Distrito de ÉVORA
Trabalho e
Pesquisa de
Carlos Leite
Ribeiro
Concelhos
de:
Alandroal,
Arraiolos,
Borba,
Estremoz,
Évora
(conselho
de),
Montemor-o-Novo,
Mora,
Mourão,
Portel,
Redondo,
Reguengos
de
Monsaraz,
Vendas
Novas,
Viana do
Alentejo,
Vila
Viçosa
Évora é
um
distrito,
pertencente
à
província
tradicional
do Alto
Alentejo.
Limita a
norte
com o
Distrito
de
Santarém
e com o
Distrito
de
Portalegre,
a leste
com a
Espanha,
a sul
com o
Distrito
de Beja
e a
oeste
com o
Distrito
de
Setúbal.
Área:
7393 km².
Sede de
distrito:
a cidade
e
concelho
de
Évora
Apontamento
do ano de
1900 (Jornal
do
Comércio):
“O Distrito
de Évora, é
formado de
uma parte da
antiga
província do
Alentejo.
Tem uma
superfície
de 7.399,5
Km2 e uma
população de
128.062
habitantes e
compreende
13 concelhos
e 110
freguesias.
As
principais
terras:
Évora,
Estremoz e
Vila Viçosa.
As
principais
serras deste
distrito:
Ossa,
Montemuro,
Portel e
Monges; e os
seus
principais
rios:
Guadiana e
seus
afluentes,
Degebe e
ribeira de
Pardiela, e
pelos rios
Almansor,
Divor,
Sorraia e
outros
afluentes do
Tejo e do
Sado”.
Évora -
(Capital e
Concelho do
Distrito de
Évora)

(Apontamento
do ano de
1900 do
“Jornal do
Comércio”:
“Évora é
cidade e
capital de
distrito e
cabeça de
concelho.
Tem 16.500
habitantes e
é servida
pelo Caminho
de Ferro Sul
e Sueste.
Está situada
numa colina
a 302 metros
de altitude.
Possui
notáveis
monumentos,
entre outros
o célebre
Templo de
Diana,
esplêndido
exemplar da
arte
grego-latina,
o aqueduto
de Sertório,
a bela
Ermida de
São Brás, em
estilo
gótico
normando, de
carácter
meio-militar
meio-religioso.
Aqui nasceu
Garcia
Resende. O
concelho tem
20
freguesias e
25.636
habitantes.
O distrito
de Évora tem
uma
superfície
de 7.399,5
Km2 e uma
população de
128.062
habitantes.
Compreende
13 concelhos
e 110
freguesias.
Os concelhos
são:
Alandroal,
Arraiolos,
Borba,
Estremoz,
Évora,
Montemor-o-Novo,
Moura,
Mourão,
Portel,
Redondo,
Reguengo de
Monsaraz,
Viana do
Alentejo, e
Vila Viçosa.
Serras
principais:
Ossa,
Montemuro,
Portel,
Monges. É
banhado
pelos rios
Guadiana e
seus
afluentes
Degebe e
ribeira de
Pardiela, e
pelos rios
Almansor,
Divor,
Sorraia e
outros
afluentes do
Tejo e do
Sado. Produz
cereais,
pastagens;
grandes
matas de
azinheiras e
sobreiros;
cortiças e
minérios”.Origem
do nome::
Como
acontece com
quase todas
as cidades
mais
antigas, a
origem do
nome presta
a várias
considerações
e opiniões.
Damos aqui
algumas
dessas
opiniões:
“Supõe-se
que foi
fundada
pelos
Eburones
2059 anos
antes de
Cristo, os
quais lhe
deram o nome
de “Ebura”,
“Ebora” ou “Elbura”.
Foram os
Eburones
povos que
habitaram a
Espanha
duzentos e
tantos anos
depois do
dilúvio de
Noé, mas dos
quais poucos
vestígios
restam.”
(Arquivo
Histórico de
Portugal –
1890).
“Edificada
nestas
férteis
paragens do
Alentejo,
foi centro
de grande
cultura no
tempo dos
romanos, sob
o nome de
Liberalitas
Julia e
especialmente
sob a égide
de sertório,
e mais tarde
sob o
domínio dos
serracenos
com a
designação
de YEBORA,
donde deriva
o actual
nome.”
(Dr.
Bartolomeu
Gromicho –
1937).
“Évora é a
forma actual
do latim
Ebora. O Dr.
Leite de
Vasconcelos
arrolou
Rbora como
nome
lusitano-romano.
Também
Quicherat e
outros
latinistas
estrangeiros
não esquecem
Ebora como
cidade
romana da
Lusitânia,
já citada em
Plínio.”
(Prof.Dr.
Vasco
Botelho do
Amaral –
1949).Um
pouco de
História:
Évora é uma
cidade muito
antiga, já
assinalada
em períodos
remotos da
história de
Península
Ibérica. O
seu primeiro
nome
conhecido
provém de
Plínio, que
lhe chama
Ebora
Cerealis - o
nome de
Ebora talvez
seja
céltico.
Foi sede do
reino
céltico-lusitano
de Astolpas,
sogro do
célebre
Viriato.
Fortificada
por
Sertório,
recebeu o
nome de
Liberalitas
Julia. Cerca
de 27 antes
de Cristo,
Júlio César
ou Octaviano
chamaram-lhe
Jus Latim
Vetus, e foi
elevada por
Vespasiano à
categoria de
municipium,
com direito
a moeda
própria. No
período
visigótico
continuou a
cunhar
moeda, desde
Leovigildo a
Egica, ou
seja 552 a
699 antes de
Cristo,
sendo
aumentadas
as suas
defesas
militares.
Conquistada
por Tárique
nos
primeiros
anos do
século Vlll,
foi tomada
aos Mouros
em Setembro
de 1165, por
Geraldo
Sem-Pavor,
que a
entregou a
D. Afonso
Henriques.
Este rei
instalou no
seu castelo
a Ordem
Militar de
São Bento de
Calatrava,
desde então
designada
por Ordem de
Cavalaria de
Évora, que,
no reinado
de D. Afonso
ll, passou à
Ordem de
Avis.
Corte de
vários reis
da dinastia
afonsina,
como D.
Afonso lll,
D. Dinis, D.
Afonso lV,
que em 1340
organizou
aqui as
forças que
levou à
Batalha do
Salado; foi
também
residência
do
Condestável,
D. Nuno
Álvares
Pereira,
como
fronteiro da
província,
durante as
campanhas
contra os
castelhanos,
que
culminaram
com a
vitória da
Batalha dos
Atoleiros.
D. João l
cognominou-a
de “mui
nobre e
sempre
leal”,
elevando-a à
categoria de
segunda
cidade do
Reino, logo
a depois de
Lisboa.
Começou
então a sua
época de
maior
esplendor,
nela se
estabelecendo
longamente
quase todos
os monarcas
da dinastia
de Avis.
Além dos
Paços Reais
de D. Manuel
l e de D.
João lll, a
cidade foi
enriquecida
com
numerosos
edifícios
civis e
religiosos,
cabendo uma
grande parte
das
iniciativas
ao
cardeal-rei
D. Henrique,
primeiro
arcebispo de
Évora e
fundador da
Universidade
do Espírito
Santo, em
1559, e cujo
ensino
entregou à
Companhia de
Jesus.
Em Évora
estalaram os
tumultos do
Manuelinho
contra os
espanhóis,
em 1637, e o
levantamento
que precedeu
à
Restauração
de 1640. Em
1663,
durante a
Guerra da
Independência,
foi tomada
por João da
Áustria mas
logo
retomada por
D. Sancho
Manuel.
Évora é hoje
uma das
cidades
portuguesas
de maiores
tradições
históricas e
com um
passado
imensamente
rico,
marcado pelo
papel
significativo
que deteve
ao longo dos
tempos, não
só no campo
artístico e
cultural,
como até no
sócio-político.
Cidade de
antiguidade
indiscutível,
e história
dos seus
primeiros
tempos é
obscura, mas
a sua
importância,
pelo menos
na época da
dominação
romana, está
amplamente
confirmada,
quer através
dos restos
de um templo
clássico,
provavelmente
mal
designado
por de
Diana, quer
pelos
vestígios de
uma cerca de
muralhas que
deve ser
originária
dos
construtores
itálicos.
Decerto um
pouco
imaginosamente,
Évora tem
mesmo sido
considerada
a capital
dos
Lusitanos,
ao mesmo
tempo que é
atribuída
uma
importância
excessiva à
estada de
Sertório
dentro dos
seus muros.
Seja como
for, não
fica
diminuindo o
prestígio
que teve
como
município e
ponto de
passagem de
comércio.
Posteriormente
ocupada por
Visigodos e
Árabes,
Évora foi
finalmente,
em 1165,
conquistada
para os
cristãos por
Geraldo
Sem-Pavor,
num episódio
sobre o qual
se tecem
curiosas
lendas,
apresentando
o
conquistador
como um
turbulento
cavaleiro
homiziado
que, para se
reabilitar,
tivesse
cometido a
proeza de
entrar de
noite na
cidade,
degolar os
mouros
vigias e
abrir as
portas aos
seus
companheiros,
permitindo
assim que se
consumasse a
conquista.
Mas de
certeza
apenas se
sabe que o
Sem-Pavor
naquela data
entrou na
cidade e,
depois de a
tomar, a
entregou a
D. Afonso
Henriques.
Este deu-lhe
no ano
seguinte
foral,
confirmado
em 1218 por
D. Afonso ll.
Durante toda
a Idade
Média, e
especialmente
no século
XVl, em
particular
na época do
cardeal D.
Henrique,
seu primeiro
arcebispo e
fundador da
célebre
Universidade
de Évora foi
uma das mais
importantes
cidades de
Portugal.
Gozando da
preferência
dos
primeiros
monarcas
portugueses,
e
principalmente
dos da
dinastia de
Avis, não só
para local
de habitação
e veraneio,
mas também
como centro
político,
aqui se
reuniram as
cortes,
cerca de
duas dezenas
de vezes, a
partir de
1282.
São célebres
os tumultos
de Évora,
durante a
crise de
1385-1385,
em apoio ao
Mestre de
Aviz. É de
referir
também o
papel
interveniente
que a cidade
teve antes
de 1460 na
preparação
do clima
propício
para a
Restauração,
com os
famosos e
lendários
escritos do
Manuelinho,
uma forma
inteligente
encontrada
pelos
conspiradores
eborenses
para assinar
tudo o que
fosse contra
o governo
espanhol.
Não se
quedou por
aqui a
participação
da cidade
nos graves
problemas
dessa época,
já que os
seus
habitantes,
de mentores
de uma certa
e
significativa
agitação,
passaram a
tomar parte
activa na
guerra
subsequente
à
independência.
E Évora, que
nem em
efectivos
humanos nem
em defesas
fortificadas
se
encontrava
preparada,
foi
fortemente
massacrada
em 1663,
primeiro
pelos
exércitos
espanhóis
que a
acabaram por
tomar, logo
a seguir
pelas tropas
luso-britânicas
que
procederam à
reconquista.
Todavia,
resultaram
goradas
algumas
destas
intervenções
na vida
política de
Portugal,
como foi o
caso da
formação, a
14 de
Outubro de
1846, no
século do
liberalismo,
de uma junta
governativa
inspirada na
Patuleia do
Norte, que
trouxe como
consequência
a
capitulação
da cidade
após o
ataque das
forças fiéis
ao governo
de Lisboa.
Foi, no
entanto, sob
o aspecto
artístico-cultural
que Évora
mais se
distinguiu
ao longo dos
tempos.
Sabendo-se
até que
ponto a vida
religiosa
esteve
ligada à
cultural,
certamente
serão
consideradas
significativas
as 22 casas
religiosas
que se
estabeleceram
na cidade.
Mas, embora
não
desligada
deste
factor, foi
a existência
de uma
universidade
que mais
profundamente
marcou a
actividade
cultural de
Évora.
Iniciada
como Colégio
do Espírito
Santo e
entregue aos
Jesuítas em
1557, logo
dois anos
depois se
tornou
universidade,
graças à
acção do
cardeal D.
Henrique.
Aliás, o
futuro rei
teve papel
meritório na
cidade, que
nesta época
foi dotada
de
importantes
construções,
de entre as
quais se
salientam a
Igreja do
Espírito
Santo,
iniciada em
1566, a
fonte das
Portas da
Moura e o
chafariz da
Praça do
Geraldo, que
data de
1570. A
Universidade,
bem
apetrechada
e com bons
professores,
tornou-se em
pouco tempo
um grande
centro
cultural,
com
projecção
europeia.
Foi, porém,
encerrada em
1759 pelo
Marquês de
Pombal, que
tão-pouco se
inibiu de
destruir
parte da
restante
obra do
cardeal, e
esse facto
acelerou de
algum modo
uma certa
decadência
da cidade.
Importante
foco,
especialmente
durante a
centúria de
Quinhentos,
de cultura e
arte, Évora
viu
convergir
para si
artistas que
deixaram o
seu nome
ligado a
obras ainda
hoje
consideradas
do melhor e
mais
representativo
do seu
género em
Portugal.
São disso
exemplo os
Arrudas,
Afonso
Álvares,
António
Álvares,
Manuel
Pires,
Torralva,
como
arquitectos
e
construtores;
Chanterene,
escultor, e
o flamengo
Fr. Carlos
na pintura.
Mas outras
figuras
notáveis
aqui viveram
ou a Évora
se ligaram.
Gil Vicente,
Garcia de
Resende,
Vasco da
Gama,
Clenardo,
Jerónimo
Osório, D.
Francisco
Manuel de
Melo e, mais
próximo de
nós, Fr.
Manuel do
Cenáculo não
desmerecem
dos
anteriores.
Monumentos
das mais
variadas
épocas,
alguns de
grande
representatividade,
como marcos
históricos e
estilísticos,
estão hoje
integrados
na paisagem
citadina, de
uma forma
quase sempre
feliz,
embora essa
integração
tenha sido
geralmente
feita ao
sabor do
acaso ou das
necessidades,
sem grande
esforço de
programação.
Partindo
embora de
uma evolução
histórica
longa, a
arquitectura
do passado,
mais
erudita,
casa-se
normalmente
bem com os
edifícios
mais simples
e modernos.
Embora a
cidade tenha
extravasado
hoje o
recinto de
fortificação
mais recente
(fernandino
e do século
XVll) e
crescido ao
longo da
estrada de
circunvalação,
o núcleo
urbano
propriamente
dito está
confiado ao
interior das
muralhas.
O interior
da antiga
muralha
romano-medieval,
da qual
ainda restam
alguns
vestígios,
terá
constituído
a primeira
fixação
urbana em
que se
estabeleceram
os romanos,
árabes e as
primeiras
ocupações
cristãs. É o
ponto mais
elevado da
cidade e
nele se
encontram os
edifícios
mais
característicos,
como é o
caso do já
referido
templo
clássico e
principalmente
a Sé, de
estilo
romano-gótico,
iniciada
ainda no
século Xll,
mas
denotando
como
principal
campanha a
do século
Xlll. Templo
grandioso e
imponente de
três naves
com trifónio,
e encimar o
cruzeiro
apresenta
uma
magnífica e
original
torre-lanterna
que, com as
duas
desiguais da
fachada,
domina a
paisagem
urbana.
Juntamente
com a Sé, o
antigo Paço
Arquiepiscopal,
hoje Museu
Regional, e
o conjunto
dos Lóios –
de uma
primitiva
construção
gótico-manuelina,
hoje
aproveitada
para
pousada,
pouco resta
– constituem
um núcleo
que, depois
de
desobstruído
o templo
romano das
antigas
casas da
Inquisição
que se lhe
encostavam e
rebaixado o
largo
circundante
(1841), se
tornou uma
das zonas
mais
interessantes
da cidade.
A cidade,
certamente
por pouco
tempo,
esteve
confinada
àquela
primitiva
muralha,
tendo-se
espalhado em
seu redor e
de tal modo
crescido que
no século
XlV se
tornou
necessário
rodear de
novo a
cidade com
uma cerca,
muito mais
extensa que
a anterior,
e que ficou
concluída no
reinado de
D. Fernando
l. Esta
cerca foi
muito
danificada
durante as
Guerras da
Restauração,
pois, embora
D. João lV
tivesse
programado a
construção
de baluartes
que
reforçariam
os muros
fernandinos,
aqueles
ainda não
estavam
concluídos
aquando do
ataque
espanhóis. O
invasor teve
mais tarde
necessidade
de os voltar
a edificar,
pelo que
ainda hoje
restam
algumas
dessas
defesas.
Espraiada
assim a
cidade em
redor da
primeira
muralha, o
seu
crescimento
foi
certamente
rápido,
ainda que a
Cerca
Fernandina
não fosse
tão extensa
como as
fortificações
que hoje a
circundam.
Assim, com o
extravasamento
do agregado
urbano para
fora da
primeira
muralha,
formaram-se
as zonas
urbanas que
foram
evoluindo de
maneira
diferente,
embora
mantendo não
só um certo
ar de
família
entre as
várias
partes da
cidade, que
nem mesmo os
edifícios
mais
recentes
conseguiram
apagar, mas
também
alguns
aspectos que
denunciam as
suas
origens. São
os casos dos
Bairros da
Mouraria (a
norte da
primitiva
muralha, à
volta da rua
do mesmo
nome) e da
Judiaria (a
ocidente da
Praça do
Giraldo),
que ainda
revelam um
cunho quase
medieval,
com suas
ruas
estreitas e
habitações
de tipo
simples e
popular.
Por outro
lado, certos
edifícios
disseminados
pela cidade,
especialmente
de carácter
religioso,
influenciaram,
e
influenciam
ainda, de
forma
indiscutível
o espaço
urbano
envolvente.
Sucede
assim,
nomeadamente,
com a Igreja
de São
Francisco,
construção
do gótico
final já com
algumas
características
da decoração
manuelina.
Monumento
importante
da
arquitectura
eborense,
denota
grande
simplicidade
na traça da
planta de
cruz latina,
com uma nave
única e
capelas
laterais,
alçados
também
simples e
cobertura de
abóbada de
nervuras sem
ogiva.
Situa-se
sobranceiro
a um largo
onde também
tem lugar de
destaque a
Galeria das
Damas.
Trata-se do
que resta
dos Paços de
D. Manuel l,
residência
da dinastia
de Avis,
importante
edifício da
arquitectura
do reinado
do rei que
teve o
cognome
histórico
Venturoso
(embora
iniciado
anteriormente)
e de forte
influência
árabe.
Aliás, é de
referir que
Évora é
talvez das
zonas de
Portugal em
que nesta
época o
tijolo e a
janela e
arco
mouriscos,
foram
utilizados
de uma forma
mais
evidente.
MONUMENTOS
PRÉ-HISTÓRICOS:
CROMELEQUE E
MENIR: a
cerca de 12
Km a oeste
de Évora
encontra-se
o mais
importante e
o mais bem
conservado
crome leque
da Península
Ibérica.
Situado a
1,5 Km a
sudoeste do
monte da
Herdade dos
Almendres, é
constituído
por 95
blocos, co
1,5 a 2
metros de
altura e 1
de diâmetro,
dispostos
num oval de
60 metros de
eixo maior e
30m de eixo
menor,
orientada no
sentido
este-oeste,
como a
maioria das
antas. Junto
ao monte da
herdade
encontra-se
um grande
menir fálico
isolado.
Eleva-se a
3,5m do
solo,
devendo ter
um
comportamento
total de 5
m, um
diâmetro
máximo de
1,2m e um
peso de 10 a
12
toneladas. A
sua ligação
com o culto
da
fecundidade
parece
evidente.
NÚCLEO
DOLMÉNICO DE
GRAÇA DO
DIVOR:
Existem
nesta
freguesia
cerca de 20
antas
bastante bem
conservadas,
das quais se
destacam: a
anta da
Herdade de
Paredes,
situada na
margem
esquerda da
ribeira de
Paredes, a
poente da
estrada
nacional nº
114-4, que
tem uma
câmara de
sete esteios
com chapéu
“in situ”,
de 2 metros
de altura, e
corredor
curto com
uma laje de
cobertura
com 31
covinha; a
anta 1 da
Herdade do
Silval,
situada
cerca de 500
metros a
poente da
anterior,
mas na
margem
direita da
ribeiro de
Paredes, que
possui uma
câmara de
sete
esteiros,
com 3 metros
e igual
altura,
conservando
o chapéu “in
situ”, um
corredor de
4 m. e
vestígios de
mamoa, com
20 m. de
diâmetro,
considerada
um dos mais
importante
dólmenes da
região; a
anta 3 da
herdade do
Silval,
situada
300m. a
norte do
monte
Silval,
junto à
estrada, que
conserva uma
câmara de
oito
esteiros com
o chapéu “in
situ”, com
3m de
altura, mas
pouco
restando do
corredor e
da mamoa; a
anta 3 da
Herdade de
Alcanena,
situada a
sul da
estrada
nacional, na
margem
esquerda da
ribeira de
Almançor,
junto de um
grande
sobreiro,
que se
encerra uma
câmara
quadrangular
com chapéu
“in situ” e
um corredor
pouco
diferenciado
da câmara; a
anta 1 da
Herdade da
Segonheira,
situada 700m
a sudoeste
da herdade,
que tem uma
câmara de
sete
esteiros, de
2 m. de
altura, com
chapéu “in
situ”. O
corredor e a
mamoa estão
destruídos.
ANTA GRANDE
DO
ZAMBUJEIRO:
É um dos
maiores e
mais belos
dólmenes da
Península
Ibérica.
Coberto por
uma mamoa da
qual só
aflorava o
chapéu e a
extremidade
de alguns
esteiros, o
monumento
tem uma
câmara, com
5 metros de
altura e 3
de diâmetro,
sete esteios
e um
corredor,
com 10m de
comprimento
e 1,60 m de
altura.
Trata-se sem
dúvida, de
um dos mais
altos
monumentos
deste género
e dos mais
harmoniosos.
CASTELO DO
GIRALDO: Num
pequeno
cabeço
coroado por
um
proeminente
afloramento
rochoso,
dotado de
excelente
visibilidade
e de defesas
naturais,
encontram-se
abundantes
vestígios de
ocupação,
que se
prolongou
desde o
final do
Neolítico
(3.000 anos
antes de
Cristo) até
aos tempos
medievais,
passando
pelo final
da Idade do
Bronze. A
forte
muralha, com
40 metros de
diâmetro,
que coroa o
cabeço
assenta
sobre
estratos
neolíticos,
devendo
datar do
período da
Reconquista,
a julgar
pela
abundante
cerâmica
medieval
recolhida.
COROA DO
FRADE: No
extremo
leste da
serra de
Montemuro,
encontram-se
vestígios de
uma vasta
fortificação,
composta por
um recinto
principal em
forma de
pêra, com
200 metros
de eixo
maior,
reforçado
por um outro
recinto
exterior. As
escavações
efectuadas,
nas quais se
puderam
observar
pavimentos
de cabana e
se
recolheram
várias armas
e utensílios
de bronze,
objectos de
adorno de
âmbar,
fibrolite,
opala e
grande
variedade de
cerâmicas,
de que se
destacam as
de ornatos
brunidos,
identificaram
as ruínas
como
pertencendo
a um povoado
do final da
Idade do
Bronze, ou
seja 1.000 a
700 anos
antes de
Cristo.
OUTROS
MONUMENTOS:
CELEIRO
COMUM:
Instituído
por D.
Sebastião e
transformado
em 1777,
apresenta
fachada de
estilo
rocócó.
AQUEDUTO DA
ÁGUA DE
PRATA:
Construído
entre 1531 e
1537, tem 9
Km de
extensão. A
parte
monumental
do aqueduto,
interrompida
por torrões
quadrangulares
ou cobertos
de cúpulas,
fica
compreendida
entre São
Bento e a
cidade.
MURALHAS:
Vestígios da
grandeza
militar de
Évora,
testemunham,
apesar de
arruinadas,
a
importância
da cidade
através dos
séculos.
Delas se
destacam: a
cerca
romano-godo-muçulmana,
da Alta
Idade Média,
com a Porta
de D.
Isabel, os
lanços dos
Colegiais,
as torres da
Rua Nova e
da Selaria e
a Porta de
Moura, e a
cerca nova,
construída a
partir do
reinado de
D. Afonso lV
e concluída
no século
XlV,
vastíssima,
que teve 40
torres e 10
portas, das
quais
subsistem as
Portas de
Avis, da
Lagoa, e do
Moinho de
Vento, além
da torre de
menagem do
Largo de
Alconchel, a
mais sólida
deste
amuramento.
CASTELO
VELHO:
Parcialmente
destruído em
1384,
durante as
lutas a
favor do
Mestre de
Avis (mais
tarde D.
João l),
dele apenas
restam
algumas
ruínas.
CASTELO
NOVO:
Manuelino,
construído
em 1518,
foi, no
século
XVlll, por
cedência de
D. João V,
transformado
em quartel.
TEMPLO DE
DIANA: Évora
conserva, da
época
romana, um
dos templos
mais
completos da
Península
Ibérica.
Dedicado ao
culto
imperial, é
um templo
períptero,
isto é,
rodeado nos
quatro lados
de colunas
da ordem
coríntia. O
embasamento
tem 25mX15
metros e 3,5
de altura.
A Cidade de
Évora
É a capital
da província
do Alto
Alentejo e
conta
actualmente
cerca de
50000
habitantes.
Foi
denominada
pelos
romanos
Liberalitas
Julia e
conserva,
como
relíquia da
civilização
romana, um
templo pagão
que,
constitui
exemplar
raro na
Península.
