Distrito do PORTO
Trabalho e
Pesquisa de
Carlos Leite
Ribeiro
Concelhos de:
Amarante, Baião, Felgueiras,
Gondomar, Lousada, Maia,
Marco de Canaveses,
Matosinhos, Paços de
Ferreira, Paredes,
Penafiel, Porto, Póvoa de
Varzim, Santo Tirso, Trofa,
Valongo,
Vila do Conde, Vila Nova de
Gaia
O Distrito do Porto,
correspondente ao núcleo
da província tradicional
do Douro Litoral. Limita
a norte com o Distrito
de Braga, a leste com o
Distrito de Vila Real, a
sul com o Distrito de
Viseu e com o Distrito
de Aveiro e a oeste com
o Oceano Atlântico.
Área: 2395 km². Capital
e Sede de distrito:
Porto.
Apontamento do ano de
1900 (Jornal do
Comércio):
“O distrito do Porto é
formado de uma parte da
antiga província do
Douro; tem uma
superfície de 2.312, 10
Km2 e uma população de
597.935 habitantes.
Compreende 17 concelhos
e 379 freguesias.
Povoações principais,
Porto, Penafiel, Póvoa
de Varzim, Vila do Conde
e Vila Nova de Gaia. A
serra principal é a do
Marão com 1.415 metros.
É banhado pelos rios
Douro, Tâmega, Sousa,
Leça, Vizela e Este.
Fábricas de fiação,
tecidos, fundição de
ferro, pescarias,
criação de gado. Vinho,
frutas, milho, centeio,
etc.
Porto – (Capital e sede de concelho do Distrito
do Porto)

Um velho adágio,
epigramático, diz: “Lisboa
diverte-se; Coimbra canta;
Braga reza; o Porto
trabalha”. Na verdade, o
velho burgo, pelo seu
feitio, tem o seu quê de
áspero e de canseiroso.
Fazer rir o Porto é caso
sério. Camilo Castelo
Branco, que o conheceu por
dentro e por fora, bem o
sentiu, pagando com usura os
sarcasmos que por vezes
lançou sobre os severos
lojistas de então, de
carregado semblante, que
nele viam uma espécie de
segunda encarnação do Anjo
Negro e o julgavam mais
digno do quarto aferrolhado
da Relação do que deambular,
com as botas altas à
Frederico e a sobrecasaca
azulada, pelo passeio das
Cardosas, como um
mefistofélico desafio ao
“sossego das famílias”.
Muitos escritores e
viajantes, nacionais e
estrangeiros, têm
reconhecido a singularidade
do meio social do Porto e
tentando definir o
indefinível perfil étnico do
genuíno portuense Ramalho
Ortigão, por exemplo,
tripeiro de gema mas
emigrado, escreveu com a sua
costumada verve: “O
portuense é o homem mais
delicado, mais serviçal,
mais bom homem. Somente há
três coisas de que ele não
gosta – e nesse ponto é mau
brincar com ele. Não gosta
de Lisboa. Não gosta da
polícia. Não gosta da
autoridade. Da autoridade,
vinga-se desprezando-a. Da
polícia vinga-se,
resistindo-lhe. De Lisboa
vinga-se, recebendo os
lisboetas com a mais amável
hospitalidade e com a mais
obsequiada bizarria”.
Povoado castrejo no Alto da
Penaventosa ou Póvoa
incipiente na Ribeira, ali
ao Barredo, associa-se
geralmente ao topónimo Cale
do Itinerário de Antonino.
Foi certamente o Portucale
locus necessário à passagem
do Rio Douro e mais tarde,
já sem dúvida, no alto, o
castrum novum suevorum. Nas
vicissitudes da Reconquista
conhece por várias vezes a
destruição. Foi cedo
bispado. Vimara Peres, sob
armas de Leão, tê-lo-á
expugnado definitivamente do
jugo mouro.
A primitiva povoação surgiu
de um pequeno e arruinado
largo em volta da Sé, doado
por D. Teresa ao bispo D.
Hugo, em 1120, que se
apressou a dar foral aos do
burgo.
Rodeado por uma estreita
cerca de muralhas, devido
aos muitos privilégios
concedidos pelos monarcas
afonsinos, depressa estes
muros foram transpostos, e
na época de D. Fernando
novas muralhas foram
edificadas, continuando
burgo a desenvolver-se
rapidamente. No século XVl,
o surto populacional
aumentou e com ele a
construção, desenvolvendo-se
a povoação para além das
muralhas a partir do século
seguinte.
D. Manuel l, concedeu foral
novo. Muito marcado pelo
período filipino, sofrendo
aliás, como todo o País, o
desaire dos desmandos,
entregue a uma latente
actividade mercantil, mas
nunca virando as costas à
área já então de forte
densidade populacional em
relação ao resto do País e
acentuando cunho agrícola,
vai lentamente saindo dessa
aparente letargia. Já em
pleno século XVlll que de
novo atinge as alturas dos
seus pergaminhos de cidade
empreendedora. O
enriquecimento vem a
traduzir-se por múltiplos
aspectos. Esplende no
barroco nasoniano, que deixa
na cidade, em alguns dos
seus templos, a marca
indelével desse facto. O
terramoto de 1755 não mais
fizera que pequenos estragos
no Porto, mas na sequência
da reconstrução de Lisboa,
com a influência dos
ingleses e a acção dos
Almadas, o Porto vai
conhecer um surto de
engrandecimento notável.
Embora à custa
principalmente da recessão
das indústrias de tecelagem,
mas apoiada na crescente
importância do comércio do
vinho do Alto Douro, trazido
rio abaixo e aí embarcado, e
que então se passa a
conhecer por vinho do Porto,
a cidade acrescenta-se em
população. As colónias de
ingleses e outros europeus
aumentam e desses tempos
provêm alguns nomes dessa
origem que aqui se
estabeleceram e radicaram,
criando família, casas,
gostos e costumes que hoje
podem considere-se também
caracterizantes das gentes
portuenses.
Já no século XlX, porém,
novas ideias, riqueza
acrescida, força de
empreendimento, um luzido
escol de gente de saber,
políticos, capitais e,
sobretudo, uma indesmentível
força popular, afeita ao
trabalho, resistente e
continuadamente ciosa de seu
pergaminhos de independência
e liberdade, dão à cidade do
Porto o seu cunho moderno.
A cidade do Porto tem a sua
história ligada
indissoluvelmente ao rio
Douro e ao Oceano Atlântico.
Nascida, naturalmente, das
vicissitudes da passagem do
primeiro (Douro) na sua
margem direita e alguns
quilómetros da sua foz, cedo
o mar também a marcou. É
possível que mesmo antes de
ter existido a frustre Póvoa
que lhe foi berço já os
Focenses aí tivessem –
algures em São João da Foz –
“emporia” para os seus
comércios com o interior
através do Douro.
Origem do nome:
«Prof. Vasco Botelho de
Amaral, em, O Povo e a
Língua – 1949»: “ Abrindo
“Os Lusíadas” lemos isto no
Canto Vl, estância 52:
“Lá na leal cidade deve
Origem – como é fama – o
nome eterno
De Portugal
Bem fez Camões,
prudentemente, escrever
“como é fama” porque há
ainda nevoeiros à volta do
porto de Cale, que era com
certeza no Douro, mas não se
sabe, ao certo, se na margem
direita (no monte da
Cividade, segundo a tese do
Dr. Mendes Correia), se na
margem esquerda, em Gaia,
como a tradição tem
sustentado.
Como quer que seja, não se
pode tirar à “Leal Cidade”
dos tripeiros a boa fama de
lá, ou bem perto, haver
nascido o nome de Portugal,
de Portus Calem.
Note-se que não é insólita
este caso da palavra porto
(o equivalente em outras
línguas) passar a topónimo.
Na Mauritânia havia o Portus
Magnus (Porto Magno); nos
nossos tempos toda a gente
conhece nomes, como, por
exemplo, o Porto Rico, etc.;
nas línguas germânicas há
vários casos como Southport,
na Inglaterra,
Wilhelsmshaven, na Alemanha,
et., etc.”.
Porto
http://www.portoxxi.com/cultura
Há muito, muito tempo, quase
nos primórdios da
civilização, havia um lugar
ao qual chamaram Porto por
ser de paragem obrigatória
às gentes que viajavam no
país. Nesse lugar havia um
rio chamado Douro por ter em
si muitas e belas riquezas.
A terminologia da palavra
aponta para portus, a porta,
topónimo que traduz a vida
comercial e o desejo de um
povo pioneiro na descoberta
do desconhecido
A constituição das suas
origens como cidade data de
417.
Ao longo dos séculos foram
vários os seus governantes,
citando-se entre outros os
Suevos, os Godos, e mesmo os
Mouros que por aqui passaram
até ao reinado d’El Rei D.
Afonso I, de cognome o
Católico.
Nas vicissitudes da
Reconquista conhece por
várias vezes a destruição.
Depois de ter sido nomeada
bispado e ter sido entregue
a D. Hugo o burgo foi sempre
crescendo, quer dentro dos
muros, quer nas imediações
da cidade. Estendendo-se
pela Ribeira até à praia
onde desembarcavam e
embarcavam mercadorias.
Trepando em direcção ao
burgo, lá no alto, seguindo
os traçados que rumam a
Braga, a Guimarães e
Trás-os-Montes e ao Olival.
A crescente importância
económica do burgo episcopal
começa a despertar a cobiça
dos poderosos e com eles a
dos reis. E as lutas
começam. As disputas entre
reis e bispos pelo controlo
dos recursos da cidade,
nomeadamente dos rendimentos
da actividade portuária
permanecem até ao reinado de
D. João I, quando acordou
com a Mitra a passagem
definitiva do senhorio.
Entretanto a cidade continua
a crescer e é no reinado de
D. Afonso IV que é mandado
edificar uma cinta de
muralhas destinadas a
proteger o pequeno burgo,
esses muros ou muralhas que
circundavam e defendiam o
velho burgo portucalense
existiam ainda no século
XVII, da sua constituição
faziam parte as portas: a
Porta dos Carros, de Santo
Elói, do Olival, da
Esperança, do Sol e a Porta
Nobre . No seu percurso a
porta principal era o Arco
de Vandoma, situado a
nascente do citado burgo e a
encostar no largo da Sé e na
rua Chã daí inclinava o muro
monte abaixo, ladeando as
escadas das verdades onde se
encontrava a Porta das
Mentiras, aqui o muro
torneava o Alto do Barredo e
angulava o rio da vila que
desaguava a descoberto na
rua de S. João, que hoje em
dia ainda conserva o mesmo
nome, rasgando o arco de
Sant’Ana das Aldas e o arco
de S. Sebastião onde
recurvando fechava o
circuito do muro, muro este
que é mais conhecido por
Muralha Fernandina (ver 1ª
foto ao lado).
Cedo o Porto demonstrou o
seu grande potencial na
construção naval, quer a
nível industrial, quer
comercial. A esse potencial
não são alheias as ligações
inquebráveis que o Porto
possui com o Douro e com o
Atlântico.
Assim pelo século XIV
adiante foi o Porto o
principal centro português
de construções navais.
Envolto nos enredos do mar,
lançado na imensidão dos
oceanos em busca de novas
paragens, navios,
marinheiros e população
integraram interesses e
esforços de muitas formas e,
logo aquando da expedição à
conquista de Ceuta, o
infante D. Henrique, nascido
na Invicta, ali organiza uma
formosa esquadra que levou a
juntar-se ao rei que
esperava em Lisboa antes de
partirem par o Norte de
África.
E foi por tal empenhamento
que os portuenses receberam
a alcunha de Tripeiros, pois
segundo contam, o
comprometimento do povo
levou a que fornecessem as
naus e galeras com as carnes
ficando apenas as tripas
como alimento dos que por cá
ficaram.
Como louvores dos feitos
prestados, muitos foram os
portuenses que inscreveram
os seus nomes na história.
Ao longo da história o Porto
foi sempre muito cobiçado,
pelas riquezas, privilégios,
autonomia e tradição que o
caracterizavam, mas com o
Foral Manuelino de 20 de
Junho de 1517 o Porto perdeu
grande parte dos seus
privilégios, sendo D. Manuel
considerado o rei inimigo,
que deu inicio à mesquinha,
absurda e funesta política
da centralização dos poderes
e serviços. Contudo o povo
portuense sempre honrou o
seu carácter colectivo,
através do seu espírito de
independência e o seu amor à
liberdade.
Muito marcada pelo desaire
do período filipino, é já no
século XVIII que de novo
atinge as alturas dos
pergaminhos de cidade
empreendedora. Renovando as
industrias correlativas
derivadas das velhas
actividades mercantis de
cabotagem e longo curso.
Mas o engrandecimento da
cidade não resplandece
apenas nas actividades
comerciais, expandindo-se às
artes, como é o barroco
nasoniano marcado em alguns
templos da cidade.
Uma das características
deste estilo é o recurso à
policromia e à exuberância
das formas, bem como a
conjugação de revestimentos
a ouro com a pintura e o
azulejo criando ambientes de
rara beleza.
Em 1755 o Porto é marcado
por um terramoto que apenas
provocou pequenos estragos,
na sequência da reconstrução
de Lisboa, a influencia
inglesa e a acção dos
Almadas, trazem para a
cidade um surto de
engrandecimento admirável.
Sobrecarregada com a crise
da tecelagem, mas apoiada no
comercio do vinho do Alto
Douro, trazido rio abaixo e
embarcado no Porto, facto
que se traduziu no nome pelo
qual esse vinho é conhecido,
a cidade vê aumentar ainda
mais o seu núcleo
populacional com colónias de
ingleses e outros europeus
que se estabeleceram e
radicaram na cidade.
No século XIX o Porto é
massivamente modernizado
através de novas ideias,
riqueza acrescida, força
empreendedora, um
deslumbrante escol de gente
de saber, políticos,
capitais e sobretudo a
inegável força popular,
afeita ao trabalho,
resistente e ciosa dos seus
pergaminhos de independência
e liberdade.
Os portuenses intervêm
repetidas vezes nos próprios
destinos políticos da
Pátria. Sofreram a ocupação
dos invasores, não se
aquietando na sua expulsão,
retendo-lhes as ideias mais
benéficas, não admitindo
tutelas, defendendo-se com
armas, vidas e bens.
Com uma determinação impar,
a cidade foi crescendo,
organizando-se
administrativa, financeira e
culturalmente,
constituindo-se numa capital
regional que ainda hoje é.
Ao longo do século XX o
cunho que a caracterizou
sempre manteve-se e hoje a
cidade está
populacionalmente
estabilizada.
Dela partiram as primeiras
acções republicanas, sendo
simultaneamente um dos
grandes pilares políticos e
económicos do País. E ainda
foi o pólo de crescimento
industrial significativo
quer internamente, quer nas
regiões vizinhas.
Assim falar do Porto é
começar sem nunca conseguir
terminar de relatar todos os
seus feitos, tradições,
costumes, belezas...
A cidade velha de séculos,
contrastante com o fervilhar
de actividades e ideias não
se pode nunca destituir das
gentes que lhe dão vida,
carácter e cunho.
Gentes de linguagem marcada,
sonora e garrida,
trabalhadora e entusiasta,
vibrante com seus ídolos
desportivos, áspera e livre
na crítica e jubilosa nos
folguedos.
O Porto congrega, cria,
difunde densos cambiantes de
contrastes sendo por isto o
símbolo portuguesíssimo de
um progresso que não se
envergonha do passado mas
nele sustenta o futuro.
Por tudo isto é considerada
a mais imponente cidade do
Norte merecendo a justa
classificação de Património
Mundial.
Um símbolo, uma cidade
Muitas foram as alterações
deste marco representativo
da cidade, muito embora seja
de apontar que a sua
estrutura básica se manteve
ao longo de diferentes
reinados apenas tendo sido
acrescentado pormenores
artísticos e
caracterizadores desta tão
bela cidade situada nas
margens do Douro que
carinhosamente molha os pés
dos portuenses.
O original brasão da Invicta
representava « uma cidade de
prata, em campo azul sobre o
mar de ondas verdes e
douradas».
Em 1517 sofre a primeira
alteração, ao qual foi
incluído ao imagem de Nossa
Senhora de Vandoma, com o
menino Jesus nos braços
sobre um fundo azul e entre
duas torres.
Em 1813 e aquando da segunda
modificação, a imagem de
Nossa Senhora aparece ainda
ladeada por duas torres
encimadas por um lado por um
braço e por outro por uma
bandeira.
Em 1834 no reinado de D
Pedro IV ao brasão foi
introduzido uma inscrição «
Antiga, mui Nobre sempre
Leal e Invicta cidade».
Este brasão era então
constituído por um escudo
esquartelado, cercado pelo
colar da Ordem da Torre e
Espada, tendo nos primeiros
e quartos quartéis as armas
de Portugal e nos segundos e
terceiros as antigas armas
da cidade. Encimava o escudo
um dragão verde assente numa
coroa ducal, sobressaía uma
longa faixa com a legenda
Invicta.
A ultima alteração, em 1940,
do brasão dá-lhe a forma
actual conhecida por todos,
representado pelas armas.
Apresenta-se assim de azul
com um castelo de ouro,
constituído por um muro
ameado e franqueado por duas
torres ameadas, aberto e
iluminado a vermelho, sobre
um mar de cinco faixas
ondeadas, sendo três de
prata e duas de verde.
Sobre a porta assente numa
mesura de ouro a imagem da
virgem com diadema na
cabeça, segurando um manto
azul e com o menino ao colo,
ambos vestidos de vermelho,
acompanhados lateral e
superiormente por um
esplendor que se apoia nas
ameias do muro.
Em destaque dois escudos de
Portugal antigo. No cimo uma
coroa mural de prata, de
cinco torres e um coral da
ordem militar da Torre e
Espada, do Valor e do
Mérito.
A listel branco a inscrição
« Antiga, mui Nobre sempre
Leal e Invicta cidade do
Porto».
Porto
http://www.portoturismo.pt/a_cidade
A conquista de Portucale em
868 por Vímara Peres,
guerreiro de Afonso III, de
Leão, é aqui considerada,
com razão, acontecimento da
mais antiga História do
Porto. A povoação de
Portucale in Castro novo era
desde a segunda metade do
séc. VI, desde os tempos dos
Suevos, sede da Diocese
Portugalense, mas a partir
de 868 a sua importância
aumenta: torna-se o centro
do movimento de reconquista
e de aglutinação das terras
circundantes, as quais por
tal facto em meados do séc.
X passam a constituir a
província portugalensis, a
cujos habitantes logo se dá
o nome de portugalenses, e
entre os quais começam a
surgir as primeiras e vagas
manifestações de sentimento
nacional. Portucale, foi,
por isso, na verdade, quem
deu nome e origem à Nação
Portuguesa! Em 1120, a
Rainha D. Tareja viúva do
conde D. Henrique, doa ao
Bispo D. Hugo e os seus
sucessores o pequeno Burgo
do Porto e um Couto a que o
Bispo dá Foral em 1123, e
cujos limites D. Afonso
Henrique mais tarde
confirmou e ampliou. Em 1147
entraram no Douro os
Cruzados nórdicos que faziam
parte da Segunda Cruzada à
Terra Santa e é o Bispo do
Porto D. Pedro Pitões quem
lhes prega no Crasto de
Portucale, no alto do monte,
em frente da Sé, um
eloquente sermão,
exortando-os a irem auxiliar
D. Afonso Henrique na
conquista de Lisboa; depois
o Bispo Portugalense
acompanha a armada e toma
parte na bélica empresa.
Caída em poder dos Cristão a
formosa Princesa do Tejo,
entrou o Porto rapidamente a
desenvolver-se. Cresce em
população e importância
económica, e os burgueses
envolvem-se em questões e em
lutas com os seus Bispos,
aos quais, aliás, o Burgo
devia, mas de cuja
subordinação temporal os
revoltosos ansiavam
libertar-se. Não raro o Rei
serviu de medianeiro entre
as partes desavindas, sendo
D. João I quem, ao cabo de
dois séculos, faz terminar
essas contendas, consentindo
em comprar aos Bispos do
Porto o direito à jurisdição
temporal que estes diziam
ter sobre o Burgo e
respectivo coutos. Ao mesmo
Mestre de Avis, porque se
apresentava como Regedor e
Defensor de Portugal contra
os Castelhanos, o Porto
prestara tais serviços na
crise de 1383-1385, que dele
recebeu o título de MUI
NOBRE E SEMPRE LEAL CIDADE.
Segue-se o Ciclo das
Conquistas e Descobrimentos
Ultramarinos. Da mesma forma
que do norte do país tinham
saído os guerreiros que
conquistaram o sul aos
Mouros, também do Norte,
onde nasceu o portuense
Infante D. Henrique e tantos
navegadores, partiu um
decisivo impulso para as
grandes navegações
marítimas; o Porto, no séc.
XV, era uma das cidades das
Espanhas onde mais navios se
fabricavam e donde mais
marinheiros saíram. Mas nem
só o comércio e as
navegações interessavam aos
burgueses do Porto. Também
entre eles houve muitos e
excelentes cultores das
Belas-Artes que honraram a
cultura nacional, desde,
segundo é fama, o Vasco de
Lobeira, do Amadis de Gaula,
até aos poetas do
Cancioneiro de Garcia de
Resende como Diogo Brandão e
Fernão Brandão, ou ao
celebrado Pero Vaz de
Caminha, autor insigne da
Carta do Achamento do
Brasil, mundialmente
conhecida e admirada.
Quando, após o cativeiro
filipino, Portugal recupera
a independência, o Porto
assume entusiasticamente um
papel de relevo nas lutas da
Restauração e sustenta à sua
custa um Terço de Tropas.
Pela Pátria, o Porto solta
em 1808 o grupo de revolta
contra Junot e sofre em 1809
todo o peso da invasão de
Soult, bem como as suas
trágicas consequências. Mas
nem tudo são guerras na
História do Porto. Na
segunda metade do séc. XVIII
a Cidade, que se enriquecera
extraordinariamente,
cresceu, monumentalizou-se,
modernizou-se graças aos
Almadas: e no séc. XIX o
Porto deu à Nação poetas
como Garrett e criou
escultores da grandeza de
Soares dos Reis. É claro que
na base de todas as acções
colectivas dum povo está o
próprio povo: a gente
obscura, cujos nomes não
ficaram na história, mas que
trabalhou, sofreu e se
sacrificou, que deu a sua
fazenda, as suas forças e a
sua vida para que as pátrias
fossem gloriosas e grandes.
Não o esqueceu Guilherme
Camarinha, nas tapeçarias da
Câmara Municipal do Porto,
pois colocou em lugar de
relevo na base da sua
assombrosa composição os
lavradores, os mesteirais,
os carpinteiros, os
petintais, os carniceiros, a
trabalhar na preparação da
armada que da Ribeira do
Douro no ano de 1415 partiu
para Ceuta sob o comando do
Infante D. Henrique.
O povo do Porto, entre cujas
qualidades avulta a de um
profundo sentimento de
civismo, deu quanto tinha
para o aparelhamento e
abastecimento desses navios;
generosa e patrioticamente
os portuenses cederam toda a
carne das rezes, e porque,
para sua alimentação, só
ficaram com as vísceras
desses animais, ganharam um
epíteto que é o seu mais
lídimo título de orgulho: -
o de Tripeiros!
A GENTE DO PORTO
O Porto orgulha-se de ser
conhecido como a cidade do
trabalho. De facto, os seus
habitantes desde sempre
estiveram na primeira linha
em defesa das causas
nacionais e contribuíram
largamente para o
desenvolvimento da epopeia
dos Descobrimentos e para o
progresso económico da
região. Ainda hoje o norte
do país é reconhecido como
uma das áreas mais dinâmicas
do tecido empresarial
português. A rudeza imposta
pelo trabalho é, porém,
superada pelo carácter
franco e hospitaleiro da sua
gente. O dinamismo dos
habitantes do Porto não
consegue disfarçar a sua
paixão pelas coisas,
dando-lhe uma imagem da
autenticidade e de respeito.
Ponte D. Luís l - um dos
ex-libris do Porto
http://www.portoxxi.com/cultura
Constituída por dois
tabuleiros metálicos, que se
destinavam a fazer a ligação
rodoviária entre Vila Nova
de Gaia e o Porto. Tem de
comprimento cerca de 395
metros e de largura 8
metros, compostos por 5,5
metros de faixa de rodagem e
1,25 metros de passeios.
A obra foi adjudicada a 28
de Novembro de 1881, por
concurso aberto e foi o
engenheiro Teófilo Seyrig
quem ficou encarregado pelo
projecto.
A construção desta ponte
permitia a passagem da
estrada real vinda de Lisboa
até às províncias do Norte e
do Norte do País, tendo
constituído umas das obras
de maior envergadura no
plano rodoviário realizado
pelo monarca, Luiz I.
Ponte Pênsil
A ponte D. Luiz, construída
ao lado do local onde
existiu a antiga Ponte
Pênsil tem os dois
tabuleiros sustentados por
um imponente arco de ferro e
por cinco pilares.
O arco é formado por duas
curvas parabólicas
divergentes. O tabuleiro
superior apoia-se nos
encontros de cantaria e nos
três pilares de cada margem
do rio. Na sua totalidade
foram gastos 3000 toneladas
de ferro, sendo que deles
172 metros são de corda e 45
metros são de flecha,
componentes do arco da
ponte.
O tabuleiro superior foi
inaugurado a 31 de Outubro
de 1886, dia do aniversário
natalício de el-rei D. Luiz,
ao qual assistiram, para
além das autoridades
governamentais, as
autoridades municipais
administrativas e religiosas
da cidade do Porto e de Vila
Nova de Gaia.
O nascimento do Infante D.
Henrique - (O Navegador)
http://atelier.hannover2000.mct.pt
A Rainha D. Filipa de
Lencastre, encontrando-se
grávida, repousara durante
largos meses nos Paços de
Atouguia da Serra. Por
motivos que se desconhecem,
a Côrte deixou a referida
estância por volta de 3 de
Fevereiro de 1394 e pôs-se a
caminho do Porto. A viagem
foi relativamente apressada,
tendo a comitiva feito
etapas em Leiria (onde se
encontrava no dia 7) e
Coimbra (onde estava no dia
12). A chegada ao Porto
dá-se antes de 20 de
Fevereiro, pois já nesta
data a vereação reclama
contra os distúrbios
causados na cidade, pela
pousadia do pessoal que
acompanhava D. João I.
Conta Fernão Lopes que «naceo
depois... o Infante dom
Anrrique na cidade do Porto
hua quorta feira de cinza
IIII dias do mes de Março
... ». ("Nasceu depois... o
Infante D. Henrique na
cidade do Porto numa
quarta-feira de cinzas no
dia 4 do mês de Março...")
Refere-se o cronista ao dia
4 de Março de 1394 e,
segundo os estudos mais
recentes, terá nascido numa
casa que era pertença da
coroa, uma casa que reuniria
todas as condições para uma
estada longa de vários
meses. Essa casa seria a da
Alfândega Real, também então
designada por Casa do
Tesouro, "almazem e casas"
do almoxarifado do Porto e
que tradicionalmente nos
habituamos a designar por
"Casa do Infante".
A permanência da Côrte nesta
Cidade teve uma duração
pouco comum, decerto para
permitir o restabelecimento
da Rainha e os cuidados
devidos ao recém-nascido
Príncipe bem como à
realização do baptizado. A
presença de D. João no Porto
está confirmada, pelo menos,
desde 20 de Fevereiro a 23
de Novembro.
Baptizado do Infante D.
Henrique
Ao Porto e às suas gentes
coube a honra de assistir e
participar nos folguedos que
por toda a cidade iam
decorrendo durante as bodas
do ilustre casal, D. João I
e D. Filipa de Lencastre, ao
Porto está também ligado o
nascimento daquele que foi
um dos mais prestigiados
Infantes nascidos deste
casamento. É natural que, na
altura tenham ocorrido
alguns festejos populares
espontâneos do baptismo do
Infante.
Nascido em 4 de Março de
1394, o Infante é baptizado
no mesmo ano na Sé Catedral
do Porto. A Câmara Municipal
do Porto e outras
instituições urbanas se
associaram para organizar,
como era costume, esses
festejos tão importantes.
São poucas as informações
acerca destes festejos, o
que se sabe está num
pergaminho guardado no
Arquivo Histórico Municipal
onde estão presentes todas
as despesas feitas na
preparação e decorrer dessas
festas.
A Lenda do Tripeiros -
Gentil Marques (1955)
No ano de 1415,
construíam-se nas margens do
Douro as naus e os barcos
que haveriam de levar os
portugueses, nesse ano, à
conquista de Ceuta e, mais
tarde, à epopeia dos
Descobrimentos. A razão
deste empreendimento era
secreta e nos estaleiros os
boatos eram muitos e
variados: uns diziam que as
embarcações eram destinadas
a transportar a Infanta D.
Helena a Inglaterra, onde se
casaria; outros diziam que
era para levar El-Rei D.
João I a Jerusalém para
visitar o Santo Sepulcro.
Mas havia ainda quem
afirmasse a pés juntos que a
armada se destinava a
conduzir os Infantes D.
Pedro e D. Henrique a
Nápoles para ali se
casarem...
Foi então que o Infante D.
Henrique apareceu
inesperadamente no Porto
para ver o andamento dos
trabalhos e, embora
satisfeito com o esforço
despendido, achou que se
poderia fazer ainda mais. E
o Infante confidenciou ao
mestre Vaz, o fiel
encarregado da construção,
as verdadeiras e secretas
razões que estavam na sua
origem: a conquista de
Ceuta. Pediu ao mestre e aos
seus homens mais empenho e
sacrifícios, ao que mestre
Vaz lhe assegurou que fariam
para o Infante o mesmo que
tinham feito cerca de trinta
anos atrás aquando da guerra
com Castela: dariam toda a
carne da cidade e comeriam
apenas as tripas. Este
sacrifício tinha-lhes valido
mesmo a alcunha de
"tripeiros". Comovido, o
infante D. Henrique
disse-lhe então que esse
nome de "tripeiros" era uma
verdadeira honra para o povo
do Porto. A História de
Portugal registou mais este
sacrifício invulgar dos
heróicos "tripeiros" que
contribuiu para que a grande
frota do Infante D.
Henrique, com sete galés e
vinte naus, partisse a
caminho da conquista de
Ceuta.
Amarante – (Concelho do
Distrito do Porto)

Aqui, a História pode
ser lida em cada
recanto, cada lugar,
cada outeiro, cada cimo
de monte.
Vila dividida pelo rio
Tâmega, de pitorescos
açudes e ínsuas.
Amarante parece ter sido
fundada pelos Turdetanos,
360 antes de Cristo,
sendo reconstruída pelo
governador romano
Amarantus. Talvez
comprovem esta tradição
os amplos vestígios
arqueológicos, desde
dólmenes e castros a
ruínas luso-romanas, que
existem nas suas
imediações. As
estruturas da actual
vila apenas remontam a
meados do século Xlll,
época em que São Gonçalo
ali construiu, com o
auxílio da população de
Ribatâmega, a robusta
ponte romântica de três
arcos, que ruiu em 1763.
O interessante conjunto
urbanístico sofreu
grandes depredações em
1809, durante a Invasões
Francesas, tendo sido
incendiada parte da
vila. Amarante possui,
porventura, uma das mais
belas pontes
portuguesas, robusta nos
seus arcos graníticos,
que constituiu durante
séculos (mesmo antes da
data de 1790 que
ostenta) ligação
fundamental de
Trás-os-Montes com o
Porto.
Tradição de Amarante : O
Diabo e a Diaba:
Esta figuras burlescas,
outrora muito queridas
da população amarantina,
foram executadas no
século XlX pelo mestre
escultor António
Ferreira de Carvalho,
por encomenda dos frades
do mosteiro.
Destinava-se a
substituir imagens
idênticas que tinham
sido destruídas aquando
da passagem das tropas
napoleónicas pela vila.
O casal de diabos chegou
a constituir motivo de
veneração popular
através de um culto
curioso, com evidentes
marcas de uma religião
popular estranha aos
ritos canónicos. No dia
24 de Agosto (em que,
segundo uma velha
superstição, o “Diabo
anda à solta”, as
pessoas não trabalhavam
em Amarante, guardando
autêntico feriado, e
algumas ornamentavam as
figuras e faziam-lhes
oferendas. Em 1870, o
então arcebispo de
Braga, preocupado com a
popularidade dos diabos
e sob o pretexto da
“indecência” de os
mesmos se apresentarem
de maneira indecorosa
perante as imagens dos
santos do mosteiro,
mandou queimá-los. Mas a
ordem não foi executada,
pois os encarregados de
tal operação optaram por
cortar os órgãos sexuais
da figura masculina.
Anos mais tarde, o casal
de diabos foi vendido
para Inglaterra, contra
a vontade dos seus
admiradores, o que levou
a que as estatuetas
tivessem posteriormente
regressado a Amarante no
meio de grandes
manifestações de júbilo
e uma calorosa recepção.
Este acontecimento foi
descrito por Teixeira de
Pascoais na sua obra “O
Duplo Passeio”, editada
em 1942.
Caído em desuso o
costume de lhes dedicar
o dia 24 de Agosto e
desaparecida a tradição
da sua festa, o Diabo e
a Diaba são hoje uma
atracção no Museu de
Amarante.
Origem do nome:
«Do, Domingo Ilustrado –
1897»: “Ignora-se o seu
primeiro nome: o capitão
romano Amaranto, que ali
foi governador, e
ampliou e reedificou,
impondo-lhe o seu nome,
e, durante o império, se
chamou sempre Amaranto …
Outros dizem que
Amarante querem que o
nome lhe venha da
próxima serra de Marão,
como quem diz Ante-Marão
ou Marão Ante, isto é,
Atrás do Marão”.
« P. F. de A. C. de M.
em História Antiga e
Moderna da Sempre Leal e
Antiquíssima Villa de
Amarante – 1814»:
“Amarante fundada pelos
turdetanos 360 anos
antes da vinda de
Cristo, é com toda a
verosimilhança a antiga
“Araduca” de que falam
os antigos
historiadores: hoje
chamada Amarante por
estar situada “ante
Maranum” antes ou para
cá do Marão: mudando
aquele primeiro nome de
“Araduca”, no segundo de
“Amarante” no tempo do
Imperador Augusto,
quando Seneciones
General Romano tomou o
prenome de “Amaranto”,
por vencer os Lusitanos.
Iteramnenses nesta vila,
sendo a batalha tão
“sanguinolenta”, que
ainda hoje se chama ao
lugar em que ela se deu
“Mortório”.
«Xavier Fernandes em
Topónimos e Gentílicos»:
“Tem-se escrito que este
topónimo tem origem no
nome próprio Amarantus,
que poderia ou não ter
sido o Amaranto
sepultado no Hospital de
São Marcos em Braga, e
que, quando governador
romano, teria mandado
ampliar a povoação, que
ainda hoje presta grande
culto a São Gonçalo”
Amarante
http://www.cm-amarante.pt
Tudo indica que Amarante
deve a sua origem aos
povos primitivos que
demandaram a serra da
Aboboreira (habitada
desde a Idade da Pedra),
embora se desconheça com
exactidão o nome dos
seus fundadores. Dá-se
como certo, porém, que a
urbe ganhou importância
e visibilidade com a
chegada de S. Gonçalo
(1187-1259), nascido em
Tagilde-Guimarães, que
aqui se fixou depois de
peregrinar por Roma e
Jerusalém.
Em tempos não muito
longínquos, o concelho
de Amarante pertencia
administrativamente à
província do Minho,
fazendo fronteira com os
concelhos de Celorico de
Basto (N), Gestaço (E),
Gouveia (S) e Santa Cruz
de Riba Tâmega (O). Com
as reformas
administrativas liberais
do séc. XIX
desapareceram os
municípios de Gouveia,
Gestaço e Santa Cruz de
Ribatâmega, tendo o de
Amarante recebido a
maioria das suas
freguesias. Desde então
o concelho estende-se
por uma área de 301,5
quilómetros quadrados, a
que correspondem, hoje,
40 freguesias, 18 ao
longo da margem direita
do rio Tâmega e 22 da
margem esquerda,
ocupando uma posição de
destaque na região do
Douro-Tâmega.
Tem uma população de 59
638 habitantes e uma
densidade populacional
de 197,8 habitantes por
quilómetro quadrado.
Rico em termos
paisagísticos, para o
que contribuem
decisivamente as serras
do Marão e Aboboreira e
o rio Tâmega, o concelho
de Amarante reúne também
um conjunto notável de
edifícios e monumentos.
No Centro Histórico da
cidade merecem
referência a Ponte, o
Convento e Igreja de S.
Gonçalo, as Igrejas de
S. Pedro e S. Domingos,
a Casa da Cerca e o
Solar dos Magalhães.
Fora da urbe, o destaque
vai para os Paços do
Concelho de Santa Cruz
de Riba Tâmega, o
Mosteiro de Travanca e
para o românico das
igrejas de Mancelos,
Jazente, Freixo de
Baixo, Gatão ou Gondar.
As festas grandes em
Amarante, em honra de S.
Gonçalo, acontecem no
primeiro fim de semana
de Junho. O feriado
municipal tem lugar a 8
de Julho. No concelho,
na área do artesanato, o
destaque para o barro
negro de Gondar, a
cestaria, as rendas e os
bordados, as mantas e as
meias de lã.
Lendas de São Gonçalo
http://www.saogoncaloonline.com.br
Beato Gonçalo de
Amarante.
São Gonçalo é o santo
português que, sobretudo
no Norte de Portugal,
goza da maior devoção,
logo depois de Santo
António de Lisboa. Na
sua História
Eclesiástica de
Portugal, o Padre Miguel
de Oliveira diz apenas o
seguinte: «S. Gonçalo de
Amarante que se supõe
falecido a 10 de Janeiro
de 1259; o seu culto foi
permitido pelo Papa
Júlio III (24 de Abril
de 1551) e confirmado
por Pio IV (1561);
Clemente X estendeu o
ofício e a Missa a toda
a Ordem dominicana
(1671)».
Terá sido São Gonçalo
uma invenção posta ao
serviço de uma qualquer
ideia ou propósito, ou
podemos perceber o
percurso da sua devoção
ou do seu culto? O mais
antigo documento que se
refere a São Gonçalo, é
um testamento de 18 de
Maio de 1279 em que uma
tal Maria Johannis lega
os seus bens à Igreja de
São Gonçalo de Amarante.
Quer dizer, uns 20 anos
depois da morte de São
Gonçalo existia uma
igreja dita «de São
Gonçalo de Amarante». E
há outros documentos...
e escritos sobre a
figura de São Gonçalo e
o seu culto.
Na biografia oficial de
São Gonçalo, apresentada
como tal a partir do
Flos Sanctorum de 1513,
não há dúvidas: Gonçalo,
nasceu em Tagilde,
estudou rudimentos com
um devoto sacerdote e
frequentou depois a
escola arqui-episcopal
de Braga. Ordenado
sacerdote foi nomeado
pároco de São Paio de
Vizela. Depois foi a
Roma e Jerusalém; no seu
regresso vendo-se
desapossado do seu
benefício prosseguiu um
caminho de busca
interior já
anteriormente encetado,
depois foi a experiência
da vida eremítica, a
pregação popular..., e
logo caiu na ambiência
mendicante da época,
após o que se faria
dominicano...
As coisas não são assim
tão lineares. De
qualquer modo, tenha
sido padre diocesano,
cónego de Santa Maria em
Guimarães, beneditino ou
dominicano, tenha -
quase por certo -
passado de uma a outra
condição, nenhuma destas
hipóteses esbate a
riqueza e o vigor da sua
figura.
(cf. ARLINDO DE
MAGALHÃES, São Gonçalo,
História ou lenda, Ed.
Amarante Magazine -
Paróquia de São Gonçalo
1995, 62 pp.)
Os pesquisadores relatam
que São Gonçalo do
Amarante, viveu e morreu
durante o século XII d.
C. em Douro, Portugal.
Ele era um homem comum,
trabalhador, construiu a
Igreja de Nossa Senhora,
em cima de um rochedo, e
diversas pontes sobre
rios. Em toda sua vida
dedicou-se a fazer o bem
e transmitir o amor a
Deus e a paz espiritual
ao homem. Nas suas
peregrinações, levava
consigo uma viola de
cordas, invocava o povo
através de suas
melodias, tocadas nas
rodas de danças formadas
ao ar livre, por moças e
rapazes. Além das
mensagens de fé e
carinho que transmitia,
ele foi exemplo de
dignidade e
santificação. Existem
muitas lendas a respeito
do santo protector das
mulheres e dos casais
apaixonados. Contam que
ele transmite
tranquilidade e alegria
a todos. Protege sempre
os que amam. Ajuda as
pessoas a encontrar a
pessoa certa para amar e
ser feliz por toda a
vida. Para alguns, São
Gonçalo possui poderes
sobrenaturais contra o
mal e contra as
adversidades. Tanto no
Brasil como em Portugal
as procissões a São
Gonçalo são acompanhadas
por rapazes e moças que
desejam casar,
carregando velas acesas,
durante todo o percurso.
Se a vela não apagar até
o final da procissão, é
certeza casar-se no
mesmo ano.
Baião – (Concelho do
Distrito do Porto)

Segundo a tradição, o
guerreiro D. Arnaldo,
que tomou o apelido de
Bayão ou Bayan,
conquistou aos mouros a
Terra de Baião, que lhe
foi por isso concedida
em mercê do rei de
Castela e Leão, entre
985 e 990. Baião e,
portanto, um nome que,
desde tempos remotos,
designa toda a região
(hoje concelho), e não
apenas a sua sede, no
passado mais conhecida
por Campelo.
Estendendo-se ao longo
de montanhas grandiosas
e vales tranquilos, é o
mais rural dos concelhos
do distrito do Porto.
Origem do nome:
«Xavier Fernandes em
Topónimos e Gentílicos
(1944)»: “Deve foliar-se
no adjectivo baio, de
proveniência latina, e
que exprime a ideia de
“amarelo torrado,
amulatado ou cor de ouro
desmaiado” Baian é a
forma medieval
correspondente à actual
Baião, que aparece como
de várias povoações”.
Baião
http://www.flickr.com/photos
Dista cerca de 67 km
para nascente da cidade
do Porto.
O concelho assume um
carácter rural, com
paisagens de serrania,
cortadas pelos leitos do
rio Douro e dos seus
afluentes, com destaque
para os rios Teixeira e
Ovil, pontuadas por
férteis campos
agrícolas.
Numa área de 174,3 km2
distribuem-se 20
freguesias: Ancede,
Campelo, Covelas, Fende,
Gestaçô, Gove, Grilo,
Loivos do Monte, Loivos
da Ribeira, Mesquinhata,
Ovil, Ribadouro, Santa
Cruz do Douro, Santa
Leocádia, Santa Marinha
do Zêzere, Teixeira,
Teixeiró, Tresouras,
Valadares e Viariz.
Em 2001, o concelho
apresentava 22 355
habitantes.
História e Monumentos
O povoamento do
território do concelho
remonta à pré-história.
Existem referências a
Baião do século XI.
Obteve foral em 1513
concedido por D. Manuel
I.
Os seus principais
monumentos são o Castro
do Cruito, o Pelourinho
da Teixeira, o Convento
de Ancede e a Casa de
Tormes.
Tradições, Lendas e
Curiosidades
A 23 e 24 de Agosto têm
lugar as Festas
Concelhias de S.
Bartolomeu. Nos dias 8 e
23 realizam-se feiras
quinzenais em Baião; dia
23, em Campelo; dias 5 e
19, em Gestaçô; e dias 2
e 18, em Gove.
Este concelho terá
servido de inspiração ao
escritor Eça de Queirós,
que aqui viveu, tendo
habitado no Solar de
Tormes.
O folclore de Baião
encontra-se patente nos
ranchos folclóricos.
Estes usam instrumentos
variados, como a viola
de chula, o cavaquinho e
a rabeca, entre outros.
Nas danças tradicionais
evidenciam-se a chula de
Baião, o malhão, a
contra dança e a cana
verde.
Da tradição do concelho
fazem também parte os
carros de bois, puxados
por uma junta de bois.
As vindimas realizam-se
por volta do mês de
Setembro. Carregam-se
cestos com uvas, que
depois são levados às
costas por homens. São
cada vez mais raros os
lagares onde antigamente
se fazia a pisa das
uvas.
A tecelagem, os
trabalhos em cantaria, a
cerâmica, a funilaria, a
ferraria, a cestaria com
os cestos de piorna, as
bengalas, as mantas de
retalhos e os chapéus de
palha compõem as
principais actividades e
os principais produtos
do artesanato do
concelho.
Economia
O sector primário domina
a economia do concelho,
sendo a agricultura a
principal actividade nas
várias freguesias. Nos
solos férteis
produzem-se cereais,
produtos hortícolas,
frutas e vinhos. A
pecuária e a exploração
florestal encontram-se
também presentes e,
juntamente com alguns
serviços, o pequeno
comércio, a pequena
indústria, nomeadamente
de confecções, e a
construção civil
completam o quadro
económico do concelho de
Baião.
Baião
http://www.anmp.pt/munp/mun
BaiãoNúcleo de
Arqueologia do Museu
Municipal de Baião
Núcleo de Arqueologia do
Museu Municipal de Baião
Expõe ao público os
resultados de 20 anos de
trabalhos arqueológicos
realizados no Campo
Arqueológico da Serra da
Aboboreira que abarca as
Serras da Aboboreira e
Castelo (concelhos de
Amarante, Baião e Marco
de Canaveses). De uma
forma didáctica
abordam-se temas como o
Povoamento Pré-histórico
(Neolítico à Idade do
Bronze) com destaque
para o Megalitismo,
Idade do Ferro e
Romanização, e ainda a
Alta Idade Média. Os
objectos mais
significativos destas
épocas encontram-se
expostos em seis
vitrines, e a sua
contextualização
espácio-temporal é
efectuada com base em
imagens gráficas e
painéis explicativos.
Destacam-se duas
maquetes: uma com 120
figurinhas humanas sobre
a construção de um
dólmen e outra da Carta
Arqueológica com
pequenas réplicas dos
principais monumentos
edificados ao longo do
tempo.
Felgueiras – (Concelho
do Distrito do Porto)

Vila de formação
antiquíssima já existia
no século X e é referida
no famoso testamento de
Mumadona (959). Ergue-se
no sopé do monte de
Santa Quitéria e não
conserva vestígios da
sua antiguidade.
Felgueira foi elevada à
categoria de vila com
esta designação em 1846.
Anteriormente,
correspondia à freguesia
de Santa Eulália de
Margaride. Já no
princípio do século
XVlll, Margaride era
considerada como a
principal povoação do
antigo concelho de
Felgueiras. Situado a 3
Km no rio Vizela, na
estrada de Amarante para
Guimarães, teve foral
concedido por D. Manuel
l em 1514, mas o
concelho é ainda mais
antigo e remontará
possivelmente aos
primórdios da
Nacionalidade. De facto,
para além de algumas
notícias que dele se
encontram desde 1258, o
próprio foral manuelino
faz referência aum outro
foral, concedido por D.
Afonso Henriques, que
por sua vez, confirmava
outro de seu pai, o
conde D. Henrique.
Local aprazível de
vilegiatura pela sua
situação de grande
beleza natural e
agricultura fértil, os
seus arredores são
pitorescos e nas suas
freguesias erguem-se
notáveis exemplares de
arquitectura religiosa
no estilo românico de
que se destaca a Igreja
de Unhão.
Origem do nome:
«É o mesmo nome comum
Felgueiras, plural de
felgueira, do latim
filicaria, e este de
filice, feto.
Portanto, Felgueira virá
de Felgaria que
significa terreno
coberto de fetos, os
quais quando secos,
tomam cor avermelhada, e
por sua vez deriva de
felga (filix), no baixo
latim”.
Felgueiras
http://www.cm-felgueiras.pt/VSD/Felgueiras
Felgueiras de Ontem e de
Hoje
Situado em pleno
coração do Vale do
Sousa, no distrito do
Porto, o concelho de
Felgueiras constitui um
território de enorme
beleza natural e
paisagística, "onde o
Sousa tem nascente, onde
se ergue sorridente o
belo Monte das
Pombas..." de uma grande
riqueza histórica,
cultural e patrimonial,
na qual sobressai o
Mosteiro de Pombeiro,
contemporâneo da
fundação da
nacionalidade.
O concelho de
Felgueiras abrange cerca
de 116 quilómetros
quadrados, sendo
constituído por 32
freguesias. Integra
quatro centros urbanos:
Felgueiras, sede do
concelho, Lixa, Barrosas
e Longra. Por decisão da
Assembleia da República,
a 13 de Julho de 1990,
Felgueiras foi elevada à
categoria de cidade e
Barrosas à categoria de
vila. Tal como
Felgueiras, a anterior
vila da Lixa recebeu
distinção semelhante,
passando a cidade no dia
21 de Junho de 1995,
enquanto que a Longra
viu reconhecida a sua
pretensão de elevação a
vila a 1 de Julho de
2003.
O documento mais
antigo que refere a
terra de Felgueiras, o
testamento da condessa
galega Mumadona Dias,
fundadora da cidade de
Guimarães, data de 959:
"in felgaria rubeans
villa de mauri".
Igualmente é citada no
Inventário dos bens,
igrejas e herdades do
mosteiro de N.ª S.ª da
Oliveira de Guimarães: "Et
in sause ad radice
montis sancto felice de
felgeiras rubeas villa".
Felgueiras deriva,
por conseguinte, do
termo felgaria, que
significa terreno
coberto de fetos que,
quando secos, são
avermelhados (rubeans ou
rubeas).
Embora se desconheça
o paradeiro, há
historiadores que
afirmam que Felgueiras
recebeu um foral velho
do conde D. Henrique
confirmado por D. Afonso
Henriques.
Contudo, somente o
foral novo, concedido
por D. Manuel I a 15 de
Outubro de 1514, chegou
até nós, existindo um
exemplar no Arquivo
Histórico Municipal.
As Inquirições de
1220 englobavam na terra
de Felgueiras 20
freguesias, para além
dos mosteiros de Caramos
e de Pombeiro e as
igrejas de S. Tomé de
Friande e de S. André de
Airães. Em 1855
Felgueiras foi
transformada em comarca
e passou a abranger mais
12 freguesias.
Bibliografia
Recomendada:
FREITAS, Eduardo, "Felgerias
Rubeas: subsídios para a
história do concelho de
Felgueiras". 2ª ed.
Felgueiras: s.n.1985.
FERNANDES, M. Antonino,
"Felgueiras de Ontem e
Hoje".1989.
Felgueiras
http://www.solaresdeportugal.pt/PT
Situada em pleno coração
do Vale do Sousa, no
extremo do distrito do
Porto, o concelho de
Felgueiras constitui um
território de enorme
beleza natural e
paisagística, entre
montes e vales, de uma
grande riqueza
histórica, cultural e
patrimonial, na qual
sobressai o Mosteiro de
Pombeiro, contemporâneo
da nacionalidade.
O concelho de Felgueiras
abrange cerca de 116
quilómetros quadrados,
repartidos por 32
freguesias. Integra 3
centros urbanos: a
cidade de Felgueiras, a
cidade da Lixa e a vila
de Barrosas.
Felgueiras é o nome
histórico deste concelho
e sempre assim o foi
desde a primeira hora.
De lugar banal, cheio de
fetos ou felga (raiz que
lhe deu o nome),
desconhecido e de
ninguém, cedo começou a
ser frequentado e a
servir de acompanhamento
venatório e militar. E
isso custou-lhe
inicialmente, algumas
queimadas que levaram
mais longe o seu nome e
o conhecimento do sítio.
É no testamento de
Mumadona Dias, do ano
959 que aparece a mais
antiga referência
conhecida a Felgueiras.
É citada para
identificar a vizinha
«vila» de Moure: "In
Felgaria Rubeans villa
de Mauri". Repare-se que
o topónimo «Felgueiras»,
além de servir de ponto
de referência
identificativa, vem
surgindo o determinativo
«Rubeans» e «Rubeas», a
evocar certamente uma
lembrança ainda viva de
ter sido lugar calcinado
pelo fogo.
Gondomar – (Concelho do
Distrito do Porto)

O concelho estende-se, a
sul, pela margem direita
do Douro, fronteiro a
algumas freguesias
gaienses. Os seus
terrenos são
acidentados, com
montanhas relativamente
elevadas, mas os vales
entre elas são amenos e
férteis. A povoação
principal, a vila de
Gondomar, é
antiquíssima. Segundo
tradição, teria sido
fundada pelo godo Flávio
Gundemario, cujo nome,
com o decorrer dos
séculos, deu origem à
sua designação actual.
Quando foi elevada a
vila, a povoação tomou o
nome de São Cosme (seu
padroeiro), como aliás é
conhecida. A personagem
marcante do concelho
continua viva na
paisagem bucólica e nos
panoramas de beira-rio
para quem percorre a
estrada marginal até à
foz do rio Sousa e daí
até Entre-os-Rios.
Origem do nome:
«Xavier Fernandes em
Topónimos e Gentílicos
(1944)»: “Escreveu-se há
muito que Gondomar
provém de Gundemario
(Flávio Gundemario),
que, no ano de 610, foi
senhor da citada vila
duriense. Certo é que o
nome é de origem
germânica e nele revela
o elemento marsh,
cavalo, que aparece
noutros topónimos; a
primeira parte do
vocábulo é da mesma de
Gondarém e de outras
expressões toponímicas,
onde tem o significado
etimológico de batalha,
combate”.
Gondomar
http://www.gondomaronline.com/gondomar
"Situada na margem
direita do rio Douro,
Gondomar é uma terra
antiga, cheia de lendas,
tradições e belezas
naturais que ornamentam
a periferia do Porto.
Destaca-se o Monte
Crasto onde a agitação e
a fadiga quotidianas
parecem estar longe daí;
os rios, o "Douro", as
vastas e tranquilas
praias fluviais; a
pesca, os "Valboeiros",
os desportos fluviais, o
remo a canoagem, os
agradáveis passeios
junto à margem; as
alegres festas
populares; o delicado
artesanato da talha em
madeira e e das famosas
filigranas; o sável e a
lampreia deliciosamente
preparados.
Isto é um pouco de
Gondomar.
Venha e sinta-o!"
Segundo a tradição, a
origem do topónimo de
Gondomar remonta ao ano
610 D.C., quando o rei
visigodo Flávio
Gundemário, andou por
estas terras ricas em
ouro.
Como demonstram achados
arqueológicos
encontrados no Monte
Crasto, o local terá
sido habitado muito
antes.
Documentalmente os
primórdios desta terra
remontam a uma
referência à Igreja de
Stª Eulália, no ano de
897.
Outra versão é que
Gondomar tem a sua
origem em vila Gumades
(de mina de ouro) e vem
directamente do latim
Gundimarus.
Os documentos mais
antigos de que há
conhecimento, datados de
1095 já referem a Vila
de Gondomar, como
podemos observar, antes
da fundação da
nacionalidade em 1143.
D. Sancho I, o Rei
Povoador, demarcou o
couto de Gondomar em
1193, doando-o ao
Bispado do Porto e
fazendo acompanhar da
respectiva carta de
couto, confirmada por
seu filho D. Afonso II,
em 1218. No reinado de
de D. Manuel I, em 1515,
é atribuído o foral ao
"Município de Gondomar".
Ao longo da sua
história, Gondomar foi
ganhando e perdendo
freguesias, alterando a
sua própria configuração
geográfica. Das várias
modificações
verificadas, destacam-se
as perdas de Avintes
(para Vila Nova de Gaia)
e de Campanhã (para o
Porto), mas também os
importantes ganhos de
Melres, Rio Tinto, Lomba
e São Pedro da Cova.
Em 1927 a sede do
concelho - S. Cosme -
foi confirmada como
"Vila de Gondomar" e
elevada à categoria de
Cidade mais
recentemente, em 1991.
A actual situação
juridico-administrativa
do Concelho contempla
duas cidades (Gondomar e
Rio Tinto) e três vilas
(Fânzeres, S. Pedro da
Cova e Valbom).
Gondomar Coração de Ouro
O Coração de filigrana,
logótipo de referência
do concelho de Gondomar,
é parte integrante do
brazão da cidade,
representa as industrias
locais, significando o
sentimento artístico com
que esta indústria é
executada em Gondomar, é
de ouro, metal que alude
ao nome da Cidade e é o
mais rico da heráldica e
que significa nobreza,
fé, sabedoria,
fidelidade, constância,
poder e liberdade. É
esmaltado de azul que
significa zelo, lealdade
e caridade.
Lousada – (Concelho do
Distrito do Porto)

Foi elevada à categoria
de vila em 1514 por D.
Manuel l, que lhe
concedeu foral.
História, religião e
geografia são os
alicerces culturais da
região, com o título de
vila desde 1514, o que
significava, já nessa
época um relativo
desenvolvimento. Nestas
paragens, em que se
começa a fazer a
transição do Minho para
o país duriense, o
passado quer dizer a
igreja do século XVlll,
a velha casa armoriada
do século XVlll, a
igreja românica do
século XlV, os túmulos
de guerreiros, o
cruzeiro seiscentista,
mas também os penedos
com designações que
evocam culturas
anteriores à nossa
História.
A religião é um misto de
cristianismo
profundamente assumido,
sobreposto às crenças
lendárias, às práticas
mágicas propiciatórias
dos antigos cultos das
religiões pré-
históricas. Como na
Serra de Campelo, onde
as grávidas iam esfregar
o ventre na grande pedra
para que ela, lhes
propiciasse um bom parto
e os filhos fossem
perfeitos.
Origem do nome:
«Xavier Fernandes em
Topónimos e Gentílicos
(1944)»: “Lousada é
derivada de Lousa, que
significa lâmina de
pedra, ardósia, e que
parece ser, de origem
céltica ou ibérica,
apresentando-se numa
hipotética forma
latinizada, lausa”.
Lousada
http://www.cm-lousada.pt/VSD/Lousada
O concelho de Lousada,
integrado na região do
Vale de Sousa, é um
Município fortemente
industrializado, com
relevante destaque para
a indústria têxtil,
embora tenha um cariz
profundamente agrícola,
sobretudo no domínio dos
vinhos verdes e
lacticínios, tem
empresas
agro-indústriais,
bastante desenvolvidas
tecnologicamente.
Em séculos anteriores,
Lousada demonstrou ser
uma região de grande
riqueza, e a prova disso
são as grandes casas e
quintas senhoriais que
remontam aos séculos
XVII e XVIII, a época
áurea da aristocracia
rural.
Com uma população a
rondar os 45 mil
habitantes, na sua
maioria jovens,
distribuídos por cerca
de 95km2,o Concelho de
Lousada dista 35 km do
Porto, a cujo distrito
pertence, confinando com
os Concelhos de
Penafiel,Paredes,Paços
de Ferreira,Santo
Tirso,Vizela,Felgueiras
e Amarante, o que o faz
reunir atractivos para
uma estada agradável.
As estações
arqueológicas, com
campanhas de escavações
em curso,as igrejas e
solares majestosos,as
pontes,o aqueduto e a
torre dos mouros
constituem património
histórico de um
Município onde as
belezas naturais se
afirmam por excelência,
como comprovam os
Miradouros do Alto do
Fogo, no Torno, ou do
Alto da Senhora do
Amparo, em Covas.
O artesanato, tem nos
bordados uma importante
expressão, mas a
tecelagem, especialmente
em linho, a pirotecnia,
a cestaria, a tamancaria
e a latoaria
encontram-se igualmente
em actividade, numa
terra onde o
incomparável vinho verde
e a famosa gastronomia,
nomeadamente o cabrito
assado com arroz de
forno, o basulaque, o
pão de ló e os beijinhos
de amor, merecem também
especial relevância.
As romarias, que se
estendem a todo o
Concelho ao longo do
ano, com folclore,
bandas de música, grupos
de bombos, gigantones,
fogo de artifício,
divertidas " vacas de
fogo" e até o maior
andor do País,
transportado na festa da
Senhora da Aparecida por
cerca 70 homens, e a
singular hospitalidade
do povo completam as
razões para uma visita a
Lousada - terra onde as
condições de bem estar
têm sido valorizadas.
Se as piscinas, o
auditório e a biblioteca
municipais oferecem
propostas de interesse,
é indesmentível uma
melhoria de qualidade
das condições hoteleiras
e de alojamento, o
turismo no espaço rural
já conhece alguns
exemplos, e as
acessibilidades têm
vindo a ser ampliadas,
Lousada, no âmbito da
Região do Vale de Sousa,
reúne condições para
potenciar a sua oferta
turística.
Rotas do Românico e do
Vinho Verde, roteiros
culturais e programas de
animação cultural e
desportiva durante o ano
surgem como propostas,
com destaque para o novo
Complexo Desportivo e
Centro de Estágios, e o
Eurocircuito de Lousada,
que confirmam que viver
em Lousada significa,
cada vez mais, qualidade
e prazer.
Maia – (Concelho do
Distrito do Porto)

A memória Cultural e
Histórica de um antigo
território, com uma
personalidade política
bem identificada: a
Terra da Maia. Esta
designação surge já no
século Xlll como área
definitiva, constituindo
um julgado a que D.
Manuel l, concedeu foral
em 1519. Maia é a
designação de um dos
concelhos mais
industrializados da
região do Porto e
simultaneamente do vasto
território, abrangendo
hoje diversos concelhos,
que se revestiu de
importância fundamental
no período da
Nacionalidade.
A terra da Maia
espreitava-se entre os
rios Douro e Ave (a
norte do Ave eram as
terras de Faria e a sul
do Douro as terras de
Santa Maria) e
constituiu durante
séculos a fronteira
ocidental das terras
cristãs. Manteve dessa
época um fundo cultural
e um substrato
etnológico particulares,
com características
anteriores à dominação
romana.
Origem do nome:
«Do, Arquivo Histórico
de Portugal – 1898»: “No
século V vieram os
bárbaros, povos suevos,
e conquistaram-na
mudando-se logo o nome
em Amaia ou Maia, que
era nome de mulher, sem
dúvida bem amada do
conquistador que deste
modo lhe faziam
homenagem.
Outros autores
contestando esta versão,
atribuem o baptismo do
concelho aos romanos.
É possível visto ser
Maia uma divindade do
culto pagão, mãe de
Mercúrio. Pelos modos, o
velho Júpiter não
primava em fidelidades
conjugais, e claudicava
amiudadas vezes. Maia
era linda e o esposo de
Juno seduzia-a, não lhe
importando com os zelos
da régia velhota”.
Gonçalo Mendes da Maia
http://www.lidador.com.br
Todos os povos tem, em
sua história, passagens
de bravura de heroísmo e
de superação do
impossível através da
coragem e do amor a um
grande ideal. São
momentos registrados em
que vida e morte perdem
importância diante do
infinito da alma.
Portugal deu alguns dos
mais belos desses
exemplos para a honra de
seu povo e da
humanidade. Um deles,
inesquecível, foi D.
Gonçalo Mendes da Maia.
Nascido em 1079 ao norte
de Portugal, próximo da
cidade do Porto, na Vila
do Trastamires*, D.
Gonçalo foi uma lenda
viva de dedicação à
pátria. Sua imagem e
lembrança guardam uma
força memorável para
incentivo e apoio às
mais nobres lutas de
todas as gerações.
Na mocidade, por sua
fidalguia e afinidade
espiritual, tornou-se um
dos maiores amigos do
primeiro rei de
Portugal, D. Afonso
Henriques. Juntos,
lutaram para expulsar os
invasores da terra
amada. E juntos,
empenharam sua crença
num Portugal de
fronteiras mais
dilatadas e felizes. A
vontade férrea de D.
Gonçalo e suas inúmeras
e épicas conquistas no
campo de batalha - em
que o risco à vida era o
eterno desafiante -
acabaram grangeando-lhe
o cognome de O Lidador.
O fato mais marcante
dessa fama aconteceu na
data de aniversário de
D. Gonçalo, quando ele
comemorava 95 anos. A
história conta que os
árabes estavam invadindo
Portugal. E que a
situação na frente de
luta era muito
desvantajosa para a
sobrevivência lusa.
Portugal poderia cair
irremediavelmente nas
mãos bárbaras do
inimigos. O desejo de
oferecer resistência
tocava D. Gonçalo
profundamente. No
entanto, o idoso
guerreiro sentia o peso
da idade a curvar-lhe o
corpo. Mas, não a
encurvar a sua lendária
coragem. Ao ver tombar e
agonizar a seu lado um
amigo inestimável, D.
Gonçalo avivou o
espírito rebelde. E
Buscou forças na chama e
na lembrança do jovem
que um dia habitava em
seu peito.
Sem medo, aquele
coração que nunca se
acovardava diante de
nenhum abismo, partiu
com um pequeno e frágil
número de guerreiros
para arena onde estava
sendo decidido o futuro
da pátria. Aniquilando
qualquer idéia de
submissão ou desonra, D.
Gonçalo conseguiu, pela
surpresa e pela audácia,
equilibrar uma guerra
que já era considerada
perdida. Os árabes não
podiam acreditar no que
viam: um corpo
envelhecido guiado pelas
mão e pelo Deus da
Vitória. O chefe
inimigo, para recuperar
a confiança dos seu
comandados, resolvera,
ele mesmo, enfrentar D.
Gonçalo. Num primeiro
momento, tudo indicava
que D. Gonçalo
sucumbiria ante um
guerreiro muito mais
jovem e de forças
renovadas. Eles lutaram
com fúria. O primeiro
embate deixara D.
Gonçalo gravemente
ferido. Seu braço quase
fora arrancado. D.
Gonçalo, no entanto, não
aparentava sentir a mais
leve dor ou sofrimento.
O sangue, ao cobrir seu
corpo, tonara-se, assim,
o seu manto divino.
Mas, D. Gonçalo,
apesar do estado
desesperador, jamais se
entregaria. Jamais
cairia de joelhos frente
à opressão e à vergonha
de ser vencido. Num
lance rápido, trocou o
sabre de mão e, aos
gritos de amor à
Portugal e aos
portugueses, deu a
derradeira estocada. Seu
adversário, cego pela
vaidade e arrogância,
descuidou-se, certo de
já haver vencido. E foi
apanhado em cheio pelo
vigoroso golpe do velho
soldado, caindo ao solo.
Sua última visão -
incompreensível, para
ele - foi a de um
velho-jovem iluminado
pela pujança de um
ideal, pelo coração de
Portugal.
Com o chefe morto, o
inimigo acanhou-se e
retrocedeu em humilhante
retirada. D. Gonçalo, ao
ver a cena, sentou-se
para descansar. Estava
exausto pela luta e pelo
muito sangue derramado.
Apoiou-se, e com a
respiração ainda
ofegante, pôde ouvir os
brados que chegavam pela
vitória. Sua face ferida
mal encobria grossas e
generosas lágrimas. O
herói de todas as
glórias aproveitou-se
aquele último momento
supremo de sua vida.
E fechou os olhos. Com
paz e serenidade, para
sempre.
Maia
http://www.cm-maia.pt
O Museu de História e
Etnologia da Terra da
Maia (M.H.E.T.M.)
localiza-se na vila do
Castelo da Maia,
concelho da Maia, e
encontra-se instalado
num edifício que
funcionou como Paços do
Concelho até ao ano
1902, e cujas origens
devem remontar ao século
XVIII, tendo como
envolvente o parque e o
monte de Santo Ovídio.
A adaptação para museu
deste edifício dotou-o
de três salas de
exposição e uma outra
para acolhimento do
público, assim como uma
área de trabalho.
A ideia e o projecto de
um Museu para a Terra da
Maia recuam à década de
sessenta quando foi
instalada uma exposição
histórico-arqueológica
no claustro da Igreja
Conventual de Moreira da
Maia. No ano de 2001 é
inaugurado, pelo Prof.
Vieira de Carvalho, o
Museu de História a
Etnologia da Terra da
Maia com colecções
organizadas e com uma
estrutura de
investigação sobre a
história local.
O M.H.E.T.M. tem na sua
base uma colecção
etnográfica, colecção
Moreira de Figueiredo,
recolhida no concelho da
Maia durante as décadas
de setenta e oitenta com
o objectivo de registar,
através de objectos, os
mais destacados aspectos
da ruralidade e do
quotidiano maiato.
Esta colecção, composta
por cerca de 200
objectos, com destaque
para os ciclos
agro-laborais do linho e
dos cereais, e para
sistemas de atrelagem de
animais, foi sendo
enriquecida com
incorporações de outros
materiais relacionados
com as tecnologias
tradicionais utilizadas
no transporte e elevação
da água e com objectos
que documentam
profissões e actividades
extintas.
A colecção histórica do
Museu de História e
Etnologia da Terra da
Maia tem como missão
evocar aspectos do
passado histórico desta
Terra através de
objectos, sons e imagens
que identificam ideias e
fenómenos sociais do
passado. A história
antiga encontra-se
também documentada por
uma colecção
arqueológica.
A programação do Museu
assenta sobretudo na
realização de exposições
temporárias de longa e
curta duração que têm
como missão dar
rotatividade às
colecções e divulgar
história e a etnografia
da Maia.
Estando neste momento
concluída a primeira
fase do Museu, o Pelouro
da Cultura iniciou já a
segunda fase com base
num programa de
intervenção num edifício
com características
rurais e pequeno
comércio contíguo ao
actual. Este novo
edifício, com cerca de
2000m2 de área coberta,
irá dotar o Museu de
História e Etnologia da
Terra da Maia de espaços
destinados a reservas
visitáveis, salas de
exposição, cafetaria, um
sector para conservação
primária de objectos,
uma biblioteca e
gabinetes de trabalho.
Contactos:
Praça 5 de Outubro
4475-601 Santa Maria de
Avioso
tel: 22 987 1144
e-mail:
museu@cm-maia.pt
Marco de Canaveses –
(Concelho do Distrito do
Porto)

Os fundamentos
históricos da região
mergulham num passado
milenário. Em alguns
montes encontram-se
numerosas mamoas. No
lugar de Eiró, ou Airô,
que queria dizer airoso,
freguesia de Penha
Longa, foram encontradas
grandes pedras com
inscrições e desenhos e
também pias abertas na
rocha. O concelho é
atravessado por uma das
maiores obras do génio
português: a via férrea
do Douro, aberta no
século XlX através de
incontáveis obstáculos.
Nela, o túnel do Juncal,
ou Encambalados, é um
monumento imperecível ao
trabalho, com os seus
1.621 metros abertos na
rocha.
Origem do nome:
«Do, Arquivo Histórico
de Portugal – 1898»: “A
origem deste nome não
tem fundamento
histórico. O concelho
chamava-se de Canaveses,
e esta povoação era
Marco; passando a sede
concelhia ficou sendo
Marco de Canaveses.
Tomou a denominação que
lhe conhecemos por causa
de um marco de pedra que
está ao pé do palácio
municipal, e que
demarcava os limites das
freguesias de São
Nicolau de Canaveses,
Fornos e Tuías”.
«Xavier Fernandes em
Topónimos e Gentílicos
(1941)»: “Efectivamente
o vocábulo deve ser o
mesmo nome comum, com
esta ou outra explicação
histórica e com origem
germânica
(possivelmente, Marka,
limites, fronteira,
sinal). …
Canaveses era a
designação do antigo
concelho, cuja sede se
fixou na povoação de
Marco pertencente à
freguesia de Fornos e à
de São Nicolau, e daí a
denominação oficial por
que actualmente é
conhecida, de Marco de
Canaveses. …
Parece que Canaveses não
é mais do que o plural
de canavês, de Cânave
mais o sufixo ês e que
significa “plantação de
cânhamo”.
Marco de Canaveses
http://pt.wikipedia.org
O Marco de Canaveses
(antigamente usava-se a
grafia Marco de
Canavezes) é uma cidade
portuguesa no Distrito
do Porto, região Norte e
subregião do Tâmega, com
cerca de 3 300
habitantes.
É sede de um município
com 202,02 km² de área e
52 419 habitantes
(2001), subdividido em
31 freguesias. O
município é limitado a
norte pelo município de
Amarante, a leste por
Baião, a sul por
Cinfães, a sudoeste por
Castelo de Paiva e a
oeste por Penafiel.
É concelho desde 1852.
É a cidade de nascimento
de Carmem Miranda.
Marco de Canaveses
http://paginas.ispgaya.pt
Breve História...
No dia 17 de Julho de
1749, foi o Milagroso
Menino Jesus de Praga
apoteoticamente recebido
em Lisboa pela Corte
portuguesa. A partir
desta data rapidamente a
devoção se espalhou
pelas igrejas da Capital
e de todo o Reino.
Em 1943 o poderoso
Reizinho chegou a Fátima
pelas mãos do Senhor
Arcebispo de Praga, D.
José Beran, que ofereceu
ao Santuário uma
preciosa imagem do
Divino Infante que ali
se encontra à veneração
dos fiéis. A Basílica
possui 15 altares
laterais com os
mistérios do Santo
Rosário; no terceiro
altar, dedicado ao
Nascimento de Jesus, foi
colocada a imagem do
Reizinho.
Decorria o ano de 1960,
a 19 de Abril, quando na
Quinta da Moria, em
Avessadas, Marco de
Canaveses, se realizou a
cerimónia de bênção e
colocação da primeira
pedra do que viria a ser
o futuro Santuário
dedicado ao Divino
Menino Jesus.
Avessadas fica a 57 Km
do Porto, a meio caminho
da estrada Nacional 210,
entre Marco de Canaveses
e Entre - os - Rios.
Situa-se o Santuário a
meio de uma colina,
rodeado por uma
verdejante área de
cultivo que
verdadeiramente cativa a
simpatia dos peregrinos
e devotos que junto do
Pequeno Grande
peregrinam. Aos que se
ajoelham a seus pés,
desde o seu Altar
rodeado de multidões de
anjos que eternamente o
louvam, o Menino Jesus
lança o seu terno olhar
e poderosa bênção.
Ao chegar ao Santuário,
e ainda antes de subir a
escadaria o peregrino
pode contemplar dois
painéis em azulejo: o da
direita evoca o encontro
que a Santa Madre Teresa
de Jesus teve com o
Menino Jesus. Ela
própria narra que certo
dia lhe apareceu um
Menino que lhe perguntou
como se chamava ela. E
tendo respondido que
Teresa de Jesus, Ele lhe
respondeu que era Jesus
de Teresa! O segundo
painel, o da esquerda,
evoca a ternura e amor
que pelo Menino Jesus
sentia o Santo Padre
João da Cruz. Num dos
dias de Natal, estando
no Convento de Granada e
na presença da
Comunidade de Padres
Carmelitas Descalços,
tomou do presépio a
imagem do Menino Jesus e
pegando nela ao colo
bailou com o Menino
pelos claustros
conventuais, cantando:
«Meu doce e terno Jesus,
se amores me hão-de
matar, agora têm lugar».
Já no Santuário, no
altar-mor, rodeado dos
anjos da Corte
celestial, preside ao
espaço sagrado e aos
Divinos Ofícios uma
imagem do Pequeno
Grande, o Divino Menino
Jesus de Praga. Tem esta
imagem 200 cm de altura:
a sua mão direita
levantada para abençoar,
tem os dois dedos
indicadores estendidos
parecendo mostrar aos
fiéis toda a verdade do
seu Amor, toda a virtude
das suas graças
celestes. Com a mão
esquerda sustém o globo
terrestre, emblema do
soberano poder; o mundo,
junto do seu coração,
está ao abrigo de todo o
temor. Uma coroa,
símbolo de majestade
real, brilha sobre a sua
cabeça deste Menino
Deus, resplandecente de
luz divina e lembrando
que Jesus é o fundador e
o protector do reino de
Deus. A graça infantil
irradiando de toda a
imagem, dá uma
maravilhosa ideia de
doçura e ternura do bom
Salvador, sempre pronto
a socorrer-nos e cujo
exemplo não cessa de
ensinar a inocência às
crianças (e aos que como
elas são), a quem
prometeu o Reino do Céu.
Um ano depois da bênção
da primeira pedra, a 12
de Outubro de 1961, na
presença de muito povo
de Deus que, desde as
primeiras horas da manhã
acorreu ao Santuário em
grande número, do
Arcebispo de Mitilene D.
Manuel dos Santos, do
Geral da Ordem Frei
Anastácio do Santíssimo
Rosário, do Provincial
Frei Gregório de Jesus
Crucificado, foi sagrado
e dedicado o Santuário
por D. Florentino de
Andrade e Silva,
Administrador Apostólico
da Diocese do Porto.
Nas palavras de D.
Manuel dos Santos que
pregou um fervoroso
sermão, «a cerimónia
foi extraordinariamente
emocionante», pois o
novo templo fora
consagrado para acolher
as multidões que aqui se
acolhem implorando as
bênçãos do Divino
Infante, mas também se
tornara em vinha florida
onde se consagram a Deus
aqueles que se haviam
sido chamados ao
exclusivo serviço do
Deus Humanizado.
Com as ajudas e esmolas
do povo simples, dos
Carmelitas Seculares e
das Carmelitas
Descalças; com o
esforço, o trabalho e
empenho dos Padres
Carmelitas Descalços se
ergueu em louvor do
Menino Jesus o seu
Santuário em Avessadas.
De Portugal inteiro
foram chegando pequenas
esmolas; de Alpendurada
veio a pedra; da Bélgica
a custódia para adoração
eucarística; de Viana do
Castelo o Construtor; de
Espanha chegou o
electricista; de Espanha
veio também o pintor do
retábulo, frei Mauro. E
em alturas de maior
apuro concorreu a
Providência Divina!
É este o Santuário do
Menino Jesus de Praga,
em Avessadas, sempre
aberto aos que aqui,
junto do Menino Deus,
desejam desaguar as suas
penas ou descansar dos
seus trabalhos, implorar
perdão das faltas ou
render graças pela
humildade da sua
Encarnação!
Aqui se vem para
cultivar o silêncio,
para peregrinar, para
cantar e louvar. Aqui
pode ficar-se cinco
minutos, mas também,
contactando previamente,
se pode permanecer
alguns dias.
Como chegar ao
Santuário: no primeiro
domingo de Junho o
Santuário do Menino
Jesus acolhe milhares de
peregrinos que aqui se
dirigem como
manifestação de fé e de
religiosidade popular.
Ao Santuário pode chegar
em transporte pessoal ou
pelos transportes
públicos, autocarro e
comboio. Em transporte
pessoal: desde o Porto
chega-se ao Santuário
tomando a Autoestrada A4
em direcção a Vila Real
e saindo na saída de
Marco de Canaveses.
Pelos Transportes
públicos: de autocarro,
tomando na Garagem 24 de
Agosto, Porto, um
Autocarro da Asadouro
com saída frente ao
Santuário; de comboio,
desde a estação de S.
Bento ou Campanhã, pela
Linha do Douro, com
saída na Estação de
Marco de Canaveses, a 7
Km do Santuário.
Matosinhos – (Concelho
do Distrito do Porto)

Perto da cidade do
Porto, na orla marítima,
a vila de Matosinhos,
aparentemente moderna,
figurava em 1258, com a
designação de Matusiny,
nas Inquisições mandadas
efectuar por D. Afonso
lll. Durante muito tempo
foi um simples lugar
rústico, junto à foz do
rio Leça, pertencente à
freguesia de Sandim de
Bouças. Fazia parte de
uma organização
administrativa curiosa,
denominada julgado
municipal de Bouças,
cuja área se estende
desde Leça de Palmeira
até à foz do rio Douro.
Em 1736, algumas
freguesias da actual
cidade do Porto (Lordelo,
Aldoar, Ramalde,
Nevogilde) integravam-na
também. O triunfo
liberal provocou, em
1833, o aparecimento do
concelho de Bouças, mas,
outro pormenor curioso,
foi o lugar da Senhora
da Hora que se elevou em
1836 à categoria de
vila, aliás
efemeramente. Em 1853,
no reinado de D. Maria
ll, a vila de Matosinhos
foi finalmente
oficializada.
Origem do nome:
« Xavier Fernandes em
Topónimos e Gentílicos
(1944)»: “Na página 82
da “Memória Histórica do
Mosteiro de Leça do
Balio” que o abade
António do Carmo Velho
de Barbosa escreveu e
fez publicar em 1852,
encontra-se o que se lê
a seguir:
“Matozinhos”, que nos
antigos documentos acho
escrito Methezinhos
grande povoação na
margem esquerda do Leça,
… parece vir de duas
palavras gregas – Innos,
filius, isto é, filho, e
Metesis, contracção de
Meteesis, que significa
interfuerit, isto é,
há-de assistir, como se
Matozinhos significasse
“o filho há-de
assistir”. Porque motivo
se impôs este nome a
esta povoação, nem o
sabemos, nem o podemos
adivinhar”.
Pinho Leal, no seu
“Portugal Antigo e
Moderno” fantasiou
doutra forma a origem
deste nome, conforme
mostramos em seguida:
“… Caio Carpo (1) vinha
todo coberto de conchas,
dando isto lugar a que
aquele sítio, em memória
deste notável
acontecimento, se
chamasse Matisadinhos,
aludindo ao matisado das
conchas. Pelo andar dos
tempos, o nome de
Matisadinhos
converteu-se em
Matosinhos”
(1) Personagem que
figurou numa lenda,
narrada por Pinho Leal e
segundo a qual, em
tempos remotíssimos, se
teria dado um milagre no
local correspondente à
praia de Matozinhos e na
presença do cadáver de
São Tiago, que foi um
dos primeiros doze
Apóstolos martirizados
em Jerusalém, no
primeiro século da nossa
era, e que a tradição
diz ter sido trazido
para Compostela
(Espanha).
No número 179, de Julho
de 1931, da excelente
revista de antiguidades
portuenses, O Tripeiro,
escreveu o Dr. Cláudio
Basto:
2Devemos escrever
Matosinhos (com s) ou
Matozinhos (com z)?
O caso é fácil de
resolver. Procurem-se
formas do nome, nos
documentos da época, em
que s e z se
pronunciavam de maneira
diferente (como hoje
sucede ainda, em parte
do País). E a consoante,
que nesse tempo se
estiver usado, é a que
devemos hoje manter.
Ora em documentos de
1032 e 1258, aparece
Matesinus, Matesinis e
Matusini (vid.
Onomástico Medieval
Português, por A. A.
Cortesão – Lisboa 1912).
Portanto, é Matosinhos,
com s, que se deve
escrever”.
Nos meados do século
Xlll, aparecem as
grafias Matusiny e
Matusini nas Inquisições
de D. Afonso lll, de
1258.
Arredada a forma mais
antiga, Matesinus, que
evolucionando
normalmente nunca daria
qualquer das duas usadas
hoje, resta-nos a
hipótese de ter sido
Matusini o étimo da
designação moderna. Se o
foi (1) a escrita exacta
deve ser Matosinhos,
visto que o s não passa
para z. (1) Esta
hipótese é admissível,
embora não esteja
confirmada: o u de
Matusinus ter-se-ia
mudado em o, fenómeno
corrente quando aquela
letra é breve; o s
manter-se-ia e a parte
final inus teria
prodizido regularmente
inho … .
Mas teria sido o
medieval Matusini o
precursor do vocábulo
moderno ?Matusiny não
merece talvez
referência; deve andar
aí erro de copista ou de
qualquer outra
proviniência. A hipótese
de supor a derivação em
mat-os-inhos parece-nos
inaceitável, mesmo não
faltando, na nossa
toponímia, exemplos de
Mato, Matos, derivados e
compostos respectivos.
Mais probabilidades
oferece o desdobramento
em matos-inho-s (matos
de matoso, e não o
plural de mato), o que
não significa que
quebremos lanças por
esta nova hipótese.
Ingressando pelo caminho
do z, também não é
admissível que a palavra
se decomponha em
Mato-zinho-s ou em
Mato-z-inho-s, como
alguém pretendeu ou
supôs, pois o z não pode
aqui ser considerado
consoante infixativa,
como não pertence ao
sufixo. Tal letra, a
dever subsistir na
escrita, exige, outra
explicação, certamente
baseada no verdadeiro
étimo”
Embora hajam defensores
de uma e outra grafia, o
acordo Ortográfico Luso
Brasileiro manda
escrever semelhante
topónimo com s. Por isso
devemos escrever
Matosinhos e não
Matozinhos”
Matosinhos
http://cmmatosinhos.wiremaze.com
A povoação é anterior à
fundação da
nacionalidade
portuguesa, pois já
existia no ano de 900,
chamando-se Matesinus.
Em 1258, figurou com o
nome de Matusiny nas
inquirições de D. Afonso
III. Pertencia, na
altura, à freguesia de
Sandim.
D. Manuel I concedeu-lhe
foral em 30.9.1514.
Em 1833 foi criado o
concelho de Bouças,
ficando nele incluídas
as freguesias de
Matosinhos e Leça da
Palmeira, entre outras.
A vila de Matosinhos,
constituída pelas
freguesias de Matosinhos
e de Leça, foi criada em
1853.
Em 1867 foi criado o
concelho de Matosinhos,
voltando à organização
anterior vinte dias
depois.
Em 1909 dirigiu-se um
pedido ao governo para
ser criado em definitivo
o concelho de
Matosinhos, por este
lugar ser mais
importante que o de
Bouças.
Desta forma, o concelho
de Matosinhos foi criado
definitivamente em 6 de
Maio de 1909.
O concelho de Matosinhos
é um dos mais
importantes do país e a
cidade das maiores e
mais progressivas. Foi
elevada a cidade em 28
de Maio de 1984.
Os mais antigos
vestígios da acção
humana neste território
(vários instrumentos
lítios talhados,
atribuíveis ao
Paleolítico) possuirão
alguns milhares de anos
e foram recolhidos em
praias antigas e
actuais, nomeadamente na
Boa Nova. A fixação das
gentes a estas terras
ter-se-á iniciado há
cerca de 5000 anos,
durante o Neolítico,
tendo chegado até aos
nossos dias ténues
vestígios dos monumentos
funerários dessa época:
as antas. Em Antela,
Perafita, Guifões e S.
Gens localizar-se-iam
importantes núcleos
destes monumentos.
Nos finais da Idade do
Bronze, à semelhança do
resto do Nordeste
Peninsular vai
expandir-se um novo tipo
de habitat proto-urbano
de altitude (os
castros), associado a
uma cultura de
características próprias
e que perdurará durante
toda a Idade do Ferro.
Ainda hoje são
significativos os
vestígios de castros
existentes no concelho,
destacando-se pela sua
área e espólio já
recolhido o de Guifões.
A chegada dos romanos,
há cerca de 2000 anos,
vai provocar profundas
alterações estruturais.
A abertura de vias (como
a estrada Cale-Bracara)
e a construção de pontes
(como a Ponte da Pedra)
fazem parte duma
política generalizada de
desenvolvimento das
comunicações e do
comércio, associada à
Pax Romana. O estuário
do Leça e a zona de
Lavra terão sido, neste
contexto, os locais mais
romanizados, bem
atestados nesta última
por vestígios de uma
villae e de estruturas
de produção de garum e
de sal.
Na Alta Idade Média este
território foi marcado
pelo Mosteiro de Bouças,
cuja fundação é anterior
à nacionalidade. Foi ele
que fez desenvolver todo
o aglomerado
populacional que
encabeçaria a divisão
administrativa do
Julgado de Bouças que
está na base do actual
concelho de Matosinhos.
Outro importante
monumento medieval é o
Mosteiro de Leça do
Balio que resultou da
ampliação de uma antiga
edificação e que viria a
ser a primitiva sede em
Portugal da ordem dos
Cavaleiros Hospitalários.
No século XVI, com carta
de foral atribuída em
1514 por D. Manuel I,
assumindo-se como um
importante centro
produtor agro-pecuário e
sede de ricas
propriedades, Matosinhos
torna-se um dos
principais pólos
abastecedores do Porto
numa altura em que
freguesias como Ramalde,
Foz e Aldoar ainda
faziam parte do seu
território.
É neste século que se
constrói a actual Igreja
de Matosinhos e para
onde se transfere a
antiga imagem do Bom
Jesus até então
depositada no Mosteiro
de Bouças. A crescente
importância deste culto
levará, dois séculos
mais tarde, a uma
profunda remodelação do
templo efectuada pelo
arquitecto italiano
Nicolau Nasoni. A este
arquitecto são também
atribuídas importantes
obras nas quintas do
Chantre (Leça do Balio)
e do Bispo (Santa Cruz
do Bispo).
Mas o concelho é fruto
também da sua abertura
ao mar. Por ele partiram
muitos mareantes na
época dos
descobrimentos. Por ele
veio o exército
comandado por D. Pedro e
que desembarcando em
Arnosa-Pampelido
implantou
definitivamente o
liberalismo em Portugal.
Por ele chegou, mais
recentemente, uma
importante comunidade
piscatória.
A necessidade de um
porto de abrigo,
primeiro, e um arrojado
projecto de
desenvolvimento
económico-portuário
depois, levou em finais
do século XIX à
construção do Porto de
Leixões. Era o início de
um processo de
transformação nítido em
todo o desenvolvimento
urbanístico e industrial
da cidade de Matosinhos,
onde a indústria
conserveira desempenhou
verdadeiro papel de
líder.
Tendo crescido de 25
para 167 mil habitantes
entre 1900 e 2001,
Matosinhos é hoje um
concelho de grandes
projectos apostando no
futuro.
Cidade de Matosinhos
A cidade de Matosinhos
está situada nas margens
esquerda e direita do
Rio Leça, à beira mar e
a 8 km do centro do
Porto.
Segundo rezam os
cronistas, já no séc. XI
existia uma modesta
povoação designada por "Matesinus".
Em 1514 foi-lhe
concedido foral por D.
Manuel I, o "Venturoso",
e foi elevada à
categoria de Vila por
deliberação de D. Maria
I em 1583.
Matosinhos foi elevada a
cidade em 28 de Junho de
1984 (Lei 10/84 - Diário
da República 148).
Caracterização do
Concelho
O Concelho de Matosinhos
pertence à Província do
Douro Litoral e ao
Distrito do Porto.
Confronta a Sul com o
Concelho do Porto, a
Norte com o Concelho de
Vila do Conde e a
Nascente com o Concelho
da Maia.
Com uma área de 62.3
km2, o concelho de
Matosinhos corresponde a
cerca de 8% do
território da Área
Metropolitana do Porto (AMP).
Administrativamente está
dividido em 10
freguesias urbanas:
Matosinhos, Senhora da
Hora, S. Mamede de
Infesta, Leça do Balio,
Custóias, Guifões, Leça
da Palmeira, Perafita,
Santa Cruz do Bispo e
Lavra.
Neste concelho, o
terceiro mais populoso
da AMP residiam até à
data do último
recenseamento (1991),
151 682 indivíduos, isto
é, cerca de 13% da
população residente
naquela Área
Metropolitana. A
densidade populacional
do concelho é de 2 456
habitantes/km2,
consideravelmente
superior à densidade
populacional da AMP de 1
532 habitantes/Km2. Esta
expressão demográfica
entende-se pelo
dinamismo de base
económica concelhia e
pela construção de
numerosas Cooperativas
de Habitação que se
instalaram no concelho.
Na distribuição da
população por sectores
de actividade, segundo
os dados dos Censos 91,
o sector dominante é o
terciário, com cerca de
52.9% da população
activa, seguido do
sector secundário
(45.2%), sendo o sector
primário relativamente
insignificante (2%).
No conjunto da
actividade industrial,
as mais de 500 unidades
industriais em sectores
muito diversificados
fazem de Matosinhos um
dos mais
industrializados
Concelhos do País.
A sua extensa relação
com o mar, a Ocidente,
marcou definitivamente o
Concelho, daí a natural
criação de
infra-estruturas que
actuam como vectores
fulcrais no
desenvolvimento de uma
região - o Porto de
Leixões, segundo maior
nacional, o Terminal TIR
do Freixieiro por onde
passa grande parte das
importações do País,
para além da Exponor,
Parque de Exposições do
Norte e Centro de
Congressos e da
proximidade do Aeroporto
Dr. Francisco Sá
Carneiro.
O Concelho de Matosinhos
conta hoje com símbolos
urbanísticos e
arquitectónicos de
grande significado, da
autoria de arquitectos
de à escala mundial,
como Álvaro Siza Vieira,
Alcino Soutinho,
Fernando Távora e Souto
Moura.
Bandeiras, Armas e Selo
Bandeira - De cor verde,
com cordões e borlas de
prata e de verde também.
A lança e a haste de
oiro. A bandeira de
seda, para cortejos e
outras cerimónias, deve
ter uma área de um metro
quadrado.
Armas - De prata, com
sete faixas ondeadas de
verde e três golfinhos
de negro, realçadas de
oiro. Coroa mural de
prata, de cinco torres,
listel branco, com
dizeres a preto.
Selo - Deve ser
circular, tendo ao
centro as peças
heráldicas que
constituem as armas, sem
indicação dos esmaltes.
Em volta dentro dos
círculos concêntricos,
os dizeres: "Câmara
Municipal de
Matosinhos".
Mosteiro de Leça do
Balio
http://cmmatosinhos.wiremaze.com
Classificado como
monumento nacional, este
imóvel medieval é
considerado um dos
melhores exemplares
arquitectónicos
existentes no país, de
transição do estilo
românico para o gótico.
Com origem anterior ao
séc. X, foi
posteriormente (séc. XII)
a primeira casa mãe dos
Cavaleiros Hospitalários
da Ordem de Malta em
Portugal. Da construção
românica resta apenas,
nas traseiras da igreja,
uma ala incompleta do
claustro, um portal e
uma janela com decoração
vegetalista. Foi
reedificado no séc. XIV,
segundo o modelo das
igrejas fortaleza. A
fachada principal de
estilo gótico, com ampla
rosácea radiada e
rematada por uma cruz da
Ordem de Malta, possui
torre de menagem de
traça românica, coroada
de ameias. No interior,
dividido em três naves,
podemos admirar a
capela-mor com abóbada
de nervuras, a capela de
Nossa Senhora do Rosário
ou do Ferro e os túmulos
de vários cavaleiros e
frades, destacando-se a
arca tumular de Frei
João Coelho, Grão-Mestre
da Ordem, com estátua
jacente da autoria de
Diogo Pires, o Moço, bem
como a pia baptismal,
cuja base é decorada por
animais exóticos. No
exterior, o Cruzeiro é
também da autoria do
mesmo mestre coimbrão.
Foi neste Mosteiro que o
rei D. Fernando casou
com D. Leonor de
Teles.
Apesar da referência
documental mais antiga
deste monumento datar do
ano de 1003, a fundação
deste mosteiro é
certamente muito
anterior. Seria na época
apenas um pequeno
cenóbio albergando uma
comunidade provavelmente
beneditina. No séc. XII
é doado aos
monges-cavaleiros da
Ordem de S. João do
Hospital, tornando-se
assim a primeira sede
desta ordem em Portugal.
A estrutura gótica do
monumento remonta às
obras de remodelação e
ampliação efectuadas no
séc. XIV por iniciativa
do Balio D. Frei Estevão
Vasques de Pimentel.
Do mosteiro resta apenas
a igreja, de planta
cruciforme, ladeada por
uma alta torre
quadrangular, provida de
balcões com matacães, a
meia altura e no topo,
em ângulo, seteiras,
dando à igreja um
aspecto de verdadeira
fortaleza militar.
No seu interior
destaca-se, sobre a
campa de Frei Estevão
Vasques, uma placa de
bronze, com diversos
motivos decorativos e
contendo o epitáfio do
defunto em caracteres
leoneses.
Está classificado como
Monumento Nacional pelo
Decreto de 16.06.1910 DG
136 de 23 de Junho de
1910.
Paços de Ferreira –
(Concelho e Distrito do
Porto)

Povoação muito antiga,
habitada por reis no
século Xlll, tem
propecto modesto mas
acolhedor, não possuindo
motivos arquitectónicos
dignos de menção,
exceptuando os
fragmentos do
pelourinho,
quinhentista. Foi um
couto dependente da
antiga vila de Ferreira,
a quem D. Manuel l
concedeu foral em 1514,
mas todo o concelho
acabou por tomar o seu
nome. O Castro da Vila,
próximo da Serra da
Agrela, é um estação
arqueológica da cultura
da Idade do Ferro. O
nome deste castro parece
confirmar uma
particularidade
interessante na região:
os invasores romanos
ocuparam-na, mas
acabaram por adoptar as
formas de vida
existentes ao
instalarem-se nos
castros ou na sua zona
de influência.
Monumento espectacular
desta cultura, no
concelho de Paços de
Ferreira, é a Citânia de
Sanfins, local
arqueológico dos mais
significativos do
Noroeste da Península
Ibérica.
Origem do nome:
« Américo Costa em
“Dicionário Corográfico
de Portugal Continental
e Insular – 1943”«:
“Paços é o nome comum
paço, no plural, que
deriva do latim palatiu,
e Ferreira também do
nome comum ferreira e
este do latim ferraria –
mina de ferreiro,
oficina de ferreiro.
Paços de Ferreira já
assim se chamava e o
couto de Ferreira era
independente de Paços. O
apelido “de Ferreira”
não derivou da anexação
de Ferreira a Paços (que
foi o resultado duma
melhor divisão
administrativa,
procurando-se para sedes
as terras mais
progressivas ou
centrais), mas para esta
terra se diferençar
doutras do mesmo nome –
Paços, como Sanfins de
Ferreira também assim se
chamou para se
diferenciar de Sanfins
da Maia, Sanfins do
Douro, etc..
O nome de Paços (alguns
escrevem talvez
erradamente, Passos)
indica que o povoado foi
nobre, mas, pelo que se
verifica das
Inquisições, em Paços
não havia, honra
nenhuma, - o que não
quer dizer que não
houvesse ali Paços
nobres antes das
Inquisições. Vimos que
em 1059 já havia a vila
de paços (de Ferreira),
por seus termos e
lugares antigos como a
Igreja de Santa Eulália,
etc. (Inventário das
Igrejas e herdades do
Mosteiro de Guimarães,
no Livro de Mumadona).
O nome, portanto, mostra
a antiguidade da terra,
onde certamente
existiram uns paços ou
torres que deram o nome
à povoação”.
Paços de Ferreira
http://www.cm-pacosdeferreira.pt
Por decreto de 6 de
Novembro de 1836 foi
criado o concelho de
Paços de Ferreira na
comarca de Penafiel, com
2.417 fogos, em
consequência da notável
reforma administrativa
que acabou com os
pequenos concelhos e
dividiu as freguesias
dos grandes para melhor
comodidade dos povos.
Até 1836 a Câmara
funcionou em Sobrosa,
freguesia do actual
concelho de Paredes, de
honrosas tradições, e em
acórdão de 20 de
Janeiro.
Diz uma acta:
“Deliberou-se que se
oficiasse ao Ex.mo Snr.
Governador Civil do
Distrito: que a eleição
da nova Câmara fôsse nos
Paços do Concelho na
freguesia de Paços de
Ferreira segundo o
acórdão de 28 de Outubro
pretérito...para
comodidade dos povos...”
“Este acórdão de 28 de
Outubro pretérito a que
se refere a acta,
testemunha a mesma
deliberação insistente
para que as sessões da
Câmara fôssem nos Paços
do Concelho na freguesia
de Paços de Ferreira:
uma sessão às
quartas-feiras por
obrigação segundo a lei
e aos sábados
extraordinariamente e
NÃO EM SOBROSA por ficar
muito distante dos
povos”.
Pelo que se infere do
texto da documentação
municipal, trata-se dum
concelho novo:
Na sessão de 18 de
Novembro de 1835
tinha-se oficiado ao
Governador Civil “em
virtude da circular do
presente de Novembro e
mandou-se-lhe os mapas
das freguesias que devem
compôr o NOVO CONCELHO”.
A primeira sessão em
Paços de Ferreira foi em
26 de Outubro de 1836,
antes do referido
decreto.
Subscrevem a acta:
Presidente da Câmara –
Leonardo Ferreira de
Meireles, de Bussacos
Secretário – José
Patrício da Costa
Meireles (avô do ilustre
pacense, Dr. Leão de
Meireles)
Administrador – Capitão
da Praça, Manuel Alves
Barbosa
Vogais – António
Ferreira Pacheco,
António Moreira Leal e
José Coelho Neto.
ANO DE 1837
Segundo a acta de 1 de
Maio dêste ano as
freguesias de Figueiras
e Covas, hoje
incorporadas no concelho
de Louzada, pertenceram
a Paços de Ferreira.
“Acórdão em Câmara: que
êste concelho (de Paços
de Ferreira) ficasse
dividido em seis
distritos com juízes de
paz. O 1º - Frazão,
Seroa, Arreigada e
Modelos; 2º - paços de
Ferreira, Meixomil e
Eiriz; 3º - Carvalhosa,
Sanfins e Lamoso; 4º -
Raimonda, Codeços e
Figueiró; 5º Freamunde e
Ferreira; 6º - Figueiras
e Covas”.
“Paços de Ferreira
– 1836-1936”
Pe. Armando
Pereira
Com referências
documentais desde o
século XI, a Vila de
Ferreira aparece nas
Inquirições de 1258 já
como terra realenga. Um
Couto dependente da
antiga “Vila de
Ferreira” foi concedido
Foral por D. Manuel I no
ano de 1514
Lendas e Tradições
http://www.cm-pacosdeferreira.pt
As terras de Paços de
Ferreira são povoadas
por um conjunto de
relatos orais que nos
devolvem ao simbólico e
às origens.
À volta da Citânia, como
principal marco do
passado e nebuloso monte
de mistérios, as gentes
(pastores, lavradores,
pedreiros, guerreiros e
senhores medievais)
foram desenvolvendo,
criando e recriando um
conjunto de lendas
verdadeiramente notável.
A mítica presença dos
mouros e os seus poderes
esotéricos perpassam e
dinamizam grande parte
do maravilhoso: A
Estrada Subterrânea; A
Fonte da Jóia; A Fonte
da Moira; A Fonte de
Grades; O Martelão da
Citânia; O Penedo do
Sino; O Penedo Rebolão;
Os Três Sapinhos do
Hortal. Os tesouros, a
força e a beleza
mourisca (feminina e
masculina) ficaram por
cá, aquando da
reconquista cristã, e só
a muito custo se vão
libertando do
encantamento e da
própria Natureza:
fontes, penedos, ervas,
sardões, vacas, cabras,
sapos.
As referências ao
cristianismo, não vão
além da lenda do Senhor
de Pedra, do "milagre"
de São Tiago e da
alusão, na lenda de O
Martelão da Citânia, à
capela do Senhor do
Padrão (Monte Córdova) e
ao Mosteiro de São Pedro
de Roriz.
É curioso verificar que,
tirando as complexas
relações de O Martelão
da Citânia, o lendário
pacense não guarda
memória oral dos crúzios
ou templários, nem em
Sanfins.
Ricardo Pereira
A Chuva de São Tiago
Há muitos anos, as
terras de Chã de
Ferreira sofreram um
longo período de seca.
Os campos ficaram
ressequidos e os rios
ficaram por um fio. Os
pobres e humildes
lavradores já não sabiam
o que fazer. Tinham que
pagar a renda ao
senhorio e não tinham
com quê! Nem cheta! Até
o gado começou a passar
mal.
Como as nossas gentes
são muito devotas aos
Santos e acreditam nos
milagres, pensaram em
fazer uma procissão a
pedir chuva. Numa
tentativa desesperada,
o povo pegou no andor do
Santo (Tiago) e, entre
cânticos e orações,
levou-o até ao Rio da
Levada Velha. O certo é
que quando a procissão
regressou à Igreja
(Modelos), já chovia.
O povo, na sua fé,
continua a proclamar
este acontecimento como
sendo um dos muitos
milagres de São Tiago de
Modelos.
O Penedo do Sino
No sopé da Citânia,
junto ao Penedo do Sino,
vivia um humilde pastor
com sua única filha. A
jovem era de lida e
todos os dias, de manhã
cedo, levava o rebanho a
pastar pela serra. Nada
lhe metia medo e só
regressava a casa quando
o Sol se escondia.
Numa fresca manhã,
enquanto libertava as
cabras e as ovelhas,
viu um sardão de olhos
muito brilhantes no alto
do Penedo. Por muito
que fosse o barulho e a
confusão do rebanho,
nada agitava o sardão.
Dia após dia, a jovem
pastora achou graça e
começou a dar-lhe leite
duma cabrinha branca que
aparecera abandonada na
serra. Certo dia, o
leite faltou à
cabritinha e a rapariga,
preocupada, desabafou: -
Pobre bichinho! Não sei
o que há-de ser de ti!
No dia seguinte, no
lugar do sardão, estava
lá sentado bonito
rapaz.
- Não fujas! Não tenhas
medo! Eu fui
transformado em sardão.
Sou eu! Tu quebraste-me
o encanto e mereces ser
recompensada, pelos
noventa dias que me
deste o leite a beber.
Não contes isto a
ninguém! O segredo de
tudo será a tua
felicidade. Assim que
estiver salvo, a
cabrinha branca voltará
a dar leite e assim
terás a certeza de que
tudo correu bem.
Por fim -disse-lhe o
jovem moiro- deixo-te
este talismã. Guarda-o
muito bem, e, ao fim de
três meses, quando a
cabra voltar a dar
leite, pegarás nele e
abri¬rás o penedo no
sítio que eu, agora,
vou beijar. E que Alá
te proteja, meu anjo!
Dito isto, o moiro,
parecendo ter asas nos
pés, encaminhou-se para
o alto da Citânia e
nunca mais foi visto.
A bondosa pastorinha
ficou rica e, sedutora,
casou com um abastado
lavrador das redondezas.
O Ermitão
Era uma vez um pobre
ermitão que vivia na
gruta do Penedo Rachado,
nas encostas do Monte do
Pilar, e que, para
saciar a fome, descia à
povoação. Entre tantas,
havia uma senhora muito
rica, D. Lopa, que não
gostava nada do modo
como o Ermitão agradecia
o que lhe davam: “Quem
bem o faz, para si o
faz!”. Projectando
eliminar o pobre velho,
D. Lopa deitou veneno
num bolo e ofereceu-o.
Satisfeito com a dádiva,
o ermitão, mais uma vez,
retorquiu a frase da
inquietação: “Quem bem o
faz, para si o faz!”
Regressado à sua lapa,
eis que uma grande
tempestade se abate
sobre o monte e forte
trovoada obriga a que um
jovem caçador, filho de
D. Lopa, lhe solicite
guarida. Vendo-o assim
tão cansado e cheio de
fome o ermitão
oferece-lhe o bolo e
garante: “É de
confiança! Não tenha
receio! É o bolo que eu
recebi das mãos de sua
mãe. Coma!”
Quando a tempestade
amainou, o jovem voltou
para casa mas começou a
sentir-se bastante
incomodado. Ao vê-lo
naquele estado, D. Lopa
quis saber o que se
tinha passado. Pálido e
já desfigurado, o filho
garantiu-lhe que apenas
tinha comido o bolo que
ela oferecera ao pobre
velho. Estarrecida, D.
Lopa debruçou-se sobre o
jovem moribundo e
exclamou: Perdão, meu
filho, perdão! Quis
envenenar o velho e
matei-te! Agora, só
agora, percebo as
palavras do velho
Ermitão: “Quem bem o
faz, para si o faz! ”.
(Esta lenda é, em tudo,
similar à do Ermitão da
Montanha de São Lourenço
(Serra da Estrela),
Manteigas.)
A Estrada Subterrânea
No tempo dos mouros, a
Citânia era atacada com
muita frequência. O
perigo era constante e
os animais, nomeadamente
os cavalos, tinham que
ser bem tratados. Como a
Citânia podia ficar
cercada durante muitos
dias… o gado não podia
morrer à sede! Para
resolver este problema,
abriram uma estrada
subterrânea, da Citânia
até ao Rio Vizela. Nunca
se soube ao certo o
local onde cavalos iam
beber mas que a entrada
para a mina era no
Penedo Vazado, ninguém
duvida.
(Em tudo similar lenda
de Barros e São Julião
de Caldelas (Vila
Verde), onde os cavalos
dos mouros iam beber ao
rio Homem.)
A Fonte da Moira
Indo um moço abrir a
presa, na encosta da
Citânia, encontrou uma
linda moira a lavar as
suas longas teias de
linho.
Quando se preparava para
abrir a presa, a jovem
pediu-lhe para que
aguardasse mais um
pouco, até ela acabar a
sua tarefa. O rapaz,
olhou-a nos olhos e
sorriu… mas, temendo pôr
a sua alma em perigo,
abriu a presa e desatou
a correr pela levada
abaixo, até aos campos.
A jovem moira ficou
furiosa e, pegando no
seu poder, amaldiçoou a
presa: nunca mais
ninguém regará com a
água desta fonte!
Nos campos, farto de
esperar pela água que
não vinha, o rapaz
resolveu voltar à presa.
O espanto foi total! O
rego apenas estava
orvalhado e a presa
quase vazia. A água
passava o olho mas logo
se escondia no lajedo.
Estava mais do que certo
que aquilo só podia ser
obra do demónio!
A maldição tinha vencido
e, curiosamente, ainda
hoje ninguém consegue
aproveitar a água da
Fonte da Moira, na
encosta nascente da
Citânia.
O Martelão da Citânia
Quando os mouros estavam
a construir a Citânia,
não andavam sozinhos por
estes lados. Nas
encostas da Serra
moravam outras gentes.
Para o lado do Mar,
moravam os do Monte
Padrão (Monte Córdova) e
para o lado do Rio
(Vizela), lá no fundo,
moravam os de Roriz. Uns
e outros eram fortes e
andavam a construir as
suas coisas… A Citânia,
a Capela do Senhor do
Padrão e o Mosteiro. Mas
os mouros da Citânia
eram os mais valentes
deles todos. Quando os
pedreiros da Capela de
Senhor do Padrão ou de
Roriz lhes pediam o seu
grande martelão, os
mouros da Citânia
atiravam-no pelo ar e
ele ia lá ter.
Para agradecer tamanha
disponibilidade e
registar tão grande
valentia, os artífices
do Mosteiro de São Pedro
de Roriz, lavraram, nos
modilhões que sustentam
o coro, a cabeça de um
homem e de uma mulher da
gente de Citânia.
O Penedo Rebolão
Na Citânia, houve, em
tempos, um grande
penedo, polido e redondo
como seixo e, por vezes,
tão leve como um novelo
de lã: o penedo rebolão.
Este penedo era o
encanto e a perdição dos
rapazes que guardavam o
gado nas encostas.
Grande mistério estava
guardado naquele calhau!
Retirado do seu lugar,
parecia ter demónio.
Para onde quer que o
levassem, voltava ao
sítio de onde o tinham
retirado. Aquele penedo
tinha um sítio!
Isto sucedia um dia
atrás do outro, até que,
numa bela tarde, um
lavrador de Negrelos
agarrou o penedo e
carregou-o para cima do
carro. Os rapazes,
tristonhos, bem
esperavam que a pedra
voltasse para trás, mas
o carro de bois lá
seguiu pela serra
abaixo, em direcção ao
rio.
Ao chegar à ponte de
Negrelos, o lavrador
atirou o calhau ao rio
Vizela e das águas
revoltosas ergueu-se uma
jovem encantadora que
exclamou: - Quebraste-me
o encanto. Há muito que
isto devia acontecer.
Adeus, que vou para a
minha terra.
A calhou não voltou à
serra mas também ninguém
mais soube notícias
daquela moura encantada!
O Senhor de Pedra
Conta-se que há muitos
anos, a Igreja de Eiriz
foi roubada e que os
ladrões levaram o vaso
com as hóstias
consagradas. De manhã,
quando o padre deu por
isso, comunicou o
sucedido à população
que, de pronto, ficou em
alvoroço.
Indo um senhor a passar
por aqueles lados, eis
que sua montada estacou
e nada a fazia mover. O
cavaleiro insistiu mas
não logrou seu intento.
Pelo contrário, o cavalo
ajoelhou-se e assim
ficou. Apeando-se, o
homem apercebeu-se,
então, que o cavalo se
dobrava sobre uma
partícula que ali havia
caído. Comunicou o
achado ao Padre e, numa
procissão solene levaram
o Senhor para o sacrário
da Igreja.
Para que não mais se
esquecesse tal feito, no
mesmo local foi colocado
o cruzeiro Senhor de
Pedra, que ainda hoje se
guarda.
O Penedo Vazado
Um humilde lavrador
guardava o gado nas
encostas da Citânia.
Acontecera, porém, que a
“turina”, a mais bonita
e abonada das vacas,
andava muito estranha.
- Vem cá… toma!... Todos
os dias à mesma hora, o
raio da vaca desaparece,
por entre as giestas e
chega de barriga cheia
mas sem leite nenhum no
úbere! Abrenúncio
Satanás!,
Tinha que haver feitiço…
E um dia, o lavrador
ganhou coragem e, para
tirar as dúvidas,
agarrou-se ao rabo da
vaca. Tinha que saber o
que se passava! À hora
do costume, a “turina”
abalou por entre o
arvoredo e enfiou-se na
mina do Penedo Vazado.
Foram parar a um sítio
muito bonito e a um
grande palácio. O
palácio tinha o chão com
tapetes e estava cheio
de candeeiros de ouro e
de cristal. Veio uma
ve¬lha muito feia e
magra. O seu largo
vestido de seda preta,
causava medo e o homem
escondeu-se bem
escondidinho. Tinha que
haver mistério… E não é
que a vaca ficou
quietinha e a velha
tirou-lhe o leite todo!
Cheia a vasilha, a vaca
foi para as verdes
pastagens e, quando a
pança já estava cheia,
veio embora.
Mal chegaram cá fora, o
homem desatou a correu
por aquelas bouças
abaixo e, atarantado,
nunca mais pensou na “turina”.
Conta-se, a propósito,
que, ainda hoje, em
noites de luar, a vaca
aparece a pastar na meia
encosta da Citânia!
(Esta lenda é muito
parecida com a lenda da
“Mina dos Mouros”, na
Citânia de Briteiros.)
A Fonte de Grades
Na Citânia havia uma
fonte onde as lindas
mouras se deslocavam
para lavar a roupa. Não
era uma fonte vulgar e a
roupa era posta a secar
em grades de oiro
maciço. Uma manhã, indo
um pastor a passar por
aqueles lados, uma das
mourinhas pediu-lhe um
pouco de leite de cabra,
propondo dar-lhe em
troca um varão da sua
grade.
O pastor, que era
cristão, não aceitou a
proposta e seguiu em
frente, mas... se
tivesse feito o negócio,
tinha ficado muito rico!
E a Fonte de Grades
ainda lá está!
A Fonte da Jóia
Quando os mouros
passaram por cá, em suas
lutas com os cristãos,
deixaram encantadas
algumas das suas bonitas
raparigas. Não se sabe,
ao certo, quais foram os
motivos, mas sabe-se que
não foi por opção que
uma dessas moiras ficou
retida entre os juncos e
os choupos de Freamunde.
Condenada a permanecer
distante da sua terra e
das suas gentes, a jovem
chora incessantemente.
As lágrimas são tantas
que os lavradores, ao
longo dos tempos,
aproveitaram a nascente
e deram-lhe um nome a
condizer: A Fonte da
Jóia.
E agora, que os alagados
campos se transformaram
em Parque de Lazer, a
Jóia – dizem por aí –
amamenta o rio.
Paredes – (Concelho do
Distrito do Porto)

O concelho de Paredes
insere-se no Vale do
Sousa, um rio com
importantes
características
paisagísticas, cada vez
mais raras em Portugal e
no Mundo. De facto,
visitar o local chamado
“Senhora do Salto” é uma
obrigação turística.
Na Estrada
Porto-Penafiel,
encontra-se o antigo
couto de Castelões.
Este, juntamente com
parte do extinto
concelho de Aguiar de
Sousa e a chamada “honra
de Baltar”, formou em
1844 o concelho de
Paredes, cuja área está
compreendida na região
bucólica dos rios
Ferreira, que o limita
de norte para poente, e
Sousa a nascente.
Origem do nome:
« Xavier Fernandes em
Topónimos e Gentílicos
(1944)»: “Nada encontrei
que esclarecesse por que
tal vila foi assim
designada. No entanto,
julgo ser derivado do
nome comum, no plural,
paredes, e este do latim
parietes”.
Paredes
http://www.mapadeportugal.net
Esta região já era
densamente povoada antes
da colonização romana,
como o atesta o castro
do Muro, em Vandoma,
Baltar.
Muitas das actuais
freguesias faziam parte
das Inquirições mandadas
realizar por D. Afonso
III em 1258, com a
finalidade de fazer um
levantamento de toda a
região para verificar ou
determinar os impostos
dos proprietários das
casas e terrenos.
A cidade actual
corresponde à metade
meridional do julgado de
Aguiar do Sousa, que se
estendia do Vizela às
proximidades do Douro,
limitando-se esta metade
pelo rio Sousa.
Perto desta povoação
existia um castelo, no
cimo do monte, chamado
vulgarmente de Montanha
do Muro. Um documento de
1071 situa ali a vila de
Parada, a actual
freguesia de S. Martinho
de Parada.
Da ocupação germânica
desta região, restam
certos nomes germânicos,
como Astromil, Mouriz,
Baltar e Cete.
O primeiro foral foi
dirigido aos «homens de
Aguiar e Paroquianos da
Igreja de S. Romão» e
aparece já referido nas
Inquirições referidas
acima.
D. João I concedeu foral
a Aguiar de Sousa em
1411, confirmado por D.
Manuel em 1513.
A partir do
desmembramento do
concelho e Julgado de
Aguiar de Sousa
formou-se o concelho de
Paredes em 6 de Novembro
de 1836, como resultado
do reordenamento que
ocorreu com a entrada da
Constituição de 1820.
Aguiar de Sousa ficou
uma das suas freguesias.
Um alvará régio de D.
Maria II, em 7 de
Fevereiro de 1844, eleva
Paredes à categoria de
vila.
Em 16 de Junho de 1875
passou a sede de
Comarca, sendo este dia
o feriado municipal.
O concelho teve um
rápido desenvolvimento
dos sectores secundário
e terciário, que ocupam
cerca de 90% da
população activa.
Situa-se aqui uma das
maiores zonas
industriais do
mobiliário em Portugal.
(Por: fmcd - Inserido
em: 1-10-2001 0:00:00)
Paredes
http://pt.wikipedia.org/wiki/Paredes
Paredes é uma cidade
portuguesa no Distrito
do Porto, região Norte e
subregião do Tâmega, com
cerca de 7 300
habitantes.
É sede de um município
com 156,56 km² de área e
83 377 habitantes
(2001), subdividido em
24 freguesias. O
município é limitado a
norte pelo município de
Paços de Ferreira, a
leste por Lousada e por
Penafiel, a sudoeste por
Gondomar e a oeste por
Valongo. O concelho foi
criado em 1836,
sucedendo, em grande
parte, ao antigo
concelho de Aguiar de
Sousa.
Paredes integra-se numa
das regiões mais
prósperas e
paisagicamente
interessantes de
Portugal:o Vale do
Sousa, O actual Concelho
de Paredes assenta No
antigo concelho de
Aguiar de Sousa que data
dos primordios da
Monarquia. O concelho de
Aguiar de Sousa surgiu
num pacto de povoamento
de Vale do Sousa tendo
sido criado pelos meados
do seculo XII. De facto,
consta nas inquiriçoes
de 1258 mandadas fazer
por D. Afonso III,
conforme consta no
fasciculo II, Vol.I, do
Corpus Codicum Latinorum,
referem-se algumas das
actuais freguesias do
Concelho de Paredes,
pretencentes, ao então,
grande julgado de Aguiar
de Sousa (Estremir,
Crestelo, Vilela,
Bendoma, Ceti, Gondalães,
Veiri, Gandera....
Penafiel – (Concelho do
Distrito do Porto)

A antiga Arrifana de
Sousa parece ter sido
fundada no século lX por
D. Faião Soares, que
ficou sendo o governador
de dois castelos que
então existiam e, de
todo o território
compreendido pelas
freguesias de Lousado,
Arrifana e Moascres.
Rodeou-se dos seus
homens d’armas que ali
se instalaram e
construíram as suas
casas. É indubitável a
longevidade da
designação Arrifana do
Sousa, anterior à do
actual topónimo
penafidelense.
Desde o tempo de D. João
l que Arrifana era a
cabeça do julgado de
Penafiel, mas o seu
primeiro foral só lhe
foi concedido por D.
Manuel l, no dia 1 de
Junho de 1519, sem lhe
dar a categoria de vila,
a que somente ascendeu
por decreto de 7 de
Outubro de 1741,
assinado por D. João V.
A designação Arrifana do
Sousa foi substituída
pela de Penafiel quando
D. José, por carta de
lei de 17 de Março de
1770, a elevou a cidade.
Origem do nome:
«Xavier Fernandes em
Topónimos e Gentílicos
(1944)»: “Sobre as
origens do nome
Penafiel, conta-se que,
tendo havido dois
castelos, um a norte e
outro a sul do rio
Sousa, afluente do Douro
e na margem esquerda do
qual fica a actual
cidade, o segundo
chamava-se Pena e
encontrava-se no cimo
dum alto monte
alcantilado. Como este
nunca tivesse sido
conquistado pelos
mouros, não obstante
vários e fortes ataques,
deram-lhe posteriormente
o nome de Pena Fiel.
Tomadas aos mouros por
D. Fraião Soares as
terras circunvizinhas,
passou este a governar
os dois castelos e o
território de três
paróquias, estabelecendo
então um luzido solar em
Arrifana.
A ser assim, como se
diz, o topónimo actual
teria resultado da
justaposição dos dois
nomes, Pena e Fiel. De
qualquer modo, Penafiel
é expressão
céltico-latina (à letra,
penha pu pedra fiel),
que aparece latinizada
na forma composta
Penafidelis, donde se
formou o gentílico
usado, penadidelense”.
Um brevíssimo olhar
sobre o passado de
Penafiel, por Teresa
Soeiro
http://www.cm-penafiel.pt
Penafiel, com as suas
trinta e oito freguesias
distribuídas por 212,82
km2, é uma terra antiga
no coração do velho
Entre-Douro-e-Minho.
Ocupando o interfluvio
Sousa/Tâmega/Douro, tem
solos essencialmente
graníticos, ricos de
águas e propícios para a
exploração agrícola
intensiva, nas últimas
décadas valorizados
também em função de uma
importante indústria de
extracção de pedra. A
sudoeste, as freguesias
integram-se no complexo
xisto-grauváquico,
tornam-se mais extensas,
com importantes parcelas
de monte, outrora baldio
pastoril, hoje
florestado.
Zona intermédia de
contacto do litoral com
a montanha, em todos os
tempos por aqui passavam
importantes vias de
comunicação
inter-regional,
terrestres e fluviais.
Exemplo das primeiras
seria a estrada real que
desde a Idade Média
ligava o Porto a
Trás-os-Montes, geradora
do actual centro urbano
que, a um dia de viagem,
desempenhava papel
fulcral no apoio ao
trânsito de passageiros
e mercadorias. O Douro
surgia como
indispensável via
fluvial de penetração
para o interior, com
papel mais relevante à
medida que nas encostas
do Alto Douro se
expandia a produção do
vinho generoso, que
descia nos rabelos até
ao Porto. Entre-os-Rios,
também a um dia de
viagem, cumpria aqui
papel idêntico ao da
cidade, no apoio aos
viajantes e como centro
de redistribuição de
mercadorias.
Bastante povoado desde a
pré-história, como
testemunham dezenas de
monumentos megalíticos e
alguns povoados, no
território penafidelense
não faltam também sítios
castrejos. Monte Mozinho
(Oldrões/Galegos),
povoado fortificado
erguido no dealbar da
nossa era será, pela sua
extensão e relevância
material, um primeiro
centro, que, após trinta
anos de escavações
arqueológicas merece bem
uma visita atenta.
Com a consolidação da
integração no mundo
romano, veremos a
população organizar-se
em novas formas de
habitar, tipificadas em
lugares abertos e
concentrados, rodeados
por terras de lavoura,
ou em casais dispersos
na paisagem agrícola
como ilustram as casas
postas a descoberto na
Bouça do Ouro (Boelhe).
As termas romanas de S.
Vicente do Pinheiro,
surgidas no início do
século XX aquando da
construção do actual
estabelecimento termal,
já destinadas a fins
medicinais, podem
dar-nos uma imagem dessa
permanência milenar da
capacidade para
identificar e aproveitar
os recursos naturais.
Também os filões de ouro
existentes nos xistos e
quartzitos foram
explorado na época
romana. Um intenso
comércio e a circulação
de uma moeda comum
trouxe a todos estes
núcleos grande
quantidade e diversidade
de produtos artesanais,
que materializam a
integração cultural,
reafirmada por valores
fundamentais como a
adopção da língua e das
formas de ser e de estar
da romanidade.
No século IX a vivência
do território é outra,
pontificando como nova
centralidade a Civitas
Anegia, instalada num
cabeço sobranceiro à
confluência do Tâmega
com o Douro, que
dominaria extensas
terras nas duas margens
daqueles rios. A esta
Civitas pertencia a
futura terra ou tenência
de Penafiel de Canas
que, no século XI,
desmembrada a anterior
organização, assumirá
por sua vez a
capitalidade de um
espaço mais reduzido,
embrião do actual
município.
Neste mundo românico,
retratado pelas
Inquirições de 1258,
deparámos com muitas das
actuais paróquias,
imersas numa economia
agro-pecuária e
piscatória que foi
longamente dominante.
Dos grandes senhorios
eclesiásticos
destacamos, porque aqui
sedeados, os mosteiros
beneditinos de Paço de
Sousa e de Bustelo, o
primeiro ostentando
ainda uma magnifica
arquitectura românica e
dando guarida ao
cenotáfio historiado de
Egas Moniz de Ribadouro,
aio de Afonso Henriques,
o segundo profundamente
transformado ao gosto
barroco, de uma riqueza
e monumentalidade
ímpar. As casas
fidalgas de raiz medieva
podem bem ser
representadas pela Honra
de Barbosa (Rans), com a
sua torre sobranceira às
terras de cultura, ou
pela mais transformada
Torre de Coreixas (Irivo).
Os templos românicos de
Boelhe, esse divino
brinquedo como lhe
chamou Miguel Torga, ou
o de S. Salvador da
Gândara onde se venerava
uma cabeça santa muito
milagrosa, procurada
pelos peregrinos, o de
Abragão ou o mais tardio
de S. Miguel da Eja, no
qual se anuncia já o
gótico, o memorial
funerário de Ermida (Irivo)
são monumentos
nacionais.
Por este tempo emergia
no território
penafidelense uma nova
realidade. Na freguesia
de Moazares, de cuja
igreja românica (Santa
Luzia) temos ainda a
cabeceira, rodeada por
sepulturas escavadas na
rocha, surgiu um segundo
núcleo forte, instalado
à margem da estrada que
vinha do Porto e,
passado o rio Sousa na
medieva ponte de Cepeda,
ascendia pela Costeira
até atingir o alto. Aqui
estaria o local ideal
para crescer um
aglomerado urbano
especializado em
serviços aos viandantes,
na artesania e venda de
manufacturas, no
estabelecimento de uma
grande feira. Arrifana
de Sousa foi o nome
escolhido.
Este era um lugar
arruado, disposto em
banda ao longo da
estrada, onde João
Correia, um rico
mercador da praça do
Porto com trato na
Flandres, cristão novo
ao que se diz, faria
erguer a manuelina
capela do Espírito
Santo, na cabeceira da
qual alojou o próprio
túmulo, coberto por uma
bela placa de bronze
lavrado com o seu vulto,
trabalho flamengo que
fez vir ainda em vida,
nos anos iniciais do
século XVI faltando por
isso completar na
gravação da data
fúnebre.
Em crescimento, Arrifana
assumiu a paróquia, com
o orago S. Martinho, e
construirá nas décadas
de 50 e 60 do século XVI
um novo templo, sobre a
capela de João Correia,
no modelo de
igreja-salão com fachada
retábulo maneirista.
Apesar desta pujança, a
terra continuava na
dependência
administrativa do Porto
desde que D. João I a
dera àquela cidade como
agradecimento pela ajuda
à sua causa.
Durante toda a Idade
Moderna Arrifana de
Sousa cresceu como
centro de serviços e
terra de muitas
indústrias, com uma
importante feira anual
no S. Martinho, e
ampliou a mancha urbana
que se estendia já para
cotas mais elevadas
onde, no início do
século XVII, a
Misericórdia, uma das
mais antigas do país,
fará construir a sua
monumental igreja. A
fidalguia, no entanto,
mantinha-se fora da
urbe, preferindo habitar
os solares ancestrais,
que a acumulação de
recursos provenientes do
aumento da rentabilidade
das terras e dos
negócios de além-mar
permitirá reformar e
monumentalizar.
Apenas em 1741, depois
de uma persistente
insistência junto do
poder, a que o Porto
sempre se oporá,
Arrifana de Sousa
ascende à categoria de
vila e concelho,
composto por duas
freguesias, a própria e
a vizinha Santiago de
Sub Arrifana. Pouco
viável, mas orgulhosa da
sua autonomia duramente
conquistada, a população
e a Câmara serão, em
1770, surpreendias pela
elevação a cidade, sede
de um vasto concelho.
Não o haviam pedido, nem
sequer foram
atempadamente informados
desta benesse, atribuída
por D. José a 3 de
Março, para que aqui se
pudesse fixar a sede de
um novo bispado que a
política pombalina
queria destacar do
território da poderosa
mitra portuense. Mais
ainda, por esta
determinação régia,
Arrifana perderia o seu
nome para adoptar o de
Penafiel, até então
reservado ao concelho
cujas justiças estavam
ainda formalmente no
castelo medieval.
Vila, cidade, sede de
comarca e de bispado em
menos de trinta anos,
foram significativas
mudanças que
exponenciaram o
crescimento desta terra,
atingindo ponto alto de
prestígio, riqueza e
desenvolvimento na
segunda metade de
setecentos. Depois
vieram os tempos
conturbados da guerra
peninsular, e Penafiel
esteve sucessivamente
ocupada pelos exércitos
francês e luso-britânico,
e da guerra civil.
Recomposta destes
pesadelos, a cidade
(cerca de 10% do total
da população) e o seu
município, agora com a
composição territorial
definitiva, entrarão, na
segunda metade de
oitocentos, em novo
período de crescimento,
assumindo as promessas
do progresso fontista. É
nesta fase que se fixa o
urbanismo que ainda hoje
reconhecemos nas ruas,
avenidas e praças, com
todas as peças
prestigiantes como o
quartel militar, o
cemitério, o jardim
público, a praça do
mercado, o matadouro, a
casa das repartições, o
teatro, as escolas,
etc., e mesmo o início
de um proeminente
santuário sobranceiro à
cidade, com o seu
parque.
Póvoa de Varzim –
(Concelho do Distrito do
Porto)

Cidade piscatória
originariamente habitada
por populações castrejas
descidas da da serra
para a planura e
enraizadas na costa
atlântica, a Póvoa do
Varzim é uma urbe de
pescadores. A
antiguidade da povoação
é evidente, pois a
categoria de vila
foi-lhe concedida por
foral de D. Dinis em
Março de 1308. Adquiriu
a categoria de município
com o foral manuelino,
concedido em Lisboa a 25
de Novembro de 1514, e a
sua autonomia foi
concretizada no reinado
de D. João lll, quando
foram construídos os
primitivos Paços do
Concelho.
Origem do nome:
« Do, Domingo Ilustrado
– 1900»: “Ignora-se a
origem do nome da
povoação, havendo
meramente hipóteses
nesse sentido. Para uns,
provém-lhe o nome do
diminutivo Varzinha por
estar edificada em um
vale; outros querem que
fosse seu fundador um
cônsul romano, chamado
Caio Varizinho. Em 1305
ainda se dava à vila a
denominação de Varazim
de Jusão. O Conde D.
Pedro, no seu
elucidativo Nobiliário,
chama-lhe Porto de
Varazim. No livro de
Forais, de Franclim, é
considerada Varzim de
Jusão como duas
povoações distintas, não
sabemos com que
fundamento”.
«Rocha Martins, do
Arquivo Nacional –
1936»: “Há quem pretenda
que Varzim é corrupção
de Varzinha por esta
vila se encontrar
edificada junto a uma
pequena várzea; outros,
porém, dizem que o nome
provém de Caio Varizinho,
atribuindo a este cônsul
a fundação.
Em 1305 chamava-se
Varazim de Jusão – o que
quer dizer Varazim de
Baixo – e isso é facto,
pois que D. Dinis, ao
doá-la ao seu filho
bastardo D. Afonso,
assim a designa, bem
como no foral que lhe
deu a 8 de Março de
1308”.
«Xavier Fernandes em
Topónimos e Gentílicos
(1944)»: “Póvoa, de
origem latina, significa
etimologicamente –
pequena povoação.
Quanto ao topónimo Póvoa
de Varzim, o
determinativo formou-se
com um nome que tem todo
o aspecto de ser um
simples diminutivo de
várzea, seu derivado com
o sufixo – im”.
Póvoa do Varzim
http://www.cm-pvarzim.pt
A Cidade – Póvoa de
Varzim é o nome da nossa
cidade. Explicá-lo
representa uma aliciante
viagem às suas origens
históricas ou mesmo
pré-históricas pelo que
sou tentado, ao
iniciá-la, a recorrer à
fórmula genesíaca: - No
princípio...era a terra
de VARAZIM, ignoto
Senhor que a possuiu em
tempo não menos ignoto
mas com certeza
posterior à romanização
e lhe deu o nome.
Alguns achados
arqueológicos, muito
expressivos em Martim
Vaz (hoje, zona
desportiva) e menos na
Junqueira e Vila Velha,
informam-nos da presença
e da acção do homem na
antiguidade. Porém, o
documento identificador
do nosso território -
Villa Eurazini - tem a
data de 953 e pertence
ao cartulário da
Colegiada de Guimarães
designado por Livro de
Mumadona. A terra e,
sobretudo, o mar que a
beija sussurrante e,
depois, se deixa amimar
em profundo amplexo,
despertaram na Idade
Média o interesse
económico de fidalgos,
cavaleiros e
eclesiásticos, ávidos de
rendas, entre os quais
se destaca a estirpe de
D. Lourenço Fernandes da
Cunha, sem dúvida, os
mais produtivos
colonizadores do nosso
território. Os seus
casais situavam-se na
parte norte, em uma área
denominada já no séc.
XIV por Vila Velha.
Alguns desses casais
pertenceram à Ordem
Militar do Hospital e
usufruíam o privilégio
de "Honra" andando a
terra registada nas
inquirições com o nome
de Varazim dos
Cavaleiros e, mais
tarde, VARAZIM DE SUSÃO.
Outra parte de VARAZIM,
mais para o sul, era
terra reguenga e os
casais pagavam para o
Rei tanto dos frutos da
terra como do mar, pois
havia no seu porto um
interessante movimento
de pesca. Foi,
precisamente, a cobrança
do imposto do pescado,
dito navão ou nabão,
disputado pelos mordomos
régios e senhorios de
Varazim de Susão, que
originou a intervenção
do Rei a fim de acabar
com a instabilidade no
território, recuperar a
renda da pesca e
arrotear as terras de
reguengo. Assim, em
1308, depois de
arrolados os 54 casais
de VARAZIM, mandou
El-rei D. Dinis passar
carta de Foral
doando-lhes o reguengo
de Varazim de Jusão com
o encargo de aí fundarem
uma PÓVOA, associarem-se
em CONSELHO DE VIZINHOS
com seu juiz eleito e,
darem-lhe, anualmente,
um foro colectivo de 250
libras e os direitos de
aportagem.
Eis a origem da nossa
terra e do nome que
ostenta. A Póvoa de
Varzim arranca para o
desafio dos tempos
voltada para a sua angra
marítima que lhe garante
a subsistência e havia
de ser o primeiro motor
do seu desenvolvimento e
prosperidade. Desafio
dos tempos... disse...
para recordar os
principais lances do
evoluir histórico do
nosso burgo. Em 1312, o
rei D. Dinis doou a
Póvoa de Varzim ao filho
bastardo Afonso Sanches
de Albuquerque e este,
por sua parte, meteu-a
no património do
mosteiro de Santa Clara
(1318) que acabara de
fundar em Vila do Conde.
O domínio do senhorio
eclesiástico através da
Abadessa e dos seus
ministros, chegou a ser
total e durou o melhor
de duzentos anos. Ainda
ele decorria quando D.
Manuel mandou dar foral
novo à Vila (1514)
reformando o antigo na
parte fiscal e
provendo-o de mecanismos
alternativos à
jurisdição do mosteiro.
Suspeita-se que estes
foram accionados a
partir de 1537, data em
que as jurisdições do
mosteiro são postas em
arrematação e a
dependência das justiças
locais passaria para o
desembargo do Paço e o
seu corregedor na
comarca do Porto. A
pequena Vila da Póvoa,
que não contaria mais de
quinhentos habitantes,
sente o ar benéfico que
percorre o litoral do
país, envolvido no
vultoso tráfico das
descobertas e
conquistas, e assume a
feição de burgo na sua
Casa do Concelho, Praça
Pública e Pelourinho
onde os Homens Bons da
terra e do mar jamais se
aquietarão em projectos
destemidos. Um deles
consistiu na emancipação
religiosa da paróquia de
Argivai criando-se a
Vigararia de Santa Maria
de Varzim com sede na
ermida da Mata que foi
preciso ampliar e
preparar para o efeito.
Aí pregou e administrou
o crisma, em 1560, o
santo Arcebispo Frei
Bartolomeu dos Mártires.
De resto, o séc. XVI deu
à terra aquela estrutura
administrativa, social e
religiosa que permitiu
venceu algumas crises
difíceis que o século
seguinte lhe reservaria.
Refiro-me, em
particular, às onerosas
questões territoriais
com a Câmara de
Barcelos. Por outras
vicissitudes passou a
terra como por exemplo a
evasão quase total dos
homens válidos: uns
emigrados; outros
absorvidos na marinhagem
e outros na construção
naval. Curiosamente
nunca deixou de crescer,
compensada quer pela
fertilidade das suas
mulheres como pela
contínua entrada de
braços.
É na segunda metade do
séc. XVII que se detecta
a existência de uma
pequena comunidade
piscatória dedicada à
pesca do alto para o
negócio da salga que
começa a desenvolver-se
e a florescer. No século
seguinte, a Póvoa de
Varzim, vai
transformar-se na maior
praça de pescado do
norte do país. Um
autêntico exército de
almocreves batia,
diariamente, caminhos e
veredas fazendo penetrar
nas Províncias do
interior o saboroso
peixe da Póvoa. Os seus
pescadores eram
conhecidos em toda a
costa como os mais
laboriosos, expeditos e
sabedores dos mares e do
destemor com que
enfrentavam a sua
perigosa barra se criou
a figura legendária do
"Poveiro". Aumentadas as
pescas, o tecido urbano
ganha uma dimensão nova
e criam-se zonas
ribeirinhas de domínio,
quase absoluto, da
pescaria. O dinheiro
entra com abundância no
cofre das sisas; o
comércio engrossa, a
indústria da salga
prospera e o bem estar
da população reflecte-se
no levantamento de três
edifícios religiosos:
Matriz (1743), Lapa
(1771) e Sr.ª das Dores,
esta iniciada em 1776
mas só concluída no
século seguinte.
Funda-se a Santa Casa da
Misericórdia (1756) e o
Corregedor Almada obtém
para a Póvoa um provisão
régia (1791) que lança
os fundamentos de uma
nova urbe: Praça Pública
unindo a parte alta,
mais antiga, à parte
ribeirinha; Casa da
Câmara, quadrando o
norte da Praça; Aqueduto
das águas livres com o
seu tanque e chafariz na
Praça e uma "Caldeira"
no mar para abrigo dos
barcos.
Embelezada a vila, e
protegido o trabalho,
não mais cessa de
crescer e muitos a
procuram, também, para
os benefícios dos
"banhos do mar". Mal se
vislumbra, ainda, o
sucesso deste facto
sócio-económico que iria
fazer da Póvoa de
Varzim, já na 2ª metade
do séc. XIX, a grande
estância balnear
frequentada pela melhor
fidalguia do aquém
Douro. Nos seus belos
salões misturam-se
graves figuras da
política, das artes e
das letras com a
burguesia fruste criada
pela Regeneração e
ourados "brasileiros" de
torna-viagem. É a época
do café-concerto e da
tavolagem secreta que a
ligação ferroviária
Porto - Póvoa (1875) e a
linha americana Vila do
Conde - Póvoa (1874) vão
animar
consideravelmente. A
pesca, os banhos de mar
e o jogo constituem,
agora, as bases do
progresso da Póvoa de
Varzim; o eixo da sua
evolução económica e o
centro de todas as
paixões políticas. A
actividade piscatória
ancora-se, hoje, em
seguro porto de abrigo;
a praia de banhos
equipa-se com modernas e
atraentes estruturas; o
jogo, regulamentado e
oficial, encontra-se no
seu monumental casino,
edifício que,
interiormente, é de uma
beleza extasiaste e
vemos animado de
constante e multiforme
criação artística. A
cidade da Póvoa de
Varzim fixou-se como
ponto capital da região
turística da Costa
Verde.
A população da cidade é,
hoje, de 60 mil
habitantes,
multiplicando-se para o
dobro na época do verão.
São muitos os
estrangeiros que a
visitam oriundos,
sobretudo, da Europa e
Brasil.
Pe. Manuel Amorim
Lendas e Tradições
http://www.povoadevarzim.com.pt
S. PEDRO DE RATES
Conta um lenda que
o santo salvou de doença
mortal uma jovem
princesa pagã. Como
retribuição ela
converteu-se ao
cristianismo e fez voto
de castidade. Tais
factos enfureceram o pai
levando-o a ordenar a
morte de S. Pedro. Este
refugiou-se na capela de
Rates onde foi
encontrado e decapitado
pelos soldados que
seguidamente destruíram
o templo.
Séculos mais tarde,
da serra de Rates, S.
Félix observava todas as
noites uma luz na
escuridão. Guiado pela
curiosidade desceu a
vertente e encontrou no
meio dos escombros a
razão de ser desse
clarão: o corpo de S.
Pedro.
FONTES DE S. PEDRO
Quer em Balazar
quer em Rates existem
fontes com o nome de S.
Pedro e, ambas, segundo
a tradição popular, têm
efeitos milagrosos.
Na de Balazar há
uma pedra com uma pegada
que dizem ser do dito
santo. Conta-se que
tirada esta pedra a
fonte secou e não brotou
água senão quando a
voltaram a colocar.
Na de Rates existia uma
pedra furada que teria
efeitos curativos em
casos de esterelidade.
Daí, talvez, a ideia que
anda associada a este
santo de que ele é
particularmente
vingativo com as fêmeas
em estado de gravidez.
Por essa razão, em
algumas localidades as
mulheres grávidas e os
animais não trabalham no
dia de S. Pedro de
Rates.
NOSSA SENHORA DAS
CANDEIAS
Associada à linda
imagem de Nossa Senhora
das Candeias, venerada
na igreja de Terroso,
corre a lenda de que a
escultura teria dado à
costa em Azurara (margem
esquerda do Ave) e que,
feitas várias tentativas
para a sua retirada por
grupos de várias
localidades, só os de
Terroso obtiveram
sucesso nessa Missão.
Tal facto foi
interpretado como
reflexo da vontade da
Senhora em ser venerada
nesta freguesia.
NOSSA SENHORA DA SAÚDE
Pelo facto de o
templo se situar no sopé
do monte de S.Félix
(ponto de orientação
para o pescador no alto
Mar), a Nossa Senhora da
Saúde é particularmente
venerada pela classe
piscatória poveira.
Foram eles os
percursores de uma
romaria anual que,
actualmente, reúne
grande número de pessoas
no último domingo de
Maio.
Caída em desuso,
praticou-se, durante
muito tempo, uma forma
muito particular de
promessa: o "caso do
morto vivo". O possível
miraculado deitava-se
num caixão e era
transportado até ao
altar da Virgem.
S. FÉLIX
A imagem que se
venera no Monte de
S.Félix (Laúndos),
condiz mais com a de um
eremita do que com a do
mártir que leva esse
nome, pelo que o padre
Dinis Lopes, autor de
uma monografia local,
defende que o povo
associou esse eremita
com o santo da sua
devoção.
Conta a tradição
popular que S.Félix (o
eremita) vivia na
antiga Vila de Mendo e
dedicava-se à pesca.
Quando chegava a casa,
com as redes vazias, os
pais puniam-no
severamente. Este,
desgostoso, abandonou a
sua casa e, na companhia
de um sobrinho,
retirou-se para a
solidão do monte.
Advogado de males
desconhecidos, é tido
como um santo vingativo
para quem não cumpre o
prometido.
SANTO ANDRÉ
Na Capela em
Aver-o-Mar venera-se
este santo de que os
poveiros são muito
devotos, sobretudo a
classe piscatória, pois
a Santo André é dada a
incumbência de pescar
das profundezas as almas
dos náufragos e
entregá-las a Deus.
A romaria deste
padroeiro das almas, a
30 de Novembro, é muito
concorrida por gentes de
toda parte. Dizem que
quem não for a Santo
André em vida lá terá de
ir depois de morto.
Além disso, o santo tem
também dotes de
casamenteiro.
FONTE DO CRASTO
Testemunho do
imaginário de outros
tempos é a lenda
associada a esta fonte
do Crasto, ou da Moura
Encantada, situada em
Navais, no lado nascente
da estrada nacional
nº13. Havia a crença de
que uma junta de bois de
ouro e grades douradas
aí apareciam durante a
noite.
Santo Tirso – (Concelho
do Distrito do Porto)

Desconhecem-se ao certo
as origens de Santo
Tirso. Os achados
arqueológicos
encontrados na área
urbana testemunham a
passagem de povos Pré e
Proto-Históricos e
estabelecimentos humanos
durante a época romana.
Já na Alta Idade Média
parece confirmar-se a
existência de um
mosteiro fundado por
Dona Unisco Godiniz e
Alboazar Lovazendes no
ano de 978.À volta deste
importante mosteiro
Beneditino foram
surgindo, ao longo dos
séculos, inúmeros casais
e algumas aldeias. A
vila de Santo Tirso
surgiu em torno do
Mosteiro de São Bento;
junto ao rio Ave, tomou
daí o seu antigo nome de
Santo Tirso de Riba de
Ave. Sabe-se que no
século Xl, já existia no
sítio um mosteiro
relativamente famoso. As
romarias e festas
populares tirsenses são
uma parte importante do
seu quotidiano. A
romaria mais famoso foi,
talvez desde sempre, a
dedicada em Julho, a São
Bento, a que o povo
chamava o “São Bento das
peras”, por oposição a
uma outra primitiva
celebração do mesmo
santo, em Março, e que
era designada por “São
Bento do cuco”.
Origem do nome:
«Xavier Fernandes em
Topónimos e Gentílicos
(1944)»: “Já se chamou
Santa Maria Madalena e,
na antiga linguagem
popular, aparece
designada por Santo
Tisso ou San-Tisso ou
ainda San-Tiso, tal como
em Santo Tirso de Ambroa
paróquia da província
espanhola da Corunha,
onde se verifica o mesmo
fenómeno linguístico.
Tisso é forma resultante
da assimilação de Tirso
e o étimo é
Sanctu-Thyrsu. Parece
que D. Manuel l, ao
conceder à terra novo
foral, em 1513, deu ao
concelho a denominação
de Refoios de Riba de
Ave e ainda hoje há quem
lhe chame Santo António
de Riba de Ave”.
Santo Tirso
http://www.cm-stirso.pt
No mosteiro fundado por
D. Unisco Godiniz no ano
de 978, na sua Vila de
Moreira de Riba d`Ave,
está a origem do actual
concelho de Santo Tirso.
O couto do mosteiro de
Santo Tirso, foi
instituído em 1097 pelo
conde D. Henrique, o
qual o doou a Soeiro
Mendes da Maia. No ano
seguinte o couto foi
novamente doado, desta
vez ao mosteiro
beneditino, cujo abade
era D. Gaudemiro. Ao
mosteiro pertenceram as
terras do couto até ao
séc. XIX, quando por
decreto de António José
Aguiar se deu a
expropriação dos bens
das ordens religiosas.
Em 11 de Maio de 1834,
quarenta e seis dias
após a retirada dos
monges de S. Bento, toma
posse a Comissão
Municipal interina do
futuro concelho de Santo
Tirso, a qual fica
sediada num dos
edifícios do concelho.
O concelho de Santo
Tirso é actualmente
composto por vinte e
quatro freguesias. Em
1833 surge pela primeira
vez referida a área
pertencente ao futuro
concelho de Santo Tirso,
a qual correspondia aos
limites do antigo couto.
Com a vitória dos
liberais a e a
restruturação
administrativa que se
realizou em 1834, Santo
Tirso tornou-se
concelho.
Actualmente, o concelho
de Santo Tirso pertence
ao distrito do Porto,
região do Douro Litoral.
A área administrativa
divide-se em 24
freguesias com um
território de 141 Km2,
abrangendo parcialmente
os vales dos rios Ave,
Vizela e Leça, com dois
grandes centros urbanos,
que detém 30,7% da
população do concelho –
a cidade de Santo Tirso
e Vila das Aves.
O concelho de Santo
Tirso é um dos mais
belos rincões desta
região, em que cada
lugar é um jardim e uma
janela aberta sobre a
verdejante paisagem. O
perfil montanhoso da
região e a sua densa
vegetação fazem de
qualquer miradouro um
local de desfrute de
grande beleza
paisagística concelho de
Santo Tirso é um dos
mais belos rincões desta
região, em que cada
lugar é um jardim e uma
janela aberta sobre a
verdejante paisagem. O
perfil montanhoso da
região e a sua densa
vegetação fazem de
qualquer miradouro um
local de desfrute de
grande beleza
paisagística.
Os vestígios
arqueológicos
encontrados no concelho
permitem concluir que
estas terras são
habitadas desde a
Pré-História.
Instrumentos de pedra
polida encontrados no
Monte da Assunção
constituem o testemunho
mais antigo da ocupação
deste território pelo
homem. O castro do Monte
Padrão e o de Santa
Margarida são magníficos
exemplos de povoados
fortificados,
posteriormente
romanizados. Os
vestígios arqueológicos
encontrados no concelho
permitem concluir que
estas terras são
habitadas desde a
Pré-História.
Instrumentos de pedra
polida encontrados no
Monte da Assunção
constituem o testemunho
mais antigo da ocupação
deste território pelo
homem. O castro do Monte
Padrão e o de Santa
Margarida são magníficos
exemplos de povoados
fortificados,
posteriormente
romanizados.
O Mosteiro Beneditino,
sito na cidade de Santo
Tirso, foi fundado no
século X. Berço do burgo
Tirsense, dinamizou o
desenvolvimento de Santo
Tirso, até ao seu
encerramento em 1834. Na
sua arquitectura é digno
de realce o projecto de
reedificação, da autoria
de Frei João Torreano.
Actualmente este
edifício, classificado
em 1910 como Monumento
Nacional, reúne três
instituições: A Escola
Agrícola, a Igreja
Paroquial e o O Mosteiro
Beneditino, sito na
cidade de Santo Tirso,
foi fundado no século X.
Berço do burgo Tirsense,
dinamizou o
desenvolvimento de Santo
Tirso, até ao seu
encerramento em 1834. Na
sua arquitectura é digno
de realce o projecto de
reedificação, da autoria
de Frei João Torreano.
Actualmente este
edifício, classificado
em 1910 como Monumento
Nacional, reúne três
instituições: A Escola
Agrícola, a Igreja
Paroquial e o O Mosteiro
Beneditino, sito na
cidade de Santo Tirso,
foi fundado no século X.
Berço do burgo Tirsense,
dinamizou o
desenvolvimento de Santo
Tirso, até ao seu
encerramento em 1834. Na
sua arquitectura é digno
de realce o projecto de
reedificação, da autoria
de Frei João Torreano.
Actualmente este
edifício, classificado
em 1910 como Monumento
Nacional, reúne três
instituições: A Escola
Agrícola, a Igreja
Paroquial e o Tirsense,
dinamizou o
desenvolvimento de Santo
Tirso, até ao seu
encerramento em 1834. Na
sua arquitectura é digno
de realce o projecto de
reedificação, da autoria
de Frei João Torreano.
Actualmente este
edifício, classificado
em 1910 como Monumento
Nacional, reúne três
instituições: A Escola
Agrícola, a Igreja
Paroquial e o O Mosteiro
Beneditino, sito na
cidade de Santo Tirso,
foi fundado no século X.
Berço do burgo Tirsense,
dinamizou o
desenvolvimento de Santo
Tirso, até ao seu
encerramento em 1834. Na
sua arquitectura é digno
de realce o projecto de
reedificação, da autoria
de Frei João Torreano.
Actualmente este
edifício, classificado
em 1910 como Monumento
Nacional, reúne três
instituições: A Escola
Agrícola, a Igreja
Paroquial e o Tirsense,
dinamizou o
desenvolvimento de Santo
Tirso, até ao seu
encerramento em 1834. Na
sua arquitectura é digno
de realce o projecto de
reedificação, da autoria
de Frei João Torreano.
Actualmente este
edifício, classificado
em 1910 como Monumento
Nacional, reúne três
instituições: A Escola
Agrícola, a Igreja
Paroquial e o O Mosteiro
Beneditino, sito na
cidade de Santo Tirso,
foi fundado no século X.
Berço do burgo Tirsense,
dinamizou o
desenvolvimento de Santo
Tirso, até ao seu
encerramento em 1834. Na
sua arquitectura é digno
de realce o projecto de
reedificação, da autoria
de Frei João Torreano.
Actualmente este
edifício, classificado
em 1910 como Monumento
Nacional, reúne três
instituições: A Escola
Agrícola, a Igreja
Paroquial e o Tirsense,
dinamizou o
desenvolvimento de Santo
Tirso, até ao seu
encerramento em 1834. Na
sua arquitectura é digno
de realce o projecto de
reedificação, da autoria
de Frei João Torreano.
Actualmente este
edifício, classificado
em 1910 como Monumento
Nacional, reúne três
instituições: A Escola
Agrícola, a Igreja
Paroquial e o Museu
Municipal.
Na freguesia de Roriz
localiza-se a Igreja de
S. Pedro, exemplar do
românico monacal.
Construída nos primeiros
tempos da nacionalidade,
é o que resta do antigo
Mosteiro de Roriz. Entre
os vários imóveis de
interesse público
concelhio, salientamos a
Capela de Santa Maria de
Negrelos, com um fresco
do séc. XV; o Mosteiro
de Vilarinho, construção
do século XI; a Igreja
de S. Tomé de Negrelos,
cuja abóbada do S.
Sacramento se encontra
graciosamente
trabalhada.
A gastronomia da região
brinda-nos com alguns
dos mais característicos
pratos do panteão
gastronómico do Douro
Litoral e Minho, como o
bacalhau, o cabrito
assado, os rojões e o
cozido à portuguesa. Na
doçaria são
nacionalmente conhecidos
os famosos jesuítas e os
limonetes, cuja receita
nasceu no concelho. A
tradição conventual
oferece-nos as bolachas
do Mosteiro de Santa
Escolástica (Roriz).
A produção vinícola
local, também faz jus à
tradição. O vinho verde
é rei nesta região,
alcançando algumas das
quintas produtoras,
vários prémios e
distinções. No Mosteiro
de Singeverga é
produzido o conhecido
licor dos beneditinos, o
licor de Singeverga.
O termalismo encontra
lugar em Santo Tirso. As
Termas das Caldas da
Saúde, proporcionam, a
quem as demanda,
conforto e qualidade,
sendo indicadas para o
tratamento de doenças de
pele, reumatismo e
problemas do aparelho
respiratório.
No artesanato local
destacam-se os
brinquedos de madeira,
as mantas e tapetes
executados em teares
manuais, bem como os
trabalhos realizados em
ferro forjado e em
granito.
Na sede do concelho, a
cidade de Santo Tirso,
merecem visita os
seguintes lugares:
Parque D. Maria II,
jardins da Praça do
Município, a capelinha
da Sr.ª da Piedade e
ainda o Museu
Internacional de
Escultura Contemporânea
ao Ar Livre.
Santo Tirso
http://www.cm-stirso.pt
Presidente da Junta de
Freguesia: Sr. José
Eduardo Correia da Graça
Martins
A freguesia de Santo
Tirso é sede de
concelho. A cidade fica
situada na margem
esquerda do rio Ave. A
história deste burgo
interliga-se à do
Mosteiro Beneditino,
fundado em 978, nas
margens do rio Ave, onde
actualmente fica a
Igreja Matriz.
O conde D. Henrique e
sua esposa D. Teresa
constituíram o extenso
território de Santo
Tirso, ao qual foram
acrescentadas novas
terras e que foi doado a
Soeiro Mendes da Maia.
Este por sua vez doou-o
em 1097 ao Mosteiro
Beneditino, tornado-se o
couto de Santo Tirso.
Com o advento do
liberalismo deu-se a
expulsão das ordens
religiosas, em 1834 o
couto deixa de existir
dando lugar a uma nova
realidade
administrativa, o
concelho. A influência
do Mosteiro declina
progressivamente durante
o século XIX, crescendo
o concelho em freguesias
e população. A "Rua",
como era denominado o
núcleo urbano de Santo
Tirso, estende-se desde
o parque sobranceiro ao
mosteiro. No ano de
1868, Santo Tirso é
elevado a vila, vai
crescendo com as
remessas dos
"brasileiros" emigrados
e a embrionária
industrialização.
Criam-se estruturas
públicas, surge um corpo
de bombeiros, o hospital
e outras obras de
carácter social por
intermédio da
Misericórdia local; e
ainda uma escola
primária, por iniciativa
do mais conhecido e
amado "brasileiro"
local, o conde de S.
Bento. Com a instauração
de uma feira semanal e a
aposta no
desenvolvimento
industrial, nomeadamente
através da indústria
têxtil, assiste-se ao
crescimento do burgo. O
advento do comboio viria
a consolidar este
crescimento do final do
século XIX.
No coração de uma região
com fortes tradições na
indústria têxtil a
cidade de Santo Tirso
foi palco da criação de
inúmeras empresas
industrias, nomeadamente
têxteis. Algumas das
primeiras empresas a
laborar no concelho,
foram criadas nesta
freguesia, como a antiga
Fábrica de Fiação e
Tecidos de Santo Tirso e
a actual Arcotêxteis -
Empresa Industrial de
Santo Tirso.
Com o crescimento da
cidade surgiram novos
serviços, a cidade
renovou-se.
Sugerimos-lhe um passeio
pela cidade. Comece por
visitar a Igreja Matriz,
que pertencia ao antigo
mosteiro beneditino,
magnifico exemplo da
arquitectura religiosa,
e génese do burgo
tirsense. Ao caminhar
para o centro da cidade,
não deixe de visitar o
Museu Municipal Abade
Pedrosa, o qual possui
uma magnifica colecção
de arqueologia, que
conta a história da
ocupação e evolução do
homem neste território.
Ao caminhar para o
centro, detenha-se o
visitante no Parque D.
Maria II, onde pode
apreciar uma bela vista
sobre o antigo mosteiro
e sobre o rio Ave,
descansando da primeira
parte da sua visita. Ao
percorrer o centro da
cidade pode deparar-se
com um conjunto de
fachadas oitocentista do
Largo Coronel Baptista,
observar as tão
características casas
dos "brasileios" e ainda
descobrir os prazeres
que a arte ao ar livre
tem para nos oferecer no
Museu Internacional de
Escultura Contemporânea.
Rio Leça
http://www.cm-stirso.pt
Qual é o impacto que um
rio pode ainda ter nas
nossas vidas? Qual a sua
importância económica,
social e ambiental?
Estas questões
colocam-se quando
olhamos para o meio onde
vivemos e reparamos que
para além do que nos é
familiar, realizado e
organizado pelo homem,
subsiste sempre a
natureza, a outra parte
da “terra”, enquanto
espaço comum ao Homem e
a todas as outras coisas
que a habitam, sejam
animais, flores, ou
simplesmente uma linha
de água, um rio.
O Rio Leça, cuja
nascente se situa na
serra de Monte Córdova,
perto da aldeia de Santa
Luzia, é o ponto de
partida para a viagem
que vamos iniciar.
Pretende-se descer o
rio, conhecê-lo nos seus
meandros e áreas abertas
até que, veloz, correrá
para o mar, já distante
do Concelho de Santo
Tirso, noutras paragens,
noutras margens.
Pretendemos levá-los
nestas viagem. Para a
fazerem só terão que
saber o que procuram no
rio: a fauna, a flora
que abunda nas suas
margens; a forma como o
Homem o utilizou e viveu
junto ao rio ao longo do
tempo; ou a forma como
hoje em dia as
comunidades vivem junto
ao Rio Leça, no Concelho
de Santo Tirso. Que a
aventura comece.
O rio enquanto corre é
água e vida, mas o tempo
que por ele passa,
transforma-o. O Homem
transforma-o, recorrendo
às suas águas para
colher alimento, para se
dessedentar. Com os
tempos ergue estruturas
para aproveitar a força
das suas águas, o vigor
constante que faz
funcionar os engenhos
que constrói nas suas
margens.
Mas é também esta
oportunidade de vida,
que desde os primeiros
tempos de ocupação
humana nas margens do
rio Leça, permitiram ao
homem subsistir e
prosperar. Os vestígios
da ocupação são
inúmeros, a memória que
subsiste permite-nos
recordar as mamoas de
Redundo, monumentos
funerários megalíticos,
localizados junto à
nascente do rio.
Vestígio da civilização
megalítica, recordam-nos
que este território é
ocupado desde o terceiro
milénio antes de Cristo.
Outros vestígios
concorrem para tecer a
memória da região. A
ocupação castreja, que
remonta à Idade do
Bronze, permanece no
castro do Monte Padrão
até à Idade Média. Sinal
de vitalidade do
comércio e da coesão
social da comunidade
local. A administração
monástica das terras do
Monte Córdova,
repartidos entre os
beneditinos de Santo
Tirso e os beneditinos
de Celanova, dá-nos a
conhecer como este
território foi
organizado após a
formação de Portugal.
Durante os tempos mais
recentes vários solares
se ergueram nas terras
próximas do Leça, nos
vales por onde este
corre, as quais foram
pertença do rei, dos
nobres e do clero local.
Trofa – (Concelho do
Distrito do Porto)

Trofa
http://www.mun-trofa.pt
Apesar de ser um
concelho recente e de
nunca ter usufruído de
autonomia administrativa
até 19 de Novembro de
1998, o percurso
histórico da Trofa é
longo e anterior à
própria constituição da
Nacionalidade.
Crê-se que uma das
primeiras citações
conhecidas está
integrada num documento
de escritura do mosteiro
de Moreira (Maia) datado
do ano de 979). Este
documento refere
Alvarelhos (alvarelios),
S. Cristóvão do Muro (sanctum
christoforum) e Cedões (zadones
- localizado na
freguesia de Santiago de
Bougado).
Contudo, o povoamento de
todo este território
actualmente conhecido
como concelho da Trofa
remonta a milhares de
anos atrás. Prova disso
são os trinta e quatro
machados de bronze
encontrados em S.
Martinho de Bougado, no
lugar de Abelheira, que
hoje se encontram na
Sociedade Martins
Sarmento em Guimarães, a
mamoa encontrada próximo
da Estação da Trofa,
destruída entretanto, as
inscrições rupestres na
aldeia da Maganha ou o
emblemático castro de
Alvarelhos (classificado
como "Monumento
Nacional" desde 1910),
um povoado fortificado
que veio a adquirir
grande importância
quando, depois de
conquistada a Península
Ibérica, a administração
romana decidiu construir
aquele que se manteve
até hoje como um dos
eixos estruturantes do
território da Trofa - a
estrada que liga o Porto
a Braga (Cale a Bracara
Augusta).
Localizada num vasto
território, vinculado ao
grupo étnico dos
madequisenses, que se
estendia do Oceano
Atlântico à Serra da
Agrela e do Rio Leça ao
rio Ave, esta ampla
terra, fértil em
recursos naturais, foi
sendo, ao longo de mais
de 160 anos,
administrativamente
dividida entre os
concelhos da Maia, de
Vila do Conde, de Santo
Tirso e finalmente da
Trofa.
Em meados do séc. XIII,
nas Inquirições de D.
Afonso III, este
território é referido
como Terra da Maia,
julgado, e assim se
mantém até 1384, ano em
que é integrado no termo
do Porto. Em 1527, D.
Manuel atribui foral à
Terra e Concelho da
Maia, confirmando assim
velhos privilégios de
uma terra que se vai
manter eminentemente
rural até ao advento do
liberalismo. No séc.
XVIII, nas "memórias
paroquiais", as oito
freguesias da Trofa
mantêm-se no centro
deste território, mas as
suas referências estão
limitadas aos rios Ave e
Leça, às serras de
Covelas e Cidai e, ainda
e sempre, à estrada
Porto/Braga que
atravessa o Ave no lugar
do Vau (Santiago de
Bougado) ou na Ponte da
Lagoncinha (Lousado,
Famalicão).
Em 1809, as tropas
comandadas pelo General
Soult, entram pela
fronteira de Chaves e
dirigem-se a Braga.
Aqui, na Trofa,
organizam o ataque à
cidade do Porto,
dividindo-se em três
colunas. A do meio,
"aproveitando a velha
via romana que ligava as
cidades de Braga e
Porto, iria atravessar o
Ave no lugar do Vau e na
Barca da Trofa1" , mas
encontrou forte
resistência das gentes
locais, como refere o
próprio Soult nas suas
memórias: "A minha
coluna do centro viu-se
detida na Barca da Trofa
pelo inimigo. Teve de
subir o rio para forçar
a ponte da Goncinha que
estava barricada e
defendida por fortes
entrincheiramentos."
Deste episódio restam
marcas comemorativas no
lugar da Barca, no Souto
de Bairros e em Lantemil,
sendo estes dois últimos
os locais de acampamento
do exército invasor.
Também o séc. XIX e o
liberalismo deixaram
marcas profundas neste
antigo território.
Com a reforma
administrativa, a
comarca do Porto passa a
ter vinte e dois
concelhos, sendo
elevados a esta
categoria muitas honras
e coutos que nunca
tinham tido Carta de
Foral. É assim que a par
de antigos concelhos
como o da Maia e de
Refoios de Riba d'Ave,
surge o de Santo Tirso,
antigo couto. Em 21 de
Março de 1835, D. Maria
II cria o julgado de
Santo Tirso, composto
pelos concelhos de
Negrelos, Rebordões,
Refoios, Roriz, Santo
Tirso e ainda por treze
freguesias desanexadas
ao concelho da Maia,
entre as quais as oito
que actualmente
constituem o concelho da
Trofa2.
Mas com o séc. XIX,
chegou também o
progresso e a inovação
tecnológica e
industrial.
A reforma da estrada
nacional Porto/Braga, a
construção das vias
férreas Trofa/Fafe e
Porto/Braga na segunda
metade do séc. XIX, com
as consequentes
construções de duas
obras de arte (a ponte
pênsil para o trânsito
rodoviário e a ponte
sobre o Ave para o
ferroviário), e mais
tarde a estrada Santo
Tirso/Vila do Conde,
esquartejaram a
freguesia rural de S.
Martinho de Bougado, mas
constituíram factor
predominante na
industrialização do Vale
do Ave, deixando uma
marca estruturante neste
território e,
posteriormente, na
cidade e no concelho da
Trofa.
Já em pleno séc. XX,
resultado do processo de
industrialização que
avassalou toda esta
bacia, caracterizada por
uma forte implantação de
indústrias têxteis, da
própria agricultura
intensiva e da densidade
demográfica, este
território modifica-se.
A qualidade da água do
rio Ave e seus afluentes
foi sofrendo uma
depreciação
significativa, bem como
os ecossistemas
aquáticos, ribeirinhos e
terrestres associados.
As actividades
económicas e recreativas
que se desenvolviam ao
longo das suas margens
foram-se degradando e
desvalorizando. É assim
que desaparecem as
azenhas, os engenhos de
linho, as serras
hidráulicas e os pisões;
as explorações agrícolas
e a mancha florestal
contígua e, obviamente,
as praias fluviais do
Bicho, de Bairros e da
Barca. A população,
consternada com o
processo de degradação
do rio Ave, foi virando
as costas ao rio,
privando-se e privando-o
de toda uma vivência
que, inconscientemente,
contribuiu para a
aceleração deste
processo.
Actualmente, o concelho
da Trofa possui órgãos
municipais próprios com
autonomia administrativa
e financeira,
atribuições e
competências. E, não
obstante as carências
financeiras, humanas e
técnicas com que se
depara actualmente o
Poder Local (que, não
raro, dificultam o
cumprimento das
atribuições das
autarquias na sua
plenitude), a Trofa é,
no presente, um
município solidário que
trabalha pela
modernização,
reestruturação e
requalificação
urbanística, pela defesa
do património natural e
histórico-cultural e
pela preservação da sua
identidade.
ALGUMAS DATAS MAIS
SIGNIFICATIVAS
* 1836, 6 de Novembro.
Integração das oito
freguesias que
pertenciam ao concelho
da Maia no novo concelho
de Santo Tirso: São
Martinho de Bougado, São
Tiago de Bougado,
Covelas, Muro,
Alvarelhos, Guidões, São
Romão do Coronado e São
Mamede do Coronado;
* 1974, 25 de Abril.
Recomeço da luta pela
criação do concelho da
Trofa;
* 1984, 16 de Maio.
Criação da Vila da
Trofa;
* 1990, 14 de Dezembro.
Criação da Comissão
Promotora do Concelho da
Trofa (integrando 13
elementos);
* 1992, 15 de Julho.
Entrega do processo de
constituição do concelho
na Assembleia da
República;
* 1993, 2 de Julho.
Elevação da Trofa a
cidade;
* 1998, Fevereiro.
Entrada na Assembleia da
República de três
Projectos de Lei com
vista à criação do novo
Município,
* 1998, 19 de Novembro.
Aprovação da criação do
concelho da Trofa na
Assembleia da República
apoiada por cerca de dez
mil trofenses que aí se
deslocaram.
* 1999, 22 de Janeiro.
Tomada de posse da
«Comissão Instaladora do
Município da Trofa» no
Governo Civil do Porto;
* 2001, 16 de Dezembro.
Eleição dos Primeiros
Órgãos Municipais do
Concelho da Trofa.
* 2002, 7 de Janeiro.
Tomada de posse dos
primeiros órgãos
autárquicos eleitos.
1 CRUZ, António - Casas
de Lavoura do Reguengo
de Bougado. «Santo
Tirso, Boletim
Cultural». Santo Tirso.
Vol. I, n.º 1, 2.ª série
(1977)
2 PACHECO, Mário
Carneiro - Administração
Municipal de Santo Tirso
IV. «Santo Tirso,
Boletim Cultural». Santo
Tirso. Vol. III, n.º 2
(1954)
Valongo – (Concelho
do Distrito do
Porto)

De origens obscuras,
é citada nas
Inquisições de 1258.
No século XVl
Valongo era
conhecida como
Valongo da Estrada,
por ser ponto de
passagem de
viandantes e
Almocreves. Crê-se
ter sido fundada no
período da ocupação
romana, que ali
fomentou um surto de
desenvolvimento
associado à produção
mineira. O seu mais
antigo nome
conhecido é o de
Susaca (mulher
lendária que teria
habitado a actual
aldeia de Suzão). Em
1518, uma inquisição
de D. Manuel l,
anterior ao foral,
indica Valongo na
Terra da Maia,
repartindo-a por
dois lugares:
Valongo da Estrada
(no lugar de Suzão,
por onde passava a
estrada para
Trás-os-Montes) e
Valongo Jusão, a
sul, onde hoje está
a vila. Até 1836,
administrativamente,
estas continuaram
terras e concelho da
Maia e só nessa
época adquiriram
autonomia.
Origem do nome:
«Da, Grande
Enciclopédia
Portuguesa e
Brasileira»: “Este
nome quer dizer
“vale comprido” e
resultou da
expressão, vale
longo, da qual deve
ser forma
haplológica.
Perante o extenso
vale que a seus pés
se desenrolava, onde
a vista se estendia
sem barreiras,
exclamaram: Que Vale
Longo ! Felizes por
terem encontrado
sítio tão seguro,
desceram e vieram
estabelecer-se no
vale, no lugar hoje
denominado Susão, de
Susana, nome da
filha do referido
negociante. Segundo
a lenda teria sido
esta a origem de
Valongo. …
Quem repete o conto
também alega que o
topónimo Valongo, de
Vallis Longus, a par
de outros
“abundantes
vestígios” (lucernas,
pedaços de telhas,
minas, etc.,) prova
que aqui se exerceu
a civilização
romana. Ora não é
possível que
Valongo, na verdade,
o mesmo que Vale
Longo, absolutamente
concorde com a
topografia, venha
directamente da
época romana (e
sequer daquelas
formas) porque devia
esperar-se Vale
Longa (pois que
valle – era nome
feminino); e se é
certo que as mais
antigas notícias já
trazem Valongo, isto
é, a forma
masculina, razão
está em que o termo
“vale” teve durante
séculos os dois
géneros, como
abundamente o sugere
a toponímia, mas,
para toponímia da
época romana, só o
feminino”.
Valongo
http://www.cmvalongo.net/site
Situado na área do
Douro Litoral, o
Concelho de Valongo
localiza-se a
Nordeste da cidade
do Porto, integrando
a sua Área
Metropolitana. Neste
Município,
constituído por 5
freguesias, é
notória a dicotomia
Campo/Cidade, sendo
possível, numa curta
distância, deixar um
cenário tipicamente
urbano e recuar ao
mais genuíno mundo
rural.
A criação do
Concelho de Valongo
remonta ao ano de
1836 e ocorre no
contexto da reforma
administrativa do
País, durante o
reinado da D. Maria
II. Contudo, a sua
ocupação é anterior
à romanização. A
pluralidade de
espaços repartidos
entre o vale e a
serra, a abundância
de água e a riqueza
do seu subsolo,
terão facilitado a
fixação de povos
desde épocas
remotas. A presença
romana nesta área,
associada à
exploração mineira,
foi bastante
significativa,
tendo, o próprio
topónimo que a
designa, origem nas
palavras latinas
Vallis Longus (Vale
Longo). Possuidora
das maiores
pedreiras de ardósia
do País, a sua
expansão ficou a
dever-se sobretudo à
indústria
panificadora, pão e
biscoitos, que
abastecia a cidade
do Porto.
Uma visita ao
Concelho de Valongo
deixa facilmente
perceber a riqueza
da sua história, a
alegria das suas
gentes e a
importância de uma
cultura feita de
contrastes.
Para preservar a
diversidade cultural
de Valongo, a
autarquia criou
pólos culturais nas
diversas freguesias
do concelho.
A dois passos do
Porto, Valongo é,
hoje, um concelho
desenvolvido e
equilibrado onde o
crescimento
económico convive
com a preservação do
património cultural
e natural.
Valongo
http://www.esec-valongo.rcts.pt
Lenda dos Tesouros -
O Padre Joaquim
Alves Lopes Reis
conta assim a lenda
das riquezas
supostamente
deixadas pelos
mouros nos fojos de
Santa Justa:
"Ainda a estes
tempos de historia
dubia remontam
outros factos que
nos conta a lenda e
conserva a tradição.
Queremos referir-nos
à crença antiga que
xistia aqui de que
os mouros tinham
deixado nos fojos da
Santa Justa
thesouros escondidos
e grande quantidade
de ouro e prata,
crença que augmentou
muitissimo com o
apparecimento de um
celebre roteiro,
escripto em letra
redonda, que,
comendo varios
pacovios, dizia
estarem em certos e
determinados
logarescousas
riquissimas que
nunca ninguem viu,
nem chegará a ver.
Arrastados pelo que
dizia esse livro,
que se acreditava
como se fosse uma
Escriptura, vinham a
esse monte muitos
illudidos que a
todos os dias e a
todas as horas
entravam pelas
cavernas e furnas,
seguindo as
indicações que
tinham e sabiam, e
entre eles um tal
Enxota diabos dos
lados de Avintes,
que com essas artes
magicas e
encantamentos poude
tratar com o
Espirito guardador
d’estes thesouros a
facil maneira de os
possuir.
Combinou o negocio
não sei se com
escriptura e papel
sellado (quem seria
o juiz n’esse
tempo?) e no dia
aprazado appareceu
com grande numero de
carros que queria
carregar de ouro.
Era pelas onze horas
da manhâ de um dia
nebuloso e triste e
o Enxota havia-se
adiantado da
comitiva para pedir
o cumprimento do
tratado que havia
feito. Mas, quando
despreoccupados e
alegres todos
esperavam para breve
a ordem de
enriquecer,
levantou-se no monte
tamanho furacão que
carros, bois e povo,
tudo, voando pelos
ares, foi parar a
grandes distancias,
recebendo tal lição
que nunca mais
pensaram em ser
ricos por esta
forma.
Com um outro
individuo de
Vallongo chamado o
‘Avô-Tó’ aconteceu
tambem que, tendo um
dia de noute tratar
com um certo
espirito, que era
evocado altas horas,
a consecução de
grande quantidade de
ouro, appareceu lá
n’outra occasião
combinada e recebeu,
contava elle, dous
saccos cheios de
reluzentes moedas de
ouro com que
carregou um jumento
e veio para casa com
a condição de em
todo o caminho não
pronunciar palavra.
Mas o homem não foi
fiel á promessa. No
termo quasi da sua
empreza, vendo que o
animal ia a tropeçar
bastante, não pôde
deixar de soltar um
terrivel chó! que
foi causa de que ao
abrir os saccos não
encontrasse, senão
terra negra e fria."
Vila do Conde –
(Concelho do
Distrito do Porto)

Vila bastante
antiga, existia já
com o actual
topónimo nos meados
do século X. Em 1209
foi doada por D.
Sancho l à famosa
Ribeirinha (Maria
Pais Ribeiro (*). D.
Manuel l
outorgou-lhe foral
em 1511.
“(*) Guarda é uma das
poucas terras
portuguesas que
nasceu cidade. Foi
em 1199, quando D.
Sancho I, o segundo
rei de Portugal,
mandou que essa
terra fosse o centro
religioso da zona
(substituindo a
diocese de
Idanha-a-Velha). Mas
D. Sancho I tinha
outros interesses na
cidade. Diz-se que
ficou enfeitiçado
por Maria Pais
Ribeiro, uma
guardense (ou egitaniense, ou
egitaniana, ou ainda
egitanense)
conhecida como
Ribeirinha. Hoje, na
cidade, estão à
venda miniaturas da
Ribeirinha. Por
causa dela, D.
Sancho I, que além
de rei era poeta,
pôs na boca da
rainha esta
expressão duma
cantiga de amigo “Ay
muito me tarda o meu
amigo na Guarda”.
D. Sancho I não foi
o único monarca a
deixar-se encantar
por mulheres da
Guarda. D. João I, o
primeiro rei da
dinastia de Avis,
apaixonou-se por
Inês Fernandes,
filha de um
sapateiro judeu. Da
ligação com esta
judia nasceria
Afonso, o primeiro
duque de Bragança
(1422). Passados 200
anos, em 1640, seria
um descendente desta
ligação ilegítima
que recuperaria a
independência de
Portugal em relação
a Espanha: D. João
IV. Alguns edifícios
testemunham estes
amores: a Casa de D.
Sancho e os n.º 9 a
13 do Largo de São
Vicente (em relação
a D. João I).”
Origem do nome:
«Xavier Fernandes em
Topónimos e
Gentílicos (1944)»:
“Começamos por fazer
notar que a forma
exacta deste
topónimo parece ser
Vila de Conde, não
obstante empregar-se
bastantes vezes Vila
do Conde, quer na
linguagem falada,
quer na escrita.
Seguimos assim a
opinião de Alberto
Sampaio, Agostinho
Azevedo e outros
autores.
Leite de Vasconcelos
(Lições de Filologia
Portuguesa, 1911,
pág.345) escreveu:
“Ouvi Vila de Conde
lá mesmo e assim li
em um manuscrito do
século XVlll,
existente na Póvoa
de Varzim”.
Quem era, porém, o
Conde incorporado
neste topónimo ? Não
é fácil responder
com precisão a esta
pergunta, pois nada
se conhece que
esclareça
definitivamente este
problema. Autores
houve que,
atribuindo ao Conde
D. Mendo Pais Bofino
a fundação,
afirmaram que dele
lhe veio o nome, e
acrescentou que o
respectivo
território lhe fora
doado pelo pai de D.
Afonso Henriques
(Conde D. Henrique).
Atendendo, todavia,
a vários cronistas,
estabelece-se um
dilema, que exclui a
admissão de tal
hipótese: para uns
D. Mendo não passa
de personagem
lendário; para
outros, aceite a sua
existência, ele só
pode ter vivido nos
fins do século Xl ou
no seguinte e,
assim, não pode ter
dado o nome a Vila
de Conde, que já
existia no século X.
Efectivamente, o
documento mais
antigo, que se
conhece e que se
refere a esta
povoação, é o número
67 do 4º volume
(Diplomata et
Chartae) dos
Portugaliae
Monumenta Histórica,
dos meados do mesmo
século décimo. É um
simples título de
venda de Flammula
(ou Chamoa) Pais ao
abade Gonta, frades
e freias do cenóbio
de Guimarães, no ano
de 953, de Villa de
Comite.
No século imediato
(Livro de Mumadona,
ano de 1059, e
muitos outros
documentos) aparece
a mesma expressão na
forma Villa de
Comitis e, mais
tarde, simplesmente
Villacomitis, como
se vê, por exemplo,
neste passo do
testamento de D.
Sancho l: Istae sunt
haereditates quas
ego dedi Donnae
Mariae Pelagii &
filiis méis quos de
illa habae: Vila
Comitis & Parada &
Pousadela & Pirarium
(são estas herdades
que eu dei a Dona
Maria Pais e a meus
filhos que dela
tenho: Vila do
Conde, Parada,
Pousadela e
Pereiro).
Provado, pois, que o
povoado e o nome de
Vila do Conde são
anteriores à
fundação da
nacionalidade
portuguesa,
remontando, pelo
menos, aos meados do
século X, subsiste a
dúvida sobre a
origem histórica do
mesmo nome.
Agostinho Azevedo
refere-se ao caso
desta forma:
“Nessa época, que
condes haveria ?
Di-lo Gama Barros na
sua História de
Administração
Pública. Esses
“comes”, inferiores
aos “dux”, eram
governadores
militares, com
poderes judiciais,
em certas
localidades.
Esclarece o erudito
autor que, desde o
século Xll, nenhum
funcionário em
Portugal se designou
com a denominação de
conde, devendo,
portanto, os casos
de D. Mendo e D.
Gonçalo (Sousães)
considerar-se os
primeiros em que se
dava o título
separado do
exercício de um
cargo público. E
todos que lerem a
história antiga de
Portugal-nascente ,
sabem que foi devido
às dissenções entre
os Condes de Entre
Douro e Minho que
Almanzor conseguiu
fácil e quase
facilitada passagem
aos seus exércitos
na sua incursão de
997, que partindo do
Porto, se dirigiram
a São Tiago de
Compostela.
Sabe-se que até
certo conde lhe
preparou a entrega
do Castelo da Maia
(Águas – Santas) por
desavença com outro
conde.
Nestas condições, os
condes de outros
tempos eram simples
governadores
militares com amplas
funções.
E Vila do Conde deve
ter conservado tal
nome pela regalia de
ter Conde próprio,
apesar do seu bem
reduzido território,
como se vê pelos
limites
estabelecidos em
953, não abrangendo
sequer Formariz e,
portanto, com uma
área inferior, à
actual paróquia de
Vila de Conde.
É, porém, possível
que esse governador
tivesse jurisdição
sobre qualquer das
vilas próximas”.
Embora apresentada
com dúvidas,
parece-nos aceitável
a conclusão de
Agostinho Azevedo e,
sendo assim, Vila de
Conde conservou este
nome “pela regalia
de ter tido Conde
próprio”, e não
porque tivesse sido
doada a certo e
determinado Conde”.
Vila do Conde
http://www.viladoconde.org
Cidade . Sede de
concelho pertencente
ao distrito do Porto
(Norte de Portugal).
O concelho é
constituído por 30
freguesias. Está
situada na
sub-região agrícola
denominada Douro
Litoral. Possui
indústrias de fiação
e tecelagem,
serração, cordoaria,
construção naval,
conservas, adubos,
óleo de peixe,
curtumes, doçaria, e
as características
rendas de bilros.
São monumentos
nacionais : a
cividade de Bagunte
(ruínas
pré-históricas), a
igreja de Rio Mau
(séc. XII) também a
de Vairão
(medieval,
adulterada no séc.
XVIII) e Azurara
(séc. XVI),e na Vila
a igreja matriz
(sécs. XV - XVI).
Também são
monumentos nacionais
a igreja e mosteiro
de St. Clara (sécs.
XIV - XVII), o
pelourinho (séc. XVI)
e o aqueduto (séc.
XVIII).
Vila do Conde está
situada na margem
direita do Rio Ave,
junto á foz, a 3 Km
da Póvoa do Varzim e
a 25 Km do Porto.
Existem já
referências de uma
comunidade existente
neste sítio (Vila do
Conde - cidade) em
953 com o nome de
<<vila de Comite>>
(ignora-se quem era
esse conde).
Em documentos de
1059, 1078, 1080 e
1011 também se fala
desta povoação, mas
apelidando-a de "S.
João de Foz".
Em 1078 fala-se das
suas salinas,
devendo tb ser já
muito activa a faina
da pesca.
Em 1209, D. Sancho
I doou Vila do
Conde a título
hereditário à sua
famosa amante D.
Maria Pais Ribeiro
(a Ribeirinha), o
que confirmou D.
Afonso II em 1217.
A tetraneta da
Ribeirinha D. Teresa
Martins (filha de D.
Afonso de
Albuquerque, 1º
Conde de Barcelos) e
seu marido, D.
Afonso Sanches
(bastardo de D.
Dinis), fundaram por
carta de 7 de Maio
de 1318 o convento
de St. Clara,
dotando-o de grande
número de casas,
terras, foros e
padroados.
Ainda no séc XVI o
convento recebia a
dízima das
mercadorias que
entravam pelo Rio
Ave, sabendo-se que
até esta data (séc
XVI) navios de
grande arqueação
podiam ancorar nos
portos de Vila do
Conde e Azurara.
D. Manuel
concedeu-lhe foral
novo a 10 de
Setembro de 1516 e
contribui para a
edificação da nova
igreja matriz.
A ponte sobre o rio
Ave começada a
construir a 15 de
Agosto de 1793, veio
a ser destruída por
uma cheia em 11 de
Janeiro de 1821;
reconstruída nesse
mesmo ano, seria
destruída em 1893 e
reedificada
novamente nesse
mesmo ano.
O castelo foi
mandado construir
pelo 7 º Duque de
Bragança e erguido
de 1602 a 1614,
tendo sido
consertado em 1642
por ordem de D. João
IV.
A estação Aquícola
do Ave data de 1886.
O estaleiro naval
estalou-se na foz do
Ave logo após a I
Guerra Mundial.
Vila Nova de Gaia –
(Concelho do
Distrito do Porto)

No lugar actualmente
designado Candal,
supõem alguns
autores que terá
existido uma
povoação
fortificada, Gaya
Vetera (Gaia Velha),
por outros designada
Cale ou Cala, em
frente da qual se
ergueria o povoado
de Portus. Devido
aos litígios,
prolongados e
violentos, entre os
primeiros reis e os
bispos do Porto,
decidiram os
monarcas fundar uma
povoação a que
chamaram Vila Nova
de Gaia.
Origem do nome:
«Grande Enciclopédia
Portuguesa e
Brasileira»:
“Topónimo
importantíssimo e
que nas suas duas
partes encerra a
história antiga da
actual vila e suas
imediações, só por
ela podendo
explicar-se:
Vila Nova refere-se
a uma época já
nacional (não tendo
Vila aqui já o
significado
territorial-agrário,
de “vila”, mas o de
povoação
municipalizada, o
bastante para se
concluir que a
designação Vila Nova
não podia ser aqui
anterior ao século
Xlll), e Gaia é um
velho topónimo cuja
origem linguística
(e, por conseguinte,
significado) ainda
não está
determinado, mas que
talvez seja
pré-romano, sem que
se possa, por isso,
apresentar-lhe o
absurdo étimo Cale,
como ainda se faz,
com perfeita
ignorância das leis
fonológicas, que são
o seu mais rotundo
desmentido,
felizmente (com
razão dos eruditos
incrédulos)
reforçado por
alusões documentais
que ainda se
conservam (do século
lX para o X).
«Xavier Fernandes em
Topónimos e
Gentílicos (1944)»:
“Gaia é variente de
gaio, nome dum
conhecido pássaro;
noutros casos, Gaia
deve estar pelo
germânico Gadila,
onde a raiz Gad –
representa o gótico
gada, marido,
companheiro.
Não virá fora de
propósito aqui
deixar o que li no
Diário de Notícias,
de 1932, da secção –
No Meu Caderno – Uma
lenda portuense –
Origem das palavras
Gaia e Miragaia –
por Maria Cebelo:
“Bernarda Ferreira
de Lacerda, uma
erudita e notável
poetisa portuense do
século XVlll, no seu
livro “Espanha
Liberdade”,
referente a esta
lenda no Canto Vl, e
o genial Garrett
intitulou Miragaia,
um seu poemeto,
inspirado na mesma
lenda, que é uma
recordação do tempo
dos mouros.
Naquela época, em
que reinava na
Galiza um certo rei
chamado Ramiro,
casado com uma linda
e nobre dama que
tinha por nome Gaia,
outro rei havia,
forte, corajoso e
pelejador – Alboazar
ou Almançor. Nessa
época tão fértil em
disputas e ambições,
travou-se uma
batalha entre ambos
e Ramiro aprisionou
a irmã de Almaçor,
pela qual
demasiadamente veio
depois a
interessar-se, o que
aborreceu Gaia.
Então esta, por
vingança, mandou
dizer a Almançor que
a fizesse raptar,
que iria aonde ele
fosse. Assim
aconteceu, levando-a
Almançor para os
seus paços nas
margens do rio
Douro.
Mas Ramiro,
afrontado, foi em
perseguição dos dois
com três galeras,
que depois de
esperarem em São
João da Foz que
anoitecesse, subiram
o rio, cobertas de
ramos de árvores,
para passarem
despercebidas.
Ramiro, tendo
aproado na altura no
alcaçar de Almançor,
vestiu-se de romeiro
e partiu pata terra,
recomendando aos
seus homens que
assim que ouvissem
soar a sua buzina
fossem, em seu
auxílio.
Chegando a terra, o
acaso encaminhou-o
para uma fonte, para
onde se dirigia uma
moura a buscar água.
O rei, falando-lhe
em árabe, pediu-lhe
o púcaro para beber
e, travando
conversa, soube que
ela vinha buscar
água para a sua ama
Gaia.
E Ramiro deixou
então cair na água o
seu anel, o qual foi
encontrado por Gaia,
quando levou o
púcaro a seus
lábios.
E porque Almaçor
estivesse ausente,
caçando, Gaia mandou
chamar Ramiro.
Em frente um do
outro os dois
esposos se
abraçaram, mas Gaia
com falsidade disse
ao marido que o ia
fechar num quarto
até Almançor
chegasse e estivesse
a dormir a sesta, e
então os dois o
matariam.
Mas logo que da caça
chegou Almançor e
estava à mesa, ela
contou-lhe que o
marido viera para a
matar, e que o tinha
encarcerado. Todo
enfurecido, o mouro
mandou trazer Ramiro
à sua presença, e
depois de terem
altercado,
perguntou-lhe:
- Se eu fosse a tua
casa para te matar,
o que me farias ?
Ramiro respondeu:
- Mandava-te levar a
um alto e
obrigava-te a tanger
esta buzina até
rebentares.
- Por isso te
acontecerá –
retorquiu Almançor.
Ramiro seguindo a
sua táctica, quando
ao alto chegou, com
força fez soar a
buzina, e os seus
homens, prevenidos
como estavam, em
breve chegaram a
terra, degolaram
Almançor, saquearam
e incendiaram o
palácio.
Gaia passou a ser
presa do próprio
marido, que a levou
para a galera real,
e ao seu lado se foi
rio abaixo,
depressa, que na
outra margem era
terra de cristãos.
Mas ia triste a
pobre Gaia, olhando
as águas, enquanto o
alcaçar de Almançor
fumegava, ardendo
sem parança, e,
quando os seus olhos
se levantaram
mirando o trágico
espectáculo, dois
fios de lágrimas
deles tombaram.
O marido
perguntou-lhe então
para onde estava
olhando e porque
chorava.
Ela, revoltada, num
ímpeto de colara,
redarguiu que olhava
as torres fumegantes
do alcaçar e chorava
de saudade por já
não ter nos braços
Almançor.
O marido redarguiu:
Pois mira Gaia, que
esses olhos
Não terão mais que
mirar.
Assim dizendo, puxou
do alfange e decepou
a linda cabeça, e
com o pé atirou-a ao
rio Douro.
Miragaia: É no
Porto, um curioso e
bizarro bairro para
os lados da
Alfândega, com as
suas casas
pequeninas, com
minúsculas trapeiras
floridas – casas
pintadas de
variegadas cores,
que constituem
quadros
interessantíssimos,
e que está
infelizmente,
ameaçado de
demolição, segundo
ouvi dizer, e o que
é para lastimar.
Gaia: É a
encantadora vila na
margem esquerda do
rio Douro, por todos
conhecida como a
adega dos preciosos
vinhos do Porto, e
que hoje
sobremaneira tem
progredido,
oferecendo aos
visitantes um ar
civilizado de
moderna cidade, com
belos edifícios,
alinhados à beira de
amplas avenidas”.
Vila Nova de Gaia
http://www.vngaia.online.pt
A Cidade de Vila
Nova de Gaia,
situa-se na margem
esquerda do rio
Douro, diante da
cidade do Porto, e
está ligada a esta
por cinco pontes: as
pontes de D. Luiz I,
da Arrábida, do
Freixo, de D. Maria
II e de S. João,
sendo estas duas
últimas
ferroviárias. Uma
nova ponte está
actualmente a ser
construída, mesmo ao
lado da centenária
D.Luiz I, a ponte do
Infante.
Estas duas cidades,
voltadas uma para a
outra,
complementam-se,
dada as suas fortes
ligações culturais.
Desde sempre que
Gaia se caracterizou
por ser a antecâmara
do litoral-norte do
país, para quem vem
do sul por via
terrestre. Por isso,
o concelho é
atravessado por um
importante conjunto
de estradas e
ferrovias.
Na Idade Média, Gaia
serviu de porto de
ligação entre o
Norte e o Sul do
País, situando-se no
seu sopé o Portus
Cale, que veio a dar
origem, segundo
vários
historiadores, ao
nome de Portugal.
Desde esse altura
que Gaia é um
importante
entreposto vinícola,
em especial do Vinho
do Porto, a partir
do séc. XVIII.
Sem matérias primas
nem terrenos
agrícolas de
especial valor, a
sua principal
actividade é, e
sempre foi o Vinho
do Porto e as
actividades
terciárias, em
especial o turismo.
As Origens
A origem da cidade é
polémica,
discutindo-se ainda
hoje em que margem
se localizava a
povoação romana de
Cale. Alguns
historiadores
defendem, no
entanto, que a
povoação de
Portucale se situava
no que é hoje a
cidade de Vila Nova
de Gaia, isto no
séc. VI. No tempo do
imperador romano
Aîtonino (138-161),
foi elaborado um
itinerário das vias
militares, onde era
referenciada a
estrada entre
Olissipo (Lisboa) e
Bracara Augusta
(Braga). Cale era
referenciada como
sendo a última
paragem antes do
términos da estrada,
e onde se fazia a
passagem do rio
Douro. Daí a origem
do nome Portus Cale
(Porto de Cale) e
mais tarde,
Portucale.
Este topónimo terá
servido para, a
partir do séc. IX,
designar o
território de
Portugal que
entretanto se
estendia.
Mais tarde,
Portucale passou-se
a designar Portucale
Castrum Antiquum,
para se distinguir
da cidade que então
se formava na outra
margem do Douro, o
Porto. Aliás,
Castrum Antiquum era
já o nome dado ao
antigo Castelo de
Gaia , que veio a
desempenhar um papel
fundamental na
história gaiense.
Foi em Portucale que
por diversas vezes
se decidiram os
destinos do
território, nas
lutas entre Suevos e
Visigodos. O domínio
Visigodo terminou
com o império
Romano, seguindo-se
o domínio dos
Mouros. Com a
ocupação Árabe, V.
N. de Gaia fica a
servir de fronteira
entre Muçulmanos e
Cristãos. Apesar dos
confrontos entre
Cristãos e Árabes, e
devido à importância
geográfica da
povoação, não se
deixaram de criar
importantes lugares
de paz e culto entre
a população
cristianizada.
No séc. IX, e após o
domínio mouro, vêm
os Galegos, fazendo
com que o castelo de
Gaia mude novamente
de mãos. É nesta
altura que surge a
Lenda de Gaia e por
consequência o nome
da cidade de Gaia.
Segundo a lenda, D.
Ramiro I, rei da
Galiza, organiza uma
expedição à vila de
Portucale em busca
da sua esposa
adúltera, a rainha
Gaia. D. Ramiro
acaba por vencer o
rei Mouro, destruir
o Castelo, e matar
Gaia, afogando-a no
rio Douro.
Após a conquista de
Portucale, em 868,
por Vímara Peres,
Gaia passou a
pertencer à diocese
de Coimbra. Só a
partir do séc. XII,
com a construção da
Sé Catedral do
Porto, é que passa a
pertencer à diocese
do Porto.
... e assim nasce
Portugal
Assim, foi a partir
de uma pequena vila
rural junto ao rio
Douro, que se
estendeu o nome e o
território de
Portugal...
No início da
nacionalidade, a
família real
concedeu grandes
benefícios e bens
aos mosteiros
locais, o que levou
D. Afonso III a
conceder foral à
povoação de Vila de
Gaya, em 1255.
O rei desejava no
entanto que nascesse
uma nova povoação,
mesmo em frente à
cidade do Porto e
tão importante como
esta. Aqui foram
criadas várias
alfândegas, todas
elas vedadas ao
poderio do Bispo do
Porto, sendo assim o
lugar ideal para o
desenvolvimento do
comércio na região,
pois não pagavam
impostos.
Em 1288, D. Dinis
deu foral à povoação
de Vila Nova d'El
Rei, que juntamente
com a Vila de Gaya
formavam o concelho
de baixo (Vila Nova)
e o concelho de cima
(Vila de Gaya).
Segundo a tradição
estes dois concelhos
eram separados pela
"Fonte dos
Cabeçudos".
Vila Nova d'El Rei
desenvolvia-se
rapidamente,
provocando um êxodo
da população de Vila
de Gaya. Para
atenuar as
diferenças
existentes, os dois
concelhos foram
fundidos num só.
Surge assim o
concelho de Vila
Nova de a par de
Gaya por foral de D.
Fernando em 1367,
tendo este sido
integrado na
jurisdição do Porto.
O Castelo de Gaia
voltava a ser
destruído, desta vez
pelo povo, quando
Dona Leonor Teles,
mulher de Aires
Gonçalves Figueiredo
ficou com o poder
sobre o castelo, por
seu marido ter
incorporado as
forças do Mestre de
Avis. Tirana, Dona
Leonor extorquiu ao
povo tudo o que
podia, enfurecendo a
população, que se
revoltou e tomou de
assalto o Castelo,
destruindo-o. Esta é
a última referência
que existe do
Castelo. Ao que se
sabe, nunca mais foi
reconstruído, e hoje
quase nada resta
dele...
A Ponte das Barcas
Até 1806, não havia
ligação entre as
duas margens do rio,
entre o Porto e
Gaia. Só nesse ano
se construiu a ponte
das Barcas (feita
com uma série de
barcas postas lado a
lado e amarradas
umas às outras),
tristemente célebre
na época das
invasões francesas.
Aquando das invasões
francesas, o
Mosteiro da Serra do
Pilar, um dos
ex-libris desta
cidade, tornou-se
uma peça fundamental
na luta pelos
destinos do país.
Foi daqui que o
Duque de Wellington
comandou as tropas
que libertaram a
cidade do Porto do
cerco efectuado
pelos franceses, em
1808. A população
portuense tentou
fugir da cidade para
se refugiar em Gaia,
no entanto ao
passarem sobre a
ponte da Barcas, uma
das barcas que tinha
sido desamarrada
pelos franceses
soltou-se, dando-se
a tragédia quando
dezenas de pessoas
cairam ao rio,
morrendo afogadas.
Também nas lutas
liberais, em
1832/33, a Serra do
Pilar teve um papel
fundamental quando o
General Torres,
comandando os
soldados de D. Pedro
V, fez resistência
às tropas
miguelistas, a
partir do Mosteiro.
É na sequência da
vitória dos Liberais
e das reformas do
liberalismo que Vila
Nova e Vila de Gaya
se fundem, dando
origem à Vila Nova
de Gaya, em 20 de
Junho de 1834.
Em 1842, a ponte das
barcas foi
substituída pela
ponte Pênsil, e em
1886 esta foi
substituída pela
ponte de D. Luiz I.
Vila Nova de Gaia e
o Vinho do Porto
Na Época Moderna, V.
N. de Gaia foi terra
de homens do mar, de
artífices, de
mercadores e de
homens de negócio.
Começa então um novo
período de
desenvolvimento, com
a instalação em Gaia
de abastados
ingleses, que
compram casas e
armazéns para o
armazenamento e
embarque do Vinho do
Porto.
O motivo para os
armazéns do Vinho do
Porto se terem
instalado em Gaia e
não no Porto (que
lhe deu o nome),
deve-se a dois
factores: primeiro,
as condições
climatéricas e de
humidade eram mais
favoráveis do lado
de Gaia; segundo,
Gaia não pagava
impostos ao Bispo do
Porto, e assim,
apesar do Vinho ser
expedido pela
alfândega do Porto,
os custos de
armazenagem eram
menores do lado de
Gaia.
Com a
industrialização da
Vila, criam-se
fábricas de cerâmica
artística e armazéns
de ferro a par com
os do Vinho do
Porto, não
esquecendo o
aproveitamento dos
recursos fluviais,
com destaque para a
pesca no Rio Douro e
sua Foz,
diversificando-se a
indústria pelos mais
variados sectores.
Em 1984, Vila Nova
de Gaia foi elevada
a cidade numa
demonstração de
determinação dos
gaienses.
O Presente e o
Futuro
Hoje, Vila Nova de
Gaia é um dos
concelhos mais
prósperos e
populosos do país,
com um património
artístico e
monumental notável.
É o segundo maior
concelho do país, e
o quarto mais
populoso, com uma
população residente
de cerca de 250 mil
habitantes,
distribuídos pelos
seus 165 Km2, e em
constante
crescimento.
O concelho é
potencialmente rico
em actividades
turísticas, não só
regionais, mas
sobretudo nacionais
e internacionais.
Atente-se nas caves
do Vinho do Porto e
na riqueza
panorâmica,
paisagística e
etnográfica do
concelho, bem como
na sua orla
marítima, para nos
apercebermos do seu
potencial turístico.
Actualmente, o
concelho está a
adquirir a sua
independência e a
sua autonomia, como
o provam as suas
crescentes
infra-estruturas
sociais, culturais,
recreativas e
económicas.
Vila Nova de Gaia
http://www.gaianet.pt
O município de Vila
Nova de Gaia fica
situado na margem
Sul do rio Douro,
junto da sua foz.
Ocupa uma área
aproximada de 165
Km2 e tem
actualmente cerca de
250.000 habitantes.
O concelho é
composto por 24
freguesias, ora
voltadas para as
praias do Litoral
Atlântico -
Canidelo, Madalena,
Valadares,
Gulpilhares,
Arcozelo e S. Félix
da Marinha - ora
alinhadas ao longo
do rio - Afurada,
Sta Marinha,
Oliveira do Douro,
Avintes Olival,
Crestuma e Lever -
ou galgando os
suaves relevos do
interior - Mafamude,
Vilar de Andorinho,
Vilar do Paraíso,
Canelas, Perosinho,
Pedroso, Serzedo,
Grijó, Sermonde,
Seixezelo e Sandim.
O seu território é
circundado pelos
municípios de
Espinho e Sta Maria
da Feira a Sul, e
pelos de Gondomar e
Porto a Norte, na
margem do rio. Dos
relevos interiores -
Monte Grande, Serra
de Negrelos, Monte
Murado, Seixo Alvo -
correm para o rio ou
para o mar alguns
ribeiros, sendo os
de maior caudal os
rios Uima e Febro
que desaguam no rio
Douro. O solo é
composto por vários
tipos de granito,
rochas do complexo
xisto-grauváquio e
areias no litoral e
foz do Douro. Por
entre espaços
florestais
vislumbram-se
terrenos agrícolas
com algum grau de
fertilidade nas
áreas das bacias
fluviais. Para além
do granito e do
xisto usados como
materiais de
construção, o
subsolo fornece
também argilas que
são usadas na
industria cerâmica.
O mar cria algumas
variedades de peixe
que são capturados
pelos pescadores da
Afurada e da Aguda.
Em locais pouco
povoados é possível
encontrar ainda
resíduos de floresta
indígena que abrigam
algumas espécies
selvagens de
pequenos mamíferos e
aves. O restante
território sofreu
alteração nas
condições ambientais
desde a Idade Média.
A configuração do
município de Gaia
remonta ao séc. XIII,
mantendo quase
inalterada a sua
estrutura,
exceptuando a
freguesia de Guetim,
que no inicio do
Séc. XX passou para
o concelho de
Espinho, com a
freguesia de Lever,
que saíu do concelho
da Feira. A
principal
característica de
Vila Nova de Gaia,
desde tempos
remotos, é o facto
de ser a antecâmara
do litoral-norte do
país, para quem vem
do sul ou do
sudoeste, por via
terrestre. Por este
motivo, o concelho é
sulcado por estradas
prependiculares ao
rio Douro, que o
atravessam através
de seis pontes:
Arrábida, Luís I, D.
Maria Pia, S. João,
Barragem de Crestuma
Lever e Freixo. São
os sucedâneos
modernos da estrada
romana que ligava
Olissipo a Bracara.
Outra característica
é o facto de ser,
desde a Idade Média,
um entreposto
vinícola, em
especial do Vinho
Porto, a partir do
séc. XVIII. Sem
matérias-primas de
valor no subsolo,
sem grandes áreas
agrícolas, perdida a
importância
portuária do cais da
Beira-rio e o
Entreposto exclusivo
do Vinho do Porto e
com a indústria que
vive situações
conjunturais, Vila
Nova de Gaia tem
vindo a
transformar-se numa
cidade e município
onde predominam
bairros-dormitórios
e algumas zonas de
lazer, começando a
apostar num Turismo
para consumo
doméstico.
O povoamento em Vila
Nova de Gaia está
documentado desde o
Paleolítico. Foram
encontrados
instrumentos de
pedra do período
achaulense (1000 000
a.C.) no lugar do
Cêrro, freguesia da
Madalena, existindo
também artefactos da
época neolítica em
Pedroso e no
Litoral. A cultura
megalítica está
documentada por
referências a
dezenas de mamoas,
tendo já sido
estudada a de
Gestosa, em Sandim.
Encontram-se no
entanto,
distribuídas por
todo o território
desde o litoral até
às elevações
centrais do
Concelho. Do período
do Bronze existem
cerâmicas
originárias da
Necrópole do Alto da
Vela em Gulpilhares,
que foi usada
novamente como
cemitério no período
final da
romanização, nos
séc. IV e V d.C..
Existem também
numerosos Castros,
praticamente um por
cada freguesia, que
comprovam um regular
povoamento na Idade
do Ferro. A sua
população será, no
entanto,
intensamente
romanizada,
sobretudo a partir
do séc. I d.C..
Com a construção da
via romana e sendo
um importante ponto
de passagem para o
território dos
Bracaros e dos
Calaicos, o
povoamento
ribeirinho da margem
esquerda do Douro,
junto à foz,
adquiriu uma enorme
importância. No
cerro situado na
margem esquerda do
Douro, e próximo da
sua foz, existiu em
épocas remotas, um
Castro, onde mais
tarde os romanos
estabeleceram a
povoação de Cale e,
onde no princípio da
era cristã,
levantaram um grande
e forte castelo,
conhecido por
Castelo de Gaia ou
Castelo do Rei
Ramiro. Com
localização
comprovada, a sua
existência foi
relatada na "Crónica
do Rei D. Afonso
Henriques" de Fernão
Lopes, e conta-se
também, no "Catálogo
dos Bispos do Porto"
que o Castelo teria
sido fundado no ano
de 145 a.C., tendo o
seu nome origem no
fundador Caio Leliu,
pretor romano que -
depois de vencer
Viriato - fundou a
povoação.
Existem, no entanto,
outras versões da
sua origem. Assim,
na versão do
cronista Dr. João de
Barros, o Castelo
foi edificado por
Caio Júlio Cesar
durante a ocupação
romana, resultado da
existência de umas
pedras cuja
inscrição no dá o
nome de um miles da
X Legião Gemina, a
Vitoriosa, e deverá
ser do tempo de
Claudio. Crêem
alguns que, junto do
Castelo de Gaia
chegou a viver um
rei Leão, porventura
o da lenda. Esta
afirmação tem como
base a existência da
rua de Rei Ramiro e
Fonte do mesmo nome,
além de um solar com
torre (Casa de Campo
Bela), também
conhecido entre as
gentes por Paço de
Rei Ramiro. Não
existe, no entanto,
nenhum documento que
comprove esta tese.
Terá sido atribuído
este nome talvez em
honra ao rei da
lenda, que nos é
transmitida
oralmente ao longo
dos tempos. Quanto à
casa, nada garante a
relação entre os
dois termos, levando
a crer que lhe terá
sido atribuído tal
retiro pela fantasia
popular, até porque
na lenda é
mencionada a fuga do
rei Cristão para a
Galiza.
Aquando das invasões
dos suevos,
visigodos, árabes e
cristãos, do séc. V
ao séc. X, temos
sempre Portucale,
mais tarde
denominada castrum
antiquum para a
distinguir da
povoação que
entretanto ocupava a
margem direita, o
embrião da actual
cidade do Porto. É
em Portucale que,
várias vezes se
decidiu o futuro do
território,
repartido entre os
suevos e visigodos.
Segundo a tradição,
é na povoação
meridional que será
edificada a primeira
sé. As escavações
arqueológicas já
realizadas vieram
confirmar que esta
povoação era
suficientemente rica
para, no séc. VI,
importar cerâmica e
vidros da Àsia
Menor, norte de
Àfrica e da Gália
merovíngia. O
domínio visigodo
termina aquando das
invasões árabes e o
actual território de
Vila Nova de Gaia
será, muitas vezes,
a fronteira onde os
mulçulmanos
permanecem, o que
será relembrado nos
séculos seguintes na
Lenda de Gaia,
inserida, nos séc.
XIII e XIV, nos
Livros de Linhagens.
Em 997, o rei
Almançor esperava
neste território a
chegada da sua
frota, antes de
partir para atacar
S. Tiago de
Compostela. A
convivência entre
cristãos e árabes
não foi só de
confrontos. A
população convertida
ao cristianismo
criou lugares de paz
e desenvolvimento
por todo o
território, sob a
forma de mosteiros
de regra visigóticos
e depois beneditina.
É o caso dos
Mosteiros de Grijó,
de Santa Marinha, de
Pedroso, de Vilar de
Febros, de Sermonde,
de Crestuma e de
Sandim, dos quais só
chegaram até aos
nossos dias os de
Grijó, de Pedroso e
de Sandim. O
primeiro, foi
fundado em 922, por
uma importante
familia local, no
mesmo ano em que
Ordonho II das
Astúrias faz uma
importante doação ao
mosteiro de Crestuma.
Neste mesmo
documento, que se
conhece por cópia
incompleta do séc
XII, menciona-se a
Vila de Portugal
situada entre
Mafamude e
Coimbrões, embrião
da futura Vila Nova
dionisia, concerteza
uma alcaria cristã
junto da arabizada
povoação de Gaia.
Após a reconquista
de Portucale por
Vimara Peres, em
868, o território do
futuro Julgado de
Gaia, pertenceu, no
domínio
eclesiástico, à
diocese de Coimbra
e, no civil, aos
seus governadores.
Só com a
reimplantação da sé
portucalense na
margem direita do
Douro e o
consequente
desenvolvimento do
seu burgo a partir
do séc. XII, os seus
bispos vão
reivindicar a
incorporação da
Terra de Santa Maria
naquela diocese.
Esta região do
Entre-Douro-e-Vouga,
fazia parte do
Condado de Coimbra,
verdadeira charneira
entre o Norte
cristão e o sul
mulçulmano, onde
convergiam os
interesses dos
ricos-homens da Maia
e de Ribadouro, com
os senhores
moçárabes locais e
os cavaleiros
mouriscos de
Coimbra,
pressionados por
três forças
estranhas: os
fidalgos galegos,
que dominavam o
Entre-Douro-e-Minho;
os leoneses, que
pretendiam dominar
os vales do Douro e
do Côa e os árabes
sempre presentes nos
limites de Coimbra e
de Montemor.
A partir de uma
pequena vila situada
junto da travessia
litoral do Douro,
nasceu a
independência do
condado
portucalense,
concretizado por D.
Afonso Henriques e
no qual a terra de
Santa Maria teve um
papel fundamental.
A toponimía de
Portugal
estendeu-se, por via
eclesiástica e
notarial, às duas
margens, acabando
por designar a
região entre os rios
Minho e Mondego,
balisada pela
proeminência
arquiepiscopal de
Braga e pelo
urbanismo da antiga
Emínio que, pelas
mesmas razões de
proeminência
religiosa e
administrativa sobre
a região de
influência, toma o
nome da diocese
cristã que nascera
no período
visigótico na
indefesa Conimbriga.
Não é de admirar
que, no período
pré-nacional e no
ínicio da
nacionalidade, a
familia real tenha
concebido amplos
benefícios e terras
aos mosteiros locais
e seus donatários.
Soeiro Fromarigues,
da família patronal
do mosteiro de
Grijó, acompanha o
Conde D. Henrique à
Terra Santa. D.
Teresa e D. Afonso
Henriques coutam
várias propriedades
em Brito, Grijó,
Avintes, Pedrosos e
Tarouquela,
tornando-as imunes à
interferência
senhorial e
episcopal, ainda que
os bispos
portucalenses tenham
continuado a
reinvindicar os seus
direitos sobre a
parte meridional da
diocese até ao rio
Antuã, ou seja, a
area de influência
da villa de
Portugal, o que só
virão a conseguir no
séc. XIII. Estes
direitos
pretendiam-nos
também no fôro
temporal os
burgueses de Gaia,
em representação do
poder régio, contra
o poder senhorial
dos bispos, o que
leva D. Afonso III a
conceder à antiga
povoação Cale,
conhecida e
designada na corte,
então em Coimbra,
por velho burgo do
Porto, um Foral no
ano de 1255. Ao
redor do seu castelo
abriram-se caminhos,
ruelas, vielas,
becos e carreiros,
todos íngremes e
estreitos, dos quais
ainda existem
alguns. Aqui, foi
estabelecido um
cais, que era o
porto e, por isso, o
principal ponto de
convergência dos
passageiros. A Vila
de Gaia, o antigo
Portucale Castrum,
era agora terra
reguenga e os seus
habitantes, na
maioria pescadores e
mercadores, têm o
invejável privilégio
de não pagarem
portagem em nenhuma
terra do reino.
Do foral concedido
pelo rei D. Afonso
III podemos destacar
o seguinte:
"Dou-vos e
concedo-vos, pelos
seus limites, todo o
meu regalengo de
Gaia, para vossa
herdade, e para
sempre, conforme
está limitado pelos
termos de Coimbrões,
do Candal e Alumiara
até ao rio Douro,
pelo casal que foi
sé portucalense, que
é em Gaia, e pelo de
São Martinho, se o
puder haver.
"Dou-vos e
concedo-vos a vós,
povos que morais no
meu burgo velho do
Porto, todas as
minhas herdades que
tinheis no mesmo
burgo.
"… mando que os
pescadores da minha
vila de Gaia pesquem
nas minhas abargas
da Furada e do Arino.
"E, se por acaso, o
que Deus não
permita, algum dos
meus sucessores ou
outrem quiser ir
contra este feito,
não lhe seja lícito
e seja maldito.
"E com Judas,
traidor, seja
condenado ao Inferno
e incorra na
maldição de Deus
Omnipotente, da
Virgem Maria, minha
e de todos os meus
progenitóres."
Face a esta
protecção é provável
que o número de
habitantes
aumentasse e
voltasse a ser
repovoada a povoação
mais baixa, junto à
margem do rio onde a
travessia era mais
fácil e havia um
imenso ancoradouro,
então denominada
Burgo Velho do
Porto. D. Dinis
concedeu-lhes o
Foral em 1288, de
que consta: "Damos e
concedemos a vós,
povos daquele nosso
lugar, que
costumavam chamar
"burgo velho", ao
qual impomos de novo
o nome de Vila Nova
de Rei, por foro ta
qual é.".
Rapidamente esta
povoação vai-se
tornar um importante
estaleiro e
entreposto
comercial. Estes
dois concelhos
vizinhos, o de Gaia
a poente e o de Vila
Nova a nascente,
separados pela
ribeira de Santo
Antão, eram
perfeitamente
distintos, cada qual
com a sua
administração e os
seus eleitos, mas
desde sempre
apareceram unidos na
defesa dos seus
interesses.
Em 1270, o abade do
Mosteiro de Pedroso
concede aos
moradores do Couto
uma Carta foraleira
e, em 1363, D. Pedro
cria o concelho de
Canidelo, de efémera
duração, em
homenagem à memória
de D. Inês que tinha
sido usufrutuária
dos rendimentos da
igreja daquela
aldeia; e organiza
uma rebelião
apoderando-se das
armas do Castelo.
Por carta régia em
1302 é criada a
feira anual de Gaia,
com a duração de um
mês, com ínicio
quinze dias antes do
S. Martinho.
Entretanto, em 1322,
o Castelo tinha sido
tomado por D.
Afonso, filho de D.
Dinis. Nas cortes de
1331, são tratados
vários problemas
entre vizinhos dos
Conçelhos de Gaya e
de Vila nova e os da
cidade do Porto,
sobretudo os
relacionados com o
controle dos
caminhos, das
portagens e dos
fretes marítimos e
fluviais.
Com os acontecimento
dinásticos de 1383,
no período das lutas
com Espanha
resultantes da
sucessão de D.
Fernando, quando D.
João assumiu o cargo
de Defensor do
Reino, os Portuenses
assaltaram o Castelo
deixando-o em
ruínas, não obstante
o seu alcaide, que
estava ausente, ser
um dos homens de
armas do Mestre de
Avis; os concelhos
de Gaia e Vila Nova
tomaram parcialmente
integrados na
administração da
cidade do Porto, o
que igualmente
aconteceu com os
restantes concelhos
circundantes, como
paga dos serviços e
dos gastos feitos
com a frota que foi
descercar Lisboa dos
castelhanos. Assim
estas povoações
perderam
temporariamente a
sua autonomia
municipal. O poder
senhorial em Gaia
foi, depois,
concedido por D.
João I ao jovem
alferes da Ala dos
Namorados na batalha
de Aljubarrota,
Álvaro Anes de
Cernache, que jaz
sepultado na igreja
do Mosteiro de Copus
Christi, fundado no
século XIV e
ampliado no séc.
XVII, onde
igualmente foi
inumada D. Leonor
Alvim, a esposa do
Condestável D. Nuno
Alvares Pereira
(progenitores pelo
lado feminino da
Casa de Bragança).
Os descendentes do
primeiro Senhor de
Gaia-a-Grande ainda
habitam hoje na sua
Casa de Campo Bello,
situada no sopé
nascente do lugar do
Castelo de Gaia.
Vila Nova, também
designada por
Gaia-a-Pequena ou
concelho de baixo,
foi doada a vários
fidalgos de que se
destacam os
Leites-Pereiras que
tinham uma ligação
com as famílias mais
poderosas da Terra
de Santa Maria.
O período de
sujeição à cidade do
Porto, veio ser
confirmada no foral
de 1501, de D.
Manuel I, que
menciona na sua
sentença: "…os
moradores da dita
aldeia de Gaia
viessem responder à
cidade do Porto como
aldeões. E, daqui em
diante, a dita
aldeia fosse havida
por termo da cidade.
E condenamos os
ditos réus - os
gaienses - que
deixem o selo que
têm e não mais usem
dele e o entreguem à
dita cidade.". Este
monarca atribuiu, em
1518, um novo Foral
a Vila Nova e Gaia,
em que evidencia a
pujança agrícola e o
povoamento das
freguesias
possuidoras de
grandes propriedades
e rendimentos, como
o caso do Mosteiro
de Grijó de onde, no
séc. XVI, se separam
alguns cónegos que
preferem viver perto
da cidade do Porto,
mandando para tal
construir o convento
de S. Salvador da
Serra, que no séc.
XVII, por influência
do domínio filipino,
se viria a chamar
Serra do Pilar e que
ainda hoje domina o
perfil da cidade de
Gaia com a sua
igreja maneirista.
Aquando da entrada
no Porto, em 1832,
de D. Pedro, foram
tomadas as posições
dos dois pontos mais
altos de Gaia,
aguardando aí os
miguelistas - a
Serra do Pilar e o
lugar do Castelo.
Iniciou-se a
fortificação destes
dois redutos para
defesa da cidade,
sendo a posição do
Castelo logo
abandonada visto
que, era de
flanqueamento fácil
e insustentável. Em
face disso, os
liberais, tomaram
posição apenas na
Serra do Pilar, e
quando os
miguelistas chegaram
foram duramente
castigados pelas
baterias da Serra.
As tropas de D.
Miguel em resposta,
fustigaram o reduto
do Castelo,
arrasando-o. No fim
da batalha,
reconstruíram-se os
prédios danificados
excepto o Castelo,
pois o seu terreno
foi vendido,
existindo hoje nas
proximidades do
local um asilo para
cegos, na rua do
Castelo.
A partir da segunda
metade do séc. XVIII,
Vila Nova de Gaia,
era uma terra de
homens de mar e de
artífices, assim
como mercadores e
homens de negócio, e
foi por esta altura
que começaram aqui a
instalar-se os
ingleses, comprando
casas e armazéns
destinados às
operações de
embarque dos vinhos
do Douro, com o nome
de Vinho do Porto,
já que era exportado
pela alfândega dessa
cidade. Este factor
económico dominava
completamente a
região, de tal forma
que, o Marquês de
Pombal, através das
suas reformas,
modificou o
urbanismo de Gaia e
Vila Nova ao
instalar a Real
Companhia dos Vinhos
do Alto Douro em
Vila Nova. A partir
de 1777, os armazéns
de Vinho do Porto
situaram--se em Gaia
e Vila Nova onde
estavam sujeitos aos
impostos a favor do
Bispo do Porto, que
as cortes de 1820
iriam abolir.
Tendo já servido
para apoiar as
tropas de D. António
Prior do Crato e,
para expulsar a
segunda invasão
francesa em 1809, o
convento da Serra do
Pilar tornou a ser a
fortaleza onde se
decidiria o destino
do país. Foi durante
as lutas liberais
que ele se tornou um
símbolo da
resistência dos
soldados de D. Pedro
IV que, defendiam
daí a cidade do
Porto e as
convicções políticas
dos gaienses. Sob o
comando do então
capitão Torres,
defendem
heroicamente a
cidade durante o
cerco de 14 de
Outubro de 1832.
Como não conseguiram
desalojar os
liberais
aquartelados naquele
antigo convento, os
absolutistas
retiraram, deixando
os armazéns de Vinho
do Porto a arder e
transformando Vila
Nova de Gaia num
inferno de chamas.
Como sequência
destes
acontecimentos, Vila
Nova e Gaia unem-se
e adquirem autonomia
administrativa a 20
de Junho de 1824,
dando origem ao
Município de Vila
Nova de Gaia.
Nasceu, então, uma
onda de
desenvolvimento em
que as pontes sobre
o Rio Douro e a via
férrea tiveram um
papel preponderante.
Assim, na Vila e
arredores surgem
fábricas de
cerâmica,
metalurgia,
tanoaria, cortiça e
vidro, um aumento no
número de armazéns
de vinho, que
ocupavam por vezes
antigas instalações
conventuais, como é
o caso do convento
de Vale da Piedade.
Com esta
concentração
comercial, esta vila
é, no final do
século passado,
lugar propício para
a agitação provocada
pelo ideal
republicano e
democrático.
Em 1841 surge a
primeira tentativa
dos gaienses verem a
sua vila promovida a
cidade. Os membros
da Câmara Municipal,
enviaram então uma
representação à
Rainha D. Maria II,
pedindo-lhe a
permissão para a
elevação de Vila
Nova deGaia à
categoria de cidade
com a divisa "Muito
nobre, sempre leal,
e antiquíssima
cidade de Gaia" e de
um brasão. Como não
obtiveram os
resultados esperados
com a primeira
petição, os gaienses
logo apresentaram
novo pedido, mas
agora somente para
um brasão de armas,
no que foram bem
sucedidos. É,
também, nesse ano
que surge um loja
maçónica, formada
pelos exportadores
de Vinho do Porto, à
qual se sucedem os
clubes, grémios e
sindicatos, que têem
como resultado a
abertura de uma
escola industrial.
Em 1850, a Câmara
dirigiu ao poder
Central uma
representação que
obteve um brasão,
encimado por uma
coroa mural de cinco
torres, e o conjunto
era constituído por
um escudo partido
que, ao centro,
continha um escudete
com as quinas,
envolvido pela
legenda MEA VILLA DE
GAYA, retirada do
foral de D. Afonso
III. À direita, em
campo de ouro,
figurava um castelo
antigo, coroado pela
insígnia das legiões
romanas, tendo ao
fundo representado o
Rio Douro. À
esquerda, em campo
de púrpura, via-se
uma fortaleza com
zimbério, que
representava a Serra
do Pilar, alusiva
aos feitos dos
polacos da serra,
mostrando no topo a
bandeira
constitucional.
Sobre a coroa mural,
estava postado um
guerreiro a tocar
trombeta, símbolo do
rei Ramiro e do
assalto das suas
tropas ao Castelo, a
fim de libertar a
sua rainha. Na fita
branca que
circundava o fundo
do brasão, aparecia
uma divisa em letras
azuis - nome e
renome, cuja
explicação
apresentada na
proposta era que
dizia respeito à
origem do nome de
Portugal e ao valor
da terra. Este
brasão esteve em uso
até 1934, sendo
alterado nessa data
visto que não
obedecia aos cânones
heráldicos.
Em 10 de Setembro de
1934, a portaria
publicada na 1ª
série do Diário da
República, pelo
então ministro
António Mata Gomes
Pereira, determinava
que a nova
constituição
heráldica das armas,
bandeira e selo do
Município de Gaia, e
tendo em
consideração a
associação dos
arqueólogos
portugueses que,
este seria em prata,
com uma torre
torreada de negro,
aberta e iluminada
do amplo, rematada
de um homem sainte,
vestindo de vermelho
e tocando uma buzina
de ouro. A torre é
acompanhada por dois
cachos de uvas de
oiro, folhados e
troncados de verde,
com chefe, dois
escudetes das armas
antigas de Portugal;
em contra-chefe,
duas faixas ondadas
de azul, coroa mural
de quatro torres de
prata; a legenda
Vila Nova de Gaia a
preto; a bandeira
esquartelada de
amarelo e negro,
cordões e borlas de
oiro e negro, haste
e lança doirados; o
selo circular, tendo
ao centro as peças
de armas sem
indicação de cores;
em volta, dentro do
circulo, a legenda
atrás indicada.
Com a elevação a
cidade de Vila Nova
de Gaia, as armas e
bandeira sofrem
novas alterações,
referidas na
circular da Direcção
Geral da
Administração
Política e Civil, de
14 de Abril de 1930,
no ponto 6° da
alínea a, "as armas
serão encimadas por
uma coroa mural
prateada, e de cinco
torres para as
cidades, de quatro
para as vilas, e de
três para as
freguesias."; e
ainda na alínea d,
"as bandeiras das
cidades serão
quarteadas de oito
peças de duas cores
alternadas, salvo
razão excepcional de
natureza histórica;
a das vilas ou
freguesias serão
esquarteladas de
duas cores, ou serão
de uma só cor;
conforme as
circustâncias o
determinem". A meta
que se propuseram
alcançar em 1841, só
seria atingida em
1984, altura em que
o município se
preparava para
comemorar os 150
anos do seu
estabelecimento como
Município Moderno.
Vila Nova de Gaia
foi, desde sempre,
berço e morada de
grandes nomes das
artes e letras deste
país, como Artur
Napoleão, grande
pianista e
compositor; Adriano
de Paiva, inventor
do princípio da
televisão e lente,
da Academia
Politécnica do
Porto; Maximiano
Lemos, higienista,
enciclopedista e
professor na escola
Médico-Cirúrgica do
Porto; Belchior da
Fonseca e António da
Costa Bernardes,
pioneiros da
aeronáutica, para
além de vários
escultores que um
peculiar conjunto de
circunstâncias
identifica como a
Escola de Gaia e de
entre os quais se
destacaram Soares
dos Reis, Teixeira
Lopes e Diogo de
Macedo; e outros
tantos pintores e
escritores entre os
quais Almeida
Garrett que, apesar
de ter nascido no
Porto, viveu em Gaia
durante a sua
infância.
Aos poucos, a
intensa vida
comercial e
industrial da vila
começou a definhar,
mercê de um conjunto
de adversidades que
foram surgindo com o
tempo, entre as
quais a perigosa e
difícil
navegabilidade da
barra do Douro e a
construção do Porto
de Leixões, em
Matosinhos, que
transfere e
dificulta o
escoamento dos
produtos de Gaia
para o exterior,
leva ao encerramento
das fábricas de
cerâmica, e à
transferência das
outras industrias
como, o vidro e a
cortiça, para outros
concelhos situados
mais perto do Porto
de Aveiro. Fica o
Vinho do Porto com o
seu Entreposto único
e exclusivo, que a
legislação recente
acabou de destruir.
Mas Vila Nova de
Gaia procura outras
vias de progresso,
nomeadamente na
indústria automóvel
e na construção
civil.
Nestes últimos anos
vem-se tornando cada
vez mais um caos
urbanístico de
difícil resolução;
se por um lado o
crescimento da
cidade é necessário,
também os acessos
que possibilitem uma
rápida deslocação
dos seus utentes é
um tema urgente a
debater e planear.
Mas este crescimento
não pode mais ser
feito de forma
descuidada,
descurando o
ambiente e o
conforto de todos
aqueles que a
escolheram para seu
retiro e, desta
forma, o Município
de Gaia estabeleceu
um programa de
Ordenamento do
território que
assenta numa
regulamentação
administrativa para
ocupação do solo do
concelho,
determinando áreas
de edificabilidade
diferentes. Ou seja,
assenta na distinção
de dois tipos de
Áreas-base: parcelas
do território
destinadas à
consolidação e
expansão urbana -
áreas urbanas e
áreas urbanizáveis;
ou partes do
território
destinadas à
manutenção do seu
carácter agrícola,
florestal ou
simplesmente onde
não se deseja a
construção
indiscriminada -
áreas não urbanas de
transformação
condicionada e de
salvaguarda.
O Município de Gaia
implantou medidas
para resolver os
problemas de
compatibilização
intermunicipal e dos
atravessamentos do
Douro, não só com o
projecto do metro
com também, com a
prevista reconversão
do transporte
ferroviário (CP) e
com a negociação do
Pacto Ambiental, que
deverá "atacar" a
questão do
saneamento básico na
Área Metropolitana.
No entanto, o maior
problema do concelho
reside na rede
secundária, com
função da ligação
entre as áreas
produtivas, e para o
qual o Município
está empenhado na
criação da nova rede
municipal - VL4 (ex.
V13), V12, V11, V10,
V16, etc.; ou
adiantando a
recuperação e
rectificação das
vias já existentes,
como o alargamento
do IC1 -
Miramar/Coimbrões e
rectificar o traçado
da Ponte do Infante,
que entretanto já se
encontra em
construção. Criar
condições para
iniciar a construção
da Via de Cintura
Interna, a
construção de vias
municipais como a
marginal de rio,
entre a Ponte D.
Luís I e a Afurada,
a marginal de mar,
entre a Afurada e a
Granja, a VL3, entre
a Madalena e a
Rechousa, e a VL10,
via urbana para
desbloquear o
trânsito nas
freguesias de Vilar
de Andorinho,
Oliveira do Douro e
Mafamude.
O município propôs
ainda em concurso
público a criação de
um projecto de
revitalização para a
área ribeirinha e
cais de Gaia,
privilegiando a
construção de
estruturas de
carácter
turístico-hoteleiro
nessa zona
histórica.
Recentemente a
Câmara adquiriu
alguns dos velhos
armazéns de Vinho do
Porto, na freguesia
de Santa Marinha,
onde vai ser
construído o novo
Centro Cultural de
Gaia.
Neste virar do
século Gaia promete
evoluir de forma
cuidada, para um
futuro de
prosperidade e
lucidez, tornando-se
um dos principais e
mais atraentes focos
de cultura do norte.
Trabalho e pesquisa de
Carlos Leite Ribeiro –
Marinha Grande -
Portugal
|
|

Envie
esta Página aos Amigos:





Por favor, assine o Livro de Visitas:

Todos os direitos reservados a
Carlos Leite Ribeiro
Página criado por Iara Melo http://www.iaramelo.com
|