel II, Monte Novo).
A tecnologia do bronze
alimenta sociedades mais
complexas e
estratificadas. Os
espólios dos cemitérios
da Quitéria e da
Provença indicam um meio
onde convive gente muito
rica com gente muito
pobre.
Costa do Norte, onde
existem estações
paleolíticas não
completamente
exploradas.DE ACORDO com
Arnaldo Soledade da
tribo celta dos Cinetos,
que o escritor clássico
Avieno identificou no
século IV DC, pode
derivar a toponomia de
Sines.
Menos simbólica e mais
substancial, a principal
herança da colónia
púnica que se estabelece
a sul da cidade é o
tesouro do Gaio,
encontrado em 1966.
Os Púnicos (ou
Cartagineses) terão sido
os primeiros a usar a
Ilha do Pessegueiro com
funções portuárias.
Arrecada púnica (Tesouro
do Gaio)
PROTEGIDA das nortadas,
a baía de Sines é o
porto da cidade de
Miróbriga (concelho de
Santiago do Cacém). Um
das hipóteses da origem
no nome "Sines" é,
precisamente, o étimo
latino "sinus" (baía).
O canal da Ilha do
Pessegueiro também
mantém funções
portuárias durante o
período romano. Está
ligada a Arandis (Garvão,
Ourique).
O pedestal de uma
estátua de Marte,
encontrada nas muralhas
do castelo de Sines,
aponta para a existência
de um povoado romano
sobre a arriba.
A fábricas de salga de
peixe expostas no actual
Largo João de Deus fazem
parte da primeira
indústria de Sines.
À medida que as salgas
de Sines decaem,
desenvolvem-se as da
Ilha do Pessegueiro,
mais próxima dos
pesqueiros.
Visigodos e Mouros
No período mais escuro
da história de Sines, há
um deserto árabe e a
miragem de um templo
visigótico.Fundação e
consolidação do concelho
- I
Dom Pedro I concede
foral a Sines,
interessado nas suas
funções
defensivas.Fundação e
consolidação do concelho
- II
Na Idade Média e
Modernidade, o mar
continua a enformar a
vida de Sines.
Há poucos elementos
sobre uma possível
presença árabe em Sines
durante a ocupação do
sul da península.
Na transição do século
XIII para o XIV, o
comércio marítimo está
em expansão. É
necessário fixar gente
na costa para
protegê-lo. O
crescimento de Sines
está incluído no
movimento de fundação e
a ampliação de povoações
litorais que então se
processava.
Em 24 de Novembro de
1362, Dom Pedro I
concede carta régia a
Sines, autonomizando-a
de Santiago do Cacém. O
desejo de emancipação
dos homens-bons de Sines
é, pois, satisfeito. Mas
com a condição –
ilustrativa da função
militar com que era
fundada a nova vila – de
construírem uma
fortaleza.
Porto Covo é fundado no
pressuposto da criação
de dois portos no canal
da Ilha do Pessegueiro.
Século XX
A instalação do complexo
industrial, no início da
década de 1970, é o
acontecimento mais
importante da história
moderna de Sines.
A PESCA e alguma
agricultura são as bases
da economia sineense na
primeira metade do
século XX. Ao longo das
primeiras décadas ganham
importância as
indústrias da cortiça e
das conservas de peixe.
A partir dos anos 50, o
sector do turismo ganha
alguma força, mercê da
qualidade paisagística
da costa e do encanto da
vila de Sines.
No início da década de
70 dá-se um choque a
todos os níveis da vida
de Sines: o governo de
Marcello Caetano decide
instalar aqui um grande
complexo
portuário-industrial.
Com um desenvolvimento
incerto deste a
fundação, o complexo
vive hoje uma fase de
relançamento.LEIA OS
ORIGINAIS
Os textos publicados
nesta secção são textos
de divulgação. Não
dispensam a leitura dos
originais
historiográficos que
constituem a sua fonte.
A grande maioria dos
livros ou textos citados
estão disponíveis para
consulta na Biblioteca
Municipal de Sines.
Vasco da Gama teria
nascido em Sines
http://pt.wikipedia.org
Vasco da Gama (Sines,
Portugal, 1469 - Cochim,
Índia, 24 de Dezembro de
1524) foi um navegador
português.
Filho do alcaide-mor de
Sines, Estevão da Gama,
o rei D. Manuel I
(1495-1521) confiou-lhe
o comando da frota que,
em 8 de Julho de 1497,
zarpou do Rio Tejo em
demanda da Índia, com
150 homens entre
marinheiros, soldados e
religiosos, distribuídos
por quatro pequenas
embarcações:
São Gabriel, feita
especialmente para esta
viagem, comandada pelo
próprio Vasco da Gama;
São Rafael, também feita
especialmente para esta
viagem, comandada por
Paulo da Gama, irmão do
capitão-mor;
Bérrio, rebatizada como
São Miguel, mas que
continuou a ser
conhecida pelo seu nome
original, sob o comando
de Nicolau Coelho; e
uma naveta para
transporte de
mantimentos, sob o
comando de Gonçalo
Nunes, que foi queimada
perto da baía de São
Brás, na costa oriental
africana.
