Distrito de Faro (Algarve)
Trabalho e pesquisa de
Carlos Leite Ribeiro
Concelhos de: Albufeira,
Alcoutim, Aljezur, Castro Marim,
Faro (capital e concelho),
Lagoa, Lagos, Loulé, Monchique,
Olhão, Portimão, São Brás de
Alportel, Silves,
Tavira, Vila do Bispo, Vila Real
de Santo António.
O
Distrito de Faro, limita a norte
com o Distrito de Beja, a leste
com a Espanha, e a sul e a oeste
com o Oceano Atlântico. Área:
4960 km². Capital de distrito:
Faro.
Apontamento do ano de 1900
(Jornal do Comércio):
“Distrito de Faro, formado pela
antiga província do Algarve.
Superfície 5.018,90 Km2;
compreende 15 concelhos e 67
freguesias. Terras mais
importantes: Faro, Tavira,
Lagos, Silves, Olhão. Serras
principais: Monchique, Fóia,
Espinhaço de Cão. É banhado
pelos rios: Guadiana, Odeceixe,
Odelouca, Aljuzur, Bensafrim.
Cabos: São Vicente e de Santa
Maria. Baías: Sagres e Lagos.
Matas de castanheiros, sobreiros
e amendoeiras, na zona da serra;
figueiras e amendoeiras no zona
litoral. Pesca: atum e sardinha.
Clima delicioso.

Faro – (Capital e Concelho do
Distrito de Faro)
Existem várias opiniões sobre a
origem do seu nome. Vamos aqui
apresentar algumas:
“Dizem alguns escritores que o
seu primeiro nome foi “PHARO”
(Faro), por causa dum farol que
os seus fundadores aqui
edificaram, para guia dos
navegantes. É certo que faro,
fano e fanal é de origem
grega...
Dizem outros que, tendo-se com o
andar dos tempos desenvolvido a
navegação e o comércio nestas
paragens, se edificou aqui um
farol para governo dos
navegantes, e que à povoação se
principiou a chamar Vila de Faro
(Farol).
Ainda outros, porém, que não
querendo os mouros estar pelo
nome que os cristão impuseram à
povoação (Santa Maria), lhe
deram o nome de Faraon, que
significa “povoação de
cavaleiros”, lhe deram o nome de
Faraon, que significa “povoação
dos cavaleiros”, porque farás
significa o cavalo e fares o
cavaleiros.”. (Dr. Pinho Leal -
1874).
“O nome da cidade de Faro
proveio, segundo o arabista
David Lopes e o filólogo José
Joaquim Nunes, do nome de um
príncipe mouro chamado Hárune.
O “h” árabe passou a “f”. O
mesmo sucedeu, por exemplo em
Mafoma, cuja variante está
citado no Dicionário de
Dificuldades.
Hárune deu Faro, porque além da
mudança do “h” em “f”, a parte
final é facilmente explicável
por uma passagem de “rune” em “rom”,
“rão” e “ro”. Hárune – Fárom –
Fárão – Faro.
A ideia de prender FARO a farol
ou facho chamado faro não tem
fundamento, em virtude das
formas antigas Faaron, etc., que
postulam o tal nome mouresco de
Hárum, príncipe farense.”.
(Prof. Dr. Vasco Botelho do
Amaral).
Apontamento de 1900 recolhido do
“Jornal do Comércio”:
“Faro é cidade capital de
distrito e cabeça de concelho,
com 11.835 habitantes e é
servida pelo caminho de ferro
Sul e Sueste. É cidade muito
antiga; as grandes ruínas de
Estoy ficam muito próximas. Os
arredores da cidade são muito
cultivados e produzem abundantes
frutos e legumes. Grande
indústria de pesca do atum. O
concelho tem 6 freguesias e
34.270 habitantes.
Distrito de Faro
“O distrito de faro tem uma
superfície de 5.018,9 Km2, e 15
concelhos: Albufeira, Alcoutim,
aljezur, Castro Marim, Faro,
Lagoa, Lagos, Loulé, Monchique,
Olhão, Silves, Tavira, Vila do
Bispo, Vila Nova de Portimão,
Vila real de Santo António. É
banhado pelos rios Guadiana,
Odeceixe, Odelouca, Aljuzur,
Bensafrim. Serras principais são
as de Monchique, de Fóia e
Espinhaço de Cão. Os cabos de
mar principais são: São Vicente
e o de Santa Maria. As baías
são: de Sagres e de Lagos. Tem
grandes matas de castanheiros,
sobreiros e alfarrobeiras, na
zona serrana; figueiras e
amendoeiras mais junto ao
litoral. Tem belíssimas praias e
uma clima sempre ameno.”.
O desenvolvimento de Faro deve
ter-se processado em virtude da
decadência da antiga cidade de
Ossónoba, que se erguia nas
proximidades.
No século Xl Ossónoba passou a
ser denominada Hárune, de onde
derivou o nome Faro.
Foi conquistada em 1249 por D.
Afonso lll e recebeu seu
primeiro foral em 1266.
Gozando ao longo dos séculos da
protecção real, foi elevada a
cidade por D. João lll em 1540.
Na época da deminação espanhola.
Faro foi assaltada e devastada
pelas tropas do conde de Essex,
no regresso da expedição a
Cádis.
Todas as bibliotecas e cartórios
foram queimados, destruindo-se
assim importantes documentos
ilustrativos da história da
cidade. Dos monumentos apenas
escaparam ao saque as Igrejas da
Misericórdia e de São Pedro.
Foi das primeiras cidades, senão
a primeira, a possuir uma
tipografia, tendo sido aqui
impresso, em 1487, o mais antigo
incunábulo português.
Uma imagem de Nossa Senhora da
Conceição sobre a muralha é o
brasão da cidade capital do
Algarve. Diz a lenda que, ao
tomarem posse da aldeia de
pescadores erguida na margem da
ria Formosa, os Árabes teriam
encontrado uma imagem da Virgem
que arremessaram ao mar. Como
por castigo divino, as águas
deixaram de dar peixes,
anteriormente tão abundantes.
Recuperada a imagem e
restituídas as antigas honras, a
pesca voltou.
Foi esta a imagem respeitada
pelos senhores da praça durante
o seu domínio, a ponto de a
aldeia passar a ser conhecida
por Santa Maria, distinguindo-se
de outras povoações do mesmo
nome por determinativos
geográficos (de Garde ou do
Ocidente) ou epónimos (de Ibn
Harum). De facto, em certo
momento da sua história, foi
senhor de Faro Mohamed Bem Said
Bem Harum.
Porto importante no tempo dos
árabes, foi-se a povoação
desenvolvendo dentro dos seus
muros, numa zona hoje ainda bem
delimitada a que os farenses
chamam Vila-a-Dentro. Para lá se
entrar, era necessário franquear
as poucas portas de que dispunha
e que, sem grande alteração,
correspondem às que hoje
existem.
Da porta virada ao mar,
coincidente ou não com a Porta
das Festas, pouco se sabe.
Parece ter sido destruída devido
à construção de uma antiga
fábrica de cerveja. A porta nova
que hoje existe é a mais recente
de todas e realmente não passa s
de uma abertura na muralha. O
mesmo não sucede com a Porta do
Repouso, cheia de tradições e em
restauro.
Uma terceira porta situava-se
virada a norte, no local onde se
encontra actualmente o Arco da
Vila, talvez o mais conhecido
monumento de Faro. Erguido por
D. Francisco Gomes, encerra o
arco vestígios da antiga porta
medieval e dele partem ruas que
coincidem com as mais antigas
vias de circulação de
Vila-a-Dentro.
Uma lenda pretende que teria
existido uma Quarta porta, a
Porta da Traição, por onde uma
moura teria facilitado a entrada
aos cristãos. A porta
abrir-se-ia na muralha sobre a
ria, em orientação simétrica ao
Arco do Repouso.
Em pleno centro da velha vila, o
Largo da Sé é um dos mais belos
conjuntos arquitectónicos de
todo o Algarve. Vem a propósito
referir um acontecimento infeliz
ligado à história de Faro e à
Diocese do Algarve.
Foi no reinado de D. Sebastião,
que D. Jerónimo Osório, bispo de
Silves, conseguiu que a sede do
diocese fosse transferida para
Faro (cidade há menos de 40
anos). Já antes houvera uma
tentativa abortada de
transferência para Portimão.
Sediada em Faro, embora com o
título de Bispado do Algarve,
que ainda hoje conserva,
procuraram os prelados ilustrar
a nova capital episcopal e
muniram-na de uma importante
biblioteca. Além do primeiro
bispo, também D. Francisco
Mascarenhas a dotou de novas
espécies, adquirindo inúmeras
obras.
Perdida a Independência em 1580,
foram Portugal e sua colónias
objecto de cobiça de todos os
inimigos de Espanha. Não admira,
pois, que em 1596, Faro fosse
assediada pelos soldados
ingleses do conde de Essex, que,
ao encontrarem a cidade
abandonada pelos seus apavorados
habitantes, se entregaram a
verdadeiros actos de pirataria,
destruindo ou roubando tudo o
que viam.
Entre os bens arrebatados,
conta-se toda a biblioteca do
paço, que o conde-corsário
resolveu oferecer a um dos seus
amigos e que hoje constitui a
Biblioteca Bodleyana, em Oxford.
VILA ROMANA DE MILREU
A cerca de 10 Km de Faro, numa
entrada que liga esta cidade a
São Brás de Alportel, perto de
Estói, fica situada a Vila
Romana de Milreu..
O templo muito bem conservado,
foi construído no século lV
depois de Cristo e consagrado a
divindades aquáticas, mas
cristianizado no mesmo século,
tendo-lhe sido acrescentado o
baptistério.
De cela quadrada e abside,
rodeado por uma bela colunata
coríntia com cancelas de mármore
nos intercolúnios, erguia-se
sobre um embasamento revestido
de mosaico com configurações de
peixes.
Da casa de habitação do
proprietário da vila, que está
apenas parcialmente escavada,
são visíveis várias dependências
em torno de um peristilo (pátio
com colunas) e umas termas com
vestiário frigidário (duas
banheiras, uma circular e outra
quadrangular), tepidário e
caldário.
Neste local foram encontrados os
bustos de Agripina e Adriano,
actualmente no Museu do Infante
D. Henrique, de Faro, e o de
Galieno, que se guarda no Museu
de Lagos.
INFANTE D. HENRIQUE
O chamado “pai” das Descobertas
ficará para sempre ligado ao
Algarve, nomeadamente a Sagres.
Henrique, o Navegador, primeiro
Duque de Viseu, ilustre infante
da Ínclita Geração, era filho de
D. João l e de D. Filipa de
Lencastre.
Nasceu no Porto no ano de 1394,
tornou-se num dos nomes mais
ilustres da nossa História.
Homem de exemplares virtudes, de
“grande conselho e autoridade”,
ligou-se desde muito cedo ao
movimento expansionista de
Portugal, tendo tomado parte na
conquista do porto marroquino de
Ceuta.
De regresso a Portugal,
estabeleceu-se na vila de Sagres
(Algarve), de onde empreenderia
um conjunto de acções
determinantes para o sucesso da
expansão portuguesa.
Faro
http://www.visitalgarve.pt/visitalgarve/vPT/DescubraARegiao/Concelhos/Faro
A
área lagunar da Ria Formosa
atraiu a presença humana desde o
Paleolítico até ao final da
pré-história. Nesse espaço surge
uma cidade – Ossonoba –, centro
urbano importante durante o
período de ocupação romana que,
de acordo com os estudiosos, foi
a origem da actual cidade de
Faro.
Sede de bispado a partir do séc.
III e durante o período
visigótico, Ossonoba mantém com
o domínio árabe, iniciado no
séc. VIII, a sua posição da mais
importante localidade do extremo
sudoeste da península.
Capital de um efémero principado
independente no séc. IX, a
cidade é fortificada com uma
cintura de muralhas e o nome de
Ossonoba começa a ser
substituído pelo de Santa Maria,
a que mais tarde se junta a
designação de Hárune, que deu
origem a Faro. Depois de um
período atribulado provocado
pela instabilidade
político-militar islâmica, Faro
é integrada, em 1249, no
território português,
completando o ciclo de
reconquista cristã do espaço
geográfico que é hoje Portugal.
Nos séculos seguintes, Faro
torna-se uma cidade próspera
devido à sua posição geográfica,
ao porto seguro, à exploração e
comércio de sal e dos produtos
agrícolas do interior algarvio,
incrementados com os
Descobrimentos. Tem, nesse
período, uma importante e activa
colónia judaica que no final do
séc. XV imprime localmente o
primeiro livro português.
Reconhecendo o crescimento da
cidade, o rei D. Manuel promove,
em 1499, uma profunda alteração
urbanística com a criação de
novos equipamentos - um
hospital, a Igreja do Espírito
Santo (mais tarde reconstruída e
administrada pela Misericórdia),
a alfândega, um açougue, etc. -
fora das alcaçarias e junto ao
litoral.
Em 1540, Faro é elevada a cidade
e, em 1577, a sede do bispado do
Algarve transferida de Silves. 0
saque e o incêndio, em 1596,
pelas tropas inglesas do Conde
de Essex, danificaram muralhas e
igrejas, empobreceram a cidade.
Os séculos XVII e XVIII são um
período de expansão para Faro,
cercada por uma nova cintura de
muralhas durante o período das
Guerras da Restaurarão
(1640/1668), que abrangia a área
edificada e terrenos de cultura,
num vasto semicírculo frente à
Ria.
Até finais do séc. XIX, a cidade
mantém-se dentro desses limites.
0 seu crescimento gradual sofre
um maior ímpeto nas últimas
décadas.
Albufeira – (Concelho do
Distrito de Faro)

Morreu em Albufeira, no século
XVll, o mais conhecido dos
filhos de Albufeira. Pregava em
japonês este frade agostinho que
a Igreja beatificou – Frei
Vicente de Santo António. E os
albufeirenses, orgulhosos
erguem-lhe uma bela estátua na
parte mais alta da vila.
Era
Albufeira, nesse tempo, uma
pacata vila da beira-mar, com as
suas ruas estreitas, as suas
igrejas de cúpula, a sua curiosa
torre do relógio, a sua praia de
pescadores. Neste concelho,
existem belas grutas, a Ponte
Grande, o cerro de Malpique e a
Lagem do Cónego; a Cova do
Xorino e o Penedo de Peneco –
locais dignos de serem
visitados.
Origem do nome:
«
Do, Domingo Ilustrado – 1897»: -
“O nome Albufeira provém-lhe da
nominação árabe, porque este
povo guerreiro, quando se
assenhorou dela em 716, em razão
da lagoa próxima ou da
vizinhança do oceano, começou a
chamar-lhe «Al-Buhar» ou «Albuera»,
que queria dizer «Castelo do
Mar»”.
«Da, Grande Enciclopédia
Portuguesa e Brasileira»:
“Albufeira é nitidamente de
origem arábica, ainda hoje
existindo o correspondente
vocábulo, de uso, pelo menos
científico e erudito,
“albufeira” (do árabe albuhaira
(pequeno porto); e, apesar da
situação da vila em rochedo alto
– a antiga é a que
historicamente interessa – não
há dúvida de que a lagoa que o
vocábulo indica devia ter
existido aqui perto, talvez
antiga foz do ribeiro deste
nome.
Pinho Leal diz que “os árabes”,
ocupando-a em 716, lhe deram o
nome de “Albuhera” (…) por causa
de uma grande lagoa que ali
havia, formada pelas águas que,
nos temporais, o oceano
arremessava para o interior”.
Albufeira
http://www.cm-albufeira.pt/portal_autarquico/albufeira
Desconhecem-se as origens de
Albufeira, mas tudo leva a crer
que a região já era povoada em
tempos pré-históricos e que o
local onde hoje se ergue a
cidade teria sido, alguns
séculos antes da nossa era, uma
importante povoação com o seu
porto marítimo.
A primitiva povoação foi ocupada
pelos Romanos que lhe deram o
nome de Baltum. Introduziram uma
organização administrativa
centralizada e desenvolveram uma
intensa actividade agrícola e
comercial. Construíram
aquedutos, estradas e pontes das
quais ainda hoje existem
vestígios.
O topónimo Albufeira provem da
denominação árabe "Al-buhera"
que significa "castelo do mar",
razão que poderá estar ligada à
proximidade do oceano e/ou da
lagoa que se formava na zona
baixa da localidade. Os árabes
construíram sólidas
fortificações defensivas,
tornando-a quase inexpugnável, o
que até certo ponto não era
infundado, porque Albufeira foi
uma das praças que os árabes
conservaram por mais tempo em
seu poder. O desenvolvimento da
agricultura foi notável e
verificou-se a introdução de
novas técnicas e de novas
culturas. Os Árabes usavam já a
charrua e os adubos, assim como
as noras para a elevação de
águas nos poços. Introduziram
novos sistemas de irrigação nos
campos, salientando-se os açudes
e levadas, transformando assim
zonas incultas em hortas e
pomares.
Quando D. Afonso III ocupou o
trono, já parte do Algarve tinha
caído em poder dos cristãos.
Templários e Hospitalários,
ordens militares que auxiliaram
na Reconquista, salteavam
frequentemente as terras que
ainda estavam sob domínio Árabe,
mas detinham-se sempre diante
das fortes muralhas de
Albufeira. Somente depois da
tomada de Faro é que a situação
de Albufeira se tornou
insustentável.
Cercada de inimigos por todos os
lados, a praça caiu em poder de
D.Afonso III, que imediatamente
a doou à Ordem de Aviz.
Os mouros foram perseguidos de
tal forma, que só escaparam ao
furor dos vencedores os que
fugiram e se refugiaram numa
caverna, denominada Cova do
Xorino, situada por baixo das
rochas delimitantes da cidade
pelo lado sul.
No reinado de D. Manuel I já a
vila reconquistara a sua antiga
importância, pois este monarca
concedeu-lhe foral em 20 de
Agosto de1504.
Albufeira foi das cidades
algarvias a mais castigada por
cataclismos naturais. Mas foi o
terramoto e que causou os
maiores estragos. O mar invadiu
a vila com ondas que atingiram
10m de altura, destruindo quase
todos os edifícios, tendo apenas
ficado de pé 27 habitações e
estas muito arruinadas.
A Igreja Matriz, antiga mesquita
árabe adaptada ao culto cristão,
onde a população se refugiara,
pedindo misericórdia, desabou
causando 227 vítimas. Depois
deste terramoto continuou todo o
Algarve a sofrer abalos
violentos até 20 de Agosto do
ano seguinte o que não impediu
que se iniciassem de imediato as
obras de reconstrução por ordem
do Bispo D. Francisco Gomes de
Avelar.
Em 1833, durante a guerra civil
entre absolutistas e liberais,
Albufeira foi cercada e atacada
pelos soldados do Remexido: um
chefe popular absolutista que
danificou profundamente a vila e
executou grande número dos seus
habitantes.
A partir de meados do século XIX
verificou-se um desenvolvimento
da economia graças à actividade
piscatória.
Nas primeiras décadas do século
XX registou-se um aumento
acentuado da exportação de peixe
e de frutos secos. A vila tinha,
então, cinco fábricas que
empregavam 700 a 800 pessoas,
sobretudo mulheres de
pescadores.
De 1930 a 1960 registaram-se
tempos de decadência, as
armações de pesca arruinaram-se,
as fábricas fecharam, as
embarcações desapareceram e
muitas casas foram abandonadas.
A população ficou reduzida a
metade e a pesca tornou-se
novamente numa actividade de
subsistência.
No início da década de 60,
assistiu-se ao nascimento do
fenómeno turístico, Albufeira
foi procurada por turistas
nacionais, mas foi sobretudo com
os ingleses que prosperou.
Na década de 80, verificou-se um
enorme surto urbanístico, tendo
a cidade crescido para nascente,
local para onde se transferiu a
maior parte dos serviços
administrativos, incluindo a
Câmara Municipal.
Alcoutim – (Concelho do Distrito
de Faro)