Em 1165 foi
conquistada
aos mouros
pelo
cavaleiro
cristão,
Giraldo
Sem-Pavor,
tendo sido
integrada na
monarquia
portuguesa
de D. Afonso
Henriques.
Pela sua
posição
geográfica,
perante os
muçulmanos e
perante
Castela,
desempenhou
papel de
primeira
importância
na história
de Portugal,
tendo sido
assento da
corte e
centro de
cultura de
grande
relevo.
Apresenta
ainda hoje
um vasto
conjunto de
monumentos
que mostram
as correntes
artísticas
que por aqui
passaram
através dos
séculos,
desde o
estilo
romano ao
miguelangelesco,
sem esquecer
as
influências
do sul de
Espanha na
característica
decoração
mudejar. As
suas
numerosas
igrejas são
opulentas de
decoração,
avultando as
talhas
douradas,
pinturas
murais,
painéis de
azulejos
barrocos e
mármores
embutidos.
Pela
quantidade e
qualidade de
volumes
arquitectónicos
que possui,
ocupa
posição de
relevo, não
só entre as
cidades de
Portugal,
mas ainda
entre todas
as da
Península
Ibérica.
Devido à
riqueza
histórica do
seu
património,
a cidade de
Évora foi
alvo de
avaliação
pela UNESCO
que a veio a
declarar
como Cidade
Património
da
Humanidade.
A cidade de
Évora
encontra-se
situada a
140 km de
Lisboa, no
interior da
planície
Alentejana.
A sua
ligação a
Lisboa,
consegue-se
em cerca de
1 horas a 1
h e 30
minutos,
graças aos
acessos
rodoviários,
por
autocarros
que
estabelecem
aquele
percurso com
frequência
ao longo do
dia.
A Lenda do
Giraldo
Giraldes, o
Sem Pavor
Esta lenda
passou-se no
ano de 1165,
no tempo em
que Évora
era ainda a
Yeborath
árabe para
grande
desgosto de
D. Afonso
Henriques
que a
desejava
como ponto
estratégico
para a
reconquista
de Portugal
aos
Mouros.
Giraldo
Geraldes, um
homem
cristão que
vivia à
margem da
lei, era
chefe de um
bando que
habitava num
pequeno
castelo nos
arredores de
Yeborath.
Conhecido
também pelo
Sem Pavor,
Giraldo
Geraldes
decidiu
conquistar
Évora para
resgatar a
sua honra e
o perdão dos
seus homens.
Disfarçado
de trovador
rondou a
cidade e
traçou a sua
estratégia
de ataque à
torre
principal do
castelo que
era vigiada
por um velho
mouro e pela
sua filha.
Numa noite,
o Giraldo
subiu
sozinho à
torre e
matou os
dois mouros,
apoderando-se
em silêncio
da chave das
portas da
cidade. Mais
tarde,
mobilizou os
seus homens
e atacou a
cidade
adormecida.
No dia
seguinte, D.
Afonso
Henriques
recebeu
surpreendido
a grande
novidade e
ficou tão
feliz que
devolveu a
Giraldo as
chaves da
cidade bem
como a
espada que
ganhara,
nomeando-o
alcaide da
cidade de
Évora.
Ainda hoje a
cidade
mostra no
brasão do
claustro da
Sé, a figura
heróica de
Giraldo
Geraldes e
as duas
cabeças dos
mouros
cortadas,
para além de
lhe dedicar
a praça mais
emblemática
de Évora.
Alandroal –
(Concelho do
Distrito de
Évora)

A Ordem de
Avis foi sua
donatária.
Em 1486 D.
João ll
deu-lhe
foros de
município
autónomo,
confirmado
por D.
Manuel l em
1514.
Origem do
nome::
”É tradição
que tomara
esta vila o
nome de
Alandros,
que são umas
plantas com
as folhas
semelhantes
às do louro
posto que
mais grossas
e lisas, e a
flor como
rosas, das
quais havia
grande cópia
na sua
fonte,
abaixo da
qual fica
uma grande
horta que
chamamos do
Mestre, por
ser dos
Mestres de
Avis, no
tempo em que
os havia”.
(Padre Luís
Cardoso –
1882).
“Em antigo
português
escrevia-se
Lendroal , e
provém-lhe o
nome de
grande
quantidade
de loendros
(arbustos
apocíneos
que
ensombram a
fonte
chamada do
“Mestre” por
pertencer do
Mestrado de
Avis, no
local que
foi
escolhido
para assento
da
povoação”.
(do Arquivo
Histórico de
Portugal –
1890).
“Alandro –
a-landro,
vem de
lorandru.
Incidentemente
notarei que
Alandroal se
formou de
alandrão
como meloal
de melão,
sardoal, de
sardão. Há
em português
muitos nomes
botânicos
derivados de
outros do
mesmo
radical com
a adjunção
do sufixo –
ão, antigo –
om, por
exemplo: -
arruda –
arrudão;
botelho
(botelha) –
botelhão;
couve –
couvão;
malva –
malvão;
manjarico –
menjaricão;
ortiga –
ortigão,
etc. Em
galego
albaca –
albacón;
malva –
malvón;
ortiga –
ortigón; e
em francês
chadon com
relação ao
latim
cardum. Crei
que alandrão
pertence à
mesma
categoria. A
forma antiga
de Alandroal
é Landroal,
como se vê
nos
Lusíadas,
Vlll, 33:
Pero
Rodrigues é
do
Landroal”.
(Prof. Dr.
José Leite
de
Vasconcelos).
Landroal é
dominado
pelo seu
castelo, uma
construção
medieval,
dominada por
uma poderosa
torre de
menagem. Na
Torre da
Cadeia e na
Porta Legal
subsistem
restos de
arquitectura
muçulmana e
lápides
góticas
comemorativas
da obra, que
foi dirigida
por um
construtor
mouro. Do
branco
irradiado
pelas casas
ergue-se um
monumento
negro
construído
pedra sobre
pedra. Foi à
sombra do
castelo que
cresceu a
povoação, a
mesma
povoação que
foi mãe de
importantes
soldados da
História. É
o caso de
Pero
Rodrigues o
“Encerra –
Bodes” que
foi alcaide
do Alandroal
e cavaleiro
do Mestre de
Avis (D.
João l) e
cujas
investidas
foram
descritas
nas crónicas
de Fernão
Lopes e nos
poemas do
enorme Luís
de Camões.
António
Álvares foi
outro
exemplo de
distinção
durante a
Guerra da
restauração.
Interrompeu
a vida
religiosa
para
comandar a
artilharia
de D. João
Vl e vencida
a guerra,
retomou a
sua vocação.
A história
do Alandroal
começou a
ser
particularmente
notável a
partir do
momento em
que D.
Sancho l
doou a
povoação à
Ordem de
Avis, que a
colonizou,
embora as
atenções
militares
chegassem
apenas com o
reinado de
D. Dinis.
Entramos
pela Porta
Legal que
nos conduz
ao adro da
Igreja
Matriz de
Nossa
Senhora da
Conceição,
situada no
local do
antigo
templo de
nossa
Senhora da
Graça. É um
templo do
século XVl,
com abóbada
artesoada do
Renascimento.
Desta porta
gótica com
inscrições
mudéjares,
sai a única
rua
intra-muros
que conduz à
Porta do
Poente. O
largo adarve
permite-nos
uma visão
mais geral
sobre a
vila. Mas o
ponto de
vigia como o
que se
consegue do
alto da
torre onde
está
implantada a
torre
sineira não
se consegue
de mais lado
nenhum. São
famosos os
ares e as
águas do
Alandroal.
Nunca foi
atacada por
qualquer
epidemia,
facto que
atraiu muita
gente, até
mesmo os
Duques de
Bragança,
quando
noutras
regiões
surgiu o
terrível
flagelo da
peste. Há
quem atribua
esse facto à
existência
de grandes
matas de
aloendros
que, talvez,
deram o nome
à povoação.
Alandoal foi
fundada em
1298 por D.
Lourenço
Afonso,
Mestre de
Avis,
conforme
consta de
duas lápidas
embebidas
nos muros do
seu castelo.
Nos campos
entre
Alandroal e
Terenas,
onde se
encontram as
Ermidas de
São Miguel e
de São Benta
da Contenta,
a primeira
das quais
demolida,
situava-se
em tempos um
magnífico
templo
dedicado a
Cupido ou a
Endovélico.
Consta que
daí foram
retiradas 96
colunas
jónicas de
mármore que
decoram
agora o
pátio do
Colégio do
Espírito
Santo, em
Évora. A
Ermida de
São Bento
foi mandada
construir
por um
devoto que
ia muitas
vezes rezar
àquele
sítio. Sá
Bento
ter-lhe-ia
prometido
que, se lhe
fosse
erguida ali
uma ermida,
nunca
grassaria a
peste na
povoação.
Alandroal
O concelho
de Alandroal
ocupa uma
área de
542,08 Km²,
que
corresponde
a 7,3% do
distrito de
Évora e tem
uma
população de
6.585
habitantes,
o que
representa
3,8% da
população
residente
neste
distrito.
Deste
concelho
fazem parte
6
freguesias.
Na
actividade
económica,
os sectores
terciário e
secundário
empregam
cerca de 77%
da população
activa. No
que respeita
ao sector
primário,
Alandroal
apresenta-se
como um
concelho em
que
predominam
as
explorações
dedicadas à
pecuária e à
exploração
de cortiça
em
complementaridade
com a
exploração
cinegética.
Por outro
lado,
trata-se de
um concelho
com zonas de
elevado
interesse
ecológico e
de forte
atracção
turística
como a zona
do Vale do
Guadiana e a
Barragem de
Lucefecit,
possuindo
ainda
património
Histórico e
Arqueológico
de elevado
valor e
interesse
patrimonial
como é o
caso da
Fortaleza de
Juromenha,
do Castelo
de Alandroal
e Castelo de
Terena,
antas e
outros
sítios
razoavelmente
preservados.
Arraiolos –
(Concelho do
Distrito de
Évora)

A sua
fundação é
atribuída
aos
Galo-Celtas
(300 a.C.),
ou aos
Sabinos,
Tusculanos e
Albanos (200
a.C.).D.
Afonso ll
fez doação
da sua
herança de
Arraiolos ao
Cabido de
Évora, mas
D. Afonso
lll retomou
a sua posse.
D. Dinis
reconstruiu
a vila,
edificou o
castelo e
outorgou-lhe
foral em
1310, D.
João l
doou-a a D.
Nuno Álvares
Pereira e D.
Manuel l
concedeu-lhe
foral novo
em 1511. A
vila ocupa
todo um
cabeço e
estende-se
já pelas
encostas.
Opiniões
sobre a
origem do
nome:
«Arquivo
Histórico de
Portugal
(1899)»: “A
origem de
Arraiolos,
que também
se escreve
Arrayolos,
fundando-se
na suposta
fonte
helénica do
seu nome,
está envolta
em trevas
efabulas,
concordando,
porém, todos
os autores,
com quanto
sob diversa
forma, em
que é muito
antiga,
provindo-lhe
a
denominação
dum
guerreiro
grego
chamado
Rayeo, que a
capitaneava,
chamando por
esse motivo
“Rayolis”,
que, com o
andar dos
tempos se
corrompeu em
Arraiolos”.
« Dicionário
Geográfico –
Padre Luís
Cardoso
(1747):
Trazem
alguns sua
origem do
tempo dos
sabinos,
tusculanos e
albanos,
senhores da
cidade de
Évora antes
de Sertório
e que deram
o governo de
Arraiolos a
um capitão
Rayeo, nome
grego por
cuja
antiguidade
tomou por
empresa uma
cabeça na
forma de uma
esfera, e
desse nome
Rayeo se fez
denominado
Rayollis,
corrupto
hoje em
Arraiolos.
Segundo
Diogo Mendes
de
Vasconcelos
foi esta
vila
fundação dos
Galos Celtas
quando
senhorearam
estas
comarcas, as
quais lhe
deram o nome
de Calantia
ou
Calantria”.
«Alguns
Apontamentos
Históricos
sobre a vila
Arraiolos –
de
Bernardino
Godinho
(1933)»:”
Evoquemos,
como Cunha
Rivara, o
passado da
nossa
encantadora
terra, pois
nos foros da
sua nobre
antiguidade,
pode muito
bem ombrear
com as mais
poderosas
povoações,
não faltando
autores que
façam
remontar a
sua origem,
ao tempo dos
celtas, ou
pelo menos,
ao dos
mouros.
Calantica –
a menos de
uma légua,
para
noroeste,
onde hoje
está a
aldeia de
Sant’ana do
Campo,
prova-se
pela simples
inspecção da
igreja,
formada nos
restos de um
templo
romano. Que
o nome da
povoação
fora a de
Calantica,
afirma-o
André de
Resende, com
alguns
autores;
ainda que
doutros
variem
alguns tanto
a sua
ortografia:
Calantica,
Calantrica,
Calantia,
Calancia e
até
Callancia.
O Dr. Manuel
do Vale de
Moura,
declarando a
sua
naturalidade,
no livre que
publicou. De
Incontationibus
diz: Pátria
Calantica.
Etimologia.
Outros
autores,
embora não
neguem a
existência
de
Calantica,
embora
admitem a
hipótese de
ela ter sido
fundada por
celtas ou
romanos,
declaram que
nem lugar
nem em
tempo,
Arraiolos se
deve
confundir
com
Calantica.
O padre Frei
Henrique de
Santo
António, na
Crónica dos
Eremitas da
Serra
d’Ossa,
muito
sabedor de
etimologias
gregas,
inclina-se a
que o
capitão
Rayeo se
chamasse à
povoação de
Rayeopollis
e daí por
linha recta
venha
Arraiolos”.
«Xavier
Fernandes em
Topónimos e
Gentílicos
(1944)»: “ A
“terra dos
tapetes”,
histórica e
antiquíssima
vila, sede
de concelho
do distrito
de Évora,
etm, segundo
se afirma,
um nome de
origem
antroponímica.
Um capitão
grego de
nome Rayeo
teria sido
governador
da povoação,
a qual tomou
esse nome
alterado em
Ryolos, que
depois, com
o tempo, se
transformou
em Arrayolos
e Arraiolos.
Embora
reproduzida
por vários
autores, não
satisfaz a
explicação,
que é, pelo
menos, muito
deficiente.
A primeira
parte do
topónimo tem
todo o
aspecto da
proveniência
árabe;
todavia, se
a origem é
grega, como
se diz, deve
talvez
tratar-se de
um nome
helénico
arabizado.
Mas, com
mais
probabilidades
de aceitação
não será
antes um
nome
propriamente
árabe,
cognato de
arraia ou
arraial com
um sufixo
pluralizado? A hipótese?
harmoniza-se
melhor com a
história
local, pois
o primitivo
povoado
correspondente
à actual
Arraiolos
tinha uma
designação
que aparece
grafada com
várias
formas e que
não se
relaciona
morfologicamente
com o nome
actual, como
deixamos
registado no
primeiro
volume deste
trabalho, na
parte
referente a
topónimos
extintos”.
Arraiolos
Arraiolos,
cuja
fundação
atribuída a
Sabinos,
Tusculanos e
Albanos,
remonta ao
séc.II a.c.,
tem segundo
vários
autores, o
nome
derivado do
governador
grego: Rayeo
ou Rayo, que
nestas
terras foi
senhor,
" Terras de
Rayo ", e
que,
posteriormente,
por
sucessivas
transformações
viria a dar:
" Rayolo ",
" Arrayollos
".
Teve 1º
Foral, de
D.Dinis, em
1290, e
Castelo
mandado
edificar
pelo mesmo
monarca em
1305.
Foi condado
de D. Nuno
Álvares
Pereira - 2º
conde de
Arraiolos -
a partir do
ano de 1387.
Antes de
recolher ao
Convento do
Carmo em
Lisboa, o
Condestável
do reino,
permaneceu
aqui longos
períodos da
sua vida.
Arraiolos
recebe Foral
novo de D.
Manuel em
1511.
Com limites
administrativos
definidos a
partir de
1736,
sofreu,
entretanto,
várias
alterações:
- Inclusão
no distrito
de Évora
(1835) ;
Anexação do
concelho de
Vimieiro
(1855) ;
Anexação do
concelho de
Mora (1895)
;
desanexação
do concelho
de Mora
(1898).
Após a
revolução do
25 de Abril
de 1974,
surge o
Poder Local
Democrático
- foram
resolvidas
muitas das
necessidades
básicas das
populações;
promoveu-se
o
desenvolvimento
económico e
social de
forma
integrada e
harmoniosa,
elevando
continuamente
as condições
materiais,
sociais e
culturais de
vida, no
concelho.
Situado no
interior sul
do país, na
vasta região
alentejana ,
Arraiolos é
hoje um
concelho
rural de 2ª
ordem, com
684,08Km2,
para uma
população de
8207
habitantes (censos de
1991) distribuídos
por 7
freguesias:
Arraiolos,
Vimieiro,
Igrejinha,
S. Pedro da
Gafanhoeira,
Sabugueiro,
S. Gregório
e Santa
Justa.
Arraiolos
assume-se,
hoje, com
uma
administração
aberta e
democrática,
como um
concelho em
expansão,
onde as suas
gentes,
orgulhosas
dos seus
antepassados
e do seu
património,
perspectivam
um futuro de
progresso.
Borba –
(Concelho do
Distrito de
Évora)

É povoação
antiquíssima,
cuja
fundação
alguns
autores
atribuem aos
Galo-Celtas.
Foi
Conquistada
por D.
Afonso
Henriques,
em 1217 r
por ele
povoada. D.
Dinis
deu-lhe
foral em
1302 e novo
foral lhe
foi
concedido
por D.
Manuel l em
1513. Aqui
se travou a
Batalha de
Montes
Claros.
Pode
dizer-se que
toda a vila
é construída
de mármore
branco,
pois, devido
à grande
abundância
deste
material na
região, ele
surge na
maioria dos
edifícios.
Famosos em
todo o País
são também
os afamados
vinhos de
Borba.
Opiniões
sobre a
origem do
nome:
«Das
“Memórias
Paroquiais
de 1758)»:
“Seus
primeiros
fundadores
lhe deram o
nome de
Barbo, em
razão de
haverem
achado dois
desta
espécie em
um lago
aonde está o
castelo, os
quais
tomaram por
armas da
mesma vila,
mandando-as
esculpir em
alguns
lugares,
porém ao
presente só
se vêem
retratados
nos
espaldares
das cadeiras
da Câmara.
Pelo decurso
do tempo se
veio a
corromper o
nome “barbo”
em “Borba””.
« Domingo
Ilustrado
(1897)»: “O
nome desta
vila não se
sabe ao
certo de
onde provém.
Os que
buscam
explicações
em factos
sem valor
histórico,
querem que
ele venha de
um barbo
(peixe)
aparecido,
em épocas
longínquas
na fonte que
está dentro
dos muros
castelo, ao
pé da Igreja
da
Misericórdia
. Outros não
podendo
suportar a
ideia de um
barbo só e
abandonado
na
mencionada
fonte,
afirmam que
eram dois os
tais
bichinhos.
Se aparece
por aí outro
pescador de
barbos, já
serão
quatro, e
dessa forma
levando o
número
sempre ao
quadrado,
concluiremos
por admitir
que os
primeiros
moradores da
povoação
eram todos
peixes”.
«Escavações
do Passado –
Origem do
nome de
Borba
(Brados do
Alentejo
1935)»: “
Para mim é
ponto de fé
que ela
nasceu de
alguém que
tentando
decifrar as
antigas
armas de
Borba, e não
o fazendo
heraldicamente,
achou por
bem lançar
essa, porque
se o tivesse
feito com
conhecimentos
de
heráldica,
chegaria à
conclusão de
que as
nossas
antigas
armas eram
bem mais
racionais do
que
actualmente
usadas pela
Câmara
Municipal,
visto que os
barbos
naquela
terem por
missão
tornarem
mais
saliente a
abundância
de água, que
tanto
caracteriza
Borba, e
estas
assentarem
sobre uma
fantasiosa e
absurda
lenda, que
tem a
agravante de
desaparecer
ao mais
simples
raciocínio.
E já que se
escreveram
estas
descoloridas
linhas,
queremos
também
deixar
expressa a
nossa
opinião, mas
sem termos o
propósito de
nos
Arrogarmos
em
autoridade
sobre o
assunto,
visto
partilharmos
a do ilustre
investigador
Ver. Padre
Gonzaga
Vinagre,
quando diz
derivar o
nome da
nossa terra
da palavra
grega –
Borboros –
que
significa –
lama no
fundo de
água
estagnada.
E como todos
compreendem
que não é
crível que
apareça
milagrosamente
um barbo
dentro dum
poço, então
digamos
sempre de
futuro que
não é do
“Barbo”
(peixe), mas
sim de
Borboro,
Borba, que
vem a origem
do nome
desta linda
terra, que
remonta aos
primórdios
da
nacionalidade”.
«Xavier
Fernandes em
Topónimos e
Gentílicos
(1944)»: “
Vila e sede
de concelho
do distrito
de Évora.
Lemos
algures que
o nome
resultou da
transformação
de “barbo”,
conhecido
peixe de
água doce,
mas só com
muitas
reservas
reproduzimos
o informe,
mesmo a
pesar de
figurarem
dois destas
peixes
(barbos) nas
armas de
Borba. A
designação
aparece
também como
potamónimo”.
Borba
Borba é
povoação
antiquíssima
cuja
fundação
alguns
autores
atribuem aos
Galo-Celtas.
Esteve sob o
domínio
romano, godo
e árabe,
sendo
conquistada
por D.
Afonso II em
1217 e
povoada pelo
mesmo rei.
Em 15 de
Junho de
1302 D.
Dinis
concedeu-lhe
o primeiro
foral,
constituindo-se
Borba como
concelho e
libertando-se
do de
Estremoz.
Teve novo
foral dado
por D.
Manuel I em
1 de Junho
de 1512.
Foi também
D. Dinis
quem
promoveu o
amuramento
acastelado
da povoação.
O castelo
dispunha-se
em planta
quardrilateral
e a sua
construção
obedeceu as
sistema
corrente das
fortificações
similares da
região. De
grossa
alvenaria,
tinha
amuramento
espesso em
altura
normal,
coroado por
merlões
góticos e de
largo adarve
que corria a
muralha. O
fosso, pouco
profundo,
desapareceu
com a
construção
do casario
que se foi
desenvolvendo
na face
exterior.
Pelos
inícios do
Séc. XVIII,
o governo
militar da
província
determinou
envolver a
vila por um
campo
entrincheirado,
com fossos,
estacaria e
estradas
cobertas,
obra que foi
apenas
esboçada e
de que ainda
existiam
vestígios em
1766.
Do castelo,
edificado ou
remodelado
do Séc.
XIII,
conserva-se
a torre de
menagem e
duas portas,
a de
Estremoz e a
do Celeiro.
Borba foi
lugar de
muitos
acontecimentos
notáveis da
nossa
história. Um
dos
principais
foi o
enforcamento
do
governador
do castelo,
Rodrigo da
Cunha
Ferreira, e
de mais dois
capitães
portugueses
da
guarnição,
no verão de
1662, após a
invasão
vitoriosa do
exército de
D. João da
Áustria.
Este terá
mandado
cometer o
atroz acto
como
vingança
pela morte
de três
capitães, um
sargento e
20 soldados
das suas
forças, além
de 50
feridos. A
memória dos
povos
guardou a
efeméride na
tradição
toponímica,
com a "Rua
dos
Enforcados",
que passou
depois a
chamar-se
Rua Direita.
Não contente
com a sua
represália,
D. João da
Áustria
mandou ainda
incendiar os
Paços do
Concelho e o
Cartório
Municipal,
perdendo-se
todos os
manuscritos
antigos da
história de
Borba.
Em
1383-1385,
também Borba
se viu
envolvida
nas
campanhas da
Independência,
com destaque
para os
acontecimentos
transcorridos
durante a
ocupação dos
aliados
ingleses do
Duque de
Lencastre e
a cilada de
Vila Viçosa,
onde perdeu
a vida
Fernão
Pereira,
irmão de D.
Nuno Álvares
Pereira, que
fizera
quartel
general em
Borba e foi
seu primeiro
donatário,
por mercê de
D. João I.
Em 1483, D.
Afonso
Henriques,
filho de D.
Fernando da
Trastâmara,
senhor de
Barbacena,
foi
amerceado
por D. João
II com a
alcaidaria
de Borba,
então
confiscada
aos duques
de Bragança.
Em 1665,
Borba esteve
ocupada por
três
regimentos
de
infantaria e
um terço de
cavalaria, e
a população
sofreu
novamente o
pânico da
terrível
invasão, que
desmoronou
no campo de
Montes
Claros, com
a derrota
dos
exércitos de
Filipe IV.
Em 1708, o
general de
artilharia
João Furtado
de Mendonça,
governador
da cidade de
Elvas, era
comendador
de Borba.
Em Junho de
1711, a vila
sofreu os
incómodos da
ocupação
militar do
general
espanhol D.
Domingos de
Ceo, que
impôs à
população um
elevado
imposto de
guerra.
Durante a
Guerra
Peninsular
levantou-se
em Borba um
grupo de
milicianos
que figurou
na defesa de
Évora, em 29
de Junho de
1808. Pouco
depois,
entre 1809 e
1811, na
vila se
alojou uma
brigada
escocesa do
exército
anglo-luso
de
Beresford.
in:
Dicionário
Enciclopédico
das
Freguesias
4ª Edição
MinhaTerra -
Estudos
Regionais de
Produção e
Consumo, Lda
Estremoz –
(Concelho do
Distrito de
Évora)

Foi fundada
por D.
Afonso lll,
em 1258.
