Distrito de COIMBRA
Trabalho e
Pesquisa de
Carlos Leite
Ribeiro
Concelhos
de: Arganil
– Cantanhede
– Coimbra
(capital e
concelho),
Condeixa-a-Nova,
Figueira da
Foz, Góis,
Lousã, Mira,
Miranda
do Corvo,
Montemor-o-Novo,
Oliveira do
Hospital,
Pampilhosa
da Serra,
Penacova,
Penela,
Soure,
Tábua, Vila
Nova de
Poiares
O
Distrito de
Coimbra,
pertencente
na sua maior
parte à
província
tradicional
da Beira
Litoral,
embora
vários
concelhos da
sua parte
leste se
dividam
entre as
províncias
da Beira
Alta e da
Beira Baixa.
Limita a
norte com o
Distrito de
Aveiro e com
o Distrito
de Viseu, a
leste com o
Distrito da
Guarda e com
o Distrito
de Castelo
Branco, a
sul com o
Distrito de
Leiria e a
oeste com o
Oceano
Atlântico.
Área: 3947
km² .Sede de
distrito: a
cidade de
Coimbra.
«Apontamento
do ano de
1900 (Jornal
do
Comércio)»:
“O distrito
de Coimbra é
formado de
uma parte da
antiga
província do
Douro, tem
uma
superfície
de 3.907 Km2
e uma
população de
333.505
habitantes.
Compreende
17 concelhos
e 187
freguesias.
Povoações
mais
importantes:
Coimbra,
Figueira da
Foz,
Montemor-o-Velho
e Condeixa.
As
principais
serras são:
Cebola
(1.409 m
altitude),
Calcorrinho
(1.242 m) e
Lousã (1.202
m). É
banhado
pelos rios
Mondego e
seus
afluentes, o
Ceira, o
Arunca e o
Alva e pelo
Zêzere,
afluente do
Tejo”.
Coimbra –
(Capital e
Concelho do
Distrito de
Coimbra)

Coimbra –
cantada e
recordada
São
séculos e
séculos de
História,
cobertos por
um
lindíssimo
manto de
casario
branco
cruzado por
muitas ruas,
ruelas,
escadinhas,
arcos e
becos que
decoram a
bela
Coimbra.
Abraçada por
mim encantos
e tradições,
a cidade
desce das
colinas para
beijar o seu
eterno
noivo, rio
Mondego, que
lhe tempera
o clima nas
lânguidas
serenatas
românticas,
cantadas
pelos
estudantes
de sedutoras
capas
negras, da
sua secular
Universidade.
As
origens de
Coimbra
prendem-se
decerto a
longínquos
tempos. Os
escritores
clássicos da
Península
referem-se a
Aeminium,
topónimo de
origem
pré-romana
do
Itinerário
de Antonino
veio mais
tarde a
herdar de
Conímbriga o
nome que
hoje tem. O
facto
deve-se à
transferência
para
Aeminium do
bispo de
Conímbriga.
A Civitas
Aeminiensis
passou a ser
conhecida
por Coimbra,
depois das
transformações
sofridas
pelo
topónimo.
Testemunhos
arqueológicos
e documentos
escritos
atestam já a
existência,
na época
romana, de
uma
importante
povoação no
local onde
actualmente
se ergue a
cidade. No
início da
Idade Média
deve ter
sofrido os
ataques de
alanos,
suevos e
visigodos,
conhecendo,
porém, sob o
domínio
destes
últimos, uma
certa
prosperidade,
com moeda
própria. A
conquista
agarena não
interrompeu
a vida
urbana,
pois, entre
outras
notícias,
sabe-se que
dois bispos
aqui
residiram.
Em 878 o
conde
Hermenegildo
Mendes
conquistou
Coimbra aos
mouros.
Sucederam-se
as
vicissitudes
de um longo
período de
lutas entre
cristãos e
muçulmanos
até à
reconquista
definitiva
por Fernando
Magno, no
ano de 1064.
Recebeu o
primeiro
foral de
Afonso Vl,
rei de Leão
e Castela. O
conde D.
Henrique,
que assumira
o Governo do
Condado
Portucalense
em 1094,
concedeu-lhe
novo foram
em 1111. A
importância
da cidade
cresceu sob
os governos
de D.
Raimundo, de
D. Henrique
e dos
primeiros
monarcas
portugueses,
sendo muitas
vezes
residência
da corte e
sede do
Reino. Nela
se
realizaram
cortes
medievais,
como as de
1211 e 1385.
Durante este
período,
estabeleceram-se
na cidade
muitas
ordens
religiosas.
Porém, o
facto
decisivo
para a
prosperidade
de Coimbra,
foi a
instalação
da
Universidade.
D. Manuel l
concedeu-lhe
foral novo
em 1516.
Quando das
invasões
francesas,
foi tomada e
saqueada
pelas tropas
de Massena.
O
concelho de
Coimbra, tem
uma área de
44,475 Km2.
É envolvido
a N pelos
concelhos de
Cantanhede e
Mealhada; a
E pelos de
Penacova e
Miranda do
Corvo; a S
por este
último e
pelo de
Condeixa-a-Nova;
e a SW pelo
de
Montemor-o-Velho.
A
Universidade
e do
desenvolvimento
de Coimbra
Escusado
será
ressaltar a
importância
que teve a
fixação da
Universidade
em Coimbra
no seu
desenvolvimento
demográfico
e na sua
projecção
nacional em
todos os
âmbitos, num
movimento
simultaneamente
receptor e
transmissor
de cultura.