Povoação muito antiga, aqui se
ajustaram as pazes entre D.
Fernando de Portugal e Henrique
ll de Castela, em 1371.
A
segunda das três Leonores de D.
Fernando “O Formoso”, foi-lhe
prometida nesta praça em 1371.
Pazes que se fizeram, novos
problemas que se criaram … o
Castelo, testemunho do tratado,
está hoje em triste estado. A
guarda da fronteira, a força
portuguesa em frente de San
Lúcar, não é mais do que um
símbolo.
Origem do nome:
«Do, Arquivo Histórico de
Portugal – 1897»: “O que é
indubitável é que em eras
remotas se chamava “Alcoutinium”,
o que prova que já existia no
tempo do povo-rei. É tradição
que os árabes a denomiravam “Alcatiã”,
em português “alcateia”, que
significava – manada ou rebanho
de gado. Também se traduz por
“alcareia de lobos”, devido
talvez à existência desses
animais carnívoros na serra, que
lhe fica próxima”.
Alcoutim
http://www.visitalgarve.pt/visitalgarve/vPT/DescubraARegiao/Concelhos/Alcoutim
Menires e antas testemunham a
presença humana no final do
neolítico e início do
calcolítico (cerca de 4.000
a.C.), no âmbito da cultura
megalítica que abrangeu todo o
território português.
São, porém, as jazidas de cobre,
ferro e manganês que atraem os
homens desde 2.500 a.C. até ao
período da ocupação romana,
levando à escavação de várias
minas e à fundição local dos
minérios, que eram transportados
Guadiana abaixo até ao
Mediterrâneo e, mais tarde, ao
vasto espaço do Império.
A ocupação humana manteve-se
durante o domínio visigótico e
muçulmano (sécs. V a XIII),
muitas vezes nos mesmos locais,
dando origem, após a reconquista
cristã, a algumas das actuais
povoações do concelho de
Alcoutim.
A fundação de Alcoutim está,
presumivelmente, associada ao
facto de se situar no local até
onde se fazem sentir as marés do
Guadiana, que obrigavam os
barcos que faziam o tráfego dos
metais e outros produtos a
aguardar durante horas as
condições propícias à descida do
rio. Facto que exigiu,
necessariamente, a existência de
estruturas de apoio e de defesa.
Conquistada no reinado de D.
Sancho II, em 1240, a vila de
Alcoutim só é repovoada pelo rei
D. Dinis, que em 1304 lhe
concede foral e, atendendo à sua
posição estratégica em relação
ao vizinho reino de Castela, faz
a sua doação à Ordem Militar de
Sant’Iago.
Aquando das guerras que, no séc.
XIV, opuseram Portugal e
Castela, foi celebrado no meio
do rio, frente a Alcoutim, um
tratado de paz entre os reis D.
Fernando I e D. Henrique.
Seguem-se séculos de
tranquilidade, interrompidos
apenas pela Guerra da
Restauração (1640/1668) e, na
primeira metade do séc. XIX,
pelas lutas entre liberais e
defensores da monarquia
absolutista, em que se destaca o
destemido guerrilheiro Remexido,
que ocultava as suas forças nas
serranias de Alcoutim e noutros
concelhos.
A queda da exploração mineira,
uma agricultura tornada difícil
pelos solos pobres, a distância
em relação ao litoral e a perda
de importância do rio Guadiana
como via de transporte
conduziram Alcoutim e o seu
concelho a um longo período de
estagnação económica,
progressivamente alterada nas
últimas décadas.
Aljezur – (Concelho do Distrito
de Faro)

Povoação fundada pelos árabes,
foi conquistada em 1246, pelo
mestre de Sant’Iago, D. Pedro
Peres Correia. Teve foral de D.
Dinis em 1280 e foral novo
concedido por D. Manuel l, em
1504.
Da
velha aldeia das pontes,
significado do seu nome árabe,
pouco ou nada resta hoje. O
Castelo octogonal não é mais do
que uma ruína, mas com magnífica
vista panorâmica.
Origem do nome:
«Dr. José Pedro Machado em
“Influência Arábica no
Vocabulário Português – 1958”:
“Por tudo isto, prefiro fazer
derivar este topónimo Aljezur do
plural daquele mesmo vocábulo
al-juzur, isto é, “as ilhas”,
que existe do lado de al-jazair.
…
Apesar de hoje esta povoação se
encontrar bem no interior das
terras, longe da costa, aquela
etimologia não deve por isso
repugnar, pois Aljezur “parece
que foi porto de mar em tempos
remotos, porque além da
tradição, no Tombo das terras do
concelho, feito em 1684, se lê
ter ele ali “um lizeirão de
terra, isto é, no combro do rio,
ou esteiro, onde antigamente era
o desembarcadouro …”, segundo
Américo Costa no Dicionário
Corográfico (1, p.691)”.
«Da, Grande Enciclopédia
Portuguesa e Brasileira»:
“Acerca da etimologia de
Aljezur, o nosso mais ilustre
arabista, Sr. Prof. David Lopes,
discutindo magistralmente a
proposta do Sr. Dr. Seybold,
professor da Universidade de
Tubinga, que apresenta para o
étimo de Aljezur a palavra árabe
Aljecur, plural de Aljiçr, que
significa como Alcântara, a
ponte, acrescenta: “Um documento
de 1267 (Cartas de D. Afonso de
Castela que manda entregar ao
rei de Portugal vários castelos
do Algarve) dá a forma aliaçur,
mas esta carta está em
castelhano onde o “z” é
representado por “ç” – exemplo:
Algeciras, de Algezira, em
português Algeziras. Logo a
seguir um documento de 1272 em
português, dá Aliazur (Aljazur),
assim como todos os documentos
posteriores.
Assim, pois, a forma Aljeçur não
podia dar Aljezur; a isso se
opõem as leis fonéticas da
transformação do árabe em
português. Pelo contrário, a
forma Algezira dá conta do “z” e
tem uma contraprova no espanhol
Algeciras comparada com a
primeira Aljezur, Aliaçur,
citada acima”.
Aljezur
http://www.regiao-sul.pt/algarve/aljezur/index.htm
Em
pleno coração do Parque Natural
do Sudoeste Alentejano e Costa
Vicentina, mais precisamente na
Costa Vicentina, situa-se o
concelho de Aljezur.
A vila de Aljezur foi fundada no
século X pelos Árabes, que
permaneceram longo tempo na
região, deixando costumes e
tradições que se mantiveram após
a conquista Cristã e que
chegaram aos nossos dias.
Aljezur foi tomada aos mouros em
1249, no reinado de D. Afonso
III pelo Mestre da Ordem de
Santiago, D. Paio Peres Correia,
e a ocupação diz-se que contou
com a "intervenção" de Nossa
Senhora da Alva, a actual
Padroeira de Aljezur.
Em 12 de Novembro de 1280, D.
Dinis atribuiu a Aljezur a
primeira Carta de Foral
concedida a uma terra algarvia e
em 1 de Junho de 1504 e D.
Manuel reformou aquela Carta
Diplomática concedendo novo
Foral à "honrada Aljezur".
No século XVII foi mandado
construir o Forte da Arrifana,
edificado em 1635 e reedificado
em 1670, fortificação que tinha
como principal função proteger
uma armação de pesca que, já em
1516, existia no local.
O concelho de Aljezur
caracteriza-se por uma ocupação
humana dedicada à agricultura
tradicional, sustentada numa
relação de equilíbrio entre o
Homem e a Natureza - com pinhais
de contenção das areias dunares
junto às falésias, protegendo
ainda os campos de cultivo dos
fortes ventos de noroeste.
Culturas de excelência como a da
batata-doce e, mais
recentemente, a do amendoim são
características nesta região. O
pastoreio de gado bovino é outra
característica local.
O Parque Natural do Sudoeste
Alentejano e Costa Vicentina,
criado em 1995, situa-se entre a
Ribeira da Junqueira em São
Torpes (concelho de Sines) e o
Burgau (concelho de Vila do
Bispo), passando pelos concelhos
de Odemira e Aljezur numa área
aproximada de 74.736 hectares,
mais uma faixa costeira
submarina de dois quilómetros de
largura. A sua riqueza
reparte-se entre a fauna e a
flora, as actividades agrícolas
e o património classificado -
arqueológico, geológico e
histórico.
Ao longo da paisagem dominam as
falésias, as areias e os
sistemas dunares.
De acessos difíceis, águas
frias, areias límpidas, piscinas
naturais encastradas nos
rochedos que entram mar adentro,
constituem um dos maiores
atractivos naturais. A zona é
propícia à prática de surf e
também muito preferida para a
pesca à linha.
Além do peixe, o marisco assume
uma grande importância económica
nesta região, designadamente com
os muito apreciados perceves. O
concelho de Aljezur, é rico em
sargos, douradas, robalos e
marisco (desde os ouriços às
lapas, ou ao mexilhão).
A gastronomia local baseia-se no
arroz de marisco, arroz de
mexilhão, percebes, sargos,
robalos ou douradas cozidos ou
grelhados e na feijoada de
búzios ou na morcela frita,
entre outros. Nas sobremesas,
pastéis ou bolos de batata-doce
e fritos.
O mel é um produto também muito
procurado, tal como acontece com
o amendoim, este último
cultivado sobretudo na freguesia
do Rogil, em terrenos arenosos.
Website da Câmara de Aljezur:
www.cm-aljezur.pt
Castro Marim – (Concelho do
Distrito de Faro)

De
origem muito antiga, o seu
povoamento foi iniciado por D.
Afonso lll, que lhe concedeu
foral, confirmado por D. Dinis
em 1282 e renovado por D. Manuel
1, em 1504.
A
mui honrada e notável vila de
Castro Marim eleva-se sobre os
sapais que quase a envolvem e
impõe-se ao viajante a
considerável distância.. As duas
fortalezas e a Igreja de Nossa
Senhora dos Mártires, dão-lhe
uma feição característica, única
entre as vilas do Sul. Seu velho
Castelo foi conquista aos mouros
e depois arrasado. À volta das
ruínas, o rei D. Afonso lll,
mandou edificar o actual
castelo, semicircular, de cujas
muralhas Pinho Leal dizia que se
admira uma paisagem que “não tem
superior beleza em todo o reino
…”. Dentro do Castelo, ficam as
ruínas da Igreja de Sant’Iago,
matriz até 1755. Do outro lado
da vila, o Forte de São
Sebastião, erguido por D. João
lV, importante durante a
Restauração, está hoje
abandonado.
Origem do nome:
«Xavier Fernandes em Topónimos e
Gentílicos (1944)»: “É sabido
que o vocábulo Castro é o
representante directo do latim
castrum, ou seja fortaleza;
apenas nome comum na primitiva,
passou e empregar-se também como
nome próprio, tornando-se vulgar
na toponímica. Salvo melhor
opinião, julgamos que Marim é o
mesmo vocábulo árabe, nome
comum, que indica um antigo
posto civil ou militar, entre os
mouros”.
CastroMarim
http://www.algarve-portal.com/pt/cities/castro_marim
As primeiras povoações nesta
região, que muito provavelmente
concentraram-se sobre o cerro
onde encontra-se o actual
castelo, remontam
aproximadamente 5 000 anos antes
de Cristo. Naquela época, Castro
Marim estava situada junto ao
mar e era possivelmente uma
ilha. Por milhares de anos, a
localidade serviu de porto para
as embarcações que velejavam no
rio Guadiana até às minas de
ferro e cobre existentes a
Norte.
Como os Fenícios, também os
Romanos aqui estiveram e
construíram uma estrada paralela
ao Rio Guadiana, que passava por
Alcoutim, Mértola e Beja, e
ligava a região à Lisboa.
Durante a ocupação árabe foi
edificada uma fortaleza, cujo
núcleo deu origem ao actual
castelo. Devido à sua
localização estratégica junto à
fronteira com o Reino de
Castela, em Espanha, Castro
Marim tornou-se, depois da
reconquista pelos cristãos, a
sede da Ordem de Cristo. Com a
transferência do quartel general
desta ordem militar e religiosa
para Tomar, Castro Marim perdeu
a sua importância e a sua
população reduziu-se
consideravelmente.
O período de estagnação,
originado pelo afastamento do
mar e pela consequente perda da
sua base económica – a pesca, a
produção de sal e a construção
de barcos – vem sendo
ultrapassado com o recente
desenvolvimento do sector
turístico na região.
Castro Marim
http://www.regiao-sul.pt/algarve/cmarim/index.htm
Castro Marim, localidade de
comprovado povoamento remoto,
foi ponto de ligação de vias de
comunicação romanas e importante
centro do domínio árabe. A
confirmá-lo, está ainda hoje o
Castelo da Vila, que no séc. XIV
foi sede da Ordem de Cristo,
altura em que foram ampliadas as
suas fortificações, sobranceiras
ao actual casario branco que
hoje caracteriza a Vila, situada
à beira do Rio Guadiana.
Durante a época romana, a Vila
de Castro Marim - uma das mais
antigas do Algarve -
revestiu-se de grande
importância pela posição
estratégica que ocupava,
desfrutando de bons acessos,
marítimo e terrestre. Esteve sob
domínio muçulmano até 1242, ano
em que D. Paio Peres Correia a
conquistou, tendo sido alvo de
grande desenvolvimento por volta
de 1273, por vontade expressa de
D. Afonso III, que começou por
conceder direitos forais e
outras prerrogativas à
população.
Através de um passeio pelo
concelho de Castro Marim,
deparamo-nos com algumas
localidades de pequena dimensão,
características pelas suas
paisagens pitorescas e
repousantes. Neste âmbito,
Almada d' Ouro, Azinhal e
Odeleite são locais de visita
obrigatória para qualquer
turista que queira "descobrir"
este concelho raiano.
Outra visita que se não dispensa
é ao Sapal de Castro Marim, uma
Reserva Natural onde nidificam
inúmeras aves migratórias e onde
se pode apreciar a beleza
singular da sua fauna e flora.
Visitar Castro Marim é contactar
com a história dos nossos
antepassados, mas significa
também "beber" um pouco das
culturas dos povos - Romanos,
Celtas e Árabes - que ali se
instalaram há muitos, muitos
anos.
Da oferta turística de Castro
Marim, salientam-se ainda os
passeios pelo Rio Guadiana
acima, ou as visitas ao interior
do concelho, onde o modo de vida
da sua acolhedora população se
mantém fiel a remotas tradições.
Outro motivo de interesse
elevado é a Reserva Natural do
Sapal de Castro Marim e Vila
Real de Santo António, que ocupa
uma área aproximada aos 2.000
hectares, albergando espécies
migratórias e outras que mesmo
durante o inverno ali
permanecem.
O sol e o mar são outro
atractivo para que passe uma
merecidas férias neste Concelho,
designadamente, na Praia Verde,
Alagoas ou na Praia do Cabeço,
onde pode saborear a rica
gastronomia tradicional à base
de peixe, crustáceos e marisco.
As sopas de peixe e marisco,
entre outras especialidades como
o Caranguejo do Sapal, as Favas
Sapatadas ou o Peixe Frito com
Açorda, em que o seu paladar se
distingue de todos os outros,
porventura idênticos, são outras
especialidades gastronómicas que
encontra nesta zona do Algarve.
Os Dias Medievais de Castro
Marim, evento que tem
conquistado uma enorme simpatia
do público não apenas
regionalmente como também a
nível nacional, assume-se hoje
como um forte veículo
promocional deste concelho...
porque Castro Marim é uma terra
com história!
Website da Câmara de Castro
Marim:
www.cm-castromarim.pt
Lagoa – (Concelho do Distrito de
Faro)