Neste mesmo
ano recebeu
o primeiro
foral,
renovado em
1512 por D.
Manuel l. D.
Dinis
residiu aqui
durante
várias
épocas da
sua vida e
também aqui
faleceram a
Rainha Santa
Isabel
(Isabel de
Aragão) em
1336, e o
rei D. Pedro
l (de
Portugal),
em 1367. Foi
cenário de
importantes
encontros
políticos na
Idade Média,
entre os
quais as
cortes
convocadas
por D. João
l.
Quem entra
em Portugal,
vindo de
Espanha,
pela
fronteira do
Caia e se
dirige a
Lisboa, fica
de certo
modo
surpreendido,
com a cidade
murada que
surge à sua
frente, um
pouco à
direita.
Parece um
pequeno
aglomerado
rodeado por
uma forte
cintura de
muralhas.
Sobre os
telhados do
casaria
distingue-se
uma bela
torre.
Trata-se da
cidade de
Estremoz, de
amplas
proporções e
que há muito
ultrapassou
o perímetro
das
muralhas,
mas para o
lado
noroeste.
Opiniões
sobre a
origem do
nome:
«O Topónimo
Estremoz (na
Lenda) do
Dr. Mário
Alberto
Nunes de
Sousa
(1953)». “
Segundo uma
lenda já
registada há
séculos e
lembrada com
frequência e
maior ou
menor número
de
pormenores,
alguns
habitantes
de Castelo
Branco
ter-se-iam
visto
obrigados,
em tempo de
D. Afonso
lll e por
comentimento
de delito
grave, a
procurar um
abrigo, o
qual
encontraram
no Alentejo,
nas
vertentes da
colina em
que se ergue
o Castelo de
Estremoz e
por onde em
parte se
espraiou a
actual
povoação.
Haveria
tremoceiros,
ao que se
diz bem mais
copados do
que os que
hoje
conhecemos,
um dos quais
lhes
proporcionou
a sombra
acolhedora e
o sossego
buscado. Com
o tempo, os
poucos
habitantes
proliferaram
e, fundadas
as primeiras
casas,
formada a
Rua Direita
e erguida no
fim desta,
ao que se
disse como
paroquial, a
Igreja de
Santiago, a
população
entendeu
dever
depurar dois
procuradores
a fim de
solicitarem
a D. Afonso
lll lhes
concedesse
foral, o que
obtiveram,
tendo ainda
oportunidade
de, a uma
consulta
régia
informar que
não tendo
encontrado
mais do que
Sol, Lua e
estrelas e o
tremoceiro,
desejariam
que tais
elementos
entrassem
nas suas
armas e a
povoação se
chamasse
Estremoz,
numa alusão
à planta
acolhedora”.
«Xavier
Fernandes em
Topónimos e
Gentílicos
(1944)»:
“Estremoz,
“a terra dos
mármores”, a
moderníssima
cidade
alentejana
do distrito
de Évora,
tem a sua
história,
sem dúvida,
mas mal
definida ou
pouco
conhecida,
pois,
sobretudo
nos
respectivos
primórdios
nada
positivo se
sabe a seu
respeito.
Não está
claramente
averiguado
se a
povoação já
existia no
tempo dos
romanos,
embora não
falte quem
se incline
para a
hipótese
afirmativa,
baseado no
facto de se
terem
encontrado
por lá
vestígios de
permanência
dos mesmos
romanos.
É porém,
mais certo
ter sido
povoação
mourisca,
embora se
ignore o
nome que
tinha, pois
são
numerosos os
sinais
locais dos
tempos dos
mouros.
Supõe-se que
o sítio
tivesse sido
abandonado
aos
portugueses
pelas
alturas de
1165, quando
estes
conquistaram
Évora e
outras
terras
vizinhas. De
qualquer
modo,
sabe-se que
D. Afonso
lll a mandou
povoar em
1258, que
lhe concedeu
vários
privilégios
e que,
reconhecendo
a excelente
estratégia
para a
defesa da
fronteira do
Alentejo,
mandou
construir o
castelo, em
volta do
qual se foi
alargando a
povoação,
cujos
habitantes
eram
atraídos
pela
fertilidade
do solo e
pelas
condições da
defesa. O
primeiro
foral de
Estremoz foi
concedido
pelo mesmo
rei D.
Afonso lll e
tem data de
Leiria, onde
foi passado
a 22 de
Dezembro de
1258.
Quanto à
verdadeira
origem do
respectivo
topónimo,
surgem
dificuldades,
porque
ninguém o
sabe,
segundo
parece. Há
cerca de
meio século
( e não
sabemos se
isto era já
reprodução
de escrito
mais antigo,
mas tudo nos
leva a crer
que fosse)
já se
escrevia que
“duas
versões
existem com
respeito à
etimologia
da vila: uma
diz que o
vocábulo
Estremoz
provém da
grande
quantidade
de
tremoceiros
que
revestiam o
monte,
quando D.
Afonso lll
mandou
construir o
castelo;
outra diz
que o nome
adveio de
estar
vizinha ao
extremo da
província.
Parece,
entretanto,
mais
razoável a
primeira
versão, por
isso que nas
suas armas,
figura
também um
tremoceiro.
Relacionar
morfologicamente
ou dizer que
são cognatos
Estremoz e
tremoceiro,
parece-nos
afirmação
demasiadamente
arriscada e
insustentável.
O facto de
aparecer um
tremoceiro
nas armas
locais não
resolve o
problema por
mais de um
motivo, sem
excluir a
certeza de
haver várias
armas e
brasões com
insígnias
que a
histórica
não explica,
como sucede,
por exemplo
com a cidade
de Chaves,
que tem duas
chaves nas
armas e não
as tem na
história.
São os tais
símbolos
falantes,
que se
referiu
Leite de
Vasconcelos.
Sobre a
segunda
versão –
tirar
Estremoz de
extremo –
também por
ela não nos
batemos,
pois
vemos-lhe
pouquíssimas
probabilidades
de
aceitação. A
discordância
nas segundas
letras (s,
x) dos dois
vocábulos
talvez se
explicasse
por
contaminação
recíproca
das grafias
Eztremoz,
com x, e
estremo, com
s, embora a
explicação
não
contentasse
a todos.
Mas, como
justificar a
oxitonia do
topónimo ? E
qual a
proveniência
do z final ?
Com os
escassos
elementos,
que se
conhecem,
parece-nos
difícil
solucionar o
caso
definitivamente,
o que não
obsta a que
exponhamos
aqui uma
hipótese
nova,
apresentada
sem
pretensões
de resolver
de vez o
problema.
Estremoz foi
sempre a
terra das
boas pedras
e dos
mármores
finos,
Cremos até
que tem sido
sempre a sua
principal
indústria.
Por outro
lado e
embora seja
Estremoz a
grafia
oficial,
recomendada
por
dicionaristas
e
vocabularistas,
esta forma
tem sido
alternada
com
Extremoz, co
Extremos e
com
Estremos,
sendo
absolutamente
exacto que
não se
poderá
indicar a
verdadeira
grafia
enquanro não
se conhecer
o verdadeiro
étimo. Pois
bem. Há um
elemento
toponímico,
estr - , que
Joseph M.
Piel diz ser
idêntico a
astr - , que
significa
originariamente
“brilhante”
e que
aparece na
formação de
vários
topónimos,
nomeadamente
em
Estremonde
(concelho de
Guimarães).
Não será
este mesmo
elemento,
seguido de
simples
vogal de
ligação, a
primeira
parte do
topónimo
agora
estudado ? A
parte final
não deverá
ser talvez
mós, pedra,
como em
Porto de
Mós?
Se assim é,
a verdadeira
grafia será
Estremós e o
vocábulo
quererá
dizer, à
letra,
pedras
brilhantes,
explica
deste modo a
escolha do
nome pela
abundância
do citado
produto na
respectiva
região. Não
se poderá
objectar que
o nome se
pronuncia
com a última
vogal
fechada, e
não aberta,
isto é, ô,
não ó,
porquanto
tal modo de
pronunciar
não está
devidamente
fundamentado
por se
desconhecer
o étimo,
além de que
pode ser
simples
resultante
de qualquer
tendência do
falar do
local
regional.
Aqui fica a
hipótese que
com certeza
não fere os
brios dos
estremocenses.
Folgaremos
que sobre
ela se
pronunciem
os que sabem
mais do que
nós. Talvez
assim todos
fiquemos
sabendo
donde veio o
nome da
pitoresca
vila, que
passou a ser
cidade desde
o ano de
1926”.
Estremoz
Estremoz é
terra de
história e
de lenda.
Conta-se que
certo dia, a
rainha D.
Isabel
distribuía
pão aos
pobres
quando D.
Dinis a
surpreendeu,
perguntando-lhe
o que levava
no regaço. A
rainha, que
a
conveniência
nacional
resolveu
apelidar de
santa, como
temendo a
ira de seu
marido,
respondeu
“São rosas,
Senhor!”,
exclamação
que a
História
havia de
registar.
Provável
fantasia
popular para
os menos
crentes, o
que é certo
é que a
descrição do
milagre vai
bem com o
enquadramento
da “vila
velha” ou
Largo D.
Dinis como
informa a
placa.
Dentro das
muralhas do
antigo
castelo, os
visitantes
querem saber
mais sobre a
lenda. Mas
os guias dos
museus e das
igrejas nada
mais
acrescentam.
A situação
remediar-se-ia
com a
aquisição de
livros ou
até
panfletos
que
informassem
um pouco
mais do que
uma simples
planta da
cidade que
contém
apenas os
principais
pontos a
visitar.
A apenas 50
quilómetros
de Espanha,
Estremoz é
ainda local
de encontro
ou de
confrontação,
como atestam
o castelo e
as muralhas.
Aquando da
construção
da
fortaleza,
no longínquo
século XIII,
certamente
que não se
imaginaria
que tantas
centenas de
anos depois,
a torre
pudesse
servir tão
somente como
plácido
balcão que
estimula a
contemplação.
Para subir
aos 27
metros de
altura que
equivalem ao
topo, há que
pedir
autorização
à recepção
da pousada
que funciona
no palácio
que D. Dinis
mandou
erguer. Não
será grande
exagero
afirmar que
quase todo o
Alentejo,
Alto e Baixo
se avista
daqui. E nem
a serra da
Estrela, a
de
Montejunto
ou mesmo a
da Arrábida
escapam ao
alcance.
Escusado
será falar
da magnífica
vista urbana
sobre
Estremoz.
No museu que
ali junto
funciona,
obtêm-se as
instruções
para visitar
a Igreja de
Santa Maria
e a Capela
da Rainha
Santa. A
primeira,
quinhentista
por
nascimento,
é um dos
templos mais
importantes
da fase
final da
Renascença
no Alentejo
e guarda
pedras
tumulares
com armas de
ilustres
famílias
portuguesas.
A capela é
mais tardia
e
apresenta-se
revestida a
painéis de
azulejos
setecentistas
que
descrevem
cenas da
vida da
Rainha
Santa. No
tecto uma
cena
representativa
da Apoteose
de D. Isabel
e, por
detrás da
tribuna do
altar, um
espaço que
tradicionalmente,
foi
considerado
o leito de
morte de D.
Isabel.
O Museu
Municipal, a
funcionar na
antiga casa
de Roda do
Hospício da
Caridade,
conta com
uma colecção
de
barrística
de Estremoz,
arqueologia
da região,
faiança e
talha.
Quando se
entra na ala
dos bonecos
de Estremoz
parece que
estamos a
visitar um
museu do
brinquedo em
barro. Todas
juntas,
estas
imagens
toscas,
recriam
cenas como a
procissão
dos passos.
A
religiosidade
popular aqui
bem vincada
e
demonstrada
pelos vários
presépios.
Homens e
mulheres que
representam
profissões-tipo
do Alentejo
e ainda a
fidalguia
senhorial de
outros
tempos.
Há ainda
para ver a
minúcia de
trabalhos em
madeira, em
chifre e em
cortiça.
Escassos
recursos e
meios
rudimentares
costumam
originar
rigor nos
artistas
populares.
Foi o que
aqui se
constatou.
Entre outras
coisas,
conhece-se
uma cozinha
típica de
início do
século XVIII
com objectos
que fizeram
parte das
vivências
diárias
desta gente.
Marcas para
se conhecer
o pão quando
ia a cozer
no forno
comunitário,
louça e mais
apetrechos.
Recria-se
também uma
sala e um
quarto. Para
brindar a
visita, os
irmãos
Afonso e
Arlindo
Ginja,
oleiros de
profissão,
vendem
coloridos
bonecos de
barro.
Antes da
descida ao
Rossio de
Estremoz,
vale a pena
a passagem
pela Galeria
do Desenho,
de fachada
gótica.
Pequeno
centro de
cultura
contemporânea
a funcionar
nos antigos
Paços do
Concelho, ou
muito antes
disso, como
Sala de
Audiências
de D. Dinis.
As obras,
fruto de
doações,
centram-se
no que o
nome indica,
mas não
descuram a
escultura,
pintura,
gravura e
até os
textos.
Temporárias
as
exposições,
têm como
objectivo a
promoção de
tudo o que
diga
respeito à
comunicação
desenhada.
Estremoz é
uma das
cidades em
que cai uma
chuva fina.
Depois de
cinco
séculos sob
o poder
muçulmano, a
cidade é
reconquistada
pelos
portugueses
no século
12, e D.
Dinis manda
construir um
castelo para
guardá-la. A
peculiaridade
do castelo
de Estremoz
está na
torre das
Três Coroas,
nome dado à
torre de
montagem
edificada
durante três
reinados.
D. Dinis
fez de
Estremoz a
sua
residência e
se casou com
Isabel de
Aragão. Após
a morte do
rei, a
rainha se
recolheu a
um convento
em Coimbra e
só voltou a
Estremoz
para tentar
resolver as
desavenças
do filho com
o neto, mas
estava
doente.
Dentro do
castelo,
após três
lances de
escadas,
está a
capela
dedicada à
rainha santa
Isabel,
construída
no local
onde,
diz-se, ela
teria
morrido.
Já na região
do norte
alentejano,
mais
fortificações
à espera. A
15 km da
Espanha, a
vila de
Marvão
parece
parada no
tempo. Os
moradores da
cidadela que
está dentro
das muralhas
do castelo
são cerca de
200. Não há
muito
movimento,
já que o
turismo de
massas ainda
não chegou
ali.
O contrário
ocorre em
Crato, onde
fica um dos
mais famosos
hotéis da
rede
Pousadas de
Portugal. A
construção,
do século
13, foi
convento e,
depois, um
castelo. Há
dez anos,
foi
restaurada,
no espírito
da nova
arquitectura
portuguesa.
Das varandas
dos quartos
ouvem-se os
guizos das
ovelhas.
Lenda dos
Estremoços
Um homem,
uma mulher e
uma criança
viajavam
numa
carruagem
pela
planície do
Alentejo.
Procuravam
um novo lar
numa terra
bem
longínqua.
Um
tremoceiro
foi o único
abrigo que
encontraram
no caminho.
A família
armou uma
tenda e ali
passou a
noite.
Na manhã
seguinte,
foram
acordados
pelo dono
daquelas
terras que
reclamava da
presença da
família sem
a sua
autorização.
Ao ouvir que
a família
era
perseguida,
embora
injustamente
por delitos
que não
tinham
cometido, o
velho
proprietário
mandou-os
sair
imediatamente.
Sentindo-se
insultados,
mas de
consciência
tranquila,
os
forasteiros
recusaram-se
a abandonar
o abrigo do
tremoceiro.
Passado
algum tempo,
pai e mãe
deram por
falta da
filha. Esta
tinha ido
encontrar-se
com o velho
proprietário.
Disse-lhe
que os seus
pais eram
gente nobre
e honesta
com
capacidade
para fazer
daquele
local uma
linda
povoação.
Convencido
pela
inteligência
e coragem da
menina, o
velho
proprietário
foi ter com
os pais e
aceitou a
sua presença
e ajuda.
Anos mais
tarde, a
povoação
recebeu o
foral de D.
Afonso III.
Foram tantas
as sugestões
de nomes
para a
terra, que o
velho
proprietário
resolveu
deixar à
criança a
escolha. Em
homenagem à
árvore,
deu-lhe o
nome de
Estremoços
(nome dado
aos tremoços
naquela
época). Hoje
é conhecida
por cidade
de Estremoz.
Como
referenciar
este artigo:
Lenda dos
Estremoços.
In Infopédia
[Em linha].
Porto: Porto
Editora,
2003-2005.
[Consult.
2005-03-07].
Disponível
na www: URL:
http://www.infopedia.pt/E1.jsp?id=2832.
Montemor-o-Novo
– (Concelho
do Distrito
de Évora)

Origem do
nome:
“Diz a
tradição que
o nome da
formosa vila
de Montemor
– o – Novo,
teve por
origem a
resposta
dada por D.
Sancho l
quando lhe
perguntaram
sobre qual
dos três
montes
determinava
que se
edificasse o
castelo: “No
Montemor”. É
possível que
assim fosse,
e como outra
explicação
não há a tal
respeito,
admitiremos
esta”. (
Domingo
Ilustrado –
1890).
“O nome de
Montemor tem
origem nos
celtas.
Contraporíamos
“Bem mór”
que os
ingleses
derivaram
dos celtas,
“Monte
Grande”,
pois, pode
ter-se
substituído
o “ bem ”
por “Monte”
, e, quanto
ao “Mor”
tanto dos
celtas como
dos
germanos,
nos poderia
ter vindo
pela sua
excelente
situação
geográfica”.
(Manuel
Claro –
1900).
“Montemor é
o mesmo que
Monte Maior
, era o
antigo Mons
Maior Novus.
Foi fundado
por D.
Sancho l em
1201 sobre
as ruínas da
antiga
Castro
Novus, de
que já os
romanos
falam no ano
93 da nossa
era e que a
tradição diz
Ter sido a
terra de
Santa
Quitéria,
martizadada
no ano 300
antes de
Cristo”.
(Dr. Xavier
Fernandes –
1944).
“Montemor –
o – Novo
pode
orgulhar-se
de ser, não
apenas uma
das mais
antigas
povoações de
Portugal,
mas também
uma das mais
ricas em
tradições e
títulos de
nobreza.
Querem mesmo
alguns
historiadores
que ela se
identifique
com a
“Castrum
Malianum”
dos romanos.
Hipótese
verdadeira
ou errada, o
certo é que
datam do
longínquo
ano 93 as
primeiras
notícias que
temos a seu
respeito.
Quanto às
origens do
nome que
ostenta,
conta-se
que, ao
mandar D.
Sancho l se
edificasse
naqueles
lugares um
castelo, lhe
perguntaram
em qual dos
montes se
havia de
construir,
tendo o rei
respondido
que “no
monte – mor”
; esta frase
serviu de
baptismo ao
povo
nascente. E,
como já
havia no
Norte, a
vila com o
mesmo nome,
para se
distinguirem
se chamou a
uma
“Montemor –
o Velho” e à
outra
“Montemor –
o – Novo”.
(Mensageiro
das Casas do
Povo – Julho
de 1955).
Terra de
notáveis
tradições
históricas,
ficou
definitivamente
sob o
domínio da
Coroa de
Portugal no
reinado de
D. Sancho l,
após a
recuperação
dos
territórios
de Almançor,
príncipe
berbere cujo
nome ficou
perpetuado
no rio que
envolve a
vila.
Recebeu
foral
concedido
por D.
Sancho l, em
1203. A vile
está
dividida em
duas partes,
Vila Velha,
no alto e
Vila Baixa,
a parte mais
moderna. Seu
castelo é
uma obra
militar
talvez de
origens
romanas.
Está muito
arruinado,
apresenta a
curiosidade
de não
possuir
ogivas nem
arcos
mouriscos,
tendo mesmo
sido
considerado
como
totalmente
romano,
devido às
características
da entrada
principal.
As suas
torres têm
nomes
sugestivos:
Torre do
Anjo e Torre
da Má Hora.
Sabemos que
sofreu
profunda
reconstrução
no reinado
de D. Dinis,
que lhe
mandou
edificar o
amuramento
torreado e
as Portas de
Santarém, do
Sol, do Anjo
de Évora,
que, como o
Paços dos
Alcaides,
estão
totalmente
em ruínas.
Montemor – o
– Novo é
sede de um
dos maiores
concelhos de
Portugal,
com uma área
de 1450 Km2,
tem cerca de
43 mil
habitantes e
é um grande
centro de
produção de
cortiça,
carvão
vegetal,
cereais,
azeite, gado
e vinho.
Três
edifícios
dominam a
vila e
merecem uma
visita: a
Ermida da
Senhora da
Visitação, o
Convento da
Senhora da
Conceição e
o Castelo.
Na zona
encontra-se
a Gruta do
Escoural,
que se situa
na Herdade
da Sala, em
Santiago do
Escoural. O
percurso
principal da
gruta, com
cerca de 50
metros de
comprimento,
orienta-se
no sentido
norte – sul.
A gruta é
constituída
por cerca de
três dezenas
de galerias.
Após as
escavações e
o estudo e
classificação
do espólio
encontrado,
revelou-se
uma
característica
estação do
Paleolítico
Superior com
várias
pinturas e
gravuras
mais ou
menos
perceptíveis.
Algumas das
figuras são
naturalistas,
outras
semiesquemáticas,
existindo
ainda um
terceiro
grupo
constituído
por motivos
abstractos.
No total,
foram
encontradas
catorze
pinturas e
três
gravuras,
além de
algumas
manchas e
traços
indefinidos.
A vila de
Montemor – o
– Novo
orgulha-se
justificadamente
de Ter sido
berço de uma
das maiores
figuras do
hagiológio
mundial :
São João de
Deus, nasceu
em 1495 numa
pequena casa
da então Rua
Verde, nas
traseiras da
Misericórdia.
Chamava-se
João Cidade,
e aos 8 anos
saiu de
casa, por
motivos
desconhecidos,
na companhia
de um
clérigo.
Após longo
viagem,
acaba por se
estabelecer
em Oropesa,
Espanha,
onde viveu
até à idade
adulta. Em
1529,
alistou-se
nas hostes
do Conde de
Oropesa e
participou
na guerra
contra os
turcos.
Regressado a
esta cidade
em 1532,
resolve
voltar a
Montemor – o
– Novo para
saber
notícias da
sua família.
Ali
encontrou um
tio que lhe
revelou que
sua mãe
falecera
vinte dias
após o seu
desaparecimento
e que seu
pai, viúvo e
sem filhos,
se dirigira
para Lisboa
e professara
no Convento
de São
Francisco,
onde
falecera
santamente.
Impressionado
com estes
acontecimentos,
João Cidade
terá
decidido
então seguir
o exemplo
paterno e
consagrar a
sua vida ao
serviço de
Deus.
Procurando
conhecer a
missão a que
Ele o
destinara,
dirigiu-se a
Ceuta (norte
de África) e
depois a
Granada
(Espanha),
onde em 1538
inicia a sua
obra. Ali,
evidenciando
uma energia
sobre –
humana,
funda um
hospital
onde recolhe
todos os
miseráveis
da cidade e
realiza sem
ajuda todas
as tarefas.
A sua fé e o
seu amor
pelo próximo
eram tão
intensos,
tão sinceros
e de tal
modo
contagiantes
que várias
pessoas
aderiram ao
seu
projecto,
quer
tratando os
doentes,
quer com
auxílios
monetários.
João cidade
morre em
Granada a 8
de Março de
1550, e o
peque grupo
que o seguia
assegurou a
continuidade
do hospital.
Este núcleo
inicial não
cessou de
crescer e o
papa Pio V,
em 1571,
aprovou a
criação da
Ordem dos
Irmãos
Hospitaleiros
de João de
Deus. Foi
beatificado
em 1623 e
canonizado
em 1690.
Em 1607, a
casa onde
nasceu foi
comprada
pela Ordem e
mais tarde
transformada
em capela. A
seu lado foi
edificado um
convento e
os Irmãos
passaram a
ocupar-se
dos doentes
do Hospital
da
Misericórdia.
Assim se
mantiveram
até 1834,
ano em que
não foram
poupados
pela
extinção das
ordens
religiosas.
O hospital
foi entregue
à
Misericórdia
e o
convento,
desabitado,
ficou
abandonado
durante
quase 30
anos, até
que em 1863
foi entregue
à Câmara
para
instalação
de
repartições
públicas.
Hoje, o
convento
ameaça
ruína. As
repartições
públicas
foram
transferidas
para outro
local, e
embora os
Irmãos
Hospitaleiros
tenham
desejado
obter o
edifício
para ali
instalarem
um museu
geral da
Ordem, de
características
internacionais,
aquele nunca
lhes foi
devolvido. A
Ordem foi
restaurada
em Portugal
em 1890,
quatro anos
após o papa
Leão Xlll
Ter
declarado
São João de
Deus patrono
dos
hospitais e
dos
enfermeiros,
mas só em
1947 se
reinstalou
em Montemor
– o – Novo.
Nesse ano
foi criado
um posto
sanitário
aonde
acorriam os
montemorenses
pobres e
iniciada a
construção
de um novo
hospital. Em
1950, a vila
de Montemor
– o – Novo
festejou,
grandiosamente
e
solenemente,
o 4º
centenário
da morte “do
mais nobre
dos seus
filhos”. O
edifício
hospitalar,
construído a
expensas da
Ordem,
destinava-se
a crianças
deficientes
motoras
desde os
primeiros
meses de
vida até aos
14 ou 15
anos que
fossem
consideradas
recuperáveis.
A admissão
desses
doentes
fazia-se à
margem de
toda a
burocracia,
e as únicas
obrigações
das famílias
era levarem
os doentes
ao hospital
e irem
buscá-los
após o
tratamento.