O primeiro
recenseamento,
ordenado em
1527 por D.
João lll,
registou em
1329
habitantes
na Capital
do Distrito,
número
forçosamente
elevado
muito em
breve com a
fixação em
Coimbra, dez
anos depois,
da
Universidade,
pois em 1540
contavam-se
já 600
estudantes
matriculados,
muitos deles
acompanhados
de família e
criadagem.
A
concentração
na “Luso
Atenas” dos
expoentes
intelectuais
portugueses
e a
convivência
– sob a sua
influência
cultural,
geração após
geração –
dos filhos
das
principais
famílias
beirãs,
minhotas,
transmontanas
ou ilhoas,
imprimiram à
sua vida um
cunho tão
peculiar que
bem se pode
considerar
como uma
nova
expressão
nacional, de
que cada
“licenciado”
era depois
portador
quer
regressado
ao solar
paterno,
quer
partindo
para lides
políticas de
Lisboa ou
Ultramar,
quer lançado
em busca de
glórias
literárias.
E –
partindo
embora –
todos iam a
Coimbra um
pouco de si
próprios e
da sua
estuante
juventude,
quer na
saudade
deixada no
coração de
iludida
tricana,
quer na
recordação
de arrojada
estroinice,
quer num
verso
cantado em
sentida
balada ou
mais tarde
publicado em
ignoto
livro, tudo
pedras – uma
a uma – da
soberba
Catedral que
constituem
hoje a
tradição
Coimbrã,
irredutíveis
já perante
séculos ou
fronteiras.
Opiniões
sobre o nome
Coimbra:
«De
“O Domingo
Ilustrado
(1898)»: “A
origem desta
famosas
cidade não
está
completamente
conhecida,
pois são
várias
versões que
dela
existem.
Querem uns
escritores
que Coimbra
fosse
fundada no
sítio que
actualmente
ocupa, com o
nome de
Colimbria,
sendo seu
fundador
Hérculos
Líbio, filho
de um rei do
Egipto –
Osíris.
Há
também quem
afirme que o
primeiro da
actual
cidade foi
Colimbriga,
e a sua
primeira
fundação,
foi em
Condeixa-a-Velha,
e não falta
quem
assevere que
Colimbria e
Colimbriga
foram duas
povoações
diferentes e
independentes
uma da
outra. Para
estes,
Colimbriga
existiu onde
hoje á
Condeixa-a-Velha,
isto é, a 12
Km ao sul de
Coimbra …
Consequentemente
Colimbria
seria a
Coimbra de
hoje.
A
palavra
Colimbriga
parece ser
composta de
duas
palavras
celtas ou
turdulas –
coim – que
queria dizer
– campo ou
arraial e
briga, que
quer dizer
povoação.
Pedro Mariz
opina que
Coimbra vem
de collis –
colina e
imbrium –
das chuvas.
Outro
investigador,
o Dr. Miguel
Leitão de
Andrade
pretende que
havendo em
tempos, que
ninguém
conhece, uma
formosa
princesa
nesta
cidade, era
ela
ardentemente
amada por um
esforçado
cavaleiro.
Tinha este
envidado
todos os
meio para
obter a mão
da donairosa
donzela, mas
em vão o
fizera,
porque a tal
se recusavam
os nobres
autores dos
dias da
bela. A esse
tempo,
lavrava
enorme
terror na
povoação em
virtude do
aparecimento
de uma
terrível
serpente que
o povo chama
Coluber. A
formosa
princesa
participando
do medo que
a todos
invadia
mostrou
desejos de
ver o
nauseabundo
réptil
reduzido à
impotência.
Então o
ousado
donzel
armando-se
de coragem
atacou
Coluber e
matou-a,
conquistando
assim o
coração e a
mão da dama
dos seus
pensamentos.
Em
memória do
acto
valoroso do
cavaleiro
fundou-se
então uma
cidade no
mesmo lugar
em que o
réptil fora
trucidado, e
deu-se a
esta nova
povoação o
nome de
Coluber
Briga que
vem a ser a
batalha da
Cobra.
«Prof. Vasco
Botelho de
Amaral, “O
Povo e a
Língua” –
1949»: “
Coimbra
veio-nos de
Conimbrica.
O Magistral
dicionário
de Quicherat
regista isto
que traduzo:
“Conimbrica,
ae, f. Plin.
Cidade da
Lusitânia”
Este
registo da
forma
Conimbrica é
de
importância,
porque já
tem havido
quem se
apegue
unicamente à
forma
Conimbriga.
Com
esta
dualidade
formal (Conimbriga
e também,
Conimbrica)
ficam mais
bem
explicados
os étimos
conimbrigense
e
conimbricense.
A
origem
remota de
Conimbrica
ou
Conimbriga
ninguém
sabe; mas o
elemento
brica talvez
se prenda ao
celta (com
significado
monte
fortificado”.
Coimbra
Localizada
na sua
magnífica
colina, em
posição
altiva,
encontra-se
a bela
Coimbra,
terra de
história e
tradição. A
seus pés
correm em
calmaria as
águas do
Mondego,
formando
como que um
espelho onde
a cidade
reflecte
toda a sua
graciosidade.
A cidade viu
crescer o
seu
primitivo
núcleo de
povoamento
no cimo da
frondosa
colina da
Alta que,
além de
fornecer uma
excelente
posição
estratégica
à cidade,
constituía
também um
local de
passagem
quase
obrigatório
entre o
Norte e o
Sul.
Relativamente
à ocupação
pré-histórica
do burgo,
permanece um
silêncio
inquietante.