Em 2 de Março de 1498,
completando o contorno
da costa africana, a
armada aportou a
Moçambique, depois de
haver sofrido medonhos
temporais e de Vasco da
Gama ter sufocado, com
mão de ferro, uma
revolta da marinhagem.
O piloto que o sultão da
Ilha de Moçambique lhe
deu para o conduzir à
Índia, foi secretamente
incumbido de entregar os
navios portugueses aos
mouros em Mombaça. Um
acaso fez descobrir a
cilada e Vasco da Gama
pôde continuar até
Melinde, cujo rei lhe
forneceu um piloto
árabe, conhecedor do
Oceano Índico.
Em 17 de Abril de 1498,
avistou Calecute. Estava
estabelecida a rota no
Oceano Índico e
descoberto o caminho
marítimo para a Índia.
Vasco da Gama regressou
a Lisboa no verão de
1499, um mês depois de
seus companheiros, pois
teve de enterrar o irmão
mais velho (Paulo da
Gama que adoecera e
acabara por falecer na
ilha Terceira, nos
Açores.
D. Manuel recompensou
este glorioso feito,
nomeando o navegador
Almirante-mor das Índias
e dando-lhe uma renda de
trezentos mil réis
anuais que passaria para
os filhos que tivesse.
Recebeu, conjuntamente
com os irmãos, o título
de Dom e duas vilas, em
Sines e Vila Nova de
Milfontes.
Voltaria mais duas vezes
à Índia, de que foi
governador e segundo
vice-rei para lutar
contra os abusos
existentes que punham em
causa a presença
portuguesa na região.
Vasco da Gama começa a
actuar rigidamente e
consegue impor a ordem,
mas vem a morrer em
Dezembro desse mesmo ano
em Cochim, sendo os seus
restos mortais trazidos
para Portugal, mais
concretamente para a
Igreja de um convento
carmelita, conhecido
actualmente como Quinta
do Carmo (propriedade
privada). A presença das
ossadas na vila
alentejana de
Vidigueira, prende-se
com o facto, de o Rei
lhe ter atribuido o
título de Conde de
Vidigueira (a si e aos
seus descendentes) em
1519. Aqui estiveram até
1880, data em que
ocorreu a trasladação
para o Mosteiro dos
Jerónimos ficando ao
lado do túmulo de Luís
de Camões. Há quem
defenda, porém que, os
ossos de Vasco da Gama
ainda se encontram
naquela vila alentejana;
Se é lenda ou não, não
sabemos... . Como
testemunho da eventual
trasladação das ossadas,
em frente da estátua do
navegador, temos a
antiga Escola Primária
Vasco da Gama, em
Vidigueira (que serviu
de moeda de troca para
obterem permissão para
efectuar a trasladação),
onde se encontra
instalado o Museu
Municipal de Vidigueira.
Teve cinco filhos:
Francisco, Estevão,
Paulo, Cristovão e
Pedro. Alguns
acompanharam-no e vieram
a desempenhar cargos
importantes no Oriente.
Porto Covo
http://portocovo.planetaclix.pt
DE ALDEIA DE PESCADORES
- A ATRACÇÃO TURÍSTICA
Fonte de inspiração de
poetas e cantores, Porto
Covo desde sempre
encantou os seus
visitantes logo num
primeiro olhar. Em
meados do século XVIII,
Porto Covo não passava
de um pequeno lugar
implantado na arriba,
próximo de uma pequena
enseada. Sabe-se que em
1780 o pequeno povoado
resumia-se a quatro
casas apenas.
Testemunha desta
história, a Ilha do
Pessegueiro com os seus
fortes comprova o que
restava de um grandioso
projecto de um porto
marítimo que Filipe II
de Espanha e Felipe I de
Portugal havia concebido
para aquele lugar. Este
projecto nunca se chegou
a concretizar e durante
o século XVIII a
principal actividade
registada em Porto Covo
prendia-se com a
utilização da calheta
local e do ancoradouro
do Pessegueiro como
portos de pesca e
comércio.
Assim permaneceu
discretamente até ao dia
em que um membro da alta
burguesia comercial
pombalina se encantou
por aquele pequeno
lugar. Jacinto Fernandes
Bandeira era oriundo de
uma família não muito
abastada de Viana do
Castelo. Veio cedo para
Lisboa enveredando pela
actividade comercial na
qual granjeou grande
sucesso. Jacinto
Fernandes Bandeira
depressa alcançou
notoriedade, enriqueceu
e ganhou poder durante o
Governo do Marquês de
Pombal. A sua ascensão
levou a que recebesse
inúmeros títulos, entre
os quais o de Fidalgo
Cavaleiro da Casa Real,
em 1794, por "haver
principiado uma povoação
no sítio de Porto Covo,
de que pode resultar
muita utilidade ao
comércio e transportes
da província do
Alentejo, cuja povoação
se obrigou a concluir na
conformidade do mapa que
apresentou", assim
rezava o decreto. Para
concretizar a edificação
da povoação, Jacinto
Fernandes mandou fazer
um plano constituído por
dois desenhos; o "Mapa
da Configuração do
Terreno e Porto Covo que
se pretende habitar e
cultivar" e ainda uma
"Planta da Nova Povoação
do Porto Covo" (ver
imagem). Assim começava
um novo ciclo na vida do
lugar de Porto Covo,
associado à ascensão de
Jacinto Fernandes
Bandeira que, a 13 de
Junho de 1796, recebe a
denominação de Senhor de
Porto Covo "em
consideração da
actividade com que
promove o
estabelecimento e
povoação de Porto Covo,
em benefício da
agricultura, da pesca e
do provimento da Corte".
Em 1802 Jacinto
Fernandes torna-se
Alcaide-mor de Vila Nova
de Mil Fontes e, algum
tempo depois, passa a
Conselheiro da Real
Fazenda. A 15 de Agosto
de 1805 recebe o título
de Barão de Porto Covo.
A povoação é inspirada
no traçado geométrico da
baixa pombalina, em
Lisboa, como se pode ler
na obra Porto Covo - um
exemplo de urbanismo das
Luzes, da autoria do
historiador António
Quaresma. "Nele
sobressaem duas praças
que lhe conferem
esquematicamente certa
semelhança com um H: a
Praça do Poleirinho,
junto ao Porto e a Praça
do Mercado. Entre as
duas, os equipamentos
sociais: o hospital para
inválidos e expostos e a
igreja. Tudo na nova
povoação está
racionalmente e
previamente determinado:
blocos de habitação,
celeiro, armazém de
carvão, estalagem,
instalações para os
armadores de pesca,
edifício da Câmara e da
cadeia e a casa da
Fazenda. Cercando grande
parte do conjunto, uma
cortina com a dupla
função de fortificar e
de impedir que alguém se
precipitasse da arriba".
Jacinto Fernandes
Bandeira dedicou a sua
vida ao incremento da
povoação vindo a falecer
a 30 de Maio de 1806.
Solteiro, deixou os seus
títulos de herança ao
seu sobrinho Jacinto
Fernandes da Costa
Bandeira que vem a
receber o título de 2°
Barão de Porto Covo.
Este, por sua vez, por
valiosa contribuição
para a política do reino
chega ao cargo de
ministro da Fazenda e
presidente do Banco de
Lisboa. É elevado a
Visconde de Porto Covo
em 1825 e em 1843 passa
a Conde deste lugar. Sob
a regência deste 2°
Barão o crescimento de
Porto Covo não é muito
significativo tendo, um
século depois, cerca de
vinte fogos. Porto Covo
nunca chegou a
desempenhar o papel de
porto do Alentejo. Teve
no entanto um papel
secundário como porto
comercial, sendo a pesca
a sua actividade mais
importante.
O desenvolvimento da
povoação só registou um
avanço significativo
aquando da construção do
complexo industrial de
Sines. Nessa altura
aumentou de cinquenta e
cinco fogos e 246
moradores em 1940, para
cento e quarenta e
quatro fogos em 1980,
registando então um
total de 539 habitantes.
Inserida no conselho de
Sines, Porto Covo
tornou-se freguesia em
1984, evoluindo de uma
aldeia piscatória para
um local de atracção
turística, potenciando a
beleza da sua paisagem
com as suas praias de
areia branca e fina
aquecidas pelo sol e a
hospitalidade das suas
gentes. Outro ponto de
interesse turístico é a
Ilha do Pessegueiro, com
a sua praia com
condições para a prática
de windsurf, passeios de
barco e pesca
desportiva.
Noticias de Sines, 3 de
Junho 2000
Trabalho e pesquisa de
Carlos Leite Ribeiro –
Marinha Grande -
Portugal
|
|

Envie
esta Página aos Amigos:





Por favor, assine o Livro de Visitas:

Todos os direitos reservados a
Carlos Leite Ribeiro
Página criado por Iara Melo http://www.iaramelo.com
|