A Ordem
fundou em
todo o mundo
mais de 650
hospitais.
Nos séculos
XVl e
seguinte,
este
hospitais
entraram em
funcionamento
à média de
dois por
ano.
OUTRAS
LOCALIDADES
DA ZONA:
CABRELA:
“segundo a
tradição,
provém-lhe o
nome, da
abundância
de gado
caprino”.
No alto de
Cabrela,
onde outrora
se
distinguia
um vasto
horizonte,
actualmente
muito
encoberto
pelo
arvoredo,
existe um
depósito de
água
cilíndrico,
que ao longe
mais parece
um calvário.
Junto a este
depósito
situa-se uma
forja onde
há muitos
anos um
único homem
fabrica por
processos
totalmente
artesanais
diversos
instrumentos
de corte e
enxós. A
oficina é
pequena e
arrumada, o
fole muito
gracioso, e
todo o
ambiente de
trabalho
parece
pertencer a
épocas
passadas.
CASA BRANCA:
Pequena
aldeia
rural. Em
frente à
antiga
estação de
caminho de
ferro
situa-se o
único largo
da povoação,
formada
apenas por
esse largo e
o seu
prolongamento
em duas
ruas.
CIBORRO:
Esta aldeia,
aparentemente
incaracterística,
é, vista do
lado da
estrada para
Brotas,
verdadeiramente
interessante
devido ao
modo
perfeito
como o
casario se
integra na
paisagem.
ESCOURAL:
Surge com o
início da
planície
após a zona
montanhosa
que se
estende
desde
Montemor – o
– Novo
rodeada de
sobreiros.
No lavadouro
público, por
vezes, reina
uma certa
animação. As
mulheres
acham,
porém, que o
Escoural
perdeu a sua
antiga
alegria.
Nesta
localidade
se situa a
conhecida
gruta com
pinturas e
gravuras. O
seu espólio
compreende
um período
desde o
Neolítico
Inicial (
talvez 5000
anos antes
de Cristo),
representado
por cerâmica
cardeal, até
ao Neolítico
Final,
representado
entre outras
peças pelas
placas –
ídolos de
xisto,
características
dos
monumentos
da cultura
megalítica
do Alto
Alentejo,
existentes
em grande
abundância
neste
região.
LAVRE:
“Ignoramos
quem a
fundou, mas
sabemos
positivamente
que aqui
houve uma
bela cidade
árabe,
denominada
LAVAY ou
LAVAR de
onde lhe
proveio o
nome
actual”.
(Arquivo da
História
Pátria –
1898).
Centro
produtor de
cortiça,
azeite,
vinho e mel,
Lavre é uma
freguesia em
franco
progresso. A
nova estrada
que a liga a
Mora, por
Ciborro,
mais
contribuiu
para colocar
a povoação
numa
encruzilhada
de caminhos,
possibilitando-lhe
certamente
em maior
desenvolvimento.
Lavre foi
cidade no
tempo dos
árabes com o
nome de
Laven,
existindo
ainda
vestígios de
edifícios
mouriscos
junto à
Capela de
São Miguel.
VENDAS
NOVAS: “Um
dos mais
antigos
documentos
que nos dá
ideia deste
povoado, é,
para a minha
pobre
investigação,
o que se
encontra no
arquivo da
Câmara de
Monte – o
Mor e consta
de uma nota
ou censo da
população
que, em
1621:
compunha
esse
aglomerado,
20 vizinhos
então a
Cabrela.
Quanto à sua
origem e
começo de
desenvolvimento,
nada se
conhece.
Creio eu, de
positivo,
embora ande
a tradição
local que
Vendas Novas
provém dumas
estalagens
que,
outrora,
aqui houve.
Como,
presentemente,
nem há
memória,
sequer das
pessoas que
pertencem às
mais antigas
famílias
daqui
oriundas,
nada existe
do que essa
vaga
indicação da
origem desta
terra, peço
vénia para
expor o que
penso a tal
respeito,
fazendo o
resumo do
“Retalhos e
Impressões
de Vendas
Novas” que
em pequeno
folheto,
tenciono
publicar em
benefício da
sua
Misericórdia.
Conta-nos o
padre J. da
Rocha
Espanca no
seu
“Compêndio
de Notícias
de Vila
Viçosa” que
o Duque D.
Teodósio l
(5º Duque de
Bragança)
instituiu um
morgadio por
intermédio
público de
25 de
Setembro de
1540, em
Lisboa, os
bens de seus
irmãos,
juntando-lhe
as duas
“Vendas” ou
estalagens
que ele
fizera para
uma pousada
nas viagens
de Lisboa,
sendo uma no
termo de
Évora Monte
– A Venda do
Duque – e
outra em
Vendas
Novas, perto
de duas
estações –
isto para
não pousar
em casa de
outrém.
Considerações
sobre este
período
ligadas às
que me fazem
supor outro
trajecto,
anterior
àquela
época, da
estrada de
Lisboa entre
Aldeia
Galega e
Montemor por
Canha ;
outras que
derivam da
primitiva
igreja desta
freguesia e
nos fazem
ver o ermo
que, então,
era o local
em que
assenta
Vendas
Novas, e ,
finalmente,
em
circunstâncias
convidativas,
contudo,
deste lugar
que o
sugeriam
para ponto
de pousada,
tudo me faz
crer que o
Duque D.
Teodósio,
para
diminuir o
tempo gasto
a Lisboa,
mandou
estudar um
caminho mais
curto entre
Vila Viçosa
e a capital
construindo,
em seguida,
em pontos
convenientes
ao trajecto
e ao seu
intuito,
duas
estalagens
que
necessitava
para
pernoitar.
A esta
estalagem
aqui
edificada,
“Vendas
Novas” (nova
nesta
charneca,
como ainda
hoje se
designa o
“Monte Novo”
a “Casa
Nova”, etc.,
quando
construídas
em
circunstâncias
semelhantes,
de vem ter
sido,
portanto, o
primeiro
embrião de
“Vendas
Novas”, nome
este, que
ficou ao
lugarejo,
desde que
outras
“vendas” ou
estalagens,
em virtude
da derivação
do trânsito
da antiga
estrada da
Canha para
este novo
caminho,
começaram a
ser
erigidas, à
beira da
Venda Nova.
Entre as
estalagens
que aqui
funcionam há
uma – a
“Estalagem
Velha” –
que, pelo
aspecto
antiquado e
estranho da
frontaria e
faces
laterais,
pelo
atarracado
das elevadas
paredes,
reforçadas
com potentes
gigantes,
tudo de
pedra e cal,
pelas
artísticas
abóbodas de
duas casas
do seus
rés-do-chão,
e pelas
várias
particularidades
da sua
construção
interior,
sobremaneira
nos
impressiona,
parecendo-nos
falar ainda
hoje, do
poderio e
riqueza de
quem a
mandou
construir, o
Duque D.
Teodósio, em
minha
opinião. A
infância de
Vendas Novas
prolongar-se-ia
ainda por
mais tempo,
se D. João
V, dois
séculos
depois, em
1729, não
tivesse
mandado
construir
aqui o
célebre
“Palácio das
Passagens”
que lhe deu
nomeada e
acelerou
subitamente
o seu
desenvolvimento.
O que corre,
em geral,
acerca do
Rei e do
Palácio – e
isso não tem
sido escrito
e propagado
pelo
facciosismo
liberal,
detractor
impenitente
do
sentimento e
da tradição
portuguesa,
e, que D.
João V, o
“Faustoso”
ou
“Perdulário”
, etc.,
mandou
construir
expressamente,
por ordem
sua, este
palácio para
hospedagem
condigna das
elevadas
hierarquias
da Princesa
D. Maria Ana
(espanhola)
e sua
comitiva por
ocasião da
troca das
princesas, à
volta do
Caia (rio)
onde se
realizaram
os dois
históricos
casamentos:
o desta com
D. José e o
de D. Maria
Bárbara, com
o Príncipe
das
Astúrias”.
(Dr. Artur
Aleixo Pais
– 1927).
“Continuava
o Duque de
Bragança, D.
Teodósio, a
proteger a
educação de
seus irmãos
consanguíneos
e a melhorar
a sua casa,
cujos bens
próprios
constituiu
em morgado
por
instrumento
público,
lavrado em
Lisboa a 25
de Setembro
de 1540.
Neste
morgado
inclui duas
vendas ou
estalagens
que fizera
para sua
pousada nas
viagens de
Lisboa,
sendo uma no
termo de
Évora Monte
ao pé do
caminho de
ferro que se
chama “Venda
do Duque”, e
outra em
“Vendas
Novas” perto
doutra
estação:
isto para
não pousar
em casa
doutrém”.
A povoação
desenvolveu-se
em volta do
palácio
mandado
construir
por D. João
V. Em 1860,
foi ali
instalada a
sede de um
polígono
militar
(mais tarde
Escola
Prática de
Artilharia)
e data dessa
época o
começo do
desenvolvimento
da
localidade.
O solo é
extremamente
fértil, com
abundância
de águas
subterrâneas,
sendo
explorado em
regime de
média e
pequena
propriedade.
Vendas Novas
é um grande
centro
produtor de
citrinos,
tanto em
quantidade
como em
qualidade,
possui
importantes
indústrias
de montagens
de
automóveis,
de têxteis e
de
tratamento
de cortiças,
pelo que a
sua estação
de caminho
de ferro, a
maior do Sul
de Portugal,
tem enorme
movimento de
passageiros
e de carga.
É
interessante
seu Museu de
Artilharia,
ao ar livre,
na zona
ajardinada
do quartel,
onde se pode
observar
exemplares
de todas as
peças de
artilharia
desde que a
Escola
Prática
começou a
funcionar,
algumas das
quais
serviram na
lª Guerra
Mundial e
são as
únicas
conservadas
na Europa.
Montemor-o-Novo
A cidade de
Montemor-o-Novo
- sede de
concelho,
povoação de
origem muito
antiga,
situava-se
inicialmente
na parte
interior da
muralha do
Castelo,
expandindo-se
posteriormente
pela encosta
virada a
norte, onde
actualmente
se localiza.
O concelho
recebeu
forais dos
reis
D.Sancho I
(1203) e de
D.Manuel
(1503) e
teve um
importante
papel no
combate à
ocupação
castelhana
(1580 -
1640) e
durante as
invasões
francesas
(início do
séc. XIX).
A época do
apogeu de
Montemor-o-Novo
foram os
séculos XV e
XVI, em que
à
prosperidade
trazida pelo
comércio se
aliava o
facto de a
corte
permanecer
por largos
períodos em
Évora, o que
tornava a
vila palco
frequente de
acontecimentos
políticos de
relevo, com
a realização
de cortes e
a
permanência
do rei no
Paço dos
Alcaides.
Em Montemor,
em 1496,
tomou
D.Manuel I a
decisão
histórica de
mandar
descobrir o
caminho
marítimo
para a
Índia,
durante os
conselhos
gerais que
se
realizaram
na cidade.
No
numeramento
mandado
realizar em
1527 por
D.João III,
o primeiro
recenseamento
à população
feito em
Portugal ,
contava 899
fogos,
ficando em
sexto lugar
entre terras
do Alentejo.
D. Sebastião
deu-lhe, em
1563, o
título de
Vila
Notável,
atendendo a
que era
"lugar
antigo e de
grande
povoação"
cercada e
enobrecida
de igrejas,
templos,
mosteiros e
de muitos
outros
edifícios e
casas
nobres"
Pertencem a
essa época
algumas das
mais
importantes
obras de
arquitectura
existentes
na cidade,
como a
Misericórdia,
os Conventos
da Saudação,
de
S.Francisco
e de Stº
António, a
Ermida de Nª
Srª da
Visitação, o
Hospital
Velho e o
portal da
igreja de
Stª Maria do
Bispo.
No plano
histórico
alguns
acontecimentos
sobressaem
do pacato
quotidiano
da
população.
Entre eles
destacam-se:
a
resistência
à primeira
invasão
francesa,
comandada
por Junot,
em 1808,
junto á
ponte de
Lisboa; o
estacionamento
em 1834, do
estado maior
do exército
liberal
chefiado por
Saldanha,
durante as
lutas civis
entre
liberais e
miguelistas;
a visita de
D. Maria II
e D.
Fernando II
em 1843.
Montemor-o-Novo
desempenhou
um papel
muito activo
na
resistência
à ditadura
fascista e
na luta pela
melhoria das
condições de
vida e pela
liberdade.
Com o 25 de
Abril,
Montemor-o-Novo
esteve nas
primeiras
linhas do
avanço das
conquistas
da
revolução,
nomeadamente
na
implantação
do Poder
Local
Democrático
e da Reforma
Agrária.
A passagem
de
Montemor-o-Novo
a cidade,
por decisão
da
Assembleia
da República
de 11 de
Março de
1988, é
outro dos
factos
importantes
da história
recente de
Montemor-o-Novo.
Mora –
(Concelho do
Distrito de
Évora)

Vila sede de
concelho,
não tem tido
o
desenvolvimento
a que aspira
sua
população.
Curiosas as
torres
sineiras da
Igreja
Matriz, que
estão
colocadas de
modo não
usual: uma
junto à
capela-mor e
outra do
lado oposto
da rua.
Opiniões
sobre o nome
de Mora:
«Dr. Joaquim
Albino da
Silveira
(Informação
particular –
1941»: “A
forma mais
remota que
conheço da
sede deste
concelho é
Amora, em
documento de
1446, e
noutro do
século XV.
O Censo do
Alentejo de
1527, ainda
traz duas
vezes “Villa
da Mora” e
só uma
“Villa de
Mora”. Há
ainda outra
Mora,
freguesia de
Trás-os-Montes
(Vimioso), e
Amora, no
concelho de
Seixal, além
dos
derivados –
Moredo,
Moraes em
Trás-os-Montes,
e Amoreira,
Amoreiras
numerosas em
todo o País.
A base comum
estará no
latim vulgar
mora,
português
moderno
amora (com
prótese do
artigo
feminino)
que
significa
não só o
fruto da
amoreira,
mas também a
própria
árvore, em
latim
clássicos
ditos
respectivamente
“morus e
morum”.
«Xavier
Fernandes em
Topónimos e
Gentílicos
(1944)»:
“Mais de uma
hipótese se
pode
formular
sobre a
origem desta
designação.
Relacionar-se-á
com Mor
contracção
de Moor, que
foi nome de
mulher e
subsiste
ainda na
toponímia ?.
Teremos
então em
Mora um nome
latino, mas
a solução
não seduz
muito, até
porque, em
topónimos
desta
origem, tal
elemento não
aparece
isolado,
antes
fazendo
parte de
expressões
compostas.
Talvez seja
preferível
fazer a
aproximação
morfológica
de Mora e
Morão, nome
de
localidades
do Minho e
Trás-os-Montes.
Morão,
representado
na Galiza
por Morán e
o mesmo que
Mourão, é um
caso oblíquo
correspondente
a Maurane
(século Xl),
de Moura,
genitivo
Mauranis,
nome
visigótico
ou, antes,
latino, mas
adoptado e
adaptado
pelo
visigodos
(em latim,
Maurus). O
desconhecimento
de formas
antigas e
intermediárias
do topónimo
dificulta a
determinação
do
verdadeiro
étimo”.
Mora
O Concelho
de Mora
situa-se na
extremidade
do norte do
distrito de
Évora a
nordeste de
Estremoz, a
sudoeste de
Portalegre,
a leste de
Santarém.
Tem como
vizinhos os
concelhos de
Avis,
Coruche,
Montemor-o-Novo
e Arraiolos.
Este é um
Concelho tem
um vasto
Património
cultural e
ambiental,
ambos
bastante
ricos.
Os registos
históricos
não deixam
margens para
dúvidas de
que por este
Concelho
passaram
muitas
personalidades
de grande
importância
na nossa
História.
Os povos que
passaram por
esta região
deixaram
também
muitos
vestígios,
que nos
ajudam a
compreender
e a estudar
os
antepassados.
Mourão –
(Concelho do
Distrito de
Évora)

A vila foi
povoada por
Gonçalo
Egas, que
lhe concedeu
o primeiro
foral em
1226,
confirmado
por D. Dinis
em 1296. D.
Manuel l,
concedeu-lhe
foral novo
com
privilégios
em 1510.
A vila de
Mourão
situa-se
numa pequena
elevação,
com o rio
Guadiana
correndo de
norte para
sul,
tornando o
vale mais
seco do
País. A
primitiva
vila de
Mourão
erguia-se
junto ao rio
Guadiana,
num lugar
que ficou a
chamar-se de
Vila Velha e
onde ainda
se vêem
ruínas.
Consta que
esta vila
foi
abandonada
por causa de
uma invasão
de formigas
que causou
enormes
prejuízos,
chegando a
matar
animais e
crianças
recém-nascidas.
Também se
diz que Vila
Velha era
muito
doentia
devido às
cheias do
Guadiana,
que deixavam
as águas
estagnadas.
Opiniões
sobre a
origem do
nome:
«Arquivo
Histórico de
Portugal
(1890)»:
“Foi esta
povoação
fundada
pelos árabes
no século
Xl, os quais
lhe
construíram
as primeiras
fortificações,
e lhe deram
o nome de
Mogron, que
significa –
lapa, cova
ou caverna –
talvez por
causa de
alguma que
ali
encontrassem,
do tempo dos
celtas ou
dos antigos
lusitanos.
Parece que
esteve
abandonada e
deserta,
durante os
reinados de
D. Afonso
Henriques,
D. Sancho l
e D. Afonso
ll, porque
só temos
notícias
positivas de
Mourão,
corrupção de
Mogron, no
reinado de
D. Sancho
ll, em que
D. Gonçalo
Egas, prior
da Ordem
Militar de
São João de
Jerusalém,
depois
Malta, a
povoou em
1226,
dando-lhe
foral, que
foi
confirmado e
muito
ampliado por
D.Dinis, por
carta feita
em Lisboa, a
17 de
Janeiro de
1296”.
«Dr.
Agostinho
Fortes
“Concelho de
Mourão –
1935”»: “Da
sua fundação
nenhumas
notícias
históricas
se possuem,
devendo-se
relegar para
o campo da
imaginação o
pouco que a
tal respeito
se encontre
num ou
noutro
escritor.
O que acerca
da origem
árabe do seu
nome”almogron”,
tremoceiro e
morron, lapa
ou caverna,
se tem dito
não passa de
gramática
parda pois a
tal respeito
consultei o
meu erudito
e distinto
amigo e
colega Dr.
David Lopes,
eminente
professor de
árabe. “O
termo Mourão
provém de
Moura de
cujo alfoz
teria feito
parte em
remotos
tempos”.
Mourão
Da
Pré-História
à
Contemporaneidade
A região em
que se
insere a
vila de
Mourão
encerra uma
grande
diversidade
espácio-
temporal
relativamente
à presença
humana.
Os
conhecimentos
existentes
actualmente
acerca das
populações
que viveram
e circularam
neste espaço
revelam que
a área,
tanto a mais
próxima
(margens)
como a mais
afastada
(vila e
freguesias
de Mourão)
do rio
Guadiana,
conheceu uma
ocupação
contínua de
grupos
humanos
desde a
pré-história
até aos
nossos dias,
sendo o rio
e os seus
afluentes
factores
motivadores
e
determinantes
para a
existência
de vestígios
de tal
ocupação. O
rio atraíu
assim para
as suas
margens
actividades
essenciais
ou
complementares
ao ciclo
tradicional
de
subsistência
económica.
No período
pré-histórico
e à luz dos
mais
recentes e
diversos
trabalhos de
inventariação
efectuados
no âmbito do
plano de
minimização
dos impactos
do Alqueva,
esta zona
apresenta
diversos e
abundantes
registos de
presença
humana, uns
mais
completos do
que outros,
que importa
contextualizar
por forma a
permitir o
esclarecimento
e a
dissipação
de dúvidas
sobre este
período
histórico.
Locais como
a Barca,
Mercador,
Porto das
Carretas,
Quinta da
Fidalga,
Agualta,
entre
outros,
atestam a
tal
presença,
visível nas
indústrias
líticas,
restos de
cêramica e
manifestações
de arte
rupestre e
monumentos
megalíticos,
como a Anta
da Fábrica
de celulose
(Silva,
1999: 185,
193, 203,
204, 243,
244).
Inserida na
divisão
administrativa
da
Lusitânia,
Mourão
possui, como
exemplo mais
marcante da
presença
romana no
seu
território,
o Castelo da
Lousa. Este
localiza-se
a cerca de 3
Km a norte
da aldeia da
Luz, na
confluência
do barranco
do Castelo
com o rio
Guadiana.
Sobre um
esporão
maciço de
xisto, da
margem
esquerda do
rio,
ergue-se
esta
construção
fortificada
romana, da
segunda
metade do
século I a.
C., com
forma
rectangular
(23x20m),
utilizando o
xisto,
material
abundante na
região, na
edificação
das suas
paredes que
apresentam 2
metros de
largura e,
nalguns
pontos, com
mais de 5
metros de
altura. Este
monumento,
pelas suas
qualidades
arquitectónicas
e de
implantação,
apresenta
características
ímpares.
Relativamente
ao objectivo
da sua
implantação
persistem
actualmente
grandes
dúvidas no
meio
académico,
visto que
este se
afasta
territorialmente,
de forma
assinalável,
do conjunto
de
fortificações
edificadas
que se
localizam
perto da
zona
alentejana,
marcada por
uma intensa
exploração
mineira.
Este
conjunto
assume
fundamentalmente
um carácter
defensivo,
assegurando
a protecção
e o
escoamento
dos produtos
relacionados
com a
actividade
mineira.
O Castelo da
Lousa pelo
facto de se
localizar na
parte mais
oriental do
Alentejo
remete-se,
possivelmente,
para outro
tipo de
funções,
nomeadamento
de vigia e
defesa da
margem
esquerda do
Guadiana.
“No entanto,
as novas
sondagens
entretanto
realizadas
viriam a
revelar,
ainda que
fora do
edifício
central,
compartimentos
e estruturas
até aqui
totalmente
desconhecidas
e que
poderão
contribuir
para o
esclarecimento
de algumas
das
numerosas
dúvidas e
problemas
que
persistem
quanto ao
real
significado
deste
enigmático
monumento”
(Silva,
1999: 91).
Para além
deste
monumento,
outros
vestígios
arqueológicos
associados
ao período
romano se
encontraram
espacialmente
distribuídos
no concelho
de Mourão,
nomeadamente
nos lugares
de Boavista,
Monte
Branco,
Monte da
Charneca,
Monte da
Juliôa,
Monte da
Tojeira,
Monte dos
Pássaros, S.
Leonardo,
Monte Vila
Ruiva, entre
outros, com
predominância
de restos de
cêramica de
construção e
comum
(Silva,
1999: 245,
262, 265,
270, 274,
276, 285).
Entre este
período e o
medieval, é
incerta a
caracterização
humana de
Mourão, mas
poder-se-á
aceitar uma
permanência
das
populações
neste
espaço, que
conheceu a
partir do
século VIII
a presença
dos árabes.
Com as suas
origens
históricas
perdidas no
tempo e
envoltas na
tradição, a
primitiva
vila de
Mourão
ter-se-ía
localizado,
eventualmente,
na chamada
Vila Velha.
De facto
neste local
apareceram,
à superfície
do terreno,
telhas,
fragmentos
de talha e
de cêramica
comum bem
como blocos
relacionados
com a
existência
de
construções
derrubadas
(Silva,
1999: 206).
Perto desse
local, na
Vila Velha
do Mercador,
foram
encontrados
vestígios de
habitat do
período
romano,
revelando
material
cerâmico de
construção e
blocos
relativos ao
desmantelamento
de
estruturas.
As gentes
deste
povoado
ter-se-ão
mudado para
outro espaço
próximo
(Vila
Velha),
mantendo o
nome da sua
comunidade,
que, por
razões
desconhecidas,
e para as
quais se
levantaram
algumas
hipóteses,
decidiu
fixar-se
numa cota
mais
elevada,
dando origem
ao povoado
do actual
Mourão?
É provável
que Mourão
se inclua na
lista das
povoações
conquistadas
aos árabes
entre os
anos de 1165
e 1166,
quando as
tropas
cristãs se
lançaram na
conquista de
Moura, Serpa
e Alconchel.
A alusão
àquela
localidade
aparece no
reinado de
D. Sancho
II, quando
D. Gonçalo
Egas, prior
da Ordem do
Hospital,
lhe concede
o seu
primeiro
foral em
1226,
fomentando
deste modo o
repovoamento
de Mourão.
Relativamente
à
titularidade
desta
localidade,
esta
apresenta-se
como um
elemento que
se integra
na
indefinição
de
fronteiras
entre os
vários
reinos
resultantes
da
reconquista
cristã, ora
pertencendo
ao reis de
Castela e
Leão ora sob
o domínio do
reino de
Portugal.
Em virtude
do seu
acidente em
Badajoz, D.
Afonso
Henriques
teve que
ceder muitas
das suas
praças
conquistadas
ao rei de
Leão e
Castela,
sendo muitas
integradas
na coroa
portuguesa
no reinado
de D. Afonso
III. Este
cede a vila
de Mourão a
D. Afonso X
de Castela
(1264) e, em
1271, este
rei troca a
vila de
Mourão com
os freires
do Hospital,
sendo estes,
possivelmente,
os
construtores
do primeiro
castelo,
apesar de
não
existirem
provas
cabais sobre
esta
matéria.
Em 1295 a
vila de
Mourão é
doada a D.
Beatriz,
viúva de D.
Afonso III
de Portugal.
Após a morte
de Afonso X
de Castela,
D. Sancho IV
contesta a
doação e
concede a
vila à sua
“barregã”,
D. Teresa
Gil. Mourão
retorna para
a posse
portuguesa,
quando D.
Sancho IV de
Castela
renuncia à
margem
esquerda do
Guadiana, na
sequência do
auxílio que
lhe prestou
D. Dinis.
Este, a 27
de Janeiro
de 1296,
concede o
primeiro
foral
conhecido a
Mourão e
reconhece,
de jure, no
encontro de
Salamanca
(1298), D.
Teresa Gil
como senhora
da
localidade,
passando
Mourão para
a coroa
portuguesa
após a sua
morte.
Após a
exéquias de
D. Teresa
Gil, o rei
português
irá conceder
a um fidalgo
espanhol, D.
Raimundo de
Cardona, o
privilégio
de poder
comprar
Mourão,
facto que se
irá consumar
em 1313,
contraindo
para tal um
empréstimo
de avultada
quantia a um
judeu. Dada
a
impossibilidade
de cumprir
honradamente
os
compromissos
assumidos, a
praça de
Mourão será
novamente
sujeita a
leilão, em
19 de Abril
de 1317, no
alpendre da
Igreja de
Nossa
Senhora do
Tojal, sendo
desta vez
adquirida
por um
mercador de
Monsaraz, de
seu nome
Martim
Silvestre,
por 11 000
libras. No
entanto,
dadas as
incompatibilidades
sociais
entre o
mercador e o
rei, este
vai exigir a
sua
devolução
pelo mesmo
preço de
aquisição,
fazendo nova
concessão a
D. Raimundo
e a seu
filho
Guilherme de
Cardona.
Decerto
neste
período
procede-se
ao
incremento
de
povoamento
desta área
fronteiriça
como ocorria
pelo país
fora,
através de
incentivos à
fixação de
gentes, de
modo a
contribuir
para a
defesa da
zona raiana
e para a
estabilização
da fronteira
nacional. Os
coutos de
homiziados
são um dos
exemplos
dessa
política de
fixação.
Povoações
próximas de
Mourão, como
Noudar
(1308), por
carta de D.
Dinis, e
Monsaraz
(1414), no
reinado de
D. João I,
foram coutos
de
homiziados,
reflectindo
a política
do reino em
assegurar o
povoamento
de muitas
povoações da
raia que os
surtos de
peste e,
mais tarde,
a crise da
independência
arruinaram.
Relativamente
à crise de
1383-85, o
Alentejo foi
palco de
episódios
violentos,
resultado
das fortes
tensões
sociais, que
a sucessão
de D.
Fernando
potencializou
conferindo
às clivagens
existentes
no país uma
conotação
política.
Fernão Lopes
relata-nos
algumas
actuações do
povo no
Alentejo
visando os
que tomavam
voz por D.
Beatriz,
como o
sucedido em
Beja e em
Évora, em
que, num
clima de
grande
agitação e
emoção são
assassinados
o almirante
Lançarote e
a abadessa.
Neste
período
conturbado a
praça de
Mourão
aderiu à
causa do
Mestre de
Avis como é
referido na
crónica de
Fernão
Lopes.
Os
constantes
recontros
militares
com vista à
manutenção
da
independência
nas zonas
fronteiriças
do Alentejo
contribuíram
para a
diminuição
da população
nessas
áreas, já
anteriormente
afectadas
pela peste
negra. É
neste quadro
que se
entende o
pedido a D.
Afonso V, em
1450, por
parte dos
homens bons
do concelho
de Mourão
para que
este fosse
um couto
para 50
homiziados
(Cosme,
1988: 6).
Para além da
guerra da
independência,
as
populações
fronteiriças
da Beira,
mas em
particular
as do
Alentejo
foram
fortemente
afectadas
entre 1475 e
1478, quando
foram alvo
de
devastadoras
incursões
castelhanas,
na sequência
da sucessão
de Castela,
na qual D.
Afonso V se
intrometeu
para
defender os
interesses
de sua
sobrinha D.
Joana, a
Beltraneja.
Mourão foi
uma das
muitas
localidades
alentejanas
atingidas
pelas tropas
castelhanas
(Moreno,
1983: 129).
Assim, em
virtude dos
condicionalismos
ditados
pelas
estratégias
geo-políticas
dos monarcas
portugueses,
o povoamento
da vila de
Mourão
conheceu
períodos de
expansão e
contracção
demográfica.
Um desses
períodos de
evolução
demográfica
positiva
registou-se
no século
XVI, quando
nos censos
ordenados
por D. João
III (1527),
em Mourão,
305 fogos
foram
contabilizados
dando uma
totalidade
de 1373
habitantes
(305 fogos x
4,5 pessoas
por fogo).
De referir
que esta
tendência
também é
atribuível
às restantes
freguesias
constituintes
do concelho.
Aquando da
visita de D.
Sebastião ao
Alentejo e
ao Algarve
em
Janeiro/Fevereiro
de 1573, com
o objectivo
de aquilatar
a capacidade
das
localidades
em dotar
homens
disponíveis
para a
sustentação
da sua
política
militar no
Norte de
África,
Mourão
contribuiu
com duas
bandeiras,
ou seja, com
400 homens
(Loureiro,
1983: 543).
Para o
crescimento
demográfico
de Mourão
deve-se ter
em conta a
fixação de
judeus nesta
localdade,
sobretudo a
partir de D.
AfonsoV.
“ A minoria
judaica
viveu em
Portugal
como um
corpo dentro
de outro
corpo”. É
assim que
Maria José
Ferro
Tavares
sintetiza a
situação dos
judeus em
Portugal. Em
Mourão,
segundo a
autora,
havia uma
comuna de
judeus,
termo que
engloba o
arruamento
onde eles
habitavam
(judiaria) e
as
autoridades
que a
regiam.
Ligados às
actividades
mercantis e
artesanais
bem como à
prática da
usura, os
judeus são
referidos
por altura
da compra de
Mourão,
quando se
tornam
credores
tanto do
nobre D.
Raimundo de
Cardona, na
pessoa de D.
Judas,
arrabi-mor
de D. Dinis,
como do
mercador
Martim
Silvestre,
que
apresenta
como seu
credor o
arrabi-mor
Guedelha.
O
crescimento
da população
judaica em
Mourão, em
1500, é
patenteado
na pensão de
doze mil
reais que
Diogo de
Mendonça,
alcaide-mor,
recebia pelo
desempenho
do cargo de
anadel-mor
da judiaria
da vila. Não
se sabe ao
certo onde é
que esta se
situava, se
dentro ou
fora da
povoação. O
Dr. João dos
Santos Cosme
coloca a
hipótese da
judiaria se
situar no
local
conhecido
por
Maquedas, a
aproximadamente
2 Km da
fronteira de
S. Leonardo
(Cosme,
1988: 6).
A tendência
crescente da
população de
Mourão é
confirmada
em 1757
quando
apresenta um
saldo
contabilístico
de 450
fogos,
somando 950
fogos em
conjunto com
as 3
freguesias
do concelho
(Leal, 1875;
573).
No que diz
respeito à
alcaidaria
de Mourão,
esta foi
atribuída
pelo futuro
rei D. João
II a Diogo
de Mendonça,
estando
nesta
família até
ao reinado
de D. Afonso
VI. Aquando
da
instauração
da monarquia
dualista
(1580),
Mourão,
através do
seu
alcaide-mor
Francisco de
Mendonça,
aderiu à
causa
espanhola,
tendo
passado,
após 60
anos, na
pessoa de
Pedro de
Mendonça
Furtado,
para o lado
dos
conspiradores.
O herdeiro
da
alcaidaria
de Mourão,
amigo íntimo
do Duque de
Bragança,
sentiu a
necessidade
de
dignificar a
imagem da
sua família,
sendo dos
primeiros
conjurados a
tomar parte
nos
acontecimentos
que
conduziram
ao 1º de
Dezembro de
1640.
Após a
Restauração,
no âmbito
das guerras
da
independência,
Mourão
sofreu o
impacto das
frequentes
escaramuças
fronteiriças,
sendo a sua
praça
assolada
pelo
exército
inimigo em
diversas
ocasiões,
sendo de
realçar o
cerco da
mesma pelo
exército do
Duque de S.
German, em
que, sob o
comando do
Capitão João
Ferreira da
Cunha, a
praça
conseguiu
resistir
apenas
durante 6
dias,
revelando
desse modo a
fraqueza das
muralhas do
castelo. ”A
população
achou inútil
insistir na
resistência,
de que só
resultaria a
destruição
da vila e do
castelo, e
por isso
este içou a
bandeira
branca”
(Almeida,
1991:168).
Dado que a
reconquista
de Mourão se
tornou numa
prioridade
fronteiriça,
a rainha
regente, D.
Luísa de
Gusmão,
empenhou-se
profundamente
na tomada da
vila aos
espanhóis,
acontecendo
esta a 29 de
Outubro de
1657. Nessa
reconquista
teve um
papel
determinante
Joane Mendes
de
Vasconcelos,
homem
afastado de
partidos e
das intrigas
da corte,
sendo por
isso nomeado
pela rainha
para o
comando das
tropas no
Alentejo
(Almeida,
1991:168).
O
alcaide-mor
de Mourão,
Francisco
Mendonça
Furtado,cavaleiro
que tinha
como
incumbência
o governo do
castelo e da
região,
aquando das
desavenças
entre D.
Afonso VI e
seu irmão, o
Príncipe D.
Pedro, tomou
partido pelo
rei deposto,
e por isso
foi obrigado
a exilar-se
para
Castela,
sendo
condenado à
morte à
revelia.
Assim, a
alcaidaria-mor
de Mourão
passou
posteriormente
para o 2º
Marquês de
Montebelo,
António
Félix
Machado da
Silva e
Castro.
No século
XVIII,
Mourão
sofreu os
efeitos do
terramoto de
1755, o que,
conjuntamente
com os
trabalhos de
arranjo,
ampliação e
consolidação
da estrutura
defensiva do
castelo,
iniciados no
século XVII,
e o estado
de
destruição
que as
sucessivas
investidas
dos inimigos
provocaram
no casario,
levou ao
redesenhar
da traça
urbanística
da actual
vila.
No século
XIX, a nova
reforma
administrativa
levou à
criação de
novos
limites
concelhios,
o que no
caso de
Mourão fez
com que este
fosse
extinto e
anexado ao
concelho de
Reguengos de
Monsaraz,
durante o
período que
medeia entre
1855 (24 de
Outubro) a
1861 (17 de
Setembro) e
1895 (12 de
Julho) a
1898 (13 de
Janeiro)
(AVCMMourão,
1855 a 1867:
fls 3-4,
1898 a 1899:
fls 1v-6).
Na sequência
da política
iniciada por
Fontes
Pereira de
Melo, a vila
de Mourão
perdeu o
isolamento a
que estava
votada a
nível das
comunicações
terrestres,
quando, em
1879,
durante o
período do
Ministro das
Obras
públicas,
Augusto
Saraiva de
Carvalho, se
construiu a
ponte
ligando
Mourão a
Reguengos de
Monsaraz.
Foi Joaquim
José de
Vasconcelos
Gusmão,
nascido em
Mourão a
4-12-1837,
pertencente
ao partido
progressista
e deputado
nas
legislaturas
de 1868-69,
1869-70,
1870-71 e
1880-81,
elevado a
Par do Reino
por carta
régia de
7-1-1881,
que exerceu
pressão
junto de
Augusto
Saraiva de
Carvalho
para a
materialização
da ponte.
Amigo íntimo
deste
ministro, o
Dr. Joaquim
de
Vasconcelos
Gusmão teve
um papel
determinante
na aprovação
do
ante-projecto
da ponte
sobre o rio
Guadiana, na
estrada Real
nº 20, no
ano de 1881,
tendo sido
homenageado
em sessão
pública
extraordinária
(AVCMMourão,
1881: fl
84). No
entanto as
obras
tardaram de
tal modo
que, em 30
de Junho
1890, foi
solicitado
ao governo
um rápido
acabamento
da ponte
(AVCMMourão,
1890: fl
18), sendo
possível
verificar a
existência
de uma placa
no
gradeamento
da ponte com
os seguintes
dizeres:
Casa
Constructora
- Empreza
Industrial
Portugeza -
Santo Amaro
- Lisboa -
1890.
Esta obra
permitiu
estabelecer
mais
facilmente
os contactos
e trocas
comerciais
com o resto
do país e
com a
vizinha
Espanha.
Neste
sentido, o
concelho de
Mourão
integrava-se
na política
saída da
Regeneração
de dotar
Portugal de
infra-estruturas
nas
comunicações
de modo a
proporcionar
o
desenvolvimento
económico,
que o país
necessitava
para
acompanhar
os restantes
países
europeus.
No concelho
os agentes
dinamizadores
do
desenvolvimento
económico,
social e
político
saíram das
grande
famílias de
proprietários
e
lavradores,
que viram na
concretização
desta obra
uma mais
valia para
os seus
negócios e
para a
comunidade.
A
preponderância
económica e
social
destas
famílias
leva-as a
desejar um
espaço
público de
beleza e
grandiosidade
à imagem do
Passeio
Público
criado em
Lisboa,
reflexo do
fomento
material
resultande
da política
fontista,
local
privilegiado
para a
convivialidade
mundana.
É neste
âmbito que
se integra a
proposta da
vereação de
Mourão que
apresentou
um pedido,
em suporte
escrito às
cortes para
se proceder
ao
aproveitamento
do castelo
para fins
públicos,
solicitando
a construção
de um
passeio
público e
sua
arborização,
dado o
estado de
abandono e
ruína em que
se
encontrava o
edifício da
fortaleza
(AVCMMourão,1863:
fl 66).
Apesar deste
propósito o
castelo não
conheceu
quaisquer
obras de
restauro que
não só
retardassem
o seu estado
degradação,
mas também
que lhe
fossem
aduzidas
outras
valências.
Foi apenas
no século
XX,
principalmente
durante a
década da
“Revolução
de Abril”,
onde se
consolidaram
os direitos
democráticos
e se assumiu
uma nova
perspectiva
sobre o
entendimento
de
preservação
do
património
histórico e
cultural,
que o
castelo de
Mourão foi
sujeito a
várias
campanhas de
restauro.
Das
sucessivas
intervenções
a que foi
sujeito,
prolongando-se
durante os
anos
oitenta,
resultou o
seu actual
estado de
preservação,
principalmente
no que diz
respeito ao
alçado
principal.
No entanto,
toda a zona
norte
apresenta um
lamentável
estado de
conservação,
onde, com a
acção da
água e do
vento, o
granito, o
xisto e a
argamassa,
principais
materiais
utilizados
na
construção
da
fortaleza,
perdem
volume e se
decompõem a
um ritmo
bastante
acelerado.
Esta zona
não é
visível quer
da vila,
quer da
estrada
nacional,
por isso não
foi
intervencionada,
encontrando-se
hoje as suas
torres e
muralhas em
situação de
risco.
Portel –
(Concelho do
Distrito de
Évora)

Portel
surge-nos
dominada
pela imensa
mole do seu
castelo,
erguido numa
elevação em
torno do
qual
cresceu.
Opiniões
sobre a
origem do
nome:
«A. F.
Barata em
“Concelho de
Portel – a
sua história
e a sua
situação –
1933”»: “Tem
as serras de
Portel a
configuração
como que de
enorme
ferradura,
cujo centro
é composto
de várias
bacias de
fértil solo,
que foi
conhecido e
habitado de
mouros,
donde
provável
será que
venha o nome
que tem, se
não
significa
diminutivo
de Portelo,
ou não é
nome de
Portel
França, que
por
semelhança
topográfica
lhe daria o
fundador e
povoador
cristão, que
andou por
aquele país
…Diz-se que
Portel
significa
propriamente
“porto
pequeno” ou
“entrada ou
passagem
estreita”.
«José Leite
de
Vasconcelos
“Toponímica”
– 1932»:
“Portel de
Portelo, com
queda do “o”
por
influência
do árabe,
como
explicou
Pidal,
“Origens, p.
198”. A
explicação
confirma-se
por isto: o
nome antigo
do sítio era
arábico –
Portel
Mafomede,
doc. Do
século Xlll,
no Livro de
D. João de
Portel, p.
12”.
«Xavier
Fernandes em
Topónimos e
Gentílicos
(1944)»:
“Quanto à
origem do
nome, tem-se
dito, e a
hipóteses é
aceitável,
que Portel
significa
propriamente
“porto
pequeno” ou
“entrada ou
passagem
estreita”.
Deve, pois,
ser um
derivado do
vocábulo
porto com um
sufixo
diminutivo,
como cordel
de corda,
pastel de
pasta,
etc.”.
Portel
Um concelho
em pleno
Alentejo
Central,
caracterizado
por uma
beleza
natural
única, onde
a Barragem
de Alqueva
está a
formar o
maior lago
artificial
da Europa.
Com uma
paisagem
dominada
pelo Montado
de sobro e
de azinho,
Portel
assume-se
hoje a
"Capital do
Montado" e a
porta de
acesso a
Alqueva.
PAISAGENS DE
PORTEL
Portel, (…)
tem o
privilégio
de se
encontrar
envolvida
pela serra,
o acidente
de relevo
mais
importante
do Alentejo
Central,
que,
elevando-se
acima da
peneplanície
em volta até
uma altura
de cerca de
412 metros,
permite
desfrutar de
uma paisagem
única e de
notáveis
cambiantes
sazonais.
Pode
dizer-se que
esta serra
marca a
fronteira
entre o Alto
e o Baixo
Alentejo.
Trata-se de
um maciço
montanhoso
de origem
xisto-grauváquica
onde podemos
encontrar as
características
de um bosque
ancestral.
Apesar de
algumas
vertentes
terem já
sofrido os
efeitos da
plantação
maciça de
eucaliptos,
ainda se
observam
neste local
comunidades
florísticas
que
representam
aquilo que
terá sido o
bosque
original.
Nomeadamente,
os azinhais
e sobreirais
que,
associados
ao
medronheiro,
ao folhado,
à murta, ao
rosmaninho,
ao alecrim
ou à esteva,
compõem uma
aromática e
colorida
paisagem.
Tal como
seria de
esperar,
associada a
esta flora
uma rica
fauna, de
onde se
destacam
alguns
vertebrados
protegidos
pelas leis
da natureza,
como é o
caso de
algumas
espécies de
aves e
mamíferos.
Na parte
nordeste da
serra junto
ao rio
Degebe, os
afloramentos
de xisto
marcam a
paisagem.
Mais uma vez
estamos
perante um
cenário rico
e
diversificado,
a que se
associam
actividades
humanas
tradicionais
como a
colheita dos
cogumelos ou
a produção
de mel.
Será esta
zona do
concelho de
Portel que
sofrerá as
inevitáveis
alterações
decorrentes
do
desenvolvimento
do projecto
de Alqueva e
que,
forçosamente,
se
manifestarão
nas
paisagens,
nas
comunidades
humanas e
nos
ecossistemas.
A albufeira
de Alvito
situa-se
quase no
limite
poente da
Serra de
Portel, o
que concorre
para um
enquadramento
cénico de
particular
beleza, a
que não é
alheia a
riqueza
natural
desta zona.
Em volta da
albufeira
deparamo-nos
com um
desses
ecossistemas
resultantes
de muitos
anos de
actividade
agrícola,
que se
traduziu num
montado
disperso de
sobro e
azinho
associado a
matos que
iniciam a
sua
progressão
após o
abandono dos
cultivos.
Trata-se
também de
uma zona
particularmente
interessante
para a fauna
de
vertebrados.
A lontra,
por exemplo,
é um dos
mamíferos
que aqui
ocorre em
ligação
directa com
o plano de
água, bem
como o
javali, a
raposa e o
texugo. De
entre as
aves,
destacamos
as
aquáticas,
como os
mergulhões,
as garças, o
zarro-comum,
a frisada, o
galeirão ou
a
galinha-de-água.
À semelhança
de outros
locais do
mesmo tipo,
esta
albufeira
marca uma
paisagem
dominada
pela
escassez de
recursos
hídricos,
transformando-se
num pólo de
atracção
para
actividades
ao ar livre,
sejam elas
as
tradicionais,
como a pesca
desportiva,
os
piqueniques
em datas
festivas e
uma ou outra
utilização
como zona
balnear, ou
actividades
de cada vez
maior
expressão na
nossa terra
como os
passeios na
natureza, a
observação
de aves, a
canoagem, o
remo, a
vela, a caça
fotográfica
ou a
pintura.
Ainda na
envolvente
da Serra de
Portel,
vamos
encontrar, a
sul,
vestígios
interessantíssimos
da vegetação
mediterrânica
original,
junto às
ribeiras de
Marmelar e
da Pasparda.
Algumas
manchas de
azinhal
associado a
um
sub-bosque
de urze,
murta,
várias
espécies de
cistus,
rosmaninho,
medronheiro,
aroeira,
permitem
usufruir de
locais de
inegável
beleza para
o que muito
contribui o
estado de
conservação
da galeria
ripícola do
vale
encaixado
das
ribeiras.
Um olhar
mais atento
e conhecedor
poderá
facilmente
aperceber-se
da
existência
de javalis
ou de
veados,
observando-os
ou
registando
os sinais
que revelam
a sua
presença.
Também aqui
a avifauna
apresenta
uma
diversidade
e uma
riqueza
notáveis,
sendo de
destacar
algumas
espécies com
estatuto de
raras ou
ameaçadas a
nível
europeu,
como é o
caso da
águia-real,
do
falcão-abelheiro,
da
águia-de-Bonelli
ou da
águia-calçada,
entre
outras.
Podemos,
pois, dizer
que toda a
Serra de
Portel e a
sua
envolvente
justificam,
por parte
dos
apreciadores
da natureza
e dos
passeios ao
ar livre, um
olhar atento
e demorado
que
contribua,
não apenas
para nos
apaixonarmos
pelo local
mas também
para
colaborar na
sua
conservação.
Principalmente
se pensarmos
que este
tipo de
paisagem
começa a
rarear e
constitui um
património
tão ou mais
importante
que o
próprio
castelo de
Portel.
Fonte: Guia
de Turismo
Natureza da
Câmara
Municipal de
Portel, 2000
(Texto de
Nuno Lecoq)
SERRA DE
PORTEL
Situada no
limite sul
do Alentejo
Central, a
partir do
qual se
estendem as
peneplanícies
do Baixo
Alentejo, a
Serra de
Portel face
aos campos
circundantes,
apresenta
valores mais
elevados de
precipitação
e uma
ligeira
suavização
da
temperatura.
Estes
factores
associados
ao
isolamento
de algumas
serranias e
ao difícil
acesso de
algumas
vertentes
mais
inclinadas
contribuiu
para o
desenvolvimento
de algumas
comunidades
de vegetação
densa e
luxuriante
que
aparentam
ter sido
poupadas à
arroteia
generalizada
do Alentejo
conduzida,
nos anos 30,
pela
“campanha do
trigo”. Em
certos vales
encaixados
da serra é
ainda
possível
encontrar
alguns
vestígios da
vegetação
potencial da
serra, ou
seja, os
bosques
mistos de
sobreiro e
azinheira
com um rico
subcoberto
composto por
matagais de
medronheiro,
carrasco,
folhado,
murtas,
adernos,
sanguinho,
mato-branco,
trepadeiras
diversas e
algumas
orquídeas.
Em outras
áreas mais
expostas à
contínua
acção do
pastoreio e
da
agricultura
a densidade
de arvoredo
tende a
diminuir e o
matagal
luxuriante e
diversificado
tende a ser
sub stituído
por estevas,
sargaços,
genistas e
rosmaninho.
Fonte: Guia
de Oferta
Turística da
Região de
Turismo de
Évora, 1998
Clima
A Serra de
Portel
apresenta um
clima
Mediterrânico
com períodos
quentes e
secos
prolongados,
alternados
por períodos
frescos e
húmidos. No
Inverno as
temperaturas
podem ser
negativas.
Verifica-se
a existência
de uma
diversidade
de variações
microclimáticas
associada à
diversidade
de situações
fisiográficas.
Geomorfologia
Maciço
montanhoso
de origem
xisto -
grauváquica.
A Serra
apresenta
uma elevação
máxima de
420 metros e
uma
diversidade
de tipos de
solos, entre
os quais
figuram
diversos
solos
mediterrâneos,
litossolos e
aluviossolos.
Contudo
aqueles que
ocupam
maiores
extensões
são os
litossolos.(solos
esqueléticos
)de xistos.
Flora
Beliz (1990)
inventariou
cerca de 680
espécies
vegetais.
Verifica-se
uma elevada
diversidade
de
comunidades
vegetais
associadas
aos
povoamentos
de sobreiros
e azinheiras
e
encontram-se
presentes um
conjunto de
plantas
pouco
frequentes,
ou mesmo
raras, no
País,
claramente
resultantes
de
microclimas
locais e da
profusão de
tipos de
solos.
Fauna
Comunidade
faunística
rica
designadamente
das aves e
mamíferos
predadores.
No conjunto
as
comunidades
presentes
constituem
uma amostra
representativa
das
condições
naturais do
Alentejo
Central.
Fonte:
Colecção
Percursos na
Natureza,
1997 Centro
de Ecologia
Aplicada –
Universidade
de Évora
Edição:
Direcção
Regional do
Ambiente do
Alentejo
Redondo –
(Concelho do
Distrito de
Évora)

Origem do
nome:
“Está
situado em
um mediano e
ordinário
monte por
cuja ladeira
abaixo
vistosamente
se estende
para as
partes do
sul e
poente; foi
este monte
sempre
celebrado
pela
circunstância
do Penedo
Redondo, Que
no mesmo
monte se
acha e de
que esta
vila tomou o
nome. Deste
modo senão
vê hoje mais
que uma
parte por
esta formada
sobre ele
uma pequena
torre das
sete que tem
o Castelo”.
(Arqueólo
Português –
1901).
Parece que a
povoação de
Redondo já
existia no
tempo dos
romanos
(...) D.
Dinis
cônscio da
importância
da situação
da terra e
preocupado
com a obra
de defesa do
país, que o
levou a
fazer
construir ou
reparar, na
fronteira
com a
Espanha, a
linha de
castelos
Marvão,
Portalegre,
Alegrete,
Monforte,
Elvas, Vila
Viçosa,
Juromenha,
Monsaraz,
Mourão e
Moura, e no
interior
tantos
outros, não
esqueceu o
Redondo e em
1319 (era de
César de
1357) fez
levantar o
actual
castelo num
outeiro,
onde diz a
tradição
existiu o
penedo
redondo que
deu o nome à
vila”.
(António de
Souto Maior
– 1929).
“É atraente,
bem que por
vezes
difícil, a
investigação
das origens
dos nomes de
povoações
portuguesas,
visto que a
toponímia
nacional é
muito rica e
variada em
denominações
derivadas de
raízes tão
diversas,
por vezes
obscuras,
provenientes
do romano
peninsular,
do fenício,
do árabe, do
grego, do
cartaginês,
do celta, do
latim
medieval,
etc. .
Redondo tem
o étimo bem
definido. D
adjectivo
latino
rotundus, a,
um, pela lei
geral do us
nominativo
ou do um
acusativo se
transformar
sem esforço
de maior em
o pela lei
de
transformação
fonética
também
natural e
por isso
geral do
abrandamento,
quando não
queda da
consoante
intervocálica,
essa voz
latina deu
Redondo,
forma que na
boca do
povo, por um
processo
regressivo e
inverso ao
da
desassimilação
anterior que
o prova e o
explica
readquire
muitas vezes
a
pronunciação
redondo quer
no adjectivo
quer no nome
próprio
dessa
laboriosa
vila
alentejana.
É simples e
corrente,
pois, a
transformação
que deu em
nossos dias
o nome
Redondo
derivado do
latim
rotundus ,
palavra que
aliás se
conserva na
língua
portuguesa,
mais
próxima,
porém da
origem
latina, em
rotundo como
rotunda,
substantivo
comum, o
lugar
redondo,
transformado
em próprio
na toponímia
urbana (como
exemplo:
várias
Rotundas da
cidade de
Lisboa), e
que o povo
teima em
designar por
esse nome
breve,
eufórico e
nobre em que
pese aos
editais de
vereadores
que teimam
em ensinar
ao povo a
história
pátria,
quase banida
do ensino
escolar, por
meio de
letreiros
pintados nos
cunhais dos
prédios
urbanos !
Isto sabe-o
muita gente,
sabe-o
talvez a
totalidade
dos naturais
do Redondo.
O que talvez
não saibam,
porém, é que
no Baixo
Alentejo há
outra vila
também
importante e
antiga, que
tem o mesmo
nome, mas
derivado do
árabe:
“Almodôvar”.
Almodôvar
diz em
árabe,
exactamente,
o que nós
dizemos com
o vocábulo
latino
rotundos,
isto é,
redondo !.
Almodôvar é
palavra
árabe,
representando
aqui o u um
carácter que
no alfabeto
respectivo
indica um
som gutural
para que o
nosso
alfabeto
latino não
tem letra,
que nos é
muito
difícil de
pronunciar e
que os
peninsulares
falavam o
árabe
simplificaram
na província
e acomodaram
na escrita
por meio do
v. Note-se
que esta
palavra
Almodôvar
(redondo),
como o seu
verbo
doutra,
endoura
(arredondarei,
arredondo),
como o seu
adjectivo
Almodauer (o
que
arredonda)
são do árabe
puro, não do
dialectral,
ou do
mestiço
árabe
peninsular.
Assim temos
no Alentejo
dois
Redondos. O
do nome
romana mais
ao norte, o
de nome
árabe mais
ao sul.
Cremos que
os naturais
terão
totalmente
expungido do
coração a
gentilidade
dos romanos
e os da
outra todas
as
expressões
ignóbeis dos
sectários de
Mafamede e
que uns e
outros
serão, ao
contrário,
muito bons
cristãos, os
do sul
fabricando o
seu azeite e
os do norte
as grandes
talhas de
barro para o
armazenar”.
(Dr.
Domingos Vaz
Madeira
“Ilustração
Alentejana”
– 1929).
A região de
Redondo é
habitada
desde
remotas
eras,
recebeu o
primeiro
foral de D.
Afonso lll,
em 1250,
confirmado
em 1318 por
D. Dinis. D.
João 1
concedeu-lhe
privilégios,
estabelecendo
uma cláusula
que obrigava
a passagem
por Redondo
a todos os
que se
dirigissem
de Vila
Viçosa para
o Alandroal
e
vice-versa,
o que muito
contribuiu
para o seu
desenvolvimento.
D. Manuel l
autorgou-lhe
foral novo
em 1516.
“Tem-se dito
que a
denominação
actual
provém de um
enorme
rochedo
arredondado,
que havia no
local onde
depois se
construiu a
Igreja da
Misericórdia,
e que seria
alguma anta
ou outro
monumento
pré-histórico.
De qualquer
modo, o nome
desta actual
vila
alentejana
filia-se no
nome comum
redondo, do
latim
rotundu -,
através do
português
arcaico
rodondo e
com a
posterior
dissimilação
do primeiro
“o” em “e”.
(Dr. Xavier
Fernandes –
1944).
Redondo é
uma vila
onde
tradicionalmente
se produz
artesanato
procurado
pelos
turismo.
Mesmo assim,
há falta de
aprendizes
que
continuem
essas artes.
Fabricam-se
ainda
utensílios
de pele, de
ferro
pintado e
outros
materiais,
mas o que
mais se
produz são
peças de
mobiliário e
louça de
barro
pintada ou
utilitária.
Fabricam-se
em Redondo
duas
espécies de
pratos
pintados: os
tradicionais,
com fundos
claros e
motivos
diversos
(flores,
animais,
cenas da
vida rural)
e os fundo
vermelho ou
negro, com
ramos de
flores
pintados a
tinta de
óleo. Estes
últimos são
recentes e
destinam-se
apenas a
fins
decorativos.
Os
tradicionais
podem ser
utilizados
como louça
funcional.
Os motivos
são
decalcados
com o barro
ainda
relativamente
fresco e
pintados em
seguida com
anilinas,
após o que
os pratos
são cozidos
e vidrados.
Os temas
florais
usados na
louça e no
mobiliário
são muito
antigos. Os
artesãos
dizem que
“foram
deixados
pelos
Mouros”, mas
cada um dá
às formas a
sua
interpretação
pessoal. Uma
oficina de
mobiliário
depende de
trabalhadores
de vários
ofícios. Os
móveis são
feitos por
carpinteiros
e depois as
cadeiras são
empalhadas
por outro
artista.
Passam
seguidamente
para a mão
do pintor,
que começa
por os
cobrir com
aparelho de
tinta de
óleo.
Pinta-os
depois com
esmalte de
cor lisa, e
só quando
este seca os
decorar com
ramos e
flores.
A mobília de
quarto
completa
consta de
cama, duas
mesas-de-cabeceira,
guarda-fato,
cómoda ou
escrivaninha,
caixilho
para espelho
e uma
cadeira com
assento de
buinho.
Fazem-se
também
cadeiras,
arcas e baús
de
diferentes
tamanhos,
que se
vendem
separadamente.
O artesanato
encontrou no
Alentejo
condições
óptimas para
se
implantar. A
solidão real
da vida
deste povo
desenvolveu-lhe
a
sensibilidade.
Vivendo nos
campos,
isolados dos
centros de
consumo e
dispondo de
poucos
recursos
económicos,
o homem
viu-se na
necessidade
de fabricar
os seus
próprios
utensílios.
O gosto pela
beleza e a
abundância
de tempo
livre
levou-o a
decorar
esses
objectos com
arte, amor e
paciência.
Na zona de
Redondo
existe bom
vinho de
mesa, sendo
o mais
conhecida
“Porta da
Ravessa”.
Esta
província
portuguesa
tem
belíssimos
vinhos. A
imensidão de
horizontes
planos, ou
quase
planos,
aliada à sua
meridionalidade,
oferem ao
Alentejo
características
Mediterrâneas
e
Continentais.
A insolação
tem valores
bastante
elevados, o
que se
reflecte na
maturação
das uvas,
principalmente
nos meses
que
antecedem as
vindimas,
conferindo-lhe
uma perfeita
acumulação
de açúcares
e de
matérias
corantes na
película dos
bagos. As
vinhas
localizam-se,
na sua
maioria, em
substrato
geológico de
rochas
plutónicas
(granitos,
tonalitos,
sienitos e
sienitos
nefelínicos),
sendo
contudo de
salientar, a
diversidade
de manchas
pedológicas
nas quais as
vinhas são
instaladas
(nomeadamente
manchas
xistosas e
argilo-calcárias).
É igualmente
de referir,
que os
melhores
terrenos são
eleitos para
a cultura
cerealífera
e a
exploração
agro-pecuária,
pelo que a
vinha e a
oliveira,
dada a sua
rusticidade,
assentam nos
solos com
fraca
capacidade
de uso.
O porco é a
base
alimentar de
todo o
Alentejo. Os
rojões à
alentejana,
as fêveras
de porco na
brasa e as
migas, a
açorda de
coentros e
poejos e o
gaspacho
fazem jus à
cozinha
tradicional
desta
região. Na
doçaria
recomenda-se
o caricá
(doce à base
de ovos, o
bolo de
amêndoa do
Convento da Vidigueira e
o bolo
podre.
Redondo
Situada a
35Km. de
distância da
Capital de
Distrito
Évora, a
vila de
Redondo
ergue-se a
317 m. de
altitude e é
a sede de um
concelho com
uma
superfície
de 371,44
Km², no qual
vivem
actualmente
cerca de
7288
habitantes
(segundo o
Censos de
2001). O
concelho de
Redondo,
hoje
dividido em
duas
freguesias
-Redondo e
Montoito –
conta com um
conjunto de
populações
com
dimensões
significativas,
entre as
quais:
Aldeias de
Montoito,
Falcoeiras,
Santa
Susana,
Aldeia da
Serra, Foros
da Fonte
Seca, Freixo
e Vinhas.
A zona que
hoje
compreende
foi habitada
desde os
tempos mais
remotos,
como o
comprovam os
numerosos
monumentos
megalíticos
existentes
na região.
Segundo a
lenda, a
fundação da
vila está
relacionada
com o Penedo
Redondo que
existiu no
primitivo
amuramento
medieval.
A sua
formação
administrativa
deve-se a D.
Afonso III;
que segundo
alguns
historiadores
lhe concedeu
foral em
1250. Foi
fortificada
por D. Dinis
que lhe
outorgou
carta
foralenga de
1318, à qual
D. Manuel,
acrescentou
privilégios
de Leitura
Nova em
1517.
Povoação
fortificada
por D. Dinis
em 1319, que
lhe
construiu o
castelo e o
circuito
amuralhado,
sofreu um
grave
desacato no
ano de 1381,
durante as
malfadadas
guerras
fernandinas
contra
Castela,
sendo
saqueada por
um corpo
auxiliar do
exército
inglês do
conde de
Cambridge -
Edmundo, do
comando do
general Maao
Borni. Um
dos mais
célebres
fronteiros e
alcaides de
Redondo foi
o aventuroso
cavaleiro-justador
João de
Melo, filho
do
guarda-mor
de D. João
I, Martim
Afonso de
Melo, também
alcaide-mor
de Évora,
que teve
aquela mercê
dada por D.
Duarte, em
15-IV-1438.
Nas suas
andanças por
Castela e
Flandres,
tomou-se
lendário
pelas
façanhas
cometidas
entre León e
Astorga,
contra o
mantenedor
Sueiro de
Quiñones, e
em Gant,
perante a
corte de
Filipe-o-Belo,
duque de
Borgonha.
Ocupou,
ainda, os
cargos de
conselheiro
e
copeiro-mor
de D. Afonso
V, teve o
senhorio de
Pavia e a
alcaidaria
de Serpa, de
juro e
herdade,
dádiva esta
que se
prolongou,
por séculos,
na sua
descendência.
O mesmo
monarca o
amerceou com
umas casas
sobre o muro
quebrado da
cerca velha
de Évora, no
ano de 1464.
Património
da coroa,
foi doada,
em 1500, ao
capitão e
herói de
Arzila, D.
Vasco
Coutinho,
que recebeu
a benesse de
D. Manuel,
dada por
carta de
2-VI-1500,
sendo já
conde de
Borba desde
3-II-1485.
No início do
Séc. XV a
vila de
Redondo,
outrora um
ponto
obrigatório
de escala
para os
viajantes de
Évora, Vila
Viçosa e
Alandroal,
estava
praticamente
despovoada.
A pedido dos
procuradores
da vila D.
João I, em
1418,
proibiu o
uso de
outras
estradas
naquele
circuito,
obrigando
todos os
viajantes a
passarem por
esta vila. A
expansão da
vila deu-se
a partir de
1463 uma vez
que a cerca
do castelo
estava
completamente
povoada, foi
decidida,
por alvará
régio, que a
zona do
Arrabalde
fosse
habitada,
ficando os
moradores
desta zona
com os
mesmos
privilégios
e liberdades
que os
moradores da
cerca do
Castelo. No
ano de 1762,
durante os
sobressaltos
da Guerra do
Pacto da
Família,
julgou-se
útil
reforçar a
vila com
algumas
obras de
fortificação,
que
completassem
as
trincheiras
aprofundadas
no período
da Guerra da
Sucessão de
Espanha,
pelo que
houve uma
reunião
magna no dia
12 de
Setembro,
promovida
pela Câmara,
para tratar
do assunto -
simultânea
com as
realizadas
em Terena,
Alandroal e
Monsaraz -,
onde se
encontraram
os
representantes
locais dos
três estados
do reino:
clero,
nobreza e
povo.
Lenda de
Redondo
De um mítico
Penedo
Redondo,
reza a lenda
que a vila
sede deste
concelho
tirou o
nome. Sem
intuito de
polemizar,
bem poderia
a inspiração
do baptismo
ter
resultado do
vinho sem
arestas nem
adstringências
que dá fama
a estas
terras. Seja
como for,
alguma
contribuição
há-de este
precioso
néctar do
Redondo ter
dado aos
naturais da
região, que
artistas e
mestres
artesãos se
têm revelado
ao longo de
gerações.
Com o barro,
nos
inconfundíveis
pratos e
restantes
peças de
olaria; com
madeira, no
florido
mobiliário;
com a voz,
nos cantares
que os
entendidos
enraízam nos
corais
gregorianos.
Reguengos de
Monsaraz –
(Concelho do
Distrito de
Évora)

Assim no-lo
diz o Sr.
A.F. Barata,
em “O
Alentejo
Histórico,
Religioso,
Civil e
Industrial –
como uma
povoação que
não tem
fidalguia
hereditária,
não batalhou
ao lado dos
seis
conquistadores
da primeira
dinastia,
não existia
então”. Nos
sítios onde
hoje assenta
esta moderna
e laboriosa
vila, havia
um largo
tracto de
terreno,
pertencente
à Casa de
Bragança,
designada
por
“Reguengo de
Cima, do
Meio e do
Baixo”,
ignorando-se,
contudo,
«desde que
época». Eram
estas terras
“reguengos”,
por ao rei
pertencerem,
tendo o nome
de Vila a
sua origem
nesta
circunstância.
No então
“Reguengo de
Baixo”,
aparte mais
antiga da
Vila actual,
existia aí
pelo ano de
1680, uma
pequena
capela de
Santo
António –
orago da
freguesia –
a qual,
pouco a
pouco
começou a
ver-se
acompanhada
de uma outra
casa, mais
tarde de
muitas mais
e com tal
incremento
que no ano
de 1752 já
os Prelados
da Igreja
Eborense
tiveram
necessidade
de pôr ali
um cura de
almas. É
isto o que,
em resumo, o
Sr. Barata
nos diz de
Reguengos.
Do lugarejo
de somenos
importância
que era,
breve
alcançou a
categoria de
Aldeia dos
Reguengos,
impropriamente
alcunhada
mais tarde,
pelos
habitantes
da histórica
Vila de
Monsaraz,
sendo
concelho, de
Aldeia dos
Cardadores,
ironicamente
aludindo a
uma
população de
laboriosos
industriais
que nessa
época
fizeram lá
lã a sua
principal
fonte de
receita e de
riqueza
regional. Os
habitantes
da Aldeia
dos
Reguengos,
que pugnavam
pela
elevação
material da
sua terra,
em conjunto
com os
muitos
adventícios
que a ela
ocorriam
pela riqueza
dos seus
terrenos,
inclinaram-se
sempre para
o campo da
política
liberal do
País,
contrariando
assim as
ideias dos
absolutistas
de D.
Miguel, que
tinha o
grosso das
suas
falanges
adentro das
muralhas de
Monsaraz.
Vila fidalga
e
antiquíssima,
mas já em
decadência.
Entre os
muitos
habitantes
desta terra
que se
evidenciaram
nas
campanhas da
liberdade,
dois nomes
que merecem
especial
referência
pelas
qualidades
de carácter:
Dr. José
Maria Rojão,
natural de
Mourão e Dr.
Inácio
Ramalho,
natural de
Reguengos.
Frequentando
ambos a
Universidade
de Coimbra,
a esse tempo
alistaram-se
no “Batalhão
Académico”,
valendo-lhes
este acto o
haverem de
emigrar para
França e
Inglaterra,
por onde se
conservaram
até que,
fazendo
parte dos
7.500 bravos
do Mindelo
se passaram
a Portugal
para
continuarem
os seus
estudos após
a vitória
constitucional.
Quis D.
Pedro lV (1º
Imperador do
Brasil)
galardoar os
seus
serviços,
oferecendo
ao Dr.
Ramalho o
colar da
Torre e
Espada, que
recusou por
entender que
apenas
cumprira o
seu dever de
fidelidade à
constituição.
Ambos foram
condecorados
com as
medalhas da
liberdade, e
tão
relevantes
foram os
serviços
destes
ilustres
liberais
que, de
certo por
eles, por
alvará de 25
de Fevereiro
de 1840 a
Carta Régia
de 29 do
mesmo mês,
assinada por
D. Maria ll
e pelo
ministro
Rodrigo da
Fonseca
Magalhães
foi
conferido o
foro de Vila
Nova de
Reguengos,
por serviços
prestados à
causa da
liberdade à
aldeia, por
Carta Régia
de 7 de
Abril de
1838 passara
a ser cabeça
do concelho
de Monsaraz.
Estava
aberta e
declarada a
guerra de
reivindicações
e supremacia
entre a nova
Vila de
Reguengos e
antiga Vila
de Monsaraz,
travando-se
uma renhida
luta
política
para a posse
da sede do
concelho que
fora
concedida a
Reguengos.
Em 1843,
sendo
favoráveis
os ventos do
Terreiro do
Paço à
política de
Monsaraz, é
a sede do
concelho,
novamente
colocada na
antiga Vila;
mas, em
1846, mercê
de porfiados
esforços dos
reguenguenses,
que não se
esquivaram à
luta nem às
tumultuárias
secções da
Câmara de
Monsaraz, é
a sede do
concelho de
novo
transferida
para
Reguengos.
Novas lutas
se travaram
e o concelho
foi ainda
para
Monsaraz até
o ano de
1851, desde
quando ficou
definitivamente
em Reguengos
de Monsaraz,
nome por que
geralmente é
designada a
Vila Nova
dos
Reguengos em
documentos
oficiais e
particulares”.
(Cap. Manuel
Mendes
Ventura –
Revista
Ilustrada –
1927).
“Em 1932, o
Prof. Dr.
José Leite
de
Vasconcelos
refere-se
assim a
Reguengos:
“Diz
A.F.Barata,
“O
Alentejo”,
1893, págª.
53, que em
tempos
antigos
havia no
Alentejo um
vasto tracto
de terreno,
pertencente
à Casa de
Bragança, e
chamado
“Reguengo de
Cima, do
Meio e do
Baixo, donde
o plural
Reguengos.
Todavia,
hoje só
conheço ao
pe´da vila
de Reguengos
de Monsaraz,
Aldeia de
Cima, que
oficialmente
se chama
Reguengo de
Cima; uma
cantiga
irónica, que
lá ouvi em
1933, diz:
“Aldeia de
Cima / De
biquinhos de
alfinetes /
Hei-de a
mandar
calçar /
Para o meu
amor passear
...”. O que
não há
(hoje, pelo
menos) é
Reguengos de
Baixo.
Exemplo
semelhante o
encontramos
em Covais de
Cima,
povoado da
freguesia de
Salzedas,
concelho de
Tarouca, sem
haver Covais
de Baixo. O
contrário é
Queluz de
Baixo, no
concelho de
Oeiras, ao
pé de
Queluz,
concelho de
Sintra, que
não se diz
de Cima,
pelo menos
na
localidade.
A outra
Queluz é tão
pouco
importante
ao pé da
verdadeira
Queluz, que
os
habitantes
desta não se
julgam
obrigados a
juntar o
epíteto ao
nome”.
Reguengos de
Monsaraz foi
conquistada
aos
muçulmanos
por Geraldo
Sem Pavor
(ou Geraldo
Geraldo), em
1167, foi
doada aos
Templários.
A vila,
excepção do
arrabalde,
encontra-se
quase toda
envolvida
pelas
muralhas
reconstruídas
por D.
Afonso lll e
D. Dinis.
Monsaraz
vale
sobretudo
pelo
conjunto
urbano
extremamente
bem
conservado,
em parte
recuperado
no século
XVll. Igreja
Matriz –
Edifício de
três naves
do tipo
igreja-salão,
edificada no
último terço
do século
XVL, sobre
as ruínas de
uma igreja
medieval,
nela se
conserva o
túmulo
gótico do
cavaleiro
Gomes
Martins. No
antigo Paço
da Audiência
conserva-se
uma pintura
mural de
temática
parcialmente
profana,
alusiva à
Justiça.
Ermida de
Santa
Catarina –
Antiga
capela
pentagonal
de origem
templária.
Capela de
São João
Batista –
Antigo
morábito
muçulmano,
depois
cristianizado.
O Castelo,
cuja
construção
foi iniciada
por D.
Afonso lll
mas apenas
concluída no
reinado de
D. Dinis, e
a cerca de
planta
ovalada que
abarca a
vila
medieval
foram
rodeados, no
século XVll,
por um
perímetro
fortificado,
construído
por cinco
baluartes e
um meio
baluarte,
integrando o
baluarte do
castelo o
mais
completo
troço da
barbacã
medieva. O
projecto foi
de Francisco
Osório, e
ele se
devendo
também o
Forte de São
Bento, chave
defensiva do
arrabalde,
cuja
fortificação
se estendia
pela colina
situada a
norte,
através de
um revelim
de três
baluartes de
que restam
vestígios.
Seguimos a
direcção de
Reguengos e
prosseguimos
até ao
pequeno
“paraíso” de
Monsaraz. Na
estrada para
Mourão, o
cruzamento
desperta-nos
a
curiosidade.
Tomamos a
direcção do
monte que se
ergue na
planície e
subimo-lo
até alcançar
a Porta da
Vila. É
protegida
por dois
cubelos
semi-cilíndricos,
um dos quais
é coroado
pela torre
do relógio
que, por ser
branca de
cal, se
destaca do
granito e do
xisto que
compõem o
castelo. A
Porta do
Buraco ou da
Cisterna, a
Porta da
Alcova e a
Porta de
Évora são as
outras
entradas
possíveis no
vetusto
burgo que
ainda se
mantém quase
virgem face
às
corrupções
do tempo.
Qualquer
delas é
suficientemente
atraente
para nos
fazer entrar
no mundo
branco que
as
imponentes
muralhas
resguardam e
qualquer
delas nos
leva À Rua
Direita, que
atravessa
este burgo
“navio” de
uma ponta à
outra. O seu
formato, bem
como o das
populações
vizinhas que
circundam o
morro, já
inspirou o
povo nas
suas
canções:
“Monsaraz é
um navio / o
Telheiro uma
pistola / o
Outeiro não
tem feitio /
a Barrada
uma bola”.
Para ver com
os próprios
olhos como
tem
fundamento
esta quadra
popular, o
melhor é
subir à
torre de
menagem do
castelo,
onde, do
alto dos
seus 18
metros, é
possível
apreciar com
maior
clareza as
belezas de
Monsaraz.
Vêm-nos à
ideia os
comentários
sobre a
origem do
topónimo
“Monsaraz”.
Já sabemos
que a sua
origem está
em duas
palavras:
“Monte” e
“Saraz” ou
“Saras” ou
“Xaraz”, o
que
significa
monte
erguido no
meio das
estevas.
Sabe-se que
Monsaraz foi
libertada do
domínio
muçulmano
por Giraldo
Sem Pavor,
em 1167. Foi
doada à
Ordem dos
Templários e
depois de
extinta, à
Ordem de
Cristo. No
século Xlll,
D. Afonso
lll e D.
Dinis
trataram de
povoar o
monte,
constuindo
novo castelo
e a cerca
para
proteger a
vila.
Durante as
guerras do
século XlV
com Castela,
instalaram-se
em Monsaraz
os archeiros
do Conde de
Cambridge,
que vieram
da
Inglaterra
em auxílio
dos
portugueses
mas que, em
vez disso,
acabaram por
saquear a
vila. Os
portugueses
não
conseguiram
fazer frente
aos
castelhanos
e deixaram
“escapar” o
monte
fortificado.