Continua-se
no campo
conjectural
a que
somente uma
aturada
investigação
arqueológica
poderá dar
algumas
certezas.
Certezas
essas que já
encontramos
no período
romano.
Aeminium -
nome romano
de Coimbra -
tornou-se
efectivamente
uma cidade.
O seu centro
vital
emanava do
fórum,
construído
sobre uma
plataforma
que
assentava
num
magnífico
criptopórtico
(pode ver-se
esta
espectacular
obra de
engenharia
arquitectónica
sob o actual
Museu
Nacional
Machado de
Castro).
Além do
fórum,
sabe-se que
o povoado
viu emergir
no seu
perímetro
urbano
outros
edifícios:
arcos
honoríficos,
um aqueduto
e, para
gáudio dos
espectadores
das corridas
de cavalos,
embora as
certezas nos
escapem
neste
aspecto, um
circo. Junto
à via
Olissipo-
Braccara
Augusta,
actual Santa
Cruz, é
provável que
se tenham
construído
umas termas
ou banhos
públicos.
Os
bárbaros
haveriam de
trazer com
eles fortes
perturbações,
se bem que o
esplendor da
civilização
romana
tivesse
atingido o
seu termo.
Os
visigodos,
meio
romanizados,
e sob os
reinados de
Recaredo,
Liuva II,
Sisebuto e
Chintila,
entre 586 e
640,
conduziriam
novamente a
cidade,
agora Emínio,
ao
equilíbrio e
prosperidade.
Em 711,
os
muçulmanos
entram na
Península e
Coimbra não
é esquecida.
Transforma-se
então sob o
domínio
árabe numa
cidade
mourisca e
moçárabe. A
vida decorre
tranquilamente
e, podemos
dizer, que a
região foi
valorizada
com esta
presença de
além-mar.
Com efeito,
a
permanência
destes
homens de
tez escura
trouxe
inovações
importantes,
não só ao
nível da
introdução
de novas
sementes e
árvores,
como nos
próprios
processos de
cultivo e
exploração
agrária.
Em 878
começam as
primeiras
tentativas
de
reconquista
do
território.
O comando
coube ao
conde
Hermenegildo
Mendes que
viu a glória
esvanecer-se
em fumo
perante a
grandiosa
investida de
Almançor em
987 para em
1064 ser,
novamente,
restituída
aos cristãos
chefiados
por Fernando
Magno.
Coimbra
renasce e
transforma-se
na cidade
mais
importante a
sul do Douro
e é capital
de um vasto
condado
governado
pelo
moçárabe
Sesnando. O
conde D.
Henrique e a
rainha D.
Teresa fazem
dela sua
residência
e, na
segurança
das suas
muralhas,
nasce aquele
que viria
ser o
primeiro rei
de Portugal
- D. Afonso
Henriques.
Com
efeito,
parece que a
qualidade a
elegeu como
berçoiro,
senão
vejamos:
aqui
nasceram
também D.
Sancho I, D.
Afonso II,
D. Sancho II,
D. Afonso
III, D.
Afonso IV,
D. Pedro I e
D. Fernando.
A
política
nacional
teve aqui
também lugar
de eleição.
Em Coimbra
reúnem-se as
cortes,
sendo de
destacar as
de 1385 onde
João das
Regras -
legitimamente
ou não -
leva ao
trono D.
João I,
Mestre de
Vais. Á
cidade ficou
também
ligada a
tragédia,
tantas vezes
cantada em
verso, da
morte de
Inês de
Castro.
O
Românico e o
Gótico
viriam a
erguer em
Coimbra
construções
de inegável
beleza: Sé
Velha,
Santiago, S.
Salvador,
Santa
Clara-a-Velha.
Os artistas
elegem
Coimbra e
aqui
desfilam
nomes como:
Mestre
Roberto,
Domingos
Domingues,
Mestre Pero,
Diogo Pires
o Velho e o
Moço, Diogo
de Castilho
e tantos
outros.
O século
XVI trouxe a
Coimbra a
instalação
definitiva
da
Universidade
e a fundação
de inúmeros
colégios que
funcionavam
como
alternativa
ao ensino
oficial. É
de salientar
também neste
período, a
renovação
que se
registou no
mosteiro de
Santa Cruz,
sob a chefia
e a visão
culta de
Frei Brás de
Braga. O seu
nome haveria
de ficar
ligado à
abertura da
Rua da
Sofia, sua
obra
capital,
onde se
concentraram
inúmeros
colégios: de
S. Miguel,
de
Todos-os-Santos,
de S.
Bernardo, do
Carmo, da
Graça, de S.
Pedro, de S.
Boaventura,
etc.
Estrangeiros
há que nesta
época
trabalharam
em Coimbra e
a eles se
deve as
primícias da
nova arte
que então se
fazia:
Nicolau
Chanterene,
João de Ruão
e Hodarte,
são os mais
significativos.
O
aspecto
desta
Coimbra de
Quinhentos
pouco irá
mudar até
finais do
século XIX.
É certo que
novas casas,
colégios,
igrejas se
edificarão,
a
Universidade
crescerá,
mas o
traçado
urbano
sofrerá
poucas
alterações.
No
século XVII
lançaram-se
as primeiras
pedras das
igrejas dos
Jesuítas
(actual Sé
Nova), de S.
Bento e do
mosteiro de
Santa
Clara-a-Nova.
O
reinado de
D. João V
deixou em
Coimbra
marcas que
em muito a
dignificaram:
a torre da
Universidade,
a Biblioteca
Joanina, o
Parque de
Santa Cruz e
o início da
construção
do
Seminário.