Origem do nome:
«Grande Enciclopédia Portuguesa
e Brasileira»: “O nome de Lagoa,
parece derivar de um lago que
existiu em frente da matriz e
foi enterrado. Segundo a
tradição, foi na costa desta
freguesia que, antes da
colonização, se lançou gado, por
ordem do Infante D. Henrique.
Deste facto, deriva o nome de
Porto dos Carneiros, que se dá a
um acidente da costa”.
Lagoa
Muito antes das relatadas
conquistas de D. Paio Peres
Correia (1242 – 1246) as terras
de Lagoa foram sendo
conquistadas aos árabes e
consequentemente integradas no
reino de Portugal, ficando
anexadas ao termo de Silves.
A 16 de Janeiro de 1773 por
alvará de D. José foi criado o
Concelho de Lagoa, tendo sido
elevada à condição de vila a sua
principal povoação – Lagoa.
Segundo fontes históricas o
primitivo aglomerado de Lagoa
terá nascido em redor de uma
lagoa, cujos pântanos foram
sendo secos com a finalidade de
se criarem terras férteis e
habitações onde os povos do
império muçulmano acabaram por
se instalar.
Lagoa
O
concelho de Lagoa situado a
litoral, comporta seis
freguesias: Carvoeiro, Estômbar,
Ferragudo, Lagoa, Parchal e
Porches, localidades que com as
suas pitorescas ruas, o branco
casario e as belas chaminés
rendilhadas encantam os seus
visitantes.
Aliás, Lagoa é uma jovem cidade,
pois ascendeu a esta categoria
administrativa em 19 de Abril de
2001, data em que também as
aldeias de Carvoeiro, Parchal e
Porches ascenderam à categoria
de Vila.
A cidade de Lagoa situa-se no
coração do Algarve, dista cerca
de 50 quilómetros de Faro e 290
de Lisboa.
As povoações do concelho
localizam-se sobretudo ao longo
da Estrada Nacional 125, perto
do Rio Arade e na Costa
Atlântica. Com uma ligeira faixa
no Barrocal, situado entre o Rio
Arade (a norte) e o Mar (a sul),
compreendido entre os concelhos
de Portimão e Silves, o concelho
de Lagoa afirmou-se inicialmente
pelas vertentes agrícola e
piscatória, existindo até à
década de setenta deste século
uma florescente indústria de
conservas de peixe, hoje
praticamente extinta.
A beleza da costa, onde o azul
turquesa das suas águas
contrasta com o ocre das
falésias e rochedos de formas
estranhas, convida à descoberta
dos seus acolhedores recantos e
praias - algumas apenas
acessíveis por barco - onde
impera a tranquilidade.
Descobertas estas
características, não foi fácil
ao turismo escolher e
instalar-se rapidamente na zona,
passando a ser um dos principais
vectores económicos, gerando
comércio, pequenas indústrias e,
naturalmente, a construção de
moradias. Mas, entretanto, a
agricultura continuou, sobretudo
no campo das culturas irrigadas,
assim como a pesca tradicional,
revitalizada, passou a coexistir
com modernas unidades.
Pelo acentuado crescimento,
suportado pela riqueza que o
turismo produz, o concelho de
Lagoa continua a repartir-se
entre a terra e o mar,
afirmando-se numa nova dimensão,
em que a cultura e as
actividades artesanais, como a
olaria, a empreita, a doçaria,
entre outras, se apresentam como
uma nova potencialidade.
Recorde-se que foi na sequência
deste sentir que nasceu em 1980
a FATACIL - Feira de Artesanato,
Turismo, Agricultura, Comércio e
Indústria de Lagoa - hoje o
maior certame do género a sul de
Portugal.
Lagoa é assim um concelho em
pleno desenvolvimento, numa
região cobiçada, mostrando um
mosaico paisagístico
incomparável - composto pelo
casario branco, pelo verde dos
vinhedos, pelo redondilho da
costa e suas praias de areias
quentes e douradas.
De referir também , que Lagoa,
com tradição milenar na
actividade vinícola, oferece-nos
os seus vinhos - brancos e
tintos, aromáticos e macios, com
um "Afonso III" a afirmar-se um
excelente aperitivo -, e uma
rica gastronomia tradicional,
que pode ir desde um ensopado de
peixe, a um polvo no forno, ou a
um saborosíssimo cozido de rabo
de boi com grão, para além do
marisco e peixe fresco que se
não pode dispensar.
Lagos – (Concelho do Distrito de
Faro)

Origem do nome:
“Numa época floresceu nesta
região a cidade de Lacóbriga,
mantendo-se até ao século Xll da
nossa era e a qual se atribui
ser a antecessora da actual
Lagos. Perde-se na noite dos
tempos em que a lenda se
confundiu com a história, a
origem de Lacóbriga, e os
fundamentos do seu nome. Parece
certo Ter havido duas,
edificadas em sítios diferentes,
uma primitiva que um terramoto
destruiu antes do século lV
antes de Cristo, sem deixar
vestígios apreciáveis; e outra,
que tem história, e cuja
fundação se atribui a Bohodes,
capitão ou governador
cartaginês, que fez parte das
forças militares de Cartago, que
ocuparam o sul da Península
Ibérica, no século lV antes de
Cristo, esta Lacóbriga vem a ser
uma portentosa cidade romana, ou
no mesmo local em que hoje se
eleva na cidade de Lagos, ou do
outro lado da ria de Lagos, no
monte Molião. As explorações
arqueológicas ainda não
determinaram com segurança o seu
local. Num manuscrito do século
XVlll, “Antiguidades de Lagos e
suas Igrejas”, de autor
desconhecido, existente no Museu
Regional de Lagos, diz-se que a
Lacóbriga, de Bohodes foi
edificada em sítio distante da
primeira quase meia légua para a
parte dos meio dia, que é a hoje
se conserva, “no ano 357 antes
da vinda de Cristo ou 347, se é
mais verdadeira a conta que
levam muitos historiadores”.
Quanto à primitiva Lacóbriga,
lê-se num manuscrito de 1577,
“Corografia do Reino do
Algarve”, de Frei João de São
José: “Escrevem que depois de
Hespanha povoada houve nela um
rey q. foi o quarto dos
prymeiros que nela reinavam,
chamado Brigo ... o qual
edificou muitas cidades, a que
por remate dos seus nomes o
mesmo que ele tinha,
antecipando-lhe algumas syllabas
ou dicções com que se
differençasse huas das outras
... como é esta lacobriga de que
falamos”.
O citado manuscrito do século
XVlll completa, dizendo: “Foy
Lagos povoação antiga teve por
seu autor para a glória da sua
nobreza a El Rey Brigo, 4º rey
da Espanha “no ano de 400 depois
do dilúvio universal ... 1600
anos antes da vinda de Jesus
Cristo nosso Redentor e 2056
annos depois de creado o
Universo, edificou esta povoação
em um sítio q. hoje se chama o
Paul; e para mais a enobrecer
lhe pôs por remate o nome que
ele tinha, ficando desde então
chamando-se Lacobriga ou Lago de
Brigo"”
Estas fantasias não foram
abonadas nem por Leite de
Vasconcelos nem por Cristóvão
Aires, que vêem na terminação
briga uma palavra de origem
celta que quer dizer – Altura
fortificada, correspondendo ao
Castro romano.
Não são menos concordes, quantos
se ocupam de Lacóbriga, sobre
radial Lago.
Querem alguns que provém “das
muytas agoas ou lagos junto de
quem foy edificada” e Frei
Vicente Salgado acrescenta “que
Florião del campo nos instrue
que as famílias dos Laccooos
habitadores daquela povoação
dariam motivo a ser assim
apelidada a Lacobriga”.
Paulo Rocha chamou-lhes lacões,
mas este autor merece pouca
confiança na fidelidade das suas
transcrições, pois que até erra
lápides ainda existentes.
São tudo hipóteses e fantasias,
mas o que parece certo é ter
havido duas Lacóbrigas, uma
primitiva no Paul, destruída por
um terramoto, e outra onde hoje
está Lagos, no monte Molião, que
parece ter existido até 666
antes de Cristo, pelo menos”.
(Dr. José Dias Pinho - 1957).
Apontamento do ano de 1900
tirado do Jornal do Comércio:
“Lagos é cidade e cabeça de
concelho do distrito de Faro.
Tem 8.268 habitantes e fica
situada à beira da magnífica
baía do mesmo nome, onde, em
1898 se reunirão em manobras 125
vasos de guerra ingleses.
Importantes pescarias e fábricas
de conservas de peixe. Muitos
vestígios romanos nos arredores.
O concelho tem 5 freguesias e
13.981 habitantes”.
A cidade actual situa-se no
mesmo local da antiga Lacóbriga
que floresceu no século lll
antes de Cristo, tendo
desaparecido depois do século
Vll, na altura que os árabes se
apoderaram de toda a Hispânia.
Foi conquistada aos mouros por
D. Afonso lll em 1249 ou 1250 e
integrada no território
português. Desde o reinado de D.
Afonso V e até ao terramoto de
1775, Lagos foi sede do Governo
das Armas do Algarve. D. Manuel
l outorgou-lhe foral em 1504 e
D. João lll concedeu-lhe o
título de notável.
Lagos alcançou grande
importância no época dos
Descobrimentos e foi daqui que
D. Sebastião partiu para a fatal
expedição a Alcácer Quibir. D.
Sebastião foi rei aos 3 anos,
por morte de seu avô D. João lll,
a “bem-nascida segurança
lusitana antiga liberdade”,
ardentemente desejado após a
morte de seu pai e de todos os
seus tios, veio a revelar-se uma
desilusão tão forte como
inesperada, marcando pela sua
ausência Portugal que com o seu
reinado não soubera ilustrar.
Orfão de pai ainda antes do seu
nascimento, abandonado pela mãe
com poucos meses, foi D.
Sebastião entregue aos cuidados
de sua avó Catarina e de um aio
de idade avançada, D. Aleixo de
Meneses, antigo combatente em
África e na Índia. Tais
condições, aliadas a uma saúde
precária, criaram no espírito do
jovem a obsessão da guerra e o
zelo religioso. Dedicava-se
quase exclusivamente a
exercícios violentos e a sua
corte “mais parecia escola de
religiosos”.
Oscilando entre momentos de
abulia e períodos de exaltação e
fervor, cedo se convenceu do
apodo que Camões lhe dera,
“maravilha fatal da nossa
idade”, e decidiu “sujeitar a si
a Barberia, arrasar os muros de
Constantinopla, fazer-se senhor
do califado do Egipto, trazer à
sua soberania a veneranda
Palestina”.
Teria sido a devoção ao seu
santo patrono (São Sebastião)
que aproximou tanto de Lagos
este príncipe que tão pouco
conhecia Portugal ? Ou a gesta
do Infante e dos seus
descobridores terá atrído aquele
que se considerava “jugo e
vitupério do torpe ismaelita” e
que acalentava em si a
“certíssima esperança de aumento
da pequena cristandade?”.
Seja qual for a razão, o certo é
que no ano de 1573, D. Sebastião
elevava Lagos à categoria de
cidade e pouco tempo depois
declarava-a capital do Algarve.
Foi Lagos ainda que D. Sebastião
escolheu como etapa derradeira
em terras portuguesas antes da
grande cruzada que empreendeu ao
norte de África, aparentemente
para conquistar a poderosa
Larache. Nos areais da praia de
São Roque, hoje Meia Praia, o
grande mas sobretudo rico e
heterogéneo exército português
ouviu solene missa imprecadora
de exitos para as armas dos
cristãos. (Os paramentos
utilizados nessa cerimónia
religiosa são hoje ciosamente
guardados no Museu de Lagos).
Ancorados na baía, os cerca de
800 barcos ostentavam suas
flâmulas e bandeiras, e de uma
das janelas do Palácio dos
Governadores, cingindo da espada
e escudo do 1º rei de Portugal,
D. Afonso Henriques, o jovem rei
impregnava-se da unção
espiritual que o havia de
conduzir ao desastre final.
A razão oficial invocada pelos
portugueses para esta expedição
a África, foi o apoio que se
decidira dar ao sultão Mulei
Mohamede Almotanaquil,
destronado por seu tio.
Tendo partido de Lagos e depois
de breves paragens em Cádis e
Tânger, o exército desembarcou
em Arzila e iniciou a marcha até
Alcácer Quibir, de onde
organizaria o ataque por terra a
Larache. Mas o inimigo, Mulei
Almélique, acampara com 40 mil
homens, junto ao rio Luco, a 6
Km de Alcácer. Tomado de
surpresa, o rei ordenou que os
soldados, cansados, mal
alimntados, esgotados pelo calor
de Agosto, se dispusessem em
ordem de batalha. E o ataque
deu-se. Os três reis
intervenientes perderam a vida
na batalha e o grande vencedor
foi outro chefe, Mulei Ahmede,
irmão de Almélique.
Com o rei perdeu Portugal a
maior parte da sua nobreza e
muito dinheiro despendido na
preparação da luta.
Ao desaparecimento do rei
seguiu-se o luto, o vazio, a
espera. Portugal ficou sem “rei
nem lei, nem paz nem guerra”. Na
confusão, na incerteza, “ninguém
sabe que coisa quer, ninguém
conhece que alma tem”. E o velho
mito do messianismo judaico,
presente ainda no espírito de
tantos cristãos-novos, ressurgiu
na esperança do regresso de D.
Sebastião, o “Encoberto” que
devia de regressar numa manhã de
nevoeiro.
Em géneros diferentes, o
Bandarra e o padre António
Vieira alimentaram esse mito. As
trovas do sapateiro de Trancoso,
prevendo a catástrofe como
penhor da grandeza e salvação de
Portugal, animaram alguns
aventureiros a apresentarem-se
como sendo D. Sebastião. O
pregador jusuíta, profeta do V
Império, visou outro alvo:
transpondo de rei para rei o
ideal da Restauração, soube
despertar no povo uma dinâmica
nacionalista que o fez
definitivamente autonomizar-se
de Espanha.
No princípio do século XlX e no
princípio do XX, Portugal esteve
em perigo, o saudosismo, o
pessimismo, inspiraram
Junqueiro, Nobre, Pascoais,
Pessoa, e o V Império reaparece
no horizonte, agora mais
modulado, transformado em
nacionalismo místico. Na pena de
João Lúcio Azevedo, o
sebastianismo, “nascido da dor,
nutrindo-se da esperança, é a
história o que é na poesia a
saudade, uma feição inseparável
da alma portuguesa. Como diz o
poeta: “ser descontente é ser
homem”.
Se o mito inspirou poetas, não
menor é a sua presença nas artes
plásticas. A estátua de João
Cutileiro, que hoje se pode
admirar em Lagos, é um ponto de
chagada de todas as linhas de
força que definem o Sebastião
real e o mitológico – a
insegurança, a loucura, o ideal,
a esperança, a imprudência, a
desmesura.
Pouco se sabe acerca de Lagos do
período romano, mas a povoação
árabe que D. Sancho l conquistou
e que Paio Pires Correia
integrou definitivamente no
território português, era já por
certo um núcleo urbano
importante que D. Afonso lV
mandou cercar com poderosas
muralhas.
De Lagos partiu a grande armada
para a conquista de Ceuta. É
provável que desse facto tenha
derivado a sua fortuna. D.
Henrique, o “Navegador”, membro
da expedição, terá notado o
interesse de instalar na
abrigada baía o ponto de
irradiação dos seus navegadores
aventureiros.
Instalando-se em Lagos, no
Palácio dos Governadores, de que
restam hoje as muralhas, muito
restauradas, e algumas
dependências menores, o Infante
atraiu ali não só uma corte de
cavaleiros como em importante
número de pessoas cujos negócios
se ligavam directamente às
navegações.
Capital do governo militar e,
durante algum tempo, também do
governo civil do Algarve, viu
Lagos crescer a sua aura até
1755, ano em que foi fortemente
danificada pelo sismo do 1º de
Novembro. A ele se deve a
ausência quase total de
monumentos de relevo e,
sobretudo, um certo
adormecimento em que a cidade
caiu durante mais de 100 anos.
Foi a vaga de turismo surgida
nos anos 70 que recolou Lagos
entre os lugares altos do
Algarve.
Dos tempos anteriores ao
terramoto podem hoje ainda
admirar-se restos da grande
muralha do secúlo XVl, com oito
portas e catorze baluartes, a
maior parte dos quais
desaparecidos, e ainda alguns
arcos do aqueduto que alimentava
a cidade. Além destes, há alguns
elementos dispersos que podem
chamar a atenção. A Igreja de
São Sebastião, por exemplo,
oferece uma curiosidade: a sua
orientação inicial teria sido a
sul e desse tempo resta o portal
lateral; a grande igreja actual
é posterior ao terramoto,
alterou a sua orientação e
aproveitou elementos do antigo
templo. Os Conventos de Nossa
Senhora do Carmo (das freiras) e
de Nossa Senhora da Glória (dos
frades capuchos) são ruínas com
um ou outro pormenor de
interesse.
Lagos é ponto de partida para
dois passeios obrigatórios,
ambos a pé. Um deles, pela Meia
Praia, longa extensão de areia
que se segue à baía, cortada
pelo forte que o conde de Lippe
mandou edificar e que estará na
origem do nome “condelipa” que
aqui se dá às conquilhas. O
outro paseio é pelos rochedos,
desde a praia da Batata até à
ponta da Piedade.
E, uma nota local bem pitoresca:
parece que em tempos idos, em
dia de Maio, um cavaleiro
ardiloso terá fugido com o ouro
das damas lacobrigenses (nome
dado aos naturais de Lagos).
Enganados, envergonhados, os
habitantes da cidade baniram do
seu vocabulário o nome do 5º mês
do ano. Por isso, depois de
Abril ... é o mês que há-de vir
!...
Seja tarde ou manhã, maré cheia
ou vazia ou meia maré, um
passeio de barco à ponta da
Piedade, é um motivo de
encantamento, uma recordação
para a vida.
Os que não dispõem de meios
próprios poderão alugar um bote
na praia de D. Ana ou na própria
Piedade. A viagem, de cerca de
uma hora, é feita ao longo de
pequenas praias mais ou menos
desertas, através de túneis e
furnas de inigualáveis efeitos
de luz ou à volta de rochedos de
formas caprichosas.
O Gigante da Baía, o Ferro de
Engomar, a Boneca, o Arco do
Triunfo, a Balança Décimal, são
alguns dos rochedos de maior
nomeada. A Sala, o Sapato, a
Cozinha, as Belas-Artes e a
Catedral, são talvez as furnas
mais conhecidas. Através de
todas estas maravilhas, o
condutor do barco passeia-nos,
também ele maravilhado e pronto
a contar aqui uma história, a
chamar além a atenção para uma
semelhança que, de facto, só ele
vê, a fazer por toda a parte
comentários estéticos, morais,
quando não políticos, em que
tudo surge como elemento de um
grande conjunto que a todos diz
respeito.
Das primitivas muralhas,
erguidas no tempo de D. Afonso
lV, nada resta.
Porém, subsistem numerosos
vestígios das que D. Manuel l
mandou edificar.
Eram constituídas por quatro
baluartes virados para o mar,
com os nomes que persistem na
toponímia actual – Porta de
Portugal, Porta Nova, Porta
Barroca, e Trem do Quartel - , e
outros virados para terra –
Porta da Vila, Coronheiro,
Gafaria, Freiras, Porta dos
Quartos, Paiol, Jogo da Bola e
Porta do Postigo.
Destes baluartes ainda se
conservam alguns, embora em
estado precário. Num desses
panos de muralha rasga-se uma
janela manuelina, donde, segundo
a tradição, D. Sebastião teria
assistido à Missa campal, antes
da partida para Alcácer Quibir.
Estas muralhas e baluartes foram
concluídos no tempo de D. João
lll. Sofreram muitos estragos
com o terramoto de 1 de Novembro
de 1755, que foram imediatamente
reparados.
Posteriormente, as portas foram
sendo alargadas ou demolidas, o
mesmo sucedendo a vários troços
da cercadura.
Lagos
http://www.regiao-sul.pt/algarve/lagos
Segundo a história mais recente,
Lagos foi conquistada
definitivamente aos mouros no
ano de 1249 por D. Paio Peres
Correia, tendo em 1266 recebido
o seu primeiro foral, por
atribuição do Rei D. Afonso III.
Mas foi no reinado de Afonso IV
que Lagos passou a ganhar maior
notoriedade, quando este mandou
que se fizesse a reconstrução
das muralhas da praça e aí
colocou a sede do governo
militar do Algarve. Em 5 de
Janeiro de 1361, Lagos era
elevada a Vila e Concelho com
jurisdição própria, no reinado
de D. Pedro I, pois nessa altura
a aldeia
estava sob o comando do Bispo de
Silves que o havia recebido por
doação do rei de Castela.
Em 1415, com o Rei D. João I,
iniciava-se a fase dos
Descobrimentos Portugueses,
chamada "Henriquina", tendo
Lagos assumido nessa altura uma
ainda maior importância, pois
constituiu a plataforma
geográfica na conquista de Ceuta
e, depois, a partida para o
sonho de um Algarve d'Além Mar,
com o Infante D. Henrique a
impor as suas ordens, mais tarde
o senhorio da vila, que lho dera
seu sobrinho Afonso V.
Dois lacobrigenses - Lourenço
Gomes e António Gago -
descobriam a Ilha da Madeira
(1419). De Lagos partia em 1434,
no reinado de D. Duarte, o
navegador Gil Eanes, para dobrar
o Cabo da Boa Esperança e por aí
adiante...
Lagos tornava-se também um ponto
de escala obrigatória para quase
todos os navios.
Em em 27 de Janeiro de 1573, o
Rei D. Sebastião elevou Lagos à
categoria de cidade, na
sequência de uma sua itinerância
régia ao Alentejo e ao Algarve,
em que o monarca terá ficado
impressionado com o acolhimento
das gentes de Lagos, pela
simpatia e, segundo o Professor
Joaquim Veríssimo Serrão,
"levado pelo entusiasmo e sem
que os naturais manifestassem
qualquer desejo, logo decidiu
elevar Lagos ao foro de
Cidade".
A sede do Bispado é transferida
de Silves para Lagos, que se
torna a capital de todo o
Algarve, recebendo a
residência de Capitães Generais
e Governadores deste Reino. Mas,
a história de Lagos sempre
esteve ligada ao mar e às
actividades marítimas. Foi ponto
de encontro de rotas
internacionais. Em Lagos armou o
Infante D. Henrique as caravelas
que abriram caminho à era dos
Descobrimentos, fazendo do porto
de Lagos uma janela aberta ao
mundo.
Hoje, a cidade mantém o seu
antigo cosmopolitismo e a velha
cumplicidade com o mar,
respondendo aos desafios do
presente, com respeito pelo
passado.
Vale a pena visitar as suas
igrejas, museus, castelo e as
muralhas de onde se pode
disfrutar belas vistas sobre a
cidade, a baía e a serra de
Monchique. A Ponta da Piedade é
uma referência de visita
obrigatória, tal como as praias
deste concelho são das mais
belas da região. Um passeio de
barco pelas grutas e furnas
marinhas, proporciona momentos
inesquecíveis, de observação da
costa d'Oiro, ideal para a
prática de desportos náuticos.
Em Lagos, a maresia acompanha a
sua gastronomia tradicional,
designadamente, numas sopas de
peixe, lingueirão ou conquilhas.
Mas há mais!... A açorda de
mexilhão, berbigão ou amêijoa,
bem como umas sardinhas alimadas,
um ensopado de safio ou uma
feijoada de buzinas, sem
esquecer o delicioso bife de
atum ou uma condimentada
cataplana, são pratos que
compõem a
rica ementa gastronómica de
Lagos.
Falta-nos recomendar uma
sobremesa. E, nesse sentido,
nada melhor que os famosos Dom
Rodrigos, uns morgados de figo e
de amêndoa, ou um bolo de mel.
Visite Lagos e verá!...
Website da Câmara de Lagos:
www.cm-lagos.pt
Lagos
http://www.algarve-portal.com/pt/cities/lagos
A
história gloriosa de Lagos
esteve sempre ligada ao mar. Foi
aqui que, no séc. XV, o Infante
D. Henrique, “O Navegador”,
equipou as suas caravelas e
abriu o caminho para os grandes
descobrimentos. Assim, o pequeno
porto de Lagos tornou-se numa
janela para o mundo e num ponto
de encontro das rotas marítimas
internacionais, onde os caminhos
de muitas culturas cruzavam-se.
Lagos, que conservou até hoje o
seu espírito cosmopolita,
aceitou os desafios dos tempos
modernos, porém sem desprezar a
herança do seu passado.
Actualmente, Lagos é um
excelente lugar para todos os
tipos de desportos e actividades
náuticas. As suas deslumbrantes
encostas douradas - a “Costa
d’Oiro” - são um dos motivos
mais fotografados de Portugal.
Mas o Concelho ainda tem muito
mais a oferecer: um rico
calendário cultural, uma
excelente cozinha local,
numerosas actividades de lazer,
artesanato tradicional.
Loulé – (Concelho do Distrito de
Faro)

Conquistada aos mouros por D.
Paio Peres Correia em 1249,
possuía vastas e poderosas
fortificações. D. Afonso lll
concedeu-lhe foral em 1268,
completado no ano seguinte por
um outro extensivo aos mouros
forros. Em 1471, por ordem de D.
Afonso V, foi transformada em
hospital, para recolher os
feridos das batalhas de Tânger,
uma albergaria existente na
povoação.
Da
vila medieval, que Paio Peres
Correia conquistou em 1249,
pouco ficou. O terramoto de 1755
derrubou o Castelo, hoje de
fachada reconstruída, e deixou
uma bela porta do que foi o
Convento da Graça, atrás da
Misericórdia.
Origem do nome:
«Xavier X. de Ataíde Oliveira
“Monografia o Concelho de Loulé
– Porto 1905»: “Consta pela
tradição que em 1249 já era esta
vila conhecida pelo seu nome
actual de Loulé.
Ouçamos o que a lenda diz a este
respeito: - “Em uma das
correrias empreendidas em terras
de mouros, do Al-Fagnar, por
Fernando l, rei de Leão,
cognominado “O Grande”, chegou
ele à frente dos seus soldados,
mui próximo do castelo de Loulé.
Então levantou-se entre os seus
cabos de guerra, que o rodeavam,
discussão Acerca do nome da
árvore, que, de longe, avistaram
sobre o castelo. Uns diziam ser
uma alfarrobeira, outros um
chouço, outros o alano, outros o
aloendro e outros um loureiro.
-
Laurus est – Atalhou o monarca”.
Era
efectivamente um loureiro; e daí
em diante foi à vila dado o nome
de Laurus é, mas logo Lauroé
(como ainda hoje se lê nos
antigos manuscritos), e
finalmente Loulé.
Em
abono desta lenda estão as armas
da vila constituídas por um
loureiro sobre um castelo”.
Loulé
http://www.visitalgarve.pt/visitalgarve/vPT/DescubraARegiao/Concelhos/Loul
Tal
como acontece um pouco por todo
o Algarve, achados de superfície
permitem datar do Paleolítico os
primeiros vestígios da presença
do homem. As manifestações do
Neolítico (4.000 a 1.500 a.C.)
são, porém, mais variadas e
significativas. Desde o
Calcolítico até ao período do
domínio romano, explorações
mineiras - nomeadamente na área
de Alte - fixaram populações no
interior.
No litoral existiram, com os
romanos, vários centros de pesca
e salga de peixe, dos quais a "villa"
do Cerro da Vila, em Vilamoura,
é o melhor documentado. Achados
arqueológicos permitiram
determinar que os romanos
habitaram, também, o local onde
se ergue o Castelo de Loulé.
Se a ocupação visigótica não
deixou vestígios, o mesmo não
pode dizer-se da islâmica (sécs.
VIII a X111), de que Loulé era
um centro urbano de certa
importância.
A reconquista cristã, em 1249, e
a política seguida em todo o
Algarve de manter a população
muçulmana, embora habitando em
bairros extra-muros – as
Mourarias -, permitiu a Loulé
prosseguir o seu
desenvolvimento. A criação de
uma feira, em 1291, tornou Loulé
um dos grandes centros
comerciais do Algarve medieval.
Vila do interior, Loulé não
beneficiou de forma directa com
os Descobrimentos (sécs. XV e
XVI) e, por esse motivo, não
teve o surto de desenvolvimento
de outros centros do litoral
como Lagos, Faro e Tavira.
A importância económica dos
produtos agrícolas, sobretudo
dos frutos secos como as
amêndoas e os figos, e das
produções artesanais manteve-se
durante séculos.
A tentativa de trazer para
Loulé, nos finais do séc. XVIII,
o cultivo do bicho da seda e o
fabrico da seda - na ainda
existente Quinta do Rosal - teve
poucos anos de vida. Igual
insucesso teve a produção de
tecidos de juta e linho para
sacos em teares manuais que,
embora próspera nas primeiras
décadas do séc. XX, veio a
terminar por meados de 70.
Loulé é hoje uma cidade em
crescimento, sede do concelho
com maior área do Algarve. A
dinâmica da moderna economia do
concelho está hoje diversificada
e tem no turismo um dos seus
vectores principais.
Monchique – (Concelho do
Distrito de Faro)

Os
franciscanos que escolheram o
local de implantação do Convento
de Nossa Senhora do Desterra
souberam oferecer-se um dos
melhores miradouros do Alentejo.
O convento hoje é uma ruína: com
o coro transformado em
galinheiro e os azulejos do
refeitório em mau estado de
conservação. A vila em si é uma
cascata de casas brancas que
desce do alto até à praça. A
Igreja Matriz destaca-se pela
sua imponência, pela harmonia
das suas formas, pela beleza do
seu portal.
Origem do nome:
«Xavier Fernandes em Topónimos e
Gentílicos (1944)»: “Por mais de
um motivo não aceitável que
tenha resultado da expressão
Monte chique, que fundindo-se
teria dado Monchique …
Tal
opinião caduca até perante o
conhecimento de que os romanos
deram à região o nome de Mons
Cicus. Também o cruzado, que
descreveu a conquista de Silves,
chamou Munchite ao castelo de
Monchique. Em qualquer hipótese,
consideramos duvidoso ou mal
esclarecido o étimo do
vocábulo”.
Monchique
http://www.visitalgarve.pt/visitalgarve/vPT/DescubraARegiao/Concelhos
0
concelho de Monchique entra na
História com a presença dos
romanos nas Caldas de Monchique,
atraídos pelo poder curativo das
suas águas. Nos séculos
seguintes, a serra foi-se
povoando lentamente e no séc.
XVI Monchique era já uma
povoação suficientemente
importante para merecer a visita
do rei D. Sebastião (1554-1578),
que pretendeu conceder-lhe o
estatuto de vila.
A tecelagem da lã e do linho -
os sólidos sorrobecos, orianos e
estopas dos tempos antigos -
entre outras actividades, como
as relacionadas com a madeira de
castanho, contribuíram para a
prosperidade e desenvolvimento
de Monchique, de tal forma que
em 1773 foi promovida a vila.
As alterações económicas
provenientes da industrialização
significaram a perda da
actividade têxtil e de outras
manufacturas. Hoje, Monchique é
vila airosa, virada para o
turismo, com um artesanato
activo e uma economia
diversificada.
Monchique
http://www.regiao-sul.pt/algarve/monchique/index.htm
O
concelho de Monchique, zona
serrana com uma grande
diversidade vegetal e clima
suave, é carinhosamente
apelidado de "Jardim do
Algarve", o que se pode
comprovar através de um passeio
a pé pelas suas magníficas
paisagens.
O concelho entra na História com
a presença dos romanos nas
Caldas de Monchique, onde hoje
estão as instalações termais
dedicadas ao tratamento do
reumatismo e afecções crónicas
das vias respiratórias.
Próspera em desenvolvimento,
nomeadamente depois da
recuperação do terramoto de
1755, Monchique foi promovida a
Vila no ano de 1773.
Com os seus 902 metros de
altitude, a Fóia é o ponto mais
alto do Algarve. Lá de cima a
vista espraia-se até ao cabo de
São Vicente, Serra da Arrábida e
Faro. A Picota com os seus 774
metros também merece uma visita.
Visitando o Centro Histórico. Na
vila as casas têm a típica
arquitectura algarvia com as
suas paredes brancas, as
tradicionais cantarias e as
chaminés de saia. Ruas
estreitas, colinas íngremes e
serra verdejante, dão-lhe o
encanto de um presépio envolto
em flores respirando frescura.
Este "pulmão do Algarve", com
seu clima fresco, contrasta com
o litoral onde o clima é bem
mais quente e seco.
A Igreja de São Sebastião guarda
uma imagem de Nossa Senhora do
Desterro, obra escultada no
século XVII, proveniente do
antigo convento franciscano.
A Igreja da Misericórdia tem uma
imagem de S. Francisco, sendo os
principais valores deste templo
o conjunto de talha do altar, do
púlpito e do baldaquiano. A
Ermida do Senhor do Passos é
coroada por duas sineiras e
guarda no interior uma imagem de
Cristo em tamanho natural. O
Convento de Nossa Senhora do
Desterro que foi danificado pelo
terramoto de 1755 é hoje uma
ruína, rodeada de arvoredo.
Finalmente temos a Igreja Matriz
que foi edificada nos séculos VX/XVI
e sofreu reconstrução após o
terramoto de 1755. Esta igreja
tem, para além de um bom núcleo
de imagens, um tesouro sacro
composto por objectos de culto
que pertenceram ao antigo
convento de Nossa Senhora do
Desterro e valiosos paramentos.
Monchique, como praticamente
todo a região algarvia, está
hoje mais virada para o turismo
e, nesse sentido produz o seu
artesanato e confecciona a sua
gastronomia tradicional, aliás,
muito apreciada por todos os
visitantes estrangeiros,
nacionais ou regionais.
Cadeiras em tesoura, cestos de
vime, colheres, facas e outros
objectos em madeira, continuam a
ser produzidos pelos artesãos. O
artesanato mais moderno está
representado por arranjos
florais e secos, quadros em
tecido e esculturas feitas a
partir de ramos de árvores.
Na gastronomia há muito para
saborear: papas moiras, feijão
com carne, a assadura,
farinheiras, morcelas,
chouriças, presunto curado e por
aí adiante até chegarmos ao bolo
do tacho e ao pudim do
famosíssimo mel de Monchique. E
para digerir tudo isto, a
aguardente de medronho,
destilada em alambiques de
cobre.
Como principais eventos, para
além das festas religiosas -
Procissão Real, Procissão de
Ramos (domingo de Ramos),
Procissão do Senhor dos Passos,
a Feira Anual de Monchique que
se realiza em Outubro e a Festa
de São Sebastião no dia 18 de
Novembro - e, mais recentemente,
a Feira dos Enchidos
Tradicionais, que ano após ano
vai marcando presença entre os
principais eventos regionais.
Vale a pena passar, pelo menos,
um dia em Monchique. Não deixe
de o fazer!
Website da Câmara de Monchique:
www.cm-monchique.pt
Olhão – (Concelho do Distrito de
Faro)

Segundo uma tradição local, o
topónimo deriva de um grande
olho de água doce situado quase
no istmo da península, onde a
população se abastecia. Foi
elevada à categoria de vila por
D. João Vl, após a notícia
recebida no Brasil da explosão
dos franceses, no caíque de
pesca “Bom Sucesso”.
Até
ao século XVlll foi Olhão um
amontoado de casas de madeira
onde habitavam pescadores,
alguns vindos de longe e
atraídos pelo mar calmo e
abundante de peixes.
No
dia 6 de Julho de 1808, Manuel
Martins Garrocho e Manuel de
Oliveira Nobre, no caíque Bom
Sucesso, partiram, com escassa
tripulação, para levar ao rei D.
João Vl, então no Rio de
Janeiro, a nova da derrota
definitiva das tropas
napoleónicas. A viagem da
pequena embarcação foi
imortalizada por José Agostinho
de Macedo, na obra “O Novo
Argonata”. E Olhão passou a
chamar-se Nobre Vila de Olhão da
Restauração.
Origem do nome:
«Américo Costa “Dicionário
Corográfico de Portugal
Continental e Insular – 1943”»:
“Foi elevada à categoria de vila
em 1808 com a denominação de
Vila de Olhão da Restauração.
Olhão fica uma légua da cidade
de Faro, diz P. de Carvalho,
situada na barra, tem trezentos
vizinhos, que moram em casas de
cana cobertas de palha, por lhas
não consentirem de pedra e cal.
Do
“Guia de Portugal” transcrevemos
o seguinte: “Vem-lhe o nome,
segundo presumem os hermeneutas,
do manancial ou olho de água,
hoje captado, que brotava ao
Norte do lugar. Da origem da
povoação, limitada a um acervo
de palhotas até princípios o
século XVlll, o desconhecimento
é absoluto. A referência mais
antiga, colhida em papeis
velhos, é haver sido Olhão,
berço de Gil Eanes, o navegante
que primeiro dobrou o Cabo
Bojador”
Olhão
http://www.regiao-sul.pt/algarve/olhao/index.htm
Ataíde de Oliveira, numa das
suas obras, afirmou a ideia de
que a população de Olhão seria
de origem exclusiva ou
predominantemente nortenha.
Os primeiros habitantes do sítio
de Olhão, seriam oriundos do
distrito de Aveiro, talvez da
freguesia de Ovar e Ílhavo
porque em nenhuma praia algarvia
se encontram pescadores mais
audazes e com melhores
disposições para a faina do mar
e que se possam aproximar dos
pecadores de Olhão. No entanto,
antes do século XVI / XVII, é
possível que tivesse existido um
povoado, do
domínio muçulmano, isto não só
pelas salgas púnicas e pelos
artifícios encontrados,
(conchas, ossos de animais e
humanos, parte de uma cozinha),
mas também pelo facto de que uma
colónia de ílhavos e ovarinos,
só podiam ter vindo, depois do
Marquês de Pombal ter enviado
gente povoar a sua recém-criada
Vila Real de Santo António.
Nessa altura, Olhão era já uma
próspera aldeia com mais de dois
mil habitantes.
Diz-se que Olhão, terá derivado
da palavra árabe, «AL-HAIN», que
significa fonte nascente, e que
sofrendo as modificações
fonéticas e fonológicas,
naturalmente terão levado ao
aparecimento do termo «ALHAM»,
depois «OLHAM» e finalmente
OLHÃO. No entanto, o povo também
tem a sua versão e segundo
velhos testemunhos, Olhão é o
aumentativo do substantivo comum
"olho", com origem num grande
"Olho de Água" (fonte, nascente
ou poço de grande caudal), já
que na zona existiam abundantes
olhos de água, o que originou a
construção das primeiras
"palhotas", feitas em cana e
colmo.
A primeira construção em pedra e
cal, aparece entre 1600 e 1610,
com a Capela de Nossa Senhora do
Rosário, actual Capela de Nossa
Senhora da Soledade.
Em 1695, Olhão passa a freguesia
pelo Bispo do Algarve - D.
Sebastião da Gama, pois até
então fazia parte de Quelfes.
Em 1718, já haviam inúmeras
casas de alvenaria e em 1722, a
8 de Junho, surge a necessidade
de expansão, procedendo-se a
nova demarcação da área da
freguesia.
A vila de Olhão estava sob o
domínio francês e abandonado
pela corte portuguesa que
fugira para o Brasil. Os
olhanenses mostravam-se
descontentes e sentiam-se
esmagados por impostos e
restrições à pesca. É neste
momento de pressão por parte do
exército francês que os
Olhanenses, após dois dias de
conspiração, preparam uma
emboscada na Ponte de Quelfes. O
movimento restaurador da
soberania arrancou no dia do
Corpo de Deus, em 16 de Junho de
1808,
tendo os Olhanenses conseguido
impor-se perante as forças
francesas enviadas para os
dominar. Após esta vitória, o
dono e mestre de um Caíque de
pesca, o "Bom Sucesso", decidiu
levar a novidade ao príncipe D.
João, refugiado no Brasil,
conseguindo fazê-lo em 22 de
Setembro do mesmo ano, no Rio de
Janeiro. Como recompensa Olhão
recebeu do monarca o título de
Vila, entre outras benesses,
passando a chamar-se Vila de
Olhão da Restauração.
Olhão, também conhecida pela
Vila Cubista, ou Cidade do Mar -
Capital da Ria Formosa, é hoje
uma cidade em franco
desenvolvimento, apostando no
progresso sustentado na
qualidade, com base no plano
estratégico da autarquia. Este
município, composto por cinco
freguesias, caracteriza-se pelo
tipicismo das suas gentes, tendo
ainda hoje como principal
suporte a pesca artesanal e as
indústrias que dela nasceram,
designadamente a conserveira.
Olhão é um dos principais portos
piscatórios do nosso País.
A sua gastronomia é bastante
rica e típica, pelos deliciosos
partos de peixe, desde o Xerém
com Sardinhas, o Polvo no Forno,
os Chocos com Favas, a
Caldeirada ou a Cataplana, para
além de deliciosos bivalves e
mariscos da Ria Formosa.
Desde 1986 que na Cidade de
Olhão se realiza o Festival do
Marisco, uma mostra gastronómica
que já adquiriu notoriedade
suficiente, pela qualidade que
apresenta, incluída nos
roteiros turísticos algarvios.
Website da Câmara de Olhão:
www.cm-olhao.pt
Portimão – (Concelho do Distrito
de Faro)

Portimão (Algarve) foi elevada a
cidade em 1924, tem as suas
origens numa povoação
antiquíssima da época
pré-romana.
Recebeu o primeiro foral de D.
Afonso lll, ainda Conde de
Bolonha (por casamento com a
Duquesa de Bolonha). D. Manuel l
outorgou-lhe foral novo em 1510.
Origem do nome:
“Se estivéssemos dispostos a
emparceirar com certos
etimólogos fantasistas, como
tantos há e tem havido,
tornar-se-ia fácil forjar
imediatamente uma origem para
Portimão, a saber: o nome
resulta de “porto à mão”,
expressão que se diria muito
empregada pelos naturais para
significar que tinham junto onde
efectuar embarques e
desembarques.
Não faltaria, por certo, quem
gratuitamente adoptasse a
suposta solução, ajudando até a
propagá-la, mas ...nada mais do
que isto”. (Dr. Xavier Fernandes
– 1944).
Portimão fica situada no
província do Algarve (sul de
Portugal), que foi ocupado pouco
depois da conquista da Península
então chamada Hispânica, por
árabes do Iémen, e que inseria o
Algarve no país do Andaluz (hoje
Espanha), de que era o extremo
ocidental (Garbe). Nos textos
antigos, a designação Algarve
cobre todo o território
português e parte da Estremadura
(hoje) Espanhola. Só pouco a
pouco se foi limitando à hoje
província portuguesa designada
pelo mesmo nome.
Já no século X, Arrazí nos
refere a cidade de Ossónoba como
capital de termo (provincial) de
boas árvores, boa sementeira,
muita água, muita caça, muitos
pinheiros: - Suas bondades fazem
dele um dos melhores lugares que
há no mundo”.
No início do século Xl, foi o
Sul de Portugal dividido em dois
principados: o de Silves e o de
Santa Maria do Garbe (Ossónoba).
Então, a região foi considerada
dependente do reino de Sevilha
(Espanha), sendo Silves a
capital. Por esta altura foi Ibn
Amar governador de Silves.
Os textos da época referem-se
amplamente a várias povoações da
região Santa Maria (hoje a
capital Faro), é descrita como
“situada numa ponta que avança
pelo Atlântico e os seus muros
são banhados pelas águas na maré
cheia”. “O seu porto é
frequentado por navios. Os
arredores produzem muitas passas
e figos”. “Está provida de um
estaleiro de construção de
frota”.
Outras povoações referidas
nesses documentos são Cacela e
Castro Marim.
A fragmentação dos reinos árabes
fez que se sucedessem os
senhores do Algarve, que entre
si iam travando lutas ferozes,
desgastantes da população, e
abrindo caminho à chegada dos
cristãos.
A supremacia do Sul de Portugal,
pertencia aos Almóadas quando D.
Sancho l conquistou Silves pela
primeira vez. Mas a cidade
retornaria ainda ao poder árabe
por um período de mais 50 anos.
Foi só por volta de 1250 que o
Algarve entrou definitivamente
na posse dos reis de Portugal,
pela acção fulgurante de Paio
Peres Correia, mestre da Ordem
de Sant’Iago de Castela, ao
serviço de D. Afonso lll de
Portugal. Começando por
conquistar Aljustrel, ocupou
sucessivamente Estômbar e Alvor
(que veio a trocar com Cacela),
em seguida Tavira, Salir,
Paderne, Estômbar de novo e
Silves. Finalmente, com o apoio
pessoal do rei, ocupou Faro,
sendo Loulé e Aljezur as últimas
praças a cair nas mãos dos
cristãos.
A partir de D. Afonso lll (até
D. João Vl), os reis passaram a
intitular-se senhores dos dois
reinos, o de Portugal e o dos
Algarves. A identidade do
segundo é ainda atestada, por
exemplo, em Lagos, em que a
porta da cidade virada a norte
se chama Portugal, e em Silves,
onde se pode admirar uma bela
cruz quinhentista vinda de
Portugal para aquela cidade dos
Algarves.
A longa presença dos Ismaelitas
e o prestígio das cidades do
Algarve, atraíram às Cortes
algarvias intelectuais e
artistas de todo o Andaluz e
permitiram que aqui nascessem e
se instruíssem figuras que
vieram a ilustrar-se nos mais
diversos campos das ciências,
das letras e das artes.
Silves, muito especialmente,
viu-se honrada em inúmeros dos
seus filhos, alguns dos quais
aliavam aos seus dotes o
desempenho de cargos políticos.
Ibn Habibe, que foi governador
da cidade, foi também filólogo,
jurista e astrónomo; Ibn Caci
foi filósofo; Abd-el-Malek,
historiador; o grande Ibn
Badrune revelou-se um dos
maiores poetas do Andaluz. Além
destes, Xilbia, que escreveu um
requerimento em verso
solicitando a suspensão dos
impostos, e Mariam, professora
de Retórica em Córdova.
Outras povoações tiveram também
filhos ilustres: Estômbar viu
nascer o célebre Ibn Amar,
Tavira foi berço de Abu Otman e
Faro orgulha-se de Al Alam,
filósofo e comentador de poesia.
E só nos referimos a alguns...
Se uma leitura atenta da
toponímia portuguesa é
suficiente para atestar o legado
árabe, vivo nos nossos dias
(veja Odiáxere, Almádena,
Alfambra, Bensafrim, entre
outros), a verdade é que a
presença dos nossos antepassados
mouros se manifesta em numerosos
dos nossos hábitos, tanto na
vida como na língua, e também em
muitas das nossas tradições.
Entre estas não será demais
lembrar as lendas sem fim que se
contam acerca de mouras
encantadas em rios, fontes e
cisternas, que todos os anos
aparecem pela noite de São João
e que esperam que um rapaz
corajoso, cristão de
preferência, as desencante.
Na língua regista-se em
português o maior quantitativo
de palavras de origem árabe de
todas as línguas românicas.
Palavras de todos os dias, como
azeite, açucar, laranja, azul,
cenoura, arroz; palavras de
léxicos específicos, como
alferes, almirante, alcatifa,
almofada, alaúde, adufe;
palavras que se referem à
própria presença árabe, como
alcáçova, albarrã, alcaide,
atalaia, albornoz; palavras que
relacionamos com o Algarve, como
açoteia, algeroz, alfarroba, e
outros.
E, por detrás das palavras, as
realidades, aquelas que os
Árabes trouxeram e que nós
fizemos nossas: as noras, os
açudes, as azenhas, a açorda,
até os alfaiates, os andeimes,
os alicerces, as algazarras, as
alcavalas, e tantas outras.
O clima e a fertilidade da
Península Ibérica sempre foram
factor de atracção para quem,
casual ou deliberadamente,
demandava as suas costas.
No século Vlll, os povos de
religião islâmica do Norte de
África (a quem por comodidade se
tem chamado árabes ou mouros,
embora realmente pertencessem a
várias etnias e proviessem de
regiões diferentes), lançados na
expansão religiosa e política,
não foram insensíveis às
virtudes da vizinha Hispânia. A
desagregação da monarquia
visigótica era uma porta aberta.
Entre 711 e 713, a ocupação pode
realizar-se quase integralmente,
ficando as Astúrias (Espanha)
como reduto cristão, berço de
uma reconquista que iria tardar.
Se pode dizer-se que, na
história da Península durante os
sete séculos seguintes, as lutas
pela expulsão dos árabes
ocuparam lugar de destaque, por
vezes único, no encadear dos
acontecimentos, tem de
reconhecer-se também que nem as
relações foram de aberta
hostilidade e que à relativa paz
que perdurou em algumas regiões
se ficou a dever um apreciável
progresso economico, sobretudo
no domínio da agricultura.
A partir do século Xl, a
Reconquista entra em plena força
depois da Batalha de Sagralhas,
a última grande vitória árabe.
Uclés, Navas de Tolosa, Salado,
foram três grandes batalhas e
três grandes passos para a
libertação total do território.
A tomada de Granada em 1492 pôs
fim a um período por vezes
difícil, por vezes brilhante, a
que o espectro da guerra e da
guerrilha roubou as
possibilidades de se afirmar
plenamente como progresso e de
estabilização económica e
cultural
A PRAIA DA ROCHA (Portimão) é
famosa em todo o mundo:
Da Fortaleza de Santa Catarina
de Ribamar ao Buraco da Avó
estende-se uma das mais famosas
praias do mundo. Com efeito, há
100 anos, para o turísmo
internacional, Portugal era o
Estorial, a Rocha e, para os que
sabiam geografia política, o
Funchal (Ilha da Madeira).
A Rocha é uma praia de areia com
afloramentos de rocha, amarela
ou vermelhada, de formas
caprichosas – os Três Ursos, as
Rochas Furadas, os Dois Irmãos
... Sob a plataforma, furnas
escavadas pela fúria do mar,
que, há pouco ainda, a batia com
frequência, criam efeitos de luz
sempre diferentes.
Por cima, restam algumas casas
de férias do início do século,
mas a monumentalidade dos hotéis
e a proliferação de
empreendimentos turísticos
roubaram-lhe a sua verdadeira
dimensão e reduziram-nas a uma
amostra do passado.
Para o lado de Alvor, a praia da
Rocha prolonga-se através de
pequenas enseadas, cortadas por
falésias, com furnas escavadas.
O Vau é a maior e a mais
conhecida destas praias
sucessivas, mas, pelo difícil
acesso, muitas outras oferecem
ainda hoje recantos pacíficos
onde se pode gozar do mar e do
sol longe da multidão barulhenta
que tudo invade.
Da Rocha, como de Portimão, é
possível partir em pequenos
barcos para pescar ao largo ou,
simplesmente navegar ao longo
dos rochedos do outro lado do
rio.
E, em noites de calor, a
fortaleza ou a esplanada do
Buraco da Avó são agradáveis
miradouros onde a brisa sopra
refrescante e de onde a praia se
desdobra em contrastes de luz e
sombra que lhe aumentam o
encanto.
Na embocadura do rio Arade,
local propício a desembarques, é
provável que Portimão coincida
com o antiquíssimo Portus
Hannibalis, mas há dúvidas sobre
a localização da povoação
cartaginesa. Há quem fale de
Alvor.
O nome da cidade aparenta-se
mais com o latino Portus Maguns
ou com um árabe Burj Munt (a
Torre da Quinta). De qualquer
forma, os cruzados que subiram o
rio para conquistar Silves já lá
a encontraram nos fins do século
Xll.
Transitoriamente cidade no tempo
de D. José l, foi em 1934 que
recebeu o título definitivo,
concedido por um dos seus filhos
mais ilustres, o escritor
Teixeira Gomes. O autor de
Agosto Azul, diplomata entre
1910 e 1923, ano que foi elevado
à dignidade de Presidente da
República, quis assim juntamente
honrar a Vila Nova que o vira
nascer.
Portimão tornou-se, então, a
mais recente cidade do Algarve e
hoje compensa, pelo seu tamanho
e pela sua actividade, o que lhe
falta de tradição urbana.
Não oferece a cidade monumentos
de valor excepcional, e em
arquitectura religiosa apenas
sobressaem a igreja matriz, com
belos azulejos, e a do Colégio,
edifício jesuíta do século XVll,
hoje muito arruinado.
Em compensação, alguns bairros
populares chamam a nossa atenção
pelo que guardam de genuíno e
original. As casas que se situam
a sul da estrada nacional, quase
ao chegar à ponte, e as das ruas
perpendiculares junto à estação
de caminhos de ferro são
exemplares curiosíssimos de
arquitectura urbana algarvia,
com as suas platibandas, os seus
frisos de azulejos, as
balaustradas de faianças,
enfeites de relativo luxo em tão
simples habitações.
Contrastando com elas,
encontram-se, na zona mais
movimentada da cidade, alguns
belos edifícios onde grandes
ornamentações de azulejo
alternam com o ferro forjado das
varandas e onde, aqui e ali,
surgem motivos de arte nova de
inegável valor. A Câmara e a
actual sede do Turísmo, com o
seu jardim fronteiro, merecem
uma referência.
Ao turista que demanda Portimão
é, contudo, o cais, com o
colorido das traineiras, a
azáfama da venda do peixe ou a
calma na força do calor, que lhe
dá a imagem tipo da cidade.
Ferragudo, ao longe, aldeia
empoleirada sobre o rio, é mais
um motivo de paisagem do que uma
verdadeira povoação. E, no
Verão, as sombras densas do
Jardim do Visconde de Bívar
proporcionaram um agradável
ponto de observação do grande
formigueiro que por ali se
agita.
Já não se vêem em Portimão,
senão em casas particulares, as
famosas “carrinhas da Rocha” que
levavam os banhistas até à
praia. Mas ainda se podem
comprar autênticos produtos do
artesanato local – alcofas,
chapéus, seiras de empreita,
ornamentos como há 100 anos com
bordados de lã de cores vivas.
E um dom-rodrigo (bebida)
saboreado numa esplanada ao pôr
do Sol é uma despedida de amigo,
um convite a voltar ...
MONUMENTOS (alguns):
FORTALEZA DE SANTA CATARINA DE
RIBAMAR – Situada na praia da
Rocha, fazia parte da linha de
fortificações com que D. João
lll e D. Sebastião mandaram
guarnecer a costa algarvia das
surtidas dos mouros.
Assenta esta fortaleza, ao sul
da barra, numa alta e escarpada
rocha. A pequena ermida dedicada
a Santa Catarina, que se ergue
no recinto interior, conserva um
portal gótico.
SEPULCROS MEGALÍTICOS DE ALCALAR
– Junto desta pequena povoação,
a 12 Km a noroeste de Portimão,
foram encontrados nos fins do
século passado sete sepulcros,
muito próximos uns dos outros,
formando uma verdadeira
necrópole. Mais tarde foram
descobertos restos de cinco
sepulcros semelhantes, que
desapareceram quase totalmente.
Arquitectonicamente, quase todos
eles eram “tholoi”, isto é,
formados por uma câmara circular
com pouco mais de 2 metros de
diâmetro, constituída por
pequenas pedras sobrepostas de
modo a formar uma cobertura de
falsa cúpula, cujos topos eram
cobertos por uma laje, e com um
corredor igual aos dos dolmens
tradicionais. Alguns
apresentavam um ou dois nichos
abertos a meia altura da câmara.
Havia também um dólmen de
corredor incipiente.
O escasso espólio encontrado
apresenta uma certa unidade,
tendo como característica mais
comum os recipientes de
calcário, além de outros
objectos de pedra e cerâmica
habituais nos sepulcros do
Noelítico e do Calcolítico.
Salienta-se, porém, a abundância
de punhais encontrados num
deles, que sugerem uma
cronologia muito tardia no
período do Calcolítico, ou seja,
2.000 a 1.600 anos antes de
Cristo.
Portimão
http://www.regiao-sul.pt/algarve/portimao/index.htm
O
concelho de Portimão, dos areais
dourados protegidos aqui e acolá
por rochedos e falésias com o
mar azul a contrastar, tem uma
longínqua história.
Pela sua extensão encontram-se
vestígios arqueológicos que
comprovam uma presença humana
que vem desde o neolítico.
Alcalar é uma importante
necrópole neolítica, da qual
resta o "monumento n.º 7"
composto por uma câmara circular
de placas de xisto a que se
acede por um corredor. O
pavimento é de xisto e grés
calcário. A cripta funerária,
com dois nichos rituais
laterais, era rematada por duas
lajes, e protegida por uma mamoa.
Perto de Alcalar existe outra
necrópole em Monte Canelas. E na
Abicada, na confluência de duas
ribeiras, situa-se uma estação
arqueológica romana com várias
salas.
Este concelho, com uma área de
183 quilómetros quadrados, é
composto pelas freguesias de
Mexilhoeira Grande, Alvor e
Portimão. A localidade
principal, sede de concelho do
mesmo nome, ascendeu à categoria
de cidade em 1924, promoção que
lhe foi conferida pelo escritor
portimonense, Manuel Teixeira
Gomes, na altura o Presidente da
República Portuguesa.
Hoje, a cidade de Portimão é a
segunda mais populosa do
Algarve, graças ao
desenvolvimento que o turismo
lhe conferiu. Mas, quando se
fala de Portimão, rapidamente se
associa a Praia da Rocha - a
mais famosa do concelho e até da
região, conhecida nacional e
internacionalmente. Mas outros
recantos e encantos se escondem
neste concelho: a praia do Vau
ladeada por arribas; a praia
João de Arens entre falésias,
rochedos e ilhéus; Três Irmãos,
Praínha e Alvor, que se estende
até atingir o estuário da Ria de
Alvor onde se acolhem várias
espécies de aves migratórias.
Menos conhecido, mas que merece
ser visitado é o ilhéu de Nossa
Senhora do Rosário, no estuário
do Arade, que alberga as ruínas
de uma antiga ermida.
Alvor é uma pitoresca vila de
pescadores que conserva o
encanto das ruas de casas
brancas e de barcos coloridos. A
Igreja Matriz, reconstruída no
séc. XVII, tem um dos mais belos
pórticos do Algarve, de estilo
Manuelino. O altar-mor tem a
imagem do Senhor Jesus em
tamanho natural.
Quem visitar Portimão vai também
guardar boas "memórias
degustativas", principalmente da
saborosa e suculenta sardinha
assada, comida sobre o pão,
acompanhada de um vinho branco
ou tinto da Penina. Outras
delícias são, por exemplo, a
sopa de beldroegas ou de feijão
branco com batata doce, a sopa
de pão com tomate e o arjamolho.
Nos peixes e marisco a escolha é
muito variada, com recomendação
para a caldeirada de peixe e a
típica cataplana. A não perder
também de vista, as favas com
peixe frito, ervilhas à
portimonense e as papas de
milho.
No artesanato portimonense
encontramos os cestos de cana e
vime, capachos, esteiras e
cabazes, chapéus, rendas e
bordados, cobres e peças em
barro, entre outros.
Em termos de desporto e das suas
infra-estruturas, de salientar o
golfe da Penina que alberga nos
seus pinhais um campo,
consagrado internacionalmente,
com três percursos alternativos:
um de 18 (Par 73) e dois de 9
(Par 35 e 31) buracos. A vela, o
windsurf, o esqui aquático, o
mergulho, a natação e o ténis
são algumas modalidades que se
impõem neste concelho. Mas é a
Motonáutica, através do Grande
Prémio de Fórmula 1 de Portimão,
o ponto mais alto do panorama
desportivo portimonense.
Uma marina, um Parque da
Juventude equipado para a
prática de desportos radicais,
com uma zona de rampas para
bicicletas e skates, uma pista
de race, um polidesportivo, uma
pista de automodelismo, um
circuito de manutenção e um
parque infantil, são os
equipamentos mais frequentados e
que, de alguma forma, dão mais
vida e juventude à "capital" do
Barlavento algarvio.
Website da Câmara de Portimão:
www.cm-portimao.pt
São
Brás de Alportel – (Concelho do
Distrito de Faro)

É
provável a sua origem árabe,
confirmada pelo sufixo al. O
primeiro documento escrito que
se refere a esta vila é de 1517,
data da visita do grão-mestre da
Ordem de Sant’Iago à Ermida de
São Brás.
São
Brás porque Xanabus, Xanabus
porque São Brás, é a história do
ovo e da galinha. São Brás e
Xanabus, presença cristã e árabe
no coração do Algarve. A fértil
região, acolhedora pelo clima e
pela simpatia de seus
habitantes. Em São Brás,
sentimo-nos em casa, tal como a
própria Branca Flor (lenda
popular), quando seus pais,
derrotados, tiveram que
abandonar o Chenchir, chorou
tanto que foi condenada a
habitar para sempre na ribeira
de São Brás. E parece que ela
ainda agradeceu a quem a
encantou.
Origem do nome:
«Xavier Fernandes em Topónimos e
Gentílicos (1944)»: “De origem
latina pela raiz, a que se
antepôs o artigo árabe e a que
se propôs o sufixo diminutivo “el”.
Alportel tomado assim à letra,
quer dizer – o portinho”.
São
Brás de Alportel
http://www.regiao-sul.pt/algarve/sao_bras/index.htm
Do
ponto de vista religioso, esta
localidade foi elevada a sede de
freguesia em meados do séc. XVI.
Em 1607 são integrados nesta
freguesia alguns dos povoados
que formam hoje o território da
vila.
Em 1912 era a maior freguesia do
concelho de Faro, com cerca de
12.500 habitantes tendo sido
esse um aspecto essencial para a
criação do concelho em 1 de
Junho de 1914, quando, pelo
esforço e diligência de João
Rosa Beatriz, digno sambrasense,
é aprovado um projecto lei do
deputado Machado dos Santos e
publicado em Diário do Governo a
elevação a Município da
freguesia de S. Brás, com a
denominação de Alportel e com
sede na aldeia de S. Brás.
João Rosa Beatriz foi o Primeiro
Administrador do Concelho tendo
exercido, mais tarde em Meknês
(Marrocos), as funções de
Vice-Cônsul de Portugal.
Assim, o concelho de S. Brás de
Alportel é o mais jovem do
Algarve. Tem uma área aproximada
de 150 km2, está situado no
coração do sotavento algarvio
numa zona
de transição entre o Barrocal e
a Serra e faz fronteira com os
concelhos de Tavira, Loulé, Faro
e Olhão. É constituído por uma
só freguesia e cerca de 40
sítios dispersos pelo seu
território.
A constituição da vila e dos
aglomerados populacionais mais
importantes foi estruturada a
partir da passagem e cruzamento,
no século passado, de duas vias
de comunicação nacionais muito
importantes: a EN 2 Faro /
Chaves e a EN 270 Tavira /
Portela de Messines.
Em termos climáticos, a
proximidade da Serra do
Caldeirão a Norte e da linha de
Serros do Barrocal a Sul, fazem
deste concelho um paraíso
climático, contudo não
homogéneo.
Na verdade o reconhecimento das
riquíssimas qualidades
ambientais datam de inícios do
século quando, em 1918 aqui foi
construído o Sanatório Carlos
Vasconcelos Porto e onde ainda
muitos forasteiros escolhem este
município para se fixarem,
essencialmente por motivos de
saúde.
A população do concelho situa-se
actualmente em cerca de 10.000
habitantes, com uma densidade
populacional naturalmente mais
elevada na zona do Barrocal,
caracterizada pela fixação de
uma faixa etária produtiva,
oriunda ou não do concelho e
pela perspectiva de crescimento
populacional. A estrutura
económica tradicional é a
pequena unidade agrícola (no
Barrocal sequeiro ou Barrocal
regadio) e o montado de sobro,
em grande número na serra.
Paralelamente, a indústria
extractiva, de calcário e de
brecha, e a indústria
transformadora ganham alguma
importância. A indústria
corticeira continua a ser um dos
nossos símbolos desde o século
XIX, pela importância que ainda
detém, negociando-se aqui mais
de 60% da produção do país.
De facto, o montado de sobro
ocupa uma extensa área
concelhia, produz mais de 230
mil arrobas/ano de cortiça de
primeiríssima qualidade e as
cerca de 20 fábricas em plena
laboração representam uma
importante fonte de rendimento e
emprego. A história da
comercialização e indústria da
cortiça em Portugal está
indiscutivelmente ligada à
História de São Brás de
Alportel.
De entre os grandes eventos
regionais, S. Brás de Alportel
detém um: a Feira da Serra.
Website da Câmara de S. Brás:
www.cm-sbras.pt
Silves – (Concelho do Distrito
de Faro)

Esta antiga cidade portuária
atingiu o período de esplendor
na época islâmica. Um rio
navegável desde a foz, o rio
Arade, provavelmente mais
caudaloso nessa altura e com
certeza menos assoreado do que
hoje. A maré que penetra o leito
do Arade acima. Vila Nova de
Portimão, hoje junto à foz, só
nos séculos XV – XVl iria
desenvolver-se,
concomitantemente com a queda de
Silves – até finais do século
XVl ainda a cabeça religiosa do
Algarve, altura em que a sede da
diocese foi transferida para a
cidade de Faro. A história
antiga de Silves é justamente a
de um porto fluvial virado para
o mar.
A cidade de Silves encontra-se
numa região que foi habitada na
Idade do Bronze, o que se
comprova pelos numerosos
resíduos dessas épocas
longínquas encontradas em
escavações. Foi conquistada aos
Mouros por D. Sancho l ,
auxiliado por cruzados
dinamarqueses, holandeses,
alemães e da Flandres, em 1189.
Novamente perdida, só ficou
definitivamente na posse dos
portugueses em 1240. D. Manuel
outorgou-lhe foral em
1504.Origem do nome:
“Silves, a antiga Chelb dos
mouros, foi também a cidade
episcopal desde o século Xll até
ao XVl, tendo sido mudada a sede
da diocese para Faro no ano de
1577, quando era bispo D.
Jerónimo Osório, o humanista
gigante e orador eloquente, que
causou assombro em Portugal e no
estrangeiro.
Desconhece-se o étimo o étimo
exacto do topónimo Silves, onde
parece existir a raiz latina
silv - ,indicativa de bosque ou
floresta. A antiga grafia Sylves,
que encontra, por exemplo, em
Rui de Pina, não prejudica esta
hipótese, pois existiram em
latim as formas com y na
primeira sílaba, em sylva e seus
derivados”. (Dr. Xavier
Fernandes – 1944).
Apontamento de 1900 do Jornal do
Comércio:
“Silves é cidade e cabeça de
concelho de Faro, com 9.688
habitantes; é servida pelo
caminho de ferro Sul e Sueste.
Foi tomada aos mouros por D.
Sancho l, retomada por Paio
Peres Correia, e, pela última
vez, por D. Afonso lll em 1249.
Castelo muito antigo. O concelho
tem 6 freguesias e 29.500
habitantes. Produz figos,
alfarroba e amêndoas”.
Atestada a presença humana na
região de Silves na época
paleolítica, os pontos de
fixação estável vão
estabelecer-se apenas no
neolítico, período em que a
agricultura permite e implica
uma continuidade, uma
permanência numa área
territorial restrita, com a
consequente formatação de
povoado. São os menires da
Caramujeira (zona também já
representada no Paleolítico),
são os sítios limítrofes do
local em que assenta a cidade,
como o nome de Roma ou o ilhéu
do Rosário, situado na
confluência da ribeira de
Odelouca com o rio Arade.
Este último local, o ilhéu do
Rosário, irá ter uma
continuidade de ocupação
detectada, nomeadamente, durante
a época romana. Teria sido então
um sítio sacralizado,
avançando-se a hipótese de nele
estar instalado um templo votado
ao deus Neptuno, referindo-se em
textos do início do século XVlll.
A ser assim, a capelinha
dedicada à senhora do Rosário
que aí viria a ser estabelecida
mais não faria senão assegurar a
continuidade sacra do local,
característica mesmo anterior à
época romana.
Outro sítio de extrema
importância na história antiga
de é o cerro da Rocha Branca.
Tratava-se de um povoado
amuralhado que teve uma extensa
continuidade de ocupação a
partir dos séculos Vll a Vl
antes de Cristo. Assim, este
monte vizinho, a poente e a
jusante de Silves, revelou
presença humana através de
vestígios característicos da
primeira e Segunda Idades do
Ferro, em que aparece
nomeadamente cerâmica grega,
demonstrativa de um trato de
comércio ligado ao Mediterrâneo
oriental. Esta mesma actividade
comercial relacionada com o
sítio da Rocha Branca irá
prosseguir na época romana, como
comprova a existência de
numerosos fragmentos de ânforas
encontrados no local. E a
ocupação do cerro prosseguirá
pelo menos durante a época
muçulmana. Infelizmente, porém,
o sítio foi completamente
arrasado em 1988.
Tanto quanto se pode apurar da
história da cidade, mas já do
local do seu assentamento, o seu
período de esplendor e de glória
situa-se na época muçulmana. É
certo que existiu uma “Kilpes,
povoação que bateu moeda em
época já contemporânea da
presença romana em território
peninsular. Porém, em pleno
tempo de Roma, tempo que tantos
vestígios deixou nestes
arredores, pouco pode dizer-se
de Silves, que são escassos os
indícios localizados no seu
perímetro urbano.
Será, de facto, na época
muçulmana que a cidade portuária
de Silves alcançará notoriedade.
Particularmente nos dois
derradeiros séculos da presença
política em território
português, a partir do momento
em que cai o califado, em que a
sua unidade se fragmenta. Surgem
então os pequenos reinos de
taifas, as cortes locais, uma
multiplicidade de centros de
cultura e arte, entre os quais
enfileira a corte de Silves. É o
que vem a acontecer com a
dinastia dos Banu Musaíne. Com a
pertença do território aos Banu
Abbade de Sevilha e com
governação de Al-Mutamide e, a
seguir, com o governo de Bem
Ammar. Depois com os novos
senhores magrebinos, primeiro os
Almorávidas, que tomaram Sevilha
em 1091, a que se segue o
domínio da dinastia instaurada
pelos Almóadas, que atacaram
Sevilha em 1148.
Mas os séculos Xl a Xll vão ser
séculos de ouro de Silves.
Al-Mutamide e Bem Ammar, poetas,
Bem Qasi, senhor de Silves,
filósofo, místico, sufi, Messias
(Mahdi) do tempo que está a
preparar-se para vir. Tempo de
desgraça para o sufi, atraiçoado
pelo político que também era e
que, para fazer frente aos
Almóadas, se alia ao cristão
Ibne Herrik, o filho de Henrique
da Borgonha, senhor de Coimbra.
Uma revolta dos silvenses
culmina com o assassínio do
Salvador no mais famoso dos
edifícios da cidade – o Palácio
das Varandas.
Mas a maior das desgraças iria
acontecer no ano de 1189. É que,
no mês de Julho, depois de terem
subido o rio, assentam arrais
junto a Silves os cruzados do
Norte da Europa: flamengos,
alemães, ingleses - , a que se
juntariam, chegadas por terra,
as tropas do rei português, D.
Sancho l. O acordo entre ambos
os grupos tinha sido
estabelecido em Lisboa. Depois
da conquista, o rei apenas teria
direito a conservar a terra
conquistada. As riquezas móveis
da cidade pertenceriam aos
cruzados por direito de saque.
Um Cruzado anónimo deixou-nos
uma descrição de Silves no
relato que fez do seu cerco e da
sua conquista pela coligação
cristã. Diz ele que a cidade “é
cingida de muros e fossos de tal
arte que nem uma só choupana se
encontra fora dos muros; e
dentro deles havia quatro ordens
de fortificações, a primeira das
quais era como uma vasta cidade
estendida pelo vale chamado
Rovale (Arrebalde ?). A maior
estava no monte, e davam-lhe o
nome de Almedina, tendo outra
fortificação no encosta que
desce para o mesmo vale a fim de
proteger o canal das águas e um
certo rio chamado Arade ou Drake;
outro corre para o mesmo, o qual
se chama Odelouca; e sobre o
canal há quatro torres, de modo
que por aqui se provesse sempre
d'água em abastança a cidade
superior. E tem esta
fortificação o nome de Coirasce
(Coiraça).”
E foi justamente aqui, com o
domínio da coiraça, cortando o
abastecimento de água à cidade,
que os cruzados conseguiram a
vitória decisiva. Vencidos pela
sede, os muçulmanos acabam por
se render. A 3 de Setembro desse
ano de 1189, sai da cidade a
alcaide que o cronista designa
por Albaino e que parece ser
Issa bem Abi Halfs bem Ali.
A rendição estipulava que os
habitantes de Silves poderiam
deixar a cidade desde que
despojados de quaisquer valores.
Apenas o alcaide saiu montando
um cavalo. A cidade entregava-se
às tropas portuguesas do rei D.
Sancho l e ao saque dos cruzados
nórdicos, que tinham
interrompido com este episódio
algarvio a sua derrota pelas
terras míticas do ouro situadas
no circuito oriental.
Reconquistada dois anos depois
pelo califa Yacube bem Yussufe,
meio século mais tarde, entre
1242 a 1246, os cristãos viriam
a apossar-se de novo – e desta
vez definitivamente – de Silves.
Terão sido os monges guerreiros
da Ordem de Santiago quem, sob
inspiração do santo seu patrono,
terá submetido a velha urbe
muçulmana. Pouco a pouco vai
caminhando Silves para o
empobrecimento. Não haverá
desgraça que não ature, que até
um severo Álvaro Pais, no século
XlV, há-de verberar os silvenses
por polígamos ...
Sede episcopal, vai assim
manter-se até quase finais do
século XVl. Entretanto, será o
próprio assoreamento do rio
Arade a contribuir para a perda
de importância de Silves. As
águas do rio estagnam. Despontam
febres arrastadas pelo
paludismo. A população
rarefaz-se, deserta para o
litoral. Na foz do rio
desenvolve-se agora uma vila
portuária – Vila Nova de
Portimão. Em 1539 o bispo Manuel
de Sousa pede transferência da
diocese para faro. E, em 1577,
será aqui, na antiga Xanta Maria
de Bem Harune, que se instala
com livros, bagagens e múltiplos
saberes o bispo Jerónimo Osório.
Daqui para diante Silves vai
estagnar. Ainda que, desde
meados do século passado e nos
primeiros decénios deste, a
indústria da cortiça, com
fábricas localizadas na cidade,
mesmo junto ao rio, tenha
impulsionado, de novo, o seu
desenvolvimento. No entanto,
quer a decadência desta
indústria quer a sua
transferência para outros locais
de Portugal, particularmente na
margem sul do estuário do rio
Tejo, acabaram por retirar a
Silves a sua principal fonte de
riqueza.
Em termos monumentais, a
alcáçova e a parte da cerca da
almedina ainda conservada, em
boa parte ainda as velhas
muralhas almóadas dos séculos
Xll e Xlll constituem a
principal riqueza da cidade,
contribuindo fundamentalmente
para manter o aspecto
cenográfico que Silves apresenta
quando vista, sobretudo, de
qualquer das elevações que a
rodeiam.
E, claro está, não poderia aqui
ficar esquecido um outro
ingrediente que, em termos
construtivos, contribui para
acentuar a imagem que a cidade
oferece. É que, pela sua
raridade, o grés vermelho de
Silves, com o seu tom carregado,
quase ferruginoso, lhe marca
indelevelmente o perfil urbano,
definido pela cinta e pelos
blocos hoje isolados dos restos
das suas muralhas.
No antigo edifício da Sé,
levantado ainda no século Xlll,
supõe-se que tenha desaparecido,
destruído talvez em consequência
de algum terramoto. A edificação
actual, que conserva em estilo
gótico a cabeceira e o
transepto, parece já datar do
século XV. Em meados deste
século há notícia de decorrerem
as obras da sua reconstrução.
Aqui se continuou a trabalhar
ainda em tempo de D. João ll,
enquanto, mesmo na aurora do
século XVl, há notícia de que D.
Manuel l mandava “reedificar a
Sé com obras novas, ficando um
grande e sumptuoso templo”.
Para alé da Ermida da Senhora
dos Mártires, para além do
cruzeiro gótico-manuelino
conhecido pelo cruzeiro de
Portugal, há que destacar em
Silves o Museu Municipal de
Arqueologia, estruturado à volta
de um poço-cisterna da época
muçulmana.
Descoberto no início dos anos
80, entulhado, escondia-se o
poço no interior de uma cada
antiga, situada mesmo junto da
face interior da muralha da
almedina, perto da torre que
fazia parte da cerca almóada.
Trata-se de uma obra de
engenharia, monumental, com os
seus 16 metros de profundidade.
Dado o vultoso investimento a
que certamente obrigou poderemos
estar, talvez, perante uma obra
destinada a fornecer serviço
público, a menos que se trate de
uma infra-estrutura integrada
numa casa rica, num palacete
propriedade de uma grande
família local.
O museu, orientado segundo um
percurso cronológico,
diacrónico, expõe um espólio
ordenado desde os primeiros
artefactos elaborados pelo
homem, no Paleolítico, até ao
século XVll, época representado
sobretudo por cerâmica de
utilização doméstica. De
particular importância é o
espolio muçulmano, resultado das
escavações realizadas
recentemente, ou ainda em curso,
no perímetro urbano de Silves.
Silves, cantada pelos poetas:
Quantas noites passámos no açude
Entre as sinuosas correntes do
rio
Que deslizavam como sarapintadas
serpentes
As correntes passavam próximas
de nós
Como ciumentos
Que procurassem ferir-nos com a
sua maledicência.
No recanto escolhido
O jardim visitava-nos
Enviando os seus presentes pelas
mãos aromatizadas
(da brisa.
Amada pelos príncipes, procurada
pelos comerciantes, cobiçada
pelos inimigos, foi Silves a
mais importante cidade do
Algarve (... muito mais
fortificada que Lisboa e era dez
vezes mais rica e grandiosa em
edifícios ...), desde a queda do
califado de Córdova até à
maldição lançada do alto da
Jóia, pelo bispo D. Álvaro Pais.
As origens perdem-se na bruma
dos tempos, mas diz-se que já os
fenícios teriam sido atraídos
pela riqueza agrícola das suas
várzeas e pelas possibilidades
económicas que o rio Arade
oferecia. Mas o seu apogeu teve
lugar em pleno século Xll,
quando Portugal começava a
crescer e Ibn Caci governava de
Mértola ao Oceano Atlântico.
Nessa época, segundo o grande
historiador Oliveira Martins,
era “cidade opulenta em tesouros
e formosa em construções,
vestida de palácios coroados
pelos terraços de mármore,
cortada de ruas com bazares
recheados de preciosidades
orientais, cercada de pomares
viçosos e jardins”.
Entre os palácios, contava-se o
célebre Palácio das Varandas, o
Axarajibe, que inspirou o mais
conhecido poema árabe sobre
Silves, escrito em Sevilha por
Al-Makkari:
Ó Abn Beer, ó meu melhor amigo
Saúda em Silves os lugares
queridos ...
Saúda o Sharadjib,
Onde eu passei a minha juventude
Soberbo alcazar de reais salões
Ah ! quanta noite aí passei
ditosa
Ao lado da fada sedutora ...
De todos os edifícios falados, o
único que ainda hoje dar uma
visão do conjunto é o castelo,
embora os restauros recentes lhe
tenham dado um aspecto diferente
do que tinha quando se opôs à
entrada dos cristãos. É, apesar
de tudo, o mais imponente
castelo algarvio, coroando à
cidade com suas torres e
impondo-se na paisagem, seja
qual for o ângulo por que seja
abordada.
Existe no interior do castelo
uma cisterna árabe, onde segundo
se conta, há uma moura encantada
que se passeia numa barca de
prata com remos de ouro pelas
águas cristalinas da cisterna e
que em noites de São João, entoa
belos cânticos de amor. Diz a
tradição, que se trata de uma
princesa que aguarda a chegada
de um príncipe que pronuncie as
palavras exactas para a
desencantar.
Edificado no cume da colina de
Silves, o castelo constitui um
dos mais belos e mais
significativos castelos de
Portugal. Está construído em
taipa e pedra ruiva, o que lhe
dá uma tonalidade
roxo-avermelhada e é construído
por um polígono irregular de
defesas militares.
De origem remota, julga-se que
as primeiras fortificações do
castelo sejam fenícias, e que
por lá tenham passado
igualmente, os romanos. Mas é no
período de ocupação muçulmana,
comprovado pelas fontes
históricas e por escavações
arqueológicas, que o castelo
toma forma, pois, Silves foi
durante quatro séculos a capital
muçulmana do Algarve e daí a
importância do castelo.
Em 1189, Silves foi conquistada,
após um cerco de dois meses, por
D. Sancho l, mas em 1191 caiu
novamente nas mãos árabes. Só em
1246, é que o castelo e a cidade
passaram definitivamente para o
poder dos portugueses. Vinte
anos mais tarde, D. Afonso lll
mandou reedificar e povoar a
cidade e concedeu-lhe foral. Foi
capital do governo das armas do
Algarve até ao reinado de D.
Afonso lV, e sede do bispado do
Algarve até à sua transferência
para Faro em 1577.
A sua importância, porém, não
fez com que fosse poupada aos
vários terramotos que abalaram a
cidade. Forão seis no século XlV,
três no século XVL e dois no
século XVlll, um dos quais foi o
de 1755. Estes dois últimos
foram os que causaram maiores
danos.
Em 1843, o castelo foi
oficialmente entregue à guarda
da Câmara, que o utilizou para
cadeia até Março de 1947 e nas
décadas de 30 / 40, a Direcção
Geral dos Monumentos Nacionais
procedeu a um importante
restauro do castelo.
Actualmente, está aberto ao
público. A entrada faz-se a
sudoeste por uma porta em arco
de volta perfeita. Segue-se um
corredor abobadado, que termina
com um portal de arco abatido,
onde se dá entrada para a cerca.
Ao sair do portal, avista-se o
varandim do sul, à direita do
qual se ergue a torre ou
quadrela do Canto. No caminho
para o varandim foi colocada a
estátua em bronze de D. Sancho
l, o conquistador de Silves, em
1189. À esquerda do varandim do
sul encontra-se a Torre do
Oriente, também conhecida por
torre das mulheres, por nela se
ter instalado a prisão das
mulheres.
Dentro da cerca, fica a cisterna
moura composta de 4 abóbadas
sustidas por colunatas, hoje
quase completamente submersas.
Encontramos, ainda, a chamada
“cisterna dos cães”, que parece
ter substituído uma antiga mina
de cobre, explorada ao tempo dos
romanos.
Composta por 6 torres
interligadas por um passeio de
ronda, sobressai a torre de
menagem ou Aben-Afan (o último
rei árabe) e à esquerda desta,
aparece-nos a Torre do Segredo,
assim chamada por ter sido
destinada aos presos
incomunicáveis.
Silves
http://www.regiao-sul.pt/algarve/silves/index.htm
Silves foi conquistada aos
mouros por D. Sancho I, a 3 de
Setembro de 1189.
O Município de Silves,
actualmente com 687 quilómetros
quadrados e cerca de 34 mil
habitantes é, em termos
territoriais, o segundo maior
concelho do Algarve e um dos
seus mais importantes cartões de
visita, não só pela sua
história, mas também, pela
cultura das suas gentes,
valências e apetências sociais e
económicas, no que se inclui a
promissora indústria do turismo.
A cidade de Silves - primeira
capital administrativa do
Algarve -, banhada pelo rio
Arade, apresenta-se em
anfiteatro, pela colina do
Castelo acima atingindo 55
metros de altitude.
Desde a pré-história que esta
região é povoada, sendo
frequentes os achados
arqueológicos na bacia do Arade
e nas áreas litorais (menires,
sepulturas, instrumentos de
pedra polida).
Visitar a cidade de Silves é
como que uma obrigação. Comece
pelo Mercado Municipal e
delicie-se com as frutas e
hortaliças da região, ou com o
peixe fresco e a tipicidade dos
vendedores e outros agentes
locais, que com natural
entusiasmo promovem os seus
produtos.
Depois do Mercado, na rua José
Estêvão, situada do lado
Nascente, pode observar as
edificações "oitocentistas" que
marcam o início da era
industrial de Silves, em que a
cortiça marcou assinalável
desenvolvimento.
Suba depois até ao Largo do
Município, onde poderá observar
a presença de três importantes
símbolos do poder local: o
Pelourinho, as Portas da Cidade
e o edifício dos Paços do
Concelho, estes dois últimos
sedes, respectivamente, da
antiga e da actual Câmara
Municipal.
Ali ao lado, entrando pelo arco
sob o Torreão das Portas da
Cidade, alguns passos mais à
frente, conduzem-no ao Museu
Municipal de Arqueologia, que
alberga no seu interior uma das
mais notáveis e recentes
descobertas arqueológicas - um
Poço-Cisterna do séc. XII. Uma
visita à Igreja da Misericórdia,
com porta de estilo manuelino,
ou à antiga Sé Catedral, donde
avistará o Castelo, torna-se
também indispensável.
Visite pois o Castelo de Silves
e desfrute da bela paisagem que
do seu miradouro terá então
sobre a cidade. Já na base da
cidade, depois de ter descido a
escadaria, o empreendimento de
cultura e lazer que recuperou
uma das grandes fábricas de
cortiça dessa época - a "Fábrica
do Inglês" -, proporciona-lhe
uma visita ao Museu da Cortiça.
Depois, a Nascente da Cidade,
como se seguisse para o Enxerim,
encontra a Cruz de Portugal.
Em Silves poderá ainda usufruir
de agradáveis espaços públicos
que a cidade tem para lhe
oferecer: jardins, largos,
vistas, sombras, cafés,
restaurantes e bares.
À noite, aconselhamos uma
observação atenta durante alguns
minutos à bela iluminação do
Castelo, preferencialmente pelo
lado Norte da muralha.
A tradição gastronómica silvense
baseia-se numa típica sopa de
batata à antiga, com hortelã e
pão caseiro. Depois pode provar
umas papas de milho ou uns
griséus à algarvia, com
linguiça, toucinho e ovos. Se
preferir, pode também comer um
bacalhau abafado ou uns carapaus
alimados, assim como um coelho
com molho escuro.
Nas sobremesas, o bolo real, o
morgado de Silves, o doce de
ovos ou as meias luas, são os
doces tradicionais. Na fruta, a
laranja algarvia é a
recomendação que lhe fazemos.
Website da Câmara de Silves:
www.cm-silves.pt
Tavira – (Concelho do Distrito
de Faro)

Nascido nas alturas da serra, lá
para o Garrobo ou para a Água
dos Fusos, correndo calmamente
durante quilómetros com o nome
de Séqua, ao chegar à ponte
romana, ali onde passa por
velhos palacetes de chaminés
rendilhadas, transforma-se em
Rio Gilão e com este nome se
lança no mar.
Isto acontece em Tavira, a
cidade das 37 igrejas, que,
habituadas a baptizar toda a
criatura, também baptizaram o
rio.
Se a compararmos com as outras
cidades do Algarve, é provável
que consideremos Tavira a mais
genuinamente cidade, com a sua
parte baixa, a sua alameda junto
ao rio, os seus palácios, as
suas igrejas. Cidade um pouco
adormecida talvez, como o
próprio rio em tudo se reflecte,
em que tudo ganha uma dimensão
de sonho, Dublin em miniatura,
ou Gand, ou Copenhaga ...
Herdeira provável da antiga
Balsa, pátria de poetas no tempo
árabe, foi a cidade conquistada
por Paio Peres Correia, que nela
quis ser enterrado junto aos
sete cavaleiros que perderam a
vida no cerco. Figura de
desmedido valor, viram-no os
Tavirenses de físico
proporcional à coragem, como o
prova a sua cabeça esculpida nas
escadas da praça, colocada em
altura que se pretende que seja
a natural.
Do castelo que ele tomou restam
as muralhas, restauradas e
ajardinadas. Da mesma época são
talvez algumas casas da encosta
sul, até ao Arco da
Misericórdia. Medievais são
ainda, dizem, as arcadas trás
referidas. De qualquer forma,
pouco escapou ao terramoto de
1755. As janelas geminadas da
Travessa de D. Brites são uma
relíquia. O pórtico da igreja da
Misericórdia, considerado o
melhor no género em todo o
Algarve, é uma outra. Outra
ainda é a janela do Mau Cabelo,
na rua das Oliveiras. De resto,
uma porta aqui, uma sacristia
ali e, claro, a ponte. Ponte que
os portugueses defenderam em
1383 quando os vassalos de D.
Beatriz lhes quiseram impor o
rei de Castela.
Origem do nome:
No
tempo do chamado Califado de
Córdova, o nome da povoação
escrevia-se TABIRA, mas nada
autoriza a afirmar que tal
grafia seja forma corrompida de
TALÁBRIGA. Talvez aquelas
primeiras sílabas - tabi - não
sejam mais do que a forma
aferética, obtida do vocábulo
árabe ATABII, com a variante
reduzida ATABI, nome este que
foi dado a um bairro turco de
Bagdad. Todavia, mesmo admitida
esta hipótese hipótese, não
encontramos para a sílaba final
- RA - explicação que satisfaça.
Sabemos porém, que o topónimo
evolucionou graficamente no
decurso dos séculos, pois, entre
TABIRA e TAVIRA, aparece-nos a
forma TAVILA, largamente
documentada nos nossos
escritores dos séculos XV e XVl
(Gomes Eanes de Zurara, Damião
de Góis, Camões e outros), com o
que se mostra terem alternado
entre si as líquidas L e R.
Em poder dos portugueses, TAVIRA
tornou-se oficialmente vila no
reinado de D. Afonso lll, em
1266, e D. Manuel l fê-la cidade
no ano de 1520.
PEQUENA HISTÓRIA
A sua fundação remonta à época
da ocupação fenícia ou
cartaginesa.
Conquistada aos Mouros por D.
Paio Peres Correia em 1242, foi
doada em 1244, por D. Sancho ll,
à Ordem de Sant`lago.
D. Afonso lll, concedeu-lhe
foral em 1266, o primeiro
outorgado a uma vila do Algarve.
Em 1520, D. Manuel l elevou-a à
categoria de cidade,
aumentando-lhe os privilégios.
MONUMENTOS
IGREJA DE SANTA MARIA DO
CASTELO: Erigida sobre ruínas da
antiga mesquita muçulmana,
remonta ao séc. Xlll. Destruída
pelo terramoto de 1755, foi
mandada reedificada pelo bispo
D. Francisco Gomes. A Torre do
Relógio é encimada por uma
janela do tipo árabe.
IGREJA DA MISERICÓRDIA:
Arquitectonicamente a mais
valiosa de Tavira, é o melhor
exemplar renascença do Algarve.
Entre duas pilastras de secção
quadrangular, com pedestais e
capitéis da ordem compósita,
integra-se o portal, de volta
redonda emoldurada.
IGREJA DAS ONDAS: Assim chamada
por pertencer aos mareantes e
nela se venerar a imagem de
Nossa Senhora das Ondas, tem por
orago S. Pedro Gonçalves. O
edifício, cujas origens remontam
provalvelmente ao tempo de D.
Manuel l, é de planta
trapezoidal. A cobertura,
abobadada, apresenta um tecto de
madeira ornado de pinturas
decorativas setecentistas,
figurando ao centro as armas de
D. João V.
IGREJA DE S. PAULO: Também
denominada de Nossa Senhora da
Ajuda, a sua fundação remonta a
1606, data em que os frades
paulistas ou eremitas de Santo
Amaro, vieram estabelecer-se no
convento anexo, actualmente
desaparecido. A fachada é
precedida por uma galilé
abobadada, em cujo fecho se vê
um escudo circular de alvenaria,
um escudo português sobre um
leão destado.
IGREJA DE SANTO ANTÓNIO:
Pertenceu a um pequeno convento,
fundado pouco depois de 1606, do
qual apenas subsiste o claustro.
Sem notabilidade arquitectónica,
possui várias peças de
interesse, nomeadamente o
chamado Trânsito, constituído
por três grupos escultóricos, em
tamanho natural, alusivos a
Santo António.
A CAPELA DE NOSSA SENHORA DA
CONSOLAÇÃO: Corre as paredes do
interior um silhar de azulejos
policromos do séc. XVll de
padrão original. O retábulo, do
séc. XVl, enquadra algumas telas
da escola flamenga.
DO JORNAL DO COMÉRCIO DE 30 DE
SETEMBRO DE 1900
Tavira, cidade e cabeça de
concelho, com 12.178 habitantes.
É servido pelo Caminho de Ferro
Sul e Sueste. Foi conquistada
aos Mouros em 1239, por D.
Sancho ll.
Tavira
http://www.regiao-sul.pt/algarve/tavira/index.htm
Herdeira de antigas
civilizações, Tavira foi colónia
fenícia, povoada pelos romanos e
uma importante cidade durante o
período de ocupação muçulmana.
Em 1242, os cavaleiros da Ordem
de Santiago comandados por D.
Paio Peres Correia conquistam a
cidade para o reino de Portugal.
A partir das últimas décadas do
séc. XIX a pesca do atum e a
indústria de conservas deram
nova vida à cidade. Hoje, Tavira
é uma cidade em desenvolvimento,
assentando no aproveitamento
turístico dos valores naturais e
culturais - a sua principal
aposta.
Tavira mantém, na generalidade,
um aspecto próximo do que teve
em épocas recuadas: com um
núcleo claramente medieval,
existem no todo urbano exterior
a esse núcleo, inúmeros
pormenores, volumes e formas,
que testemunham a permanência de
elementos não só medievais, como
de épocas posteriores, embora já
distantes. São marcas e símbolos
de um notável passado histórico,
que importa defender e
preservar, enquanto património
histórico de inegável e raro
valor.
A cidade de Tavira fica situada
no Sotavento algarvio, a pouco
mais de meia distância entre o
Cabo de Santa Maria e a foz do
Guadiana. Dista dois quilómetros
do mar e está implantada de
ambos os lados do Rio Gilão (ou
Séqua), com uma ponte construída
pelos romanos, ligando as duas
margens. Também chamado de
Ribeira da Asseca, este rio está
sujeito ao regime das marés e é
navegável, na maré cheia, por
traineiras e outros barcos de
pequeno calado, até quase junto
da ponte.
De referir que no reinado de D.
Maria I, Tavira ganhou uma forte
tradição militar, designadamente
por ali ter sido construído um
amplo aquartelamento, na
periferia da cidade, no sítio da
antiga Atalaínha, onde durante a
época colonial mais recente foi
sede do CISMI - Centro de
Instrução de Sargentos
Milicianos de Infantaria.
Mas, durante o período da guerra
civil (1833), comandando uma
expedição liberal saída do
Porto, o duque da Terceira
desembarcou numa praia do
litoral de Tavira, donde iniciou
o movimento para a capital, que
acabaria pela tomada de Lisboa
às tropas Miguelistas.
Nos dias de hoje, para a cidade,
manifestamente carente de
estruturas produtivas e tentando
ultrapassar um apagamento de
séculos, o aproveitamento
turístico de factores naturais e
culturais, parece ser, apesar de
tudo, mais que de sobrevivência,
uma alternativa possível para o
ressurgimento almejado.
Numa visita a Tavira, não perca
a oportunidade de provar uma
sopa de peixe ou de beldroegas,
pois estas são de facto
muitíssimo apreciadas, a par de
uma sopa de feijão com castanhas
que também é característica
deste concelho. Mas é o peixe -
sempre fresco - assado,
acompanhado de uma salada de
tomate com pimentos assados, ou
um arroz de chocos ou de
lingueirão, os pratos que fazem
as delícias desta terra à
beira-mar plantada, desfrutando
duma riqueza inigualável que a
Ria Formosa oferece,
designadamente em bivalves.
Para sobremesa, recomendamos um
folhado de Tavira, umas
bailarinas, uma bolas de figos,
ou ainda, uns beijinhos, sem
esquecer os famosos Dom Rodrigos.
Website da Câmara de Tavira:
www.cm-tavira.pt
Vila do Bispo – (Concelho do
Distrito de Faro)

Primitivamente denominada Santa
Maria do Cabo, pela sua
proximidade com o cabo de São
Vicente, foi, em 1515, doada à
Sé do Algarve por D. Manuel l,
tomando então o nome actual. Foi
elevada à categoria de vila por
D. Pedro ll (de Portugal).
Origem do nome:
«Xavier Fernandes em Topónimos e
Gentílicos (1944)» : “A
expressão alude, sem dúvida, a
qualquer bispo, provavelmente da
respectiva diocese e a quem a
povoação quis homenagear, talvez
em sinal de gratidão por
benefícios recebidos”.
Vila do Bispo
http://www.regiao-sul.pt/algarve/vila_bispo/index.htm
Com
sessenta por cento da sua área
inserida no Parque Natural do
Sudoeste Alentejano e Costa
Vicentina, o concelho de Vila do
Bispo é um dos poucos locais da
região do Algarve onde a
natureza selvagem, aliada a um
património histórico cultural
riquíssimo, se mantém intacta.
Localizando-se no extremo mais
ocidental da região, e com
condições únicas e belezas raras
que convidam a uma visita
prolongada, apresenta duas
realidades distintas: a costa
ocidental - pouco recortada, e
onde desaguam pequenos cursos de
água doce - e a costa
meridional, mais recortada em
resultado da erosão, oferecendo
uma magnífica visão de enseadas
e baías.
Desde as suas gentes, à sua
variadíssima gastronomia e
paradisíacas praias, Vila do
Bispo proporciona a prática dos
mais variados tipos de turismo e
desportos, possibilitando um
contacto saudável e harmonioso
com a Natureza, na verdadeira
acepção da palavra. Sol, mar e
um vasto património histórico
cultural perfazem, assim, a
conjugação perfeita para quem
quer sentir o misticismo do
passado e a dinâmica do
presente.
O Decreto-Lei n.º 241/88 de 7 de
Julho de 1988, criou a Área
Protegida do Sudoeste Alentejano
e Costa Vicentina (APSACV), mais
tarde reclassificada, através do
Decreto Regulamentar n.º 26/95
de 21 de Setembro, como Parque
Natural do Sudoeste Alentejano e
Costa Vicentina (PNSACV).
Este Parque Natural tem uma área
de 70.000 ha, que se inicia em
Sines e termina em Burgau,
abrangendo os concelhos de
Sines, Odemira, Aljezur e Vila
do Bispo. Em Vila do Bispo o
Parque Natural está implantado
em 60% do seu território,
incluindo o aglomerado urbano de
Vila do Bispo, Raposeira,
Figueira, Burgau e Bordeira.
O limite marítimo do Parque
Natural é a batimétrica dos 50
m, abrangendo uma faixa marítima
de cerca de 2 km definida a
partir da linha da costa. No
concelho de Vila do Bispo essa
faixa varia entre 3 e 4
quilómetros na costa ocidental e
1,5 a 8 quilómetros na costa
sul.
O clima é do tipo mediterrâneo
com influência marítima.
Em termos gastronómicos, Vila do
Bispo oferece o bom peixe
fresco, os famosos perceves e a
deliciosa moreia frita. Como
sobremesa, recomenda-se o bolo
de mel, uma verdadeira delícia
feita à base de mel, farinha de
trigo e azeite.
A Agro-Expo do Concelho de Vila
do Bispo - Feira de Actividades
Económicas, Artesanato,
Gastronomia e Pecuária, é uma
iniciativa da Câmara Municipal
que anualmente se realiza em
Setembro, contando com o apoio
da Região de Turismo do Algarve.
Vila Real de Santo António –
(Concelho do Distrito de Faro)

Foi
fundada pelo Marquês de Pombal,
em 1774, com semelhante traçado
ao da Baixa de Lisboa. Na Idade
Média duas aldeias de
pescadores, pelo menos, já aí
estavam implantadas: a grande
povoação de Monte Gordo e a sua
pequena vizinha Santo António da
Arenilha, esta mesmo ao pé da
barra do rio. Em meados do
século XVlll, Monte Gordo tinha
cerca de 5 mil pescadores e suas
famílias.
Citando e escritor Baptista
Lopes: “ (…) o Marquês de
Pombal, vendo deserto todo o
chão desde a aldeia de Monte
Gordo até Castro Marim, resolveu
criar na margem do rio Guadiana,
em frente da província espanhola
da Andaluzia, uma povoação
imponente que suplantasse
Aiamonte e infundisse respeito
aos espanhóis e a todos os
estrangeiros que desembarcassem
no Guadiana e pisassem a
extremidade sudeste do País (…).
Escolheu para a nova povoação um
risco elegante e majestoso, à
imitação da chamada Lisboa
pombalina: fronteira imponente,
regular e simétrica, olhando com
desdém para a Andaluzia e para o
Guadiana, ruas amplas, algumas
com 30 metros de largura, todas
perfeitamente alinhadas e
cortadas m ângulo recto por
outras do mesmo estilo; casas
elegantes, todas simétricas;
praças e largos; boa igreja
matriz, soberbos Paços do
Concelho, majestoso pelourinho”.
E
chamou-lhe Vila Real (porque o
próprio rei a tomava sob sua
protecção) e de Santo António,
em memória da antiga aldeia ali
existente”.
Vila Real de Santo António
http://www.regiao-sul.pt/algarve/vila_real/index.htm
Por
vontade de Sebastião José de
Carvalho e Melo - o Marquês de
Pombal - Vila Real de Santo
António nasceu no ano de 1774 no
século XVIII. O seu centro
histórico distingue-se pelas
ruas geometricamente
perpendiculares e devidamente
ordenadas que compõem o núcleo
arquitectónico, donde ressalta à
vista a antiga praça real - hoje
Praça Marquês de Pombal - com o
piso radiado, branco e preto e o
Obelisco dedicado ao Rei D.
José.
Ainda hoje prevalece o espírito
pombalino em muitas actividades,
marcando indelevelmente a
história de Vila Real de Santo
António, associada à faina
marítima e à actividade da
pesca, das conservas e, mais
recentemente, à indústria de
construção naval moderna.
Tal como acontece em toda a
região algarvia, o concelho de
Vila Real de Santo António está
hoje mais vocacionado para o
Turismo. A praia de Monte Gordo,
que foi uma das pioneiras na
atracção turística da região na
década de 60, continua hoje a
ser um destino preferido do
turismo nacional, muito
apreciada pela sua vasta
extensão de areal e pelas águas
cálidas, de temperaturas
verdadeiramente mediterrânicas,
que apresenta. Outras praias,
como a do Alemão e a Manta Rota,
complementam a tranquilidade
existente nesta zona do
Sotavento algarvio.
No enquadramento destes areais
característicos, encontram-se, a
mata de Monte Gordo e outros
pinhais, que embora menos
extensos ostentam um verde
repousante, são e pleno de
perfume silvestre por onde
apetece caminhar, respirando o
ar puro de um clima praticamente
único no mundo. Durante esses
tranquilizantes passeios por
entre pinheiros, é frequente
encontrarmos, o mais frequente
habitante destas paragens - o
camaleão.
Mas, neste concelho fronteiriço
com a vizinha Espanha em que o
rio Guadiana é mediador, existem
outros locais de rara beleza e
grande tradição. Estamos a
falar-vos de Cacela Velha, por
exemplo, com fortes tradições no
artesanato - cestaria de cana -
onde ainda é possível saborear
umas deliciosas ostras, umas
amêijoas de cão, um bom peixe
grelhado, ou um saboroso prato
de marisco salteado.
E porque estamos a falar de
gastronomia, convém não esquecer
os famosos pratos confeccionados
à base de atum - uma tradição
que vem de muito longe -, como a
estupeta, uma moxama (lombo seco
e prensado), ou uma espinheta
(guisado com batatas), não sem
antes provar umas conquilhas
abertas ao natural ou, porque
não, um atum de vinagrete para
lhe abrir o apetite.
Nos doces, muita coisa boa se
pode encontrar no concelho de
Vila Real de Santo António,
desde os carriços aos bolinhos
de amor ou às tortas de amêndoa,
entre outros.
A finalizar, não podemos deixar
de salientar a mais recente
evolução do concelho de Vila
Real de Santo António. Estamos a
falar de desporto e,
naturalmente, do excelente
Complexo Desportivo, ali à beira
da Mata de Monte Gordo, por onde
passam anualmente categorizados
atletas, quer em estágio, quer
em preparação para competições
internacionais ou olímpicas.
Como referência, fique a saber
que por estas infra-estruturas
desportivas - em crescimento -
ultrapassando anualmente as
vinte mil utilizações.
O Complexo Desportivo de Vila
Real de St.º António inclui
actualmente um pavilhão, três
polidesportivos, quatro campos
de ténis, dois campos de
mini-ténis, estádio
com campo de futebol relvado,
dois campos de futebol relvados
para treinos, pista de atletismo
com piso sintético, campo de
treino de lançamentos e pista de
cross.
Vila Real de Santo António, está
assim na rota das grandes
competições.
Trabalho e pesquisa de
Carlos Leite Ribeiro –
Marinha Grande -
Portugal
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