Porém, o
Condestável
D. Nuno
Álvares
Pereira
reconquistou-o,
tornando-se
depois seu
alcaide-mor.
Nas páginas
da História
desta vila
fica o facto
de ter sido
das
primeiras a
seguir o
Mestre de
Avis e na
memória do
povo ficou a
história de
um rei árabe
que tinha
uma filha
chamada
Alandra.
Certo dia, o
filho do
conde do
Monte
Esporão
chegou
decidido a
conquistar
esta terra.
Enamoraram-se
os dois
jovens, ao
que o rei se
opôs e, em
vez de
consentir,
preferiu
matar a
filha que,
segundo os
populares,
ficou para
sempre
encantada no
alandroeiro
ainda hoje
vivo na rua
transversal
em frente à
Igreja
Matriz.
Reguengo de
Monsaraz
A Freguesia
de Reguengos
de Monsaraz
é composta
pelos
seguintes
aglomerados:
Reguengos de
Monsaraz
(Vila),
Perolivas,
Gafanhoeiras
e Caridade,
sendo
paralelamente
Sede de
Concelho.
Em
termos
geográficos,
pertence ao
Distrito de
Évora e
localiza-se
na Região
Alentejo
Central, no
Sul de
Portugal. A
Freguesia é
confinada a
Nordeste
pela
Freguesia de
Monsaraz, a
Este pela
Freguesia de
Corval, a
Sudeste pela
Freguesia de
Campinho e
finalmente,
a Sul pela
Freguesia do
Campo. A
Freguesia
abrange uma
área de
cerca de 102
km2.
Em
termos
Concelhios,
o Concelho
de Reguengos
de Monsaraz
é confinado
a Norte
pelos
Concelhos de
Redondo e
Alandroal, a
Este pelo
Concelho de
Mourão, a
Sul pelos
Concelhos de
Moura e
Portel e a
Oeste pelos
Concelhos de
Évora e
parte do de
Portel. O
seu limite a
Sudeste é
constituído
em vasta
extensão
pelo Rio
Guadiana. O
Concelho
abrange uma
área de
cerca de 474
km2 e é
composto por
5
freguesias.
Origem da
Freguesia
A origem
da Freguesia
de Reguengos
de Monsaraz
confunde-se
com a do
antigo
Concelho de
Monsaraz. Os
limites do
Concelho são
os mesmos
desde há
séculos, o
que mudou
foi a
localização
da sua Sede,
localizada
na Vila de
Monsaraz até
1838, data a
partir da
qual se
transferiu
para a Vila
de
Reguengos,
sendo fixada
definitivamente
em 1851,
depois de
algum
período de
alternância
com
Monsaraz.
No termo
da antiga
vila de
Monsaraz,
situada em
dominicais
da Casa de
Bragança e
depois da
Coroa, que
davam pelos
nomes de
Reguenguinho,
Ramila e Mon
Real, em
redor de uma
Ermida de
Sto. António
foi
edificada a
Vila de
Reguengos. O
agradável
sítio, a
fertilidade
do terreno,
e outras
favoráveis
circunstâncias,
convidaram
algumas
famílias a
construir as
suas casas
em redor da
que era até
ali uma
solitária
Ermida. Em
poucos anos
formou-se
assim uma
pequena
aldeia, que
cresceu de
tal modo que
foi
necessária a
criação
efectiva de
uma nova
Freguesia,
em 1752.
Em
relação à
Freguesia
propriamente
dita, já
desde 1836
que se
conhece a
sua
existência,
mas com a
denominação
de Junta da
Parochia da
Freguezia de
Santo
António.
Nesta época,
faziam parte
da Freguesia
a própria
Junta da
Parochia da
Freguezia de
Santo
António, bem
como o lugar
da Nossa
Senhora da
Caridade e o
lugar de
Santa Maria
da Lagoa.
Na época
agrupavam-se
os núcleos
populacionais
de Reguengos
de Cima, do
Meio e de
Baixo, que
constituíram,
em 1838, as
bases
administrativas
e
embrionárias
da nova
Vila,
elevada a
Sede de
Concelho por
Carta de Lei
de 29 de
Fevereiro de
1840, com o
título
primitivo e
efémero de
Vila Nova de
Reguengos de
Monsaraz, em
menosprezo
do histórico
e
multisecular
burgo de
Monsaraz.
História da
Freguesia
Em 1620
existia a
duas léguas
ao poente de
Monsaraz, no
meio de
terras
produtivas,
uma Ermida
dedicada a
Santo
António. Em
1690
começaram-se
a edificar
algumas
casas em
torno da
Ermida e foi
então grande
o
desenvolvimento
da população
que em 1712
já era uma
aldeia
chamada
Reguengo com
uma Igreja
Paroquial da
invocação de
Nossa
Senhora da
Caridade.
As
aldeias dos
Reguengos
sofreram um
impulso
demográfico
nos tempos
de D. Pedro
II, que se
desencadeou
devido às
suas
privilegiadas
disposições
pastoris e
admite-se
que, no
decurso das
guerras da
Restauração,
alguns
couteiros da
Casa de
Bragança,
incumbidos
do fomento
equino
necessário
ao
reabastecimento
da
cavalariça
portuguesa
aqui se
vieram
fixar.
Entre
essas gentes
humildes,
emigradas
dos lugares
mais
devastados
pela guerra,
parecem ter
vindo homens
especializados
nos ofícios
da cardação
e tecelagem
das lãs
merinas,
matéria-prima
em que estas
terras do
antigo
“termo” de
Monsaraz,
desde o
século XV e
na
dependência
das suas
alianças
económicas
com a
organização
pastoril da
Mesta
espanhola,
eram muito
ricas.
O
artesanato
na área da
tecelagem do
“termo” de
Monsaraz
consagrava-se
à produção
de mantas,
saragoças e
panos
grosseiros
que não
serviam só
para cobrir
e aquecer os
moradores da
terra mas
que,
transcendendo
estes
âmbitos,
chegaram a
ser
aproveitados
como
instrumentos
de corrupção
da frágil
consciência
de um Juiz
de fora
daquela Vila
que, a troco
da isenção
de mancebos
aptos para o
serviço
militar, se
foi tornando
um
coleccionador
de peças
decorativas.
Mais
tarde, já no
século XIX,
o salto
económico
das aldeias
de Reguengos
não se
ergueu
apenas sobre
a intensa
laboração da
fábrica de
lanifícios,
fundada por
José Mendes
Papança, e a
sua ampla
distribuição
pelos
antigos e
humildes
foreiros da
Casa de
Bragança – a
divisão dos
chamados
“arados” –
constituiu,
também, uma
espantosa e
indomável
força de
progresso e
desenvolvimento
desta Vila.
Com esse
parcelamento,
implantaram-se
novas
estruturas
agrárias e,
na sua
dependência,
surgiu a
grande lavra
de vinhas
que está
ainda na
base do
esplendor
económico de
Reguengos,
nos finais
do século
XIX.
Em 1840,
atendendo
aos serviços
dispensados
pelos
moradores
dos
Reguengos “à
causa da
liberdade”,
a Rainha D.
Maria II
eleva a já
então Vila
Nova dos
Reguengos a
Sede do
Concelho e
concede-lhe
o primeiro
foral.
Vendas Novas
– (Concelho
do Distrito
de Évora)

A povoação
desenvolveu-se
em volta do
palácio
mandado
construir
por D. João
V, para
servir de
pousada real
nas suas
viagens ao
Alentejo. Em
1860, foi
ali
instalada a
sede de um
polígono
militar
(Escola
Prática de
Artilharia)
e data dessa
época o
começo do
desenvolvimento
da vila.
Interessante
é o Museu de
Artilharia,
onde se
podem
observar
exemplares
de todas as
peças de
artilharia
desde que a
Escola
Prática
começo a
funcionar,
algumas das
quais
serviram na
1ª Guerra
Mundial e
são únicas
conservadas
na Europa.
Vendas Novas
A origem
provável e o
subsequente
desenvolvimento
de Vendas
Novas,
devem-se
essencialmente
a três
acontecimentos
que tiveram
lugar quase
simultaneamente.
O primeiro e
segundo
acontecimento
devem-se
essencialmente
à criação da
Posta Sul,
por ordem de
D.João III,
estabelecendo-se
uma estação
e uma sede
da Posta em
Aldeia
Galega (o
actual
Montijo). De
igual modo,
com licença
do rei,
mandou Luís
Afonso,
Correio-Mor
do Reino,
abrir um
caminho de
Aldeia
Galega a
Montemor,
que
atravessava
uma vasta
charneca que
o rei
utilizava
para as suas
caçadas
reais, de
maneira a
diminuir o
percurso e o
tempo das
viagens.
Nesse
caminho, o
rei mandou
construir
uma
estalagem,
no sítio que
hoje é
Vendas
Novas.
O terceiro
acontecimento
está ligado
à
construção,
por ordem de
D.Teodósio,
de duas
pousadas,
uma em
Evoramonte e
outra em
Vendas
Novas, perto
das duas
estações,
para melhor
se deslocar
de Lisboa a
Vila Viçosa.
Terá sido
então, a
aberta do
caminho para
a Posta do
Sul, através
da charneca,
em 1526, e a
construção
de duas
estalagens,
(a da
Mala-Posta,
em 1526, e a
do Duque D.
Teodósio I,
em 1930).
Estes foram
os três
factores
determinantes
para a
origem de
Vendas
Novas.
Quanto ao
nome do
povoado terá
provavelmente
origem nas
construções
-
"Estalagens"
ou "Vendas",
que por
serem de
recente
construção,
eram novas,
denominadas
pelos
viajantes
como "Vendas
Novas".
A estrada
que hoje em
dia,
atravessa a
cidade de
Vendas Novas
foi, em
tempos,
caminho de
vários reis.
Daí poder
dizer-se que
foi essa
mesma
estrada que
originou o
verdadeiro
nascimento
da cidade.
Vendas Novas
viveu muito
tempo no
anonimato,
quase sem
história,
até ao dia
em que um
rei mandou
construir na
Charneca,
então
praticamente
deserta, um
Palácio Real
para que a
princesa das
Astúrias e o
príncipe do
Brasil,
futuro D.
José I, aqui
encontrassem
a sua
pousada.
Assim,
graças ao
ouro do
Brasil e ao
grande do
império de
D. João V,
este Palácio
devido á sua
majesteosidade,
tornou-se
pousada de
vários reis,
tendo ao
longo dos
tempos
servido
também de
aquartelamento
de
cavalaria,
posta,
telégrafo,
hospital
improvisado
para
combater a
febre
amarela e
finalmente
se ter
tornado no
que é hoje,
ou seja a
actual
Escola
Pratica de
Artilharia.
Mais tarde,
foi
construído
em Vendas
Novas um
caminho de
ferro que
veio
aproximar a
cidade do
progresso
técnico e
das
mercadorias,
trazendo
também
consigo
novas
indústrias.
O seu maior
desenvolvimento
deu-se a
partir deste
momento, uma
vez que com
o
aparecimento
da
indústria,
os
habitantes
desta
localidade
através do
seu
trabalho,
conseguiram
dar a
conhecer a
existência e
importância
deste local.
A 21 de
Agosto de
1911, Vendas
Novas, vê
então
reconhecida
a sua
importância
com a
passagem a
Vila mas
somente a 7
de Setembro
de 1962
consegue,
após várias
lutas a sua
independência
do concelho
de
Montemor-o-Novo
com a
criação do
respectivo
concelho.
Através da
atitude
liberiosa
das suas
gentes e da
visão dos
seus
dirigentes,
Vendas Novas
vê
concretizar-se
a sua tão
desejada
elevação a
cidade em
1993.
.:: [
Património ]
::.
Apesar da
sua história
ser recente,
o concelho
de Vendas
Novas possui
um conjunto
de
património
erudito de
que é
exemplo o
edifício
onde se
encontra
instalada a
Escola
Prática de
Artilharia,
antigo
Palácio Real
mandado
construir
pelo rei D.
João V.
São também
referência o
Palácio e
Capela do
Vidigal
(sec. XIX) e
um conjunto
de capelas e
igrejas tais
como a
Capela de S.
Fernando
(hoje Igreja
de Santo
António do
Outeiro),
único imóvel
classificado
do concelho,
a Igreja de
Nª Sr.ª de
Nazaré,
Landeira
(sec. XV), a
Capela do
Monte Velho
da Ajuda
(secs. XVII
e XVIII), a
Capela Real,
junto ao
Palácio Real
(sec XVIII)
e outras de
construção
mais recente
como a
Igreja
Matriz de
St.º
António,
Igreja de S.
Domingos
Sávio,
Capela de S.
Pedro,
Bombel,
Capela de S.
Gabriel,
Marconi,
Capela de
N.ª Sr.ª
Auxiliadora,
Afeiteira.
De realçar
ainda a
existência
de um moinho
de vento do
sec. XIX,
actualmente
recuperado e
transformado
em Posto de
Turismo.
Em termos
museológicos
de referir a
existência
de três
núcleos
sendo eles o
Museu da
Escola
Prática de
Artilharia,
o Museu
Etnográfico
e do
Artesanato
do R.
Folclórico
de Landeira
e o Museu
Etnográfico
do Rancho
Folclórico
das
Piçarras.
Existem
igualmente
algumas
estações
arqueológicas
reconhecidas,
como a
estação
paleolítica
da
Bica-Fria, a
estação
romana da
Sesmaria de
Cuncos, a
Ferraria da
Lavra de
Maio e a
Ferraria do
Quintal do
Henrique
Rosa
situadas na
Landeira e
duas
estações
medievais no
olival de
Amieira e
nas terras
frias
(Moinhola,
Landeira).
.:: [
Mudanças de
Abril ] ::.
A revolução
de 25 de
Abril, veio
originar uma
série de
mudanças em
Vendas Novas
proporcionando
novos
métodos de
desenvolvimento.
Assim, pôde
verificar-se
ao longo dos
anos uma
melhoria
substancial
na qualidade
de vida da
população.
Essa mudança
e esse
desenvolvimento
ocorreram em
todos os
sectores.
Hoje em dia
a população
dispõe de
água
canalizada,
electricidade,
recolha de
lixo
diferenciado
e doméstico
em todas as
povoações do
concelho e
98% dos
habitantes
são
beneficiários
da rede de
esgotos.
Praticamente
todas as
ruas se
encontram
pavimentadas,
foram
vendidos
muitos lotes
de terra e
construídas
muitas
habitações
novas. Uma
ETAR situada
em Bombel
trata as
águas
residuais da
cidade.
Em relação à
cultura e ao
desporto
foram
criados o
Pavilhão
Gimnodesportivo,
as Piscinas,
o Estádio a
Biblioteca e
o Auditório
Municipais,
bem como
outros
espaços de
lazer, de
que é
exemplo o
Jardim
Público de
Vendas
Novas.
Também se
fizeram
novas
instalações
para as
escolas E.B.
2/3 e
Secundária,
renovando o
seu
equipamento,
tendo mais
tarde sido
construído o
pavilhão
desportivo
da escola
secundária.
O Centro de
Saúde e os
postos
médicos
viram
apoiadas as
suas
exigências
para a
melhoria de
condições
das
instalações.
No âmbito da
acção
social,
foram
construídos
o Centro de
Dia dos
reformados,
o Centro de
Dia da St.ª
Casa da
Misericórdia,
entre muitas
outras
instituições
que prestam
apoio social
a crianças,
jovens e
idosos no
concelho.
Para
desenvolver
economicamente
o concelho
criou-se o
Parque
Industrial e
nos serviços
municipais
tomaram-se
medidas de
modernização
e reforço
dos
serviços,
como o novo
Centro de
Atendimento
Público e o
COPAE –
Centro de
Oficinas,
Parque de
Máquinas,
Armazéns e
Estaleiro
Municipais.
Para a
juventude
foi criado o
Espaço
Internet de
Vendas
Novas.
Os Bombeiros
Voluntários
viram
reforçados
os seus
meios e as
instituições
desportivas
e culturais
são apoiadas
financeiramente
para melhor
desenvolverem
as suas
actividades.
Foi ainda
criada a
freguesia da
Landeira e a
Vila de
Vendas Novas
foi elevada
à categoria
de cidade.
Encontrando-se
muito
próxima da
Área
Metropolitana
de Lisboa, o
seu
progresso
tem
tendência a
aumentar
cada vez
mais.
Viana do
Alentejo –
(Concelho do
Distrito de
Évora)

A vila,
primitivamente
chamada
Viana de a
par de
Alvito, foi
repovoada no
século Xlll
por D. Gil
Martins. D.
Dinis
concedeu-lhe
foral e
privilégios,
com
simultânea
fundação do
castelo.
Vila sempre
na senda do
progresso,
teve em 1866
uma das
primeiras
creches do
País.
Opiniões
sobre a
origem do
nome:
«J. Vilhena
Barbosa “As
Cidades e
Vilas da
Monarchia
Portugueza –
1862”»:
“Pretendem
vários
escritores
que foram os
Galos-Celtas
que a
fundaram
alguns
séculos
antes do
nascimento
de Cristo. E
acrescentam
que, em
memória da
cidade de
Viena sua
pátria, lhe
deram o
mesmo nome”.
«Xavier
Fernandes em
Topónimos e
Gentílicos
(1944)»: “A
meia
vertente da
serra do seu
nome, entre
azinhais e
oliveiras,
localiza-se
o casario da
Antiga Viana
de a Par de
Alvito, hoje
a vila
concelhia de
Viana do
Alentejo,
incorporada
no distrito
administrativo
de Évora …
A Viana
acrescentou-se
o
determinativo
Do Alentejo,
indicativo
da
respectiva
província e
que a
distingue,
na
denominação
da cidade
capital do
Alto Minho”.
Viana do
Alentejo
É a sede do
concelho e
uma vila de
extraordinária
importância
na história
de Portugal.
Situada
entre Évora
e Beja,
desempenhou
sempre um
papel de
destaque na
defesa
estratégica
do nosso
território.
O seu nome
inicial era
curioso e
denunciava a
vizinhança
geográfica
-Viana a par
d’Alvito.
O povoamento
desta
freguesia é
muito
remoto. O
arqueólogo
José Leite
de
Vasconcelos,
que estudou
o local nos
inícios
deste
século,
descobriu
uma série de
vestígios
arqueológicos,
que poderão
ser
atribuídos à
época
romana.
Restos de
cerâmica,
algumas
moedas e
mesmo uma
necrópole
romana com
as
respectivas
inscrições
nas
cercanias do
local onde
se encontra
hoje o
santuário
dedicado a
N.ª Sr.ª
d’Aires.
Aliás, o
próprio
lugar de
Paredes
parece
querer
indicar que
ali existiu
algum tipo
de muros,
muito
provavelmente
castrejos.
Alguns
autores, são
da opinião
que este
templo
cristão
sucedeu
directamente
a uma ermida
do paganismo
hispano-romano.
Devastada
pelas
algariadas
mouriscas, a
vila foi
repovoada no
século XIII
por D. Gil
Martins e
sua mulher,
D. Maria
Anes. Em
1269,
encontramos
um documento
sobre a
vila, em que
D. Martinho,
Bispo de
Évora,
reconhecia
ter direito
apenas a um
quarto dos
dízimos da
"igreja de
Fochem". Por
morte de D.
Gil Martins
e sua
mulher,
passou Viana
do Alentejo
para a posse
do seu
filho, D.
Martim Gil
de Sousa,
conde de
Barcelos.
Foi no
reinado de
D. Afonso
III que lhe
foi
concedida a
primeira
carta de
foral, mais
tarde
renovada por
D. Dinis
(1321) com
privilégios
iguais aos
de Santarém.
Foi também
D. Dinis que
lançou as
bases para a
construção
do seu
castelo,
iniciada em
1313, e a
elevou à
categoria de
vila. Fazia
parte do seu
termo
Alvito, Vila
Nova, Vila
Ruiva e
Malcabron.
Os seus
moradores
recebiam
1000 libras
de ajuda
para
levantarem
as muralhas.
A extensão
do termo de
Viana
durante o
reinado de
D. Dinis era
muita
significativa,
já que ia
até Vila
Alva, na
época
Malcabron,
que se
encontra
actualmente
no concelho
de Cuba.
Vila Viçosa
– (Concelho
do Distrito
de Évora)

Origem do
nome:
“Demora na
altura de
38.º, 51.º
de latitude
W. e 1.º e
30.º de
longitude
E.,, pelo
meridiano de
Lisboa em um
lindo, ameno
e sempre
viçoso vale,
abrigado a
oeste pela
pequena
serra de
Borba e
regado por
muitas
fontes que
derivam da
mesma serra.
Daí o título
de viçosa ,
cuja
propriedade
ninguém lhe
contesta.
Apelamos
para os que
já
visitassem,
como nós
visitámos
esta vila e
subissem
como nós
subimos, os
muitos do
seu castelo
no mês de
Maio, ao
raiar do sol
e ao cair da
tarde. Tudo
em volta até
grande
distância
era um amplo
tapete de
luxuosa
vegetação e,
sendo para
nós esta
vila
inteiramente
estranha, e
tendo sido
criados no
mimosíssimo
e
fertilíssimo
cantão por
justos
títulos
denominado –
Coração do
Douro – no
vasto ângulo
formado por
Lamego,
Mesão Frio e
Vila Real de
Trás-os-Montes,
cantão que
não tem
rival em
todo o nosso
país –
ficámos
surpreendidos
e muito
espontaneamente
dissemos: -
Formosa Vila
! Bem
mereces o
título de
Viçosa !”
(Dr. Pinho
Leal –
1886).
Enquadrando
o vasto
terreiro
onde se
ergue a
estátua
equestre de
D. João lV,
da autoria
de Francisco
Franco, o
palácio
testemunha
com rigor
não só a
evolução da
Arte em
Portugal,
mas também a
actividade
cultural
desenvolvida
pela família
dos Duques
de Bragança.
A D. Jaime
se deve a
fundação da
actual casa,
restando da
primitiva
traça o
claustro,
manuelino, e
as
dependências
térreas,
cujos
vestígios
mais
importantes
são as
abóbadas e
as portas,
em arco de
ferradura. O
aspecto
subsistente
deriva do
gosto
arquitectónico
dos
descendentes
de D. Jaime,
Deste
período é a
fachada
axial, de
mármores
patinados e
do tipo
vitruviano,
disposta em
três pisos,
segundo as
ordens
clássicas, a
qual foi
aumentada,
já no
reinado de
D. Maria l,
por um
pavilhão
compósito
rematando a
cima fronte.
O fundo
museográfico
do palácio,
hoje
património
da Fundação
da Casa de
Bragança, é
formado por
um conjunto
de peças
antigas, de
valor
artístico
desigual,
todavia
embelezado
pela
decoração
monumental
do interior,
antecedido
pela
escadaria
nobre, de
alçados
recobertos
por frescos
quinhentistas
representando
a tomada de
Azamor, em
1513, pelo
Duque D.
Jaime.
“Vila-Viçosa
nunca se
chamou
Callipolis,
nem há
notícia de
que na
Lusitânia
existisse
alguma
cidade assim
chamada. A
palavra
Callipolis
data do
século XVl,
e foi
inventada
por André de
Resende, que
assim se
exprime na
sua obra “De
Antiquitatibus
Lusitaniae”,
Évora, 1593,
fls. 228,
quando trata
de Vila
Viçosa: “uno
nomine
latine dici
non potest,
nisi
Callipolis
graece
configamus,
audaci
fortasse
exemplo, sed
lectoribus,
postquam ea
assiduite
percrebuerit,
minime
displiceturo”.
Em português
– Vila
Viçosa não
pode
exprimir-se
em latim por
uma só
palavra, a
não ser que
forjemos
Callipolis à
grega, por
processo
talvez
ousado, mas
que de
nenhum modo
desagrada
aos leitores
que essa
palavra se
vulgarize
muito. André
de Resende
escrevia em
latim e
precisava,
pois de uma
palavra
latina ou
grega que
traduzisse
Vila Viçosa,
ou, como se
ele escreve
Villa Viçoza
(com “z”
porque em
latim não há
“s” (?).
Efectivamente
Callipolis
preenchia o
seu desejo
porque se
compõe de
duas
palavras
gregas que
correspondem
ao sentido
da nossa;
além disso,
ele não
fazia mais
do que
introduzir
nos seus
escritos um
vocábulo
conhecido na
geografia
antiga, como
o seu
comendador
Diogo Mendes
de
Vasconcelos,
pondera fls.
259 da
citada
obra”. (Dr.
José Leite
de
Vasconcelos
– 1910).
Vila Viçosa
é uma vila
semeada de
praças e
largos, com
rua amplas e
belos
monumentos,
entre os
quais se
evidencia o
Paço Ducal,
obra de
muitas
gerações,
iniciado em
1501 pelo
Duque D.
Jaime.
Conserva
dessa época
todas as
construções
que se
situam desde
a porta de
ferro para o
norte até ao
1º andar. A
majestosa
fachada
principal,
totalmente
revestida de
mármores de
Montes
Claros,
tendo em
cada andar
23 janelas
em
correnteza,
foi
continuada
pelos duques
seus
sucessores.
Por ocasião
da aclamação
de D. João
lV, já o
palácio
estava
concluído,
tendo no
entanto
sofrido
posteriormente
algumas
modificações
no tempo de
D. João V e
de D. Maria
ll.
No outeiro
de São Bento
ergue-se a
porta
principal,
manuelina,
da magnífica
Tapada real,
toda murada
num
perímetro de
18 Km, que
era o couto
de caça dos
duques,
então reis
de Portugal.
Voltando à
origem do
nome:
“Reclina-se
Vila Viçosa
do Alentejo
em uma
planície ao
sopé das
vertentes
orientais da
pequena
serra de
Borba, onde
uns cómodos
lhe formam
dois
pequenos
vales, pelos
quais
serpenteiam
na estação
das chuvas,
outros
tantos
ribeirinhos,
correndo
para o
levante do
sol para se
unirem lá e
se
confundirem
mais adiante
na ribeira
de Borba.
Foi ao vale
do sul que
os
portugueses
chamaram
“Val
Viçoso”, no
tempo das
conquistas
aos mouros
no Alentejo;
e daí veio à
moderna
povoação o
nome de Vila
Viçosa,
quando
recebeu o
foral de
concelho
português.
... Vila
Viçosa é
chamada
também
Callipole e
os seus
moradores
dizem-se
calipolenses.
Este nome
foi-lhe
posto por
André de
Resende nas
Antiguidades
da
Lusitânia,
escritas em
latim, por
não saber o
seu autor
como verter
melhor para
a língua dos
romanos o
termo Vila
Viçosa, do
que
adoptando
aquele nome,
já dado no
idioma grego
a não menos
de três
povoações
antigas.
Vertido à
letra,
Calípole
quer dizer:
cidade,
povoação
formosa”.
(Padre
Joaquim José
da Rocha
Espanca (tio
de Florbela
Espanca) –
1892).
E ainda:
“Vila Viçosa
parece
querer
exprimir a
ideia de
“terra de
frescura, de
mimo, de
vigor de
vegetação,
de
exuberância
de vida”, e
tudo isto
tem a
histórica e
linda vila
alentejana”.
(Dr. Xavier
Fernandes –
1944).
O Paço Ducal
dos Duques
de Bragança
em Vila
Viçosa,
merece bem
uma visita
e, aí
podemos
começar pela
ala norte,
admirando as
Salas das
Virtudes e
de Hércules,
em cujos
tecto se
encontram
pintadas
cenas
mitológicas,
e ainda a
Sala das
Duquesas,
todas elas
com
coberturas
ornamentadas
por frescos
ou caixotões
de madeira.
Na ala sul,
principia na
Sala da
Rainha,
prolongando-se
pela Sala de
David, que
ostenta
pinturas
historiadas
e um
magnífico
rodapé de
azulejos de
Talavera de
la Reina,
desenhados
por Fernando
de Loayza; o
oratório da
rainha D.
Catarina
(mulher de
D. João lV),
com tecto
pompeiano
ornamentado
pelo notável
pano
flamengo
Descida da
Cruz, do
século XVl;
a Sala da
Medusa, em
cujo tecto
está
representada
a gesta
mitológica
de Perseu e
dos
Argonautas.
Esta sala
conserva
igualmente
lambris de
azulejos
talaverianos
dos alvores
do século
XVll. As
Salas do
Príncipe do
Brasil e de
D. Maria
Pia, ou da
cabra-Cega,
terminam o
ângulo sul
do palácio.
IO cerâmica
oriental e a
europeia
também estão
aqui
representadas,
incluindo
algumas
majólicas
italianas.
Quanto à
ourivesaria,
merece
especial
atenção a
célebre
cruz-relicário
do Santo
Lenho, de
ouro e
esmaltes
policromos,
cravejada de
6.200 pedras
preciosas,
encomenda de
D. João lV
ao artista
Filipe
Valejo.
Grande
variedade de
quadro
completa a
decoração
dos
aposentos:
cópias
quinhentistas
de obras de
Van der Goes
e Van der
Weiden,
pinturas de
espanhóis e
portugueses,
Marcos da
Cruz, Carlos
Reis, Silva
Porto,
Columbano,
Malhoa,
Constantino
Fernandes,
António
Ramalho,
Sousa Pinto,
Veloso
Salgado,
João Reis,
António
Soares e
outros,
assim como
coleccção de
aguarelas e
pastéis do
rei D.
Carlos. A
ala
transversal,
voltada para
o Jardim do
Bosque, é
evocativa da
permanência
do penúltimo
rei
português
(D. Carlos)
e de sua
mulher
(rainha D.
Amélia). No
prolongamento
deste corpo
arquitectónico
situa-se a
Capela Real,
delicadamente
revestida de
estuques
policromos,
resultado de
uma campanha
iniciada por
D. João V e
concluída no
reinado de
D. João Vl.
A sala de
jantar,
ampla e
recheada de
cerâmica
artística,
tem, sobre a
mesa, um
centro de
bronze
assinado por
Thomire,
famoso
cinzelador
do l Império
Francês. No
prolongamento
da galeria
ocidental,
que se
debruça
sobre o
Jardim do
Buxo e
termina na
Horta do
Reguengo,
situam-se
ainda as
salas de
música. A
Armaria,
ocupando
grande parte
das velhas
instalações
de D. Jaime,
expõe
colecções de
armas
brancas e de
fogo, desde
o século XV
ao XlX, e
alguns
arneses,
incluindo
também
espécies
gentílicas,
africanas e
asiáticas. A
cozinha é
notável pelo
extraordinário
trem de
utensílios
de cobre que
apresenta. É
também de
salientar a
cocheira de
D. João V,
dividida em
três naves,
onde se
admiram
carruagens
do antigo
património
da Casa real
Brigantina:
coches,
berlindas,
liteiras,
estufins e o
carroção de
caça do rei
D. Carlos.
Na
Biblioteca
Real estão
reunidos
cerca de 50
mil volumes
de edições
raras.
Vila Viçosa
Apesar da
sua
estrutura
geológica
muito
variada, o
Alentejo
distingue-se
por uma
simplicidade
fisionómica
que se
destaca do
território
nacional
como um
quadro
geográfico
inconfundível.
A planície e
a
periplanície
são as suas
feições
dominantes.
Vila Viçosa
encontra-se
a 38 graus e
51 minutos
de latitude
Norte e a 9
graus de
longitude,
pelo
meridiano
dos Açores.
Fazendo
fronteira
com os
limites do
seu
concelho, A
Noroeste
fica-lhe
Borba a 4Km
de
distância, e
Estremoz, a
17 km. A
Nordeste
esta Vila
Boim, a 20
km, e Elvas,
a 27 km. Tem
a este
Juromenha e
o rio
Guadiana. A
Sul está o
Alandroal,
distanciado
7,5 km. A
Sudoeste
fica-lhe
Terena, a 16
km. O
Redondo
encontra-se
a Oeste, a
20 km.
Vila Viçosa
encontra-se
numa
planície ao
sopé das
vertentes
orientais da
pequena
serra de
Borba, onde
se formam
dois vales,
pelos quais
correm, na
estação das
chuvas,
vários
ribeirinhos,
em direcção
ao levante,
indo depois
unir-se e
desaguar na
ribeira de
Borba. Foi
ao vale do
Sul que os
portugueses
chamaram Val
Viçoso no
tempo das
conquistas
aos mouros
no Alentejo,
e dali veio
à povoação o
nome de Vila
Viçosa,
quando
recebeu o
foral de
concelho
perfeito.
Vila Viçosa
é também
chamada
Calipole. E
os seus
moradores
dizem-se
Calipolenses.
Este nome
foi-lhe
posto por
André de
Resende nas
suas
“Antiguidades
da
Lusitânia”,
escritas em
latim, e,
mais tarde,
vulgarizado.
O autor não
encontrou
melhor forma
de verter
para a
língua
latina o
termo Vila
Viçosa do
que
adoptando o
nome já dado
em grego a
três
povoações
antigas, que
tem
significado
semelhante
ao termo
português.
No entanto,
o vocábulo
Calipole não
se
vulgarizou
na sua
utilização
antes de
1640. A
divulgação
do termo
deve-se ao
Padre Bento
Pereira que,
ao contactar
com a obra
de André de
Resende,
associou o
nome a Vila
Viçosa, na
sua
“Prosódia
Latina”,
publicada em
1634, obra
de grande
circulação
no meio
estudantil.
A
vulgarização
do termo
ocorreu no
século
XVIII.
O local de
implantação
da actual
Vila Viçosa
terá sido
ocupado por
diversos
povos até à
sua
romanização.
É do período
romano que
datam quase
integralmente
os vestígios
arqueológicos
existentes
da Vila
Viçosa
desses
tempos
recuados. O
centro da
antiga
aldeia
romana seria
ao redor do
Poço do
Alandroal.
Esse local
terá sido o
centro do
aglomerado
populacional
existente
até ao
século XIII.
Após o
domínio
romano,
sobreveio,
por volta de
715, a
presença
árabe, até
1217. Nesse
ano, a
aldeia
sarracena é
tomada aos
mouros pelos
cavaleiros
de Avis,
durante o
reinado de
D. Sancho
II. Até
1267, é a
Ordem de
Avis quem
administra
estas
terras,
tendo o
processo de
repovoamento
ficado
comprometido
por alguns
anos, devido
à
inexistência
de uma
edificação
que
protegesse
quem para
aqui
quisesse vir
habitar. Até
então, o
local
continuará a
ser ocupado
maioritariamente
por mouros,
agora sob a
autoridade
do Rei de
Portugal.
No reinado
de D. Afonso
III,
estende-se a
linha de
reconquista
até ao
Algarve,
ficando com
a posse
definitiva
do Alto
Alentejo, e
empenha-se
este monarca
na
repovoação
das terras
incultas,
desertas ou
quase,
dando-lhes
forais a fim
de atrair
para elas
colonos e
consolidar
as linhas de
defesa do
território.
Em 1250
outorga
foral a
Estremoz,
ficando a
fazer parte
do termo do
seu concelho
a aldeia dos
bugios, que
significa da
mourama, dos
mouros, que
existia no
local onde é
agora Vila
Viçosa, mais
precisamente,
localizada
entre o que
é hoje o
Convento da
Esperança e
as ruínas do
Convento de
São Paulo.
No entanto,
devido à
grande
extensão
territorial
do concelho
de Estremoz,
este monarca
achou
conveniente
talhar-se
novo
concelho no
seu mesmo
alfoz, com
maiores
vantagens e
privilégios.
Em 1267
começou a
divisão de
terras da
futura Vila
Viçosa.
Nesse ano,
D. Afonso
III inicia,
através dos
sesmeiros, a
divisão e
distribuição
de terras
para
construção
de novas
moradias, no
ponto mais
elevado do
Vale Viçoso,
denunciando
esta opção
intenção de
fortificação
e defesa do
local.
A fundação
do Mosteiro
dos
Agostinhos
dá o
necessário
alento ao
povoamento
destas
terras.
É em 1270
que o rei D.
Afonso III
concede
carta de
foral a Vila
Viçosa, que,
a partir de
então, passa
a constituir
concelho.
Este
documento
segue os
moldes do de
Monsaraz,
que é do
tipo de
Santarém,
como o de
Estremoz. Os
primeiros
povoadores
de Vila
Viçosa já
ali se
encontravam
estabelecidos.
A atribuição
da carta de
foral ao
pequeno
aglomerado
populacional
existente
reconhece a
sua
importância.
Depois, aí
afluem
moradores
provenientes
dos
concelhos
limítrofes
anteriormente
criados,
atraídos
pelo vasto
conjunto de
isenções e
privilégios
de que
podiam
desfrutar em
Vila Viçosa,
bem como
pela
fertilidade
dos seus
solos.
No reinado
de D. Dinis
Vila Viçosa
era ainda um
pequeno
aglomerado
populacional,
constituindo
mais uma
povoação
característica
do Portugal
medievo. O
burgo
fortificado
do castelo
que
entretanto
surge traz a
Vila Viçosa
a segurança
defensiva
necessária
para o seu
desenvolvimento
urbano e
permite o
inicio da
evolução de
uma
experiência
de ocupação
do espaço
singular.
A partir do
século XIV,
dentro do
seu Castelo,
dionisino
foi-se
adensando a
população
calipolense
que, com o
andar dos
tempos,
transpôs as
muralhas e o
baluarte da
vila.
As
edificações
medievais
estão muito
modificadas
relativamente
ao que foram
originariamente,
por isso, só
podemos
supor que
seriam
semelhantes
às
construções
mais antigas
que
subsistem. A
sua
tipologia é
a de casas
térreas com
poucas
aberturas.
No que se
refere ao
seu processo
construtivo,
utilizar-se-ia
a taipa,
técnica de
origem
árabe.
A nova área
urbana de
Vila Viçosa
que começou
a erguer-se
a partir de
1270, teria
arruamentos
perpendiculares
atravessados
por vias
paralelas à
estrada
principal de
ligação
regional,
formando uma
malha
organizada,
constituída
por
arruamentos
estreitos e
rectilíneos.
A tipologia
dos
quarteirões
é marcada
por lotes de
pequenas
dimensões,
estreitos e
com poucas
áreas
abertas.
Quanto à
edificação,
actualmente
pode
observar-se
que as
construções
têm
maioritariamente
2 ou 3
pisos, com
aberturas
regulares,
feitas com
recurso a
alvenaria de
tijolo. Das
construções
originais
pouco ou
nada resta.
De salientar
ainda que
esta parte
do
aglomerado
urbano
sofreu
transformações
várias
decorrentes
de obras de
fortificação
militar
realizadas
nos séculos
XVI e XVII.
A carta de
foral de
Vila Viçosa
é, em 1512,
reformulada
por D.
Manuel I, em
resposta aos
novos tempos
e às novas
necessidades,
em termos de
reorganização
administrativa
e de uma
melhor
estruturação
da vida
económica,
que já muito
se tinha
desenvolvido
desde o
século XIII.
A Vila
Viçosa do
século XVI é
já um
aglomerado
populacional
desenvolvido
e em forte
crescimento,
económico e
demográfico.
Vila Viçosa
passou a
pertença da
Casa de
Bragança em
1461. Por
razões
históricas
pode-se
considerá-la,
então, Vila
de Corte e,
portanto, a
que melhor
reflectiu as
estruturas
do poder e
foi alvo de
maiores
cuidados
urbanísticos.
Em Vila
Viçosa se
estabeleceu
o centro
dourado do
poder dos
Duques de
Bragança.
Durante os
séculos XVI
e XVII,
brilhou a
Vila Viçosa
Ducal em
todo o seu
apogeu, de
que ainda
hoje são os
seus
monumentos e
riqueza
patrimonial
impar disso
excelso
testemunho.
O
estabelecimento
da corte dos
duques
trouxe
consequências
de grande
vulto ao
desenvolvimento
da vila,
pois atraiu
para ela, ao
longo de
dois
séculos, um
número
elevado de
funcionários
da casa
ducal, com
suas
famílias, e
um
importante
afluxo de
rendimentos
provenientes
do seu
vastíssimo
património
espalhado
por todo o
país. Isso
deu origem a
um
desenvolvimento
económico e
a
características
sócio-culturais
sem paralelo
noutras
terras de
dimensão
semelhante.
Permitiu
também a
construção
de conventos
e de
edifícios
nobres que
deram a Vila
Viçosa o seu
aspecto
inconfundível.
É a partir
do século
XVI, mais
concretamente
do ano de
1502, com o
inicio da
construção
do Paço
Ducal, e a
subsequente
mudança de
residência
do Duque D.
Jaime para
lá vindo do
Castelo, que
se
desenvolve
uma
importante
fase
construtiva,
ao gosto
renascentista.
A instalação
da Casa de
Bragança no
Paço do
Reguengo,
actual Paço
Ducal,
implicou
igualmente a
saída dos
nobres da
alcáçova do
Castelo, que
fixaram a
sua
residência
perto do
Paço. Este
facto
influenciou
a formação
de
quarteirões
de grandes
dimensões,
ocupados
pelas casas
dos nobres e
respectivos
jardins. É
clara a
influência
da
construção
do Paço
Ducal na
expansão da
vila. Por
outro lado,
o inicio da
construção
da Fortaleza
Artilheira,
em 1520, no
ducado de D.
Jaime I
originou a
demolição de
várias casas
e a
destruição
do castelo
original,
além de
grande parte
da muralha
primitiva
(medieval).
No conjunto,
esta vila
mantém ainda
hoje
características
estruturais
e
arquitectónicas
que a
definem como
um dos
exemplos
mais
significativos
do urbanismo
português,
concebido
tomando em
consideração
o tecido
unitário da
vila visto
como um
todo.
A
importância
da
arquitectura
monumental
em Vila
Viçosa é
indiscutível,
visto que
foi, em
grande
medida, a
condicionadora
do
crescimento
e
ordenamento
do
património
construído.
Cada
monumento
tende, de
facto, a
constituir-se
como
“atractor”
de um
sistema
patrimonial
mais vasto,
no qual se
inclui não
apenas a
envolvente
imediata
(urbana,
rural,
epirural),
mas toda a
rede de
conexões
relativas à
vida
material e
simbólica
com eles
relacionada:
a paisagem
humanizada,
o património
“de
proximidade”
(estruturas
não
monumentais
ou não
classificados,
identificadoras
do
território,
como
pequenos
solares,
habitações,
cruzeiros,
etc.) e o
património
difuso
(cercado,
muros,
fontes,
vestígios,
etc..
Desde cedo
Vila Viçosa
revela um
crescimento
no qual se
notam fortes
preocupações
urbanísticas,
cujas
directrizes
se inserem
numa
verdadeira
lógica de
cidade, cuja
génese se
vislumbra na
idealização
conceptualizada
pelo
pensamento
humanista
dos alvores
do período
renascentista.
D. Teodósio
I, D. João I
e D.
Teodósio II
dedicaram-se
profundamente
ao
Humanismo.
Enquanto
Duques de
Bragança,
com Corte
estabelecida
em Vila
Viçosa, a
sua acção
mecenática,
que da bela
Callipole
emanava
transparente,
no
estabelecimento,
amparo e
desenvolvimento
dos estudos
humanísticos
em Portugal
foi notável
e teve
consequências
marcantes na
cultura
portuguesa.
Para além de
importante
centro de
cultura, em
Vila Viçosa
personalidades
de vulto, em
visita à
famosa Corte
Literária
dos Duques
de Bragança,
foram
deslumbradas
pelo luxo e
opulência do
Palácio
Ducal,
confirmando-o
como único
em toda a
Ibéria, só
comparável
ao Paço Real
de Madrid.
Para além
disso, é de
referir que,
depois da
Casa Real em
Lisboa, o
Palácio de
Vila Viçosa
era a
primeira
Casa do
Reino. No
Palácio
Ducal
funcionava,
não restam
dúvidas, uma
verdadeira
corte do
humanismo.
Para além do
mais, e além
da cidade de
Évora, o
incremento
do mercado
artístico na
província
proporcionou
que em
outros
núcleos
regionais,
como em Vila
Viçosa, sob
égide dos
Duques de
Bragança e
da sua
corte, se
pudessem
sediar
mestres e
oficinas de
pintura,
atraídos
pelo ascenso
de
encomendas e
pela
revalorização
da sua
actividade.
É o caso do
pintor André
Peres, um
artista
ligado à
prestigiosa
corte
brigantina
do Duque D.
Teodósio II,
e cuja obra
vai sendo
paulatinamente
desvendada.
De referir
que a
retablística
que se pode
observar nos
templos de
Vila Viçosa
tem a
particularidade
de, na
tipologia
dos seus
vários
exemplos,
apresentar
um conjunto
de notáveis
retábulos
dos mais
variados
tipos e
características,
que, no seu
conjunto,
abarcam
exemplarmente
a produção
retablística
europeia, do
Renascimento
ao Rococó,
em todas as
suas
cambiantes e
tipologias.
A análise da
actividade
artística da
dinastia dos
Braganças,
no seu
domínio de
Vila Viçosa,
pode
proporcionar
excelentes
pistas de
entendimento
para a
compreensão
da arte
portuguesa,
em
particular a
do século
XVII, e das
suas
singularidades.
A partir do
ano em que o
Duque D.
João cingiu
a coroa,
como D. João
IV, Vila
Viçosa,
entrou em
hibernação e
muitas das
riquezas do
seu palácio
seguiram
para Lisboa,
para o Paço
da Ribeira,
de que o
Palácio
Ducal
calipolense
é semelhante
e, após o
terramoto de
1755,
singular
reflexo a
que lhe
falta o
espelho
lisboeta e
parte do
espólio que
lhe
pertencia
por
natureza.
Possui Vila
Viçosa
várias
igrejas e
conventos,
de que são
de salientar
o Convento
dos
Agostinhos,
a sua igreja
e o Panteão
dos Duques,
Panteão das
Duquesas,
Convento das
Chagas,
igreja de
Santa Cruz,
o Convento
da
Esperança, a
igreja da
Lapa, a
igreja de
Nossa
Senhora da
Conceição, o
Convento das
Chagas.
O Palácio
Ducal,
exemplar
único de
arquitectura
maneirista,
impressiona.
A sua
fachada, em
estilo
clássico,
linhas
sóbrias e
rigor
geométrico é
revestida
com o melhor
mármore da
região, o
rosa
dourado, que
lhe dá um
tom de conto
de fadas à
sua
sobriedade
monumental.
O seu
interior é
opulento. A
praça que o
acolhe
assume
contornos
cenográficos.
Fronteiro à
Porta da
Torre, mais
ou menos a
meio da
actual
Avenida dos
Duques de
Bragança que
acompanha a
cerca
amuralhada
desde os
Agostinhos
até à igreja
da
Esperança,
ergue-se um
dos mais
belos e
elegantes
pelourinhos
que
subsistem em
Portugal,
constituindo
um
verdadeiro
ex-libris
desta
Vila-Museu.
Museus tem
também Vila
Viçosa
muitos e
variados,
como o Museu
de Arte
Sacra, os
museus da
Fundação da
Casa de
Bragança
(como o
Palácio e os
museus de
Arqueologia
e da Caça,
no Castelo)
e o Museu do
Mármore.
Vila Viçosa
foi e é
berço de
gente
ilustre,
vila de
casas
nobres,
igrejas e
conventos,
cruzeiros e
fontes.
Vila Viçosa
foi pátria
de algumas
personalidades
eminentes na
história
portuguesa,
nas artes,
literatura,
ciências e
na guerra,
Daqui é a
alma de
Florbela,
onde a
Literatura
vive a sua
mais alta
inspiração
poética, e
de Túlio
Espanca,
cujo labor
de estudioso
ergueu com
as mais
belas pedras
preciosas
uma
requintada
obra de
finas e
deslumbrantes
linhas onde
se capta a
verdadeira
alma
alentejana.
Casas nobres
teve-as Vila
Viçosa, e
bastantes,
porque terra
de gente
fidalga,
conservadas
até hoje.
Exemplos
mais
sugestivos:
Palácio
Sousa da
Câmara e
Paços do
Concelho, na
Praça da
República;
Palácio dos
Matos
Azambuja, na
Praça Martim
Afonso de
Sousa, a
lembrar as
loggias
italianas;
Casa dos
Valejo de
Mariz, com
entrada pelo
Rossio de S.
Paulo, na
esquina da
Rua Martim
Afonso de
Sousa,
antigamente
chamada Rua
de Frei
Manuel, na
Rua Florbela
Espanca, a
seguir à
Praça da
República, a
Casa dos
Machados e a
Casa dos
Mascarenhas,
além da Casa
de Cristovão
de Brito
Pereira, já
no largo
Mariano
Prezado,
onde também
se encontra
o Paço dos
Condes de
Redondo, ou
Casa de
Fernão de
Sousa; Na
antiga Rua
dos
Fidalgos,
que corre do
Terreiro do
Paço até à
Praça Nova,
actual Praça
da
República,
situam-se os
antigos
Paços dos
Sanches de
Baena, e o
dos
Silveiros
Meneses. No
Terreiro do
Paço
ergue-se o
Paço do
Bispo. Fora
do perímetro
urbano
merece
referência
especial a
Casa de
Peixinhos.
A dois
passos da
vila ducal
situa-se a
famosa e
histórica
Tapada Real,
prédio
rústico
integrado no
antigo
património
da
Sereníssima
Casa de
Bragança.
Foi
Formosíssimo
parque de
distracções
dos duques e
de comitivas
reais, que
em seus
horizontes
divisaram
fartos
motivos de
beleza e de
diversão
cinegética.
“Famoso
lugar de
delicias”
lhe chamou
Lorenzo
Magalotti,
relator
encarregado
do diário da
viagem de
Cosme de
Medicis
pelas
Espanhas, há
mais de 300
anos. Sua
extensão foi
aumentando
até se
delimitarem
as
fronteiras,
dentro das
quais um
autêntico
paraíso
terreal se
ia criando a
ponto de
suas fontes,
jardins e
mais
encantos
terem
inspirado um
belo poema
ao grande
Lope de
Vega. D.
Luís de
Meneses, no
seu
“Portugal
Restaurado”,
considerou-a
“uma das
maiores e
mais
abundantes
de caça de
toda a
Espanha”.
Nela, a
paisagem,
alentejana,
contém
panorama dos
mais belos
da Natureza.
A Tapada de
Vila Viçosa
é um pedaço
do Alentejo
onde se
vive, a par
da tradição
enraizada no
solo e nos
habitantes,
toda a magia
desta
província.
O Património
Cultural e
Natural de
Vila Viçosa
é uma
herança
extraordinária
que resulta
de
circunstâncias
históricas
excepcionais
relativas a
momentos
altos da
História de
Portugal.
A Vila
Viçosa
encontram-se
ligados
acontecimentos
de enorme
relevância
da história
politica de
Portugal e
que em muito
definiram o
futuro da
independência
do reino de
Portugal. Se
Guimarães
foi o berço
de Portugal,
Vila Viçosa
foi pátria
da
Restauração
da
Independência
portuguesa.
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Trabalho e pesquisa de
Carlos Leite Ribeiro –
Marinha Grande -
Portugal
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