Há que
contar,
contudo, com
uma
excepção: as
reformas
operadas por
o Marquês de
Pombal. Sob
a orientação
deste
estadista,
desaparecem
as muralhas
do castelo,
cria-se o
Jardim
Botânico,
rasga-se a
praça que
tem hoje o
seu nome e
riscam-se os
edifícios do
Museu de
História
Natural e o
Laboratório
de Química.
Coimbra
sentiu na
centúria de
Oitocentos
profundas
transformações.
Numa
primeira
fase, sofre
as agruras
das Invasões
Francesas
aquando da
ocupação da
cidade por
as tropas de
Junot e
Massena,
posteriormente
a guerra
civil entre
absolutistas
e liberais
e, na década
de trinta, a
extinção das
ordens
religiosas
retirou à
cidade
grande parte
das casas
religiosas
que então
dispunha. Na
segunda
metade do
século XIX,
Coimbra
recuperaria
o alento
perdido.
1856
traz-lhe o
telégrafo
eléctrico e
a iluminação
a gás, em
1864, é
inaugurado o
caminho-de-ferro
e, em 1875,
constrói-se
a ponte
férrea.
Temos assim
no final do
século, uma
cidade
milenar que
abraça o
progresso da
era moderna.
Todavia
o progresso,
por vezes,
paga-se caro
e Coimbra
pagou um
preço
imerecido.
Já no nosso
século, na
década de
40, uma
parte da
história da
cidade é
irremediavelmente
amputada.
Com efeito,
a destruição
quase
completa da
Alta para
edificação
dos novos
edifícios
universitários
retiraram a
Coimbra
muito da sua
história, da
sua
tradição, da
sua poesia.
Actualmente,
Coimbra não
pára a sua
marcha em
prol do
desenvolvimento
e do
progresso.
Fazemos
votos para
que este
progresso e
o bem estar
populacional
não seja
feito à
custa de
barbaridades
como as que
foram acima
focadas e
Coimbra
possa olhar
o futuro sem
nunca tirar
os olhos do
seu passado
e da sua
história.
Arganil –
(Concelho do
Distrito de
Coimbra)

Segundo a
tradição,
Arganil foi
uma cidade
romana
denominada
Argos. Em
1160 da era
de César foi
doada por D.
Teresa à Sé
de Coimbra e
ao bispo da
mesma
cidade,
conferindo-lhe
o título de
conde de
Arganil.
Recebeu
foral de D.
Manuel l em
1514. No
arquivo da
Câmara
Municipal
conserva-se
uma curiosa
colecção de
pesos,
oferecida
por este
monarca.
Arganil,
fica junto à
Serra da
Aveleira,
numa
planície da
margem
esquerda da
ribeira de
Folques. A
Estação
Arqueológica
da Lomba do
Canho,
próxima de
Arganil,
atesta a sua
existência
na época do
Epipaleolítico
e na romana.
Também junto
à Capela de
São Pedro
têm
aparecido
materiais
romanos,
pelo que há
quem pense
que o
primitivo
núcleo
populacional
se devia
encontrar
aí. A vila e
o seu
castelo,
hoje
desaparecido,
foram doados
pela rainha
D. Teresa
aos bispos
de Coimbra,
que lhes
deram foral
em 1114.
D.
Afonso V
concedeu em
1472 ao
bispo de
Coimbra, D.
João Galvão,
pelos
serviços
prestados no
Norte de
África, o
título de
conde de
Arganil,
transmissíveis
aos bispos
de Coimbra,
seus
sucessores.
A
Serra do
Açor marca
determinadamente
o concelho
escondendo
riquezas
variadas. A
aldeia
histórica do
Piódão é um
dos
principais
pontos de
referência
deste
concelho,
que tem uma
área de
325,6 Km2. É
envolvido a
N pelos
concelhos de
Penacova,
Tábua e
Oliveira do
Hospital; e
E pelos de
Seia e
Covilhã; a S
por Góis e
Pampilhosa
da Serra; e
a de
Poiares.
Arganil foi
conhecida
pelos
primeiros
povos que
habitaram a
Península
Ibérica,
certamente
pelo ouro
dos aluviões
do rio Alva.
Situada
entre os
contrafortes
dos montes
da Serra da
Estela,
alimentada
pelos rios
Alva e Ceira,
é uma região
de
incomparável
beleza e
valor
paisagístico.
Sobre a
origem do
nome:
« J.
de Vilhena
Barbosa em
“As Cidades
e Vilas da
Monarchia
Portugueza
que têm
Brasão
d’Armas”
(1860)»:
“Não há
notícias
positivas
sobre a
origem desta
vila, mas
não se pode
duvidar de
que é muito
antiga. Se
dermos
crédito a
uma tradição
que corre
como certa
entre os
seus
moradores,
foi fundada
pelos
romanos, e
chegou a ser
sob o seu
domínio uma
cidade
florescente
com o nome
de Argos. Os
mouros na
sua invasão,
arruinaram-na
e depois
povoaram-na
de novo,
denominando-a
Arganil”:
«Xavier
Fernandes
nos seus
Topónimos e
Gentílicos
(1944)» :”
J. M. Piel,
embora com
dúvidas
inclui o
nome entre
os de origem
germânica,
como também
fez G.
Sanchs
Cortesão, no
seu
Onomástico
Medieval,
diz que o
nome era
Villa
Arganil e
não resolve
a questão do
étimo que
permanece
obscuro”.
Cantanhede –
(Concelho do
Distrito de
Coimbra)

Segundo
Fernão
Lopes, foi
em
Cantanhede
que D. Pedro
l (Portugal)
declarou
solenemente
ter casado
com Inês de
Castro,
sendo então
lavrado um
auto perante
um tabelião.
A
raiz céltica
cant do seu
nome
significa
“pedra
grande” e
relaciona-se
com as
pedreiras
próximas.
Tem sido, ao
longo dos
séculos,
terra de
canteiros.
Cantanhede é
citada no
testamento,
datado de
1087, de D.
Sesnando,
governador
de Coimbra,
o qual por
volta de
1080 teria
mandado
fortificar e
povoar a
vila. Tem-se
dito que D.
Afonso lll
lhe teria
dado foral,
mas não há
disso
confirmação.
De positivo
apenas se
conhece o
foral
outorgado
por D.
Manuel 1, em
1514. Foram
seus
donatários
os Meneses,
tendo sido
D. Pedro de
Meneses o 1º
conde de
Cantanhede,
título
criado em
1479 por
carta de D.
Afonso V. O
2º conde,
D. António
Luís de
Meneses,
teve o
título de 1º
marquês de
Marialva. A
esta família
se ficaram a
dever alguns
exemplares
da arte do
Renascimento
existentes
no concelho.
Cantanhede é
vila airosa,
com algumas
casas
antigas do
século XVlll
e capelas
alpendradas
ou de
fachada
austera.
O
concelho de
Cantanhede é
envolvido a
N pelos
concelhos de
Mira, Vagos,
Oliveira do
Bairro e
Anadia; a O
pelo
concelho da
Mealhada e a
S pelos
concelhos de
Figueira da
Foz,
Montemor-o-Novo
e Coimbra.
Neste
concelho
encontram-se
as
importantes
pedreiras de
calcário
branco donde
se obtém a
chamada
“pedra de
ançã” que
pelas suas
qualidades é
especialmente
utilizada na
escultura e
na
arquitectura.
Cantanhede
Cantanhede é
a cidade
mais recente
do distrito
de Coimbra,
tendo esta
categoria
apenas desde
1991, foi
povoada no
início do
século XI
pelo conde
D. Sisnando,
governador
de Coimbra.
Primeiras
ocupações :
Existem
vestígios
neolíticos
no concelho
de
Cantanhede.
Por exemplo,
em 1899, foi
encontrado
um dolmem de
galeria
dupla, no
sítio da
Moita (Outil),
contendo
mobiliário,
duas
machadas de
pedra
polida, um
núcleo de
cristal de
rocha, uma
face de
sílex, um
instrumento
de pedra
polida,
vários
fragmentos
cerâmicos e
muitos ossos
humanos e
ainda núcleo
internos, e
fragmentos
de outros,
de quartzo e
quartzite).
Os
Romanos
também
deixaram
sinais da
sua
presença.
Assim, em
Cordinhã
apareceu uma
mó. Em Vila
Nova de
Outil
apareceram
sepulturas
escavadas na
rocha (da
época
Tardo-Romana).
Na Pocariça
registam-se
moedas
romanas e
sepulturas
da época
Lusitano-Romana.
No Pinhal do
Frade (Pocariça)
existem
notícias de
sepulturas e
tegulae ; na
Pena
encontram-se
inúmeros
vestígios
romanos com
centenas de
moedas com a
efígie dos
imperadores
e
quantidades
significativas
de materias
de
construção e
cerâmicas
diversas,
pressupondo
a existência
de um
povoamento
do século IV.
Em Sepins e
Murtede
(Cantanhede)
registaram-se
vestígios
romanos.
Nascimento
de
Cantanhede :
Nos
documento
dos séculos
XI e XII o
aglomerado
populacional
aparece sob
o nome de
Cantoniedi,
Cantonied,
Cantonidi,
Cantoniete
que seria a
variante de
um primitivo
genitivo e
também de
Cantonctu,
Cantonhedo,
Cantonhede,
Cantonhedi e
finalmente
Cantanhede.
O nome pode
provir da
exploração
próxima da
cantaria
como
material de
construção,
pois
significaria
quinta de
canteira ou
pedreira de
canteira.
Seria
povoada
desde a
época
romana. Foi
ocupada
pelos Árabes
até 1064,
data em que
Fernando
Magno, rei
de Leão e
Castela,
conquistou
Coimbra e
entregou o
governo da
cidade e do
seu
território
ao alvazir e
conde D.
Sisnando. As
primeiras
referências
históricas
de
Cantanhede
remontam a
1087, quando
D. Sisnando
mandou
povoar os
territórios
recém
conquistados.
Posteriormente,
a localidade
passou para
o domínio da
Coroa até
que D.
Fernando a
doou a João
Gomes da
Silva.
Com D.
Pedro, em
1358 já
apareciam os
«
homens-bons
» de
Cantanhede,
indivíduos
de posição
mais elevada
que se
reuniam, em
concílio,
para
resolver
questões de
interesses
do concelho.
Em 1470,
D. Afonso V
fez conde de
Cantanhede
D. Pedro de
Meneses,
descendente
do ramo dos
condes de
Neiva,
recebendo em
1479 o
reguengo de
Cantanhede
de que foram
senhores
durante três
séculos.
«Segundo,
Xavier
Fernandes em
Topónimos e
Gentílicos –
1944)»: “É a
antiquíssima
Vila
Cantoniede,
isto é,
quinta da
pedreira. Em
documentos
dos séculos
Xl, Xll e
Xlll,
aparecem as
grafias
Cantoniedi,
Cantonidi e
Cantonetu,
além da
primeira
citada
atrás, sendo
todas
correspondentes
a um
primitivo
genitivo
cantonieti,
com uma raiz
céltica,
cant – pedra
grande. A
escolha do
topónimo tem
sido
explicada
pela
constituição
geológica do
local,
abundante de
pedreiras”.
Condeixa-a-Nova
– (Concelho
do Distrito
de Coimbra)

Povoação
antiga, há
notícias da
sua
existência
desde os
começos do
século Xlll.
D. Manuel l
elevou-a a
vila e
concedeu-lhe
foral em
1514. Em
1811,
durante a
terceira
invasão
francesa,
sofreu
violento
ataque e foi
incendiada.
Condeixa-a-Nova
já aparece
assim
mencionada
em 1219,
para se
distinguir
da outra
Condeixa (a
Velha). Só
no século
XVl foi
elevado a
freguesia.
Conta-se que
D. Manuel l
passou por
aqui em
1502, a
caminho de
Santiago de
Compostela,
tendo-lhe
concedido
posteriormente
foral, a
pedido dos
seus
habitantes.
Foi uma das
terras mais
martirizadas
durante a 3ª
invasão
francesa,
tendo sido
em grande
parte
incendiada,
em 1811,
pelas tropas
de Massena,
que não
pouparam
sequer a
Igreja
Matriz.Apesar
deste
desastre,
ainda
existem hoje
na vila
várias casas
antigas, do
século XVlll,
cheias de
carácter,
sendo de
destacar o
Palácio
Sotto Mayor,
onde se
hospedaram,
na sua
passagem por
Condeixa,
individualidades
como D.
Miguel, D.
Maria ll, D.
Pedro V e
Alexandre
Herculano.
« Do
“Mensageiro
das Casas do
Povo
(1949)»:
“Distando
cerca de
dois
quilómetros
de
Condeixa-a-Velha,
ficava em
fins do
século XV,
um casal,
denominado
Outeiro,
situado no
meio de
terrenos
pertencentes
a diversos
morgados e
proprietários.
Em
1500, por
ali passou
D. Manuel 1,
em romaria
para
Santiago de
Compostela.
A pedido dos
seus
habitantes,
deu-lhe foro
de Vila,
mandou
construir a
pequena
igreja, e
mudou o nome
para
Condeixa-a-Nova”.
Condeixa-a-Nova
Pertencendo
administrativamente
ao distrito
de Coimbra,
o concelho
de
Condeixa-a-Nova
compreende
uma área de
aproximadamente
140 km2,
conglobando
dez
freguesias.
Com uma
população
acima dos 15
000
habitantes,
Condeixa-a-Nova
oferece ao
visitante,
na sua
salutar
heterogeneidade,
uma
realidade
física e
sócio-cultural
peculiar
onde
confluem e
se
harmonizam a
ambiência
urbana e a
paisagem
serrana,
pensares e
sentires que
denotam a
cumplicidade
com o
citadino bem
como modos
de vida,
mormente
agrários,
que relevam
de um forte
apego à
terra.
Muito embora
caracterizado
pelo
predomínio
de
superfícies
planas, o
concelho
surge
enquadrado
por um
sistema
montanhoso
nas suas
zonas sul e
sudeste,
sobretudo
com as
serras de
Janeanes e
do
Furadouro.
Inscrevem-se
assim, no
seu perfil
geomorfológico,
formações
audazes que
alteram
inesperadamente
a fisionomia
natural do
terreno,
conferindo,
porém,
beleza e
diversidade
à paisagem;
ao nível do
solo, o
calcário
concrecionado
é a nota
dominante da
região. O
clima
Mediterrânico
e a
abundância
de águas
correntes -
ribeira de
Alcabideque,
Rio dos
Mouros,
entre outros
- alimentam
uma
vegetação
ridente e
fecunda que
conferiu,
desde
sempre,
grande
interesse
paisagístico
à região.
E a beleza
paisagística
do concelho
permite,
aliás,
apontar
vários
locais de
interesse a
quem o
queira
visitar.
Mercê dessa
morfologia
caprichosa e
dos
acidentes
orográficos
da região, o
concelho
exibe um
património
geológico de
raro
deslumbre; a
prová-lo,
estão a
Gruta da
Lapinha, as
Buracas do
Casmilo ou o
Canhão do
Rio dos
Mouros. As
serras de
Janeanes ou
do Círculo
abrigam
miradouros
naturais que
permitem
desnudar o
concelho, a
um só olhar.
A Reserva
Natural do
Paul de
Arzila, onde
coabitam
inúmeras
espécies
animais,
sobretudo
aves, surge
como espaço
privilegiado
para a
observação
da natureza.
Mas o
concelho é
também
pródigo em
património
edificado,
ou não
houvesse
sido este um
centro de
fidalguia,
como o
atestam os
seus muitos
palácios,
concentrados
na vila ou
dispersos
pelos seus
próximos
subúrbios.
E,
indubitavelmente,
no cartão de
visita de
Condeixa-a-Nova
figura,
antes de
mais,
Conímbriga,
reduto
fascinante
da História
onde o apelo
do passado
se faz
sentir
vivamente!
Figueira da
Foz –
(Concelho do
Distrito de
Coimbra)

Temas sobre
a Origem do
Nome:
“Principiaremos
pela
interpretação
do topónimo
: Figueira
da Foz. É
indubitável
que a
explicação
que mais
depressa nos
lembra é a
de que, no
lugar onde
foi
edificada a
primeira
casa,
haveria uma
árvore de
fruto para
ocultar a
sua nudez.
Quem assim o
julgar,
engana-se
redondamente,
como
redondamente
se enganam
os que,
iludidos
pela
homofónia de
certas
palavras, se
persuadem
que o nome
Ferreira, de
certos
lugares, vem
de ferro,
quando a
verdade é
que vem de
farria ou
farraia,
campo de
trigo ou
ervagens;
que as
denominadas
Moreira vêm
da árvore
das amoras,
quando vem
de moraria,
lugar
habitado ou
de
residência;
que as
Oliveiras
tiram o nome
da árvore do
azeite,
quando esse
nome vem de
ulveira,
lugar húmido
ou
pantanoso,
do latim
ulix, do
qual derivou
o nome da
cidade e
termo
próximo de
Lisboa, que
antigamente
e com melhor
grafia se
escrevia
Olixbona,
isto é,
abundante de
humidade,
pois que a
sua fundação
pelo Ulisses
é uma das
mais
descompassadas
patranhas
que os
clássicos
nos
impingiram.
Da mesma
maneira o
maior número
de Pereira
vem de pera,
pedra ou
penha, e não
pêra, fruto.
O nosso
geográfico,
Figueira da
Foz do
Mondego,
constitui um
tríplice
pleonasmo,
como muitos
os que
abundam na
toponímia
peninsular
devidos à
circunstância
de os muitos
povos que em
nossas
terras
viveram,
irem impondo
aos
acidentes do
terreno os
nomes que na
sua língua
eram
designados,
conservando,
porém, o
nome que os
povos
anteriores
lhes davam.
Assim, por
exemplo, Ria
de Aveiro,
quer dizer
duas vezes
ria, em
latim e
céltico, em
que ave ou
que
significa
rio ou
abundância
de canais.
Rio Guadiana
significa
rio, rio,
rio, pois
guad ou ouad
é rio rm
árabe, e ana
o mesmo
significa em
língua
púnica,
fenícia e
talvez
céltica.
Ponte de
Alcântara
significa
Ponte de
Ponte, pois
el-kantara
em árabe é o
nome daquela
obra de
arte.
Ora,
Figueira da
Foz do
Mondego,
quer dizer
boca da boca
do rio, hoje
chamado
Mondego,
pois
Figueira não
vem da
árvore que
dá figos,
mas de
fagaria ou
fagueira,
abertura,
boqueirão,
golfo; Foz
vem do latim
faux,
abertura,
boca, do
radical
grego fag,
partir,
quebrar,
mastigar e
por extensão
tragar, e
Mondego
fracciona-se
no germânico
mud ,boca,
foz eac, ou
aqua, rio,
ribeiro
(está aqui a
origem do
apelido
Ribeiro).
(Tem. Cor.
A. Strecht
Vasconcelos
– 1940)”.
“A respeito
das origens
da Figueira
da Foz,
pouco se
sabe ao
certo.
Afirma-se
que o
povoado
precursor da
actual
cidade já
existia
anteriormente
à época do
domínio dos
árabes e
assim tinha
de ser, se é
verdade
estes
terem-no
arrasado no
ano 717,
como aparece
escrito em
antigas
publicações.
Reconstruído
mais tarde,
o antigo
povoado
esteve
largos anos
reduzido a
simples
freguesia,
dependente
administrativamente
do extinto
concelho de
Buarcos, até
que, em 13
de Março de
1771, no
reinado de
D. José,
passou a ser
uma vila com
todas as
prerrogativas
que então
eram
próprias
dessa
categoria,
em que se
conservou
durante
cento e onze
anos, pois,
como ficou
dito atrás,
foi elevada
a cidade em
1882, quando
reinava D.
Luís l.
A Figueira
da Foz foi
chamada DA
FOZ
evidentemente
por estar
situada
junto à foz
do Mondego,
na sua
margem
direita,
como, por
exemplo, a
outra
Figueira, no
distrito da
Guarda, foi
identicamente
acrescentado
também um
determinativo
(Figueira de
Castelo
Rodrigo). É
por igual
evidente que
o composto
toponímico
Figueira da
Foz se
formou com
dois
elementos
originariamente
nomes
comuns.
(Dr. Xavier
Fernandes –
1944)”.
“Sobre a
minha terra
há de facto
uma lenda
que não tem
grande sabor
maravilhoso
ou poético,
como tantas
que
conhecemos
doutras
terras.
Noutros
tempos o
estuário do
rio Mondego
era muito
vasto e nas
suas margens
confinava
terras de
cultura que
hoje estão
transformadas
em ruas,
largos, uma
avenida,
etc.. Nesses
tempos
remotos, os
pescadores
do rio
vinham desde
Montemor-o-Velho
até ao
estuário.
Próximo da
Foz,
costumavam
prender os
seus barcos
a uma
figueira
então
existente à
beira do
pequeno
porto que
penetrava
numa dessas
quintas.
Deixando lá
os seus
barcos,
diziam a
quem lhes
perguntava
por eles que
os tinham
deixado
amarrados à
Figueira.
Esta é a
única lenda,
que nada tem
de
maravilhoso.
(Dr. João
Oliveira
Coelho –
1958)”.
A cidade da
Figueira da
Foz fica
situada na
foz do rio
Mondego (o
maior rio
nascido em
Portugal) e
elevada a
cidade em
1882, o seu
povoamento
resultou da
evolução de
uma
localidade
muito
antiga,
anterior à
época
luso-romana.
Pertenceu ao
concelho de
Tavarede até
1759, data
em que o
cabido
requereu a
transferência
da Câmara
Municipal
para a
Figueira da
Foz.
O concelho
da Figueira
da Foz
apresenta-se
com uma
extensa
linha de
costa, desde
a Leirosa, a
sul, até aos
castiços
Palheiros da
Tocha, já no
concelho de
Cantanhede.
Interiormente,
é limitado a
leste pelo
Mondego;
pelo pequeno
rio do
Esteiro, ou
de Foja, que
banha
ferreira-a-Nova,
rega os
campos de
Maiorca e
vais
desaguar no
rio Mondego
um pouco
acima de
Sanfins, e
pelo rio de
Carnide, ou
do Pranto,
que vem do
concelho de
Pombal. O
concelho da
Figueira é
cortado
sensivelmente
a meio pelo
Mondego,
que, já
próximo da
foz, se
separa em
dois braços,
ficando no
meio a ilha
da
Morraceira,
constituída
por terrenos
de aluvião,
na qual
existe
grande
quantidade
de salinas.
O relevo
mais
importante
neste
concelho é a
serra da Boa
Viagem, que
abrange as
freguesias
de Alhadas,
Brenha,
Quiaios e
Buarcos e
que o mar
vem fustigar
no cabo
Mondego.
Este é uma
grande
muralha
calcária de
altas
escarpas
sobre o mar,
tendo no
interior
jazidas
carboníferas,
objecto de
exploração
mineira. O
calcário é
também
explorado
para o
fabrico de
cal
hidráulica e
cimento.
Toda a
região foi
povoada
desde as
remotas eras
do
Paleolítico,
conforme se
comprova por
abundante
material
arqueológico
recolhido e
estudado.
Cedo deve
ter havido
também
contactos
com os povos
do
Mediterrâneo
que
demandavam
estas
costas. A
ocupação no
época
luso-romana
está
igualmente
documentada.
Hoje, a
região é
densamente
povoada por
uma
população
que reparte
o seu labor
pela
agricultura,
pesca e
algumas
indústrias.
Zona
multifacetada,
com as suas
praias,
matas
florestais,
porto, rio,
campos do
Baixo
Mondego e
serra, o
concelho da
Figueira da
Foz está em
intensa
transformação,
mas as suas
gentes
gostam de
manter
certas
tradições,
como os
“Autos
Pastorais do
Natal”, que
vão ganhando
novas
facetas com
o tempo.
A cidade
parece nova,
mas afinal é
um velho
burgo de
muitos
séculos.
Situada na
foz do
Mondego, rio
abundante de
peixe e
molusco, o
lugar que a
Figueira da
Foz ocupa
deve ter
atraído
muito cedo o
homem
primitivo,
que
encontrava
aqui meios
fáceis de
subsistência.
Efectivamente,
a
arqueologia
comprova a
ocupação
deste local
do
Neolítico.
Mas os
primeiros
indícios
históricos
da povoação
aparecem
somente nos
finais do
século Xl.
Trata-se de
uma doação,
feita em
1096 pelo
abade Pedro
à Sé de
Coimbra, da
Igreja de
São Julião e
das terras
cultivadas e
por cultivar
onde
existiram
casas e uma
torre de
defesa,
outrora
assoladas
pelos
piratas
marroquinos,
que ele
povoara e
restaurara
por
concessão do
conde D. Sesnando.
A igreja foi
origem do
bairro ou
povoação que
durante
muito tempo
foi
conhecido
por São
Julião, nome
do patrono.
Em 1237, a
Sé
Conimbricense
concedeu a
três colonos
o sítio da
Figueira,
confinando
com São João
e a
Tamargueira,
esta já do
foro ou
couto de
Tavarede. O
povoamento
deste sítio
deu lugar a
que o citado
bairro
ficasse com
o nome de
Figueira,
que veio a
generalizar-se
ao conjunto
populacional.
Outro
documento,
datado de
1339, refere
o “lugar a
que chamam a
Figueira, na
foz de
Buarcos. Por
estes
documentos
se vê que a
origem da
Figueira da
Foz foi uma
humilde
povoação
fundada
pelos servos
do cabido de
Coimbra, que
depois veia
a alastrar
pouco a
pouco,
apossando-se
do pequeno
monte que
descia para
o rio e,
mais tarde,
das suaves
vertentes
para a
Salmanha e
das pequenas
encostas que
sobem os
topos do
Viso
(monte).
Na pequena
povoação da
Figueira
fundou-se,
em 1527, o
Convento de
Santo
António,
sendo seu
instituidor
Frei António
de Buarcos.
Logo em 1580
foi objecto
de grandes
violências e
roubos,
praticados
pelos
soldados de
Filipe ll, a
pretexto de
descobrirem
o paradeiro
de D.
António,
prior do
Crato.
Alguns anos
mais tarde,
em 1602, foi
Buarcos
assaltada
por piratas
ingleses que
vieram
também
saquear a
Figueira,
fortificando-se
naquele
convento e
no Forte de
Santa
Catarina.
No século
XVll, a
Figueira era
ainda um
pequeno
povoado.
Todavia,
logo nos
começos do
século XVlll
verificou-se
uma
autêntica
explosão
populacional,
provocada
pelo
extraordinário
movimento do
seu porto e
consequente
desenvolvimento
da indústria
da
construção
naval. No
último terço
deste século
contava já
com 1.000
fogos e
também já
era muito
procurada
por
veraneantes
e banhistas.
Foi então
elevada à
categoria de
vila por
decreto
pombalino de
1771.
Subordinada
inicialmente
ao couto de
Tavarede,
agregou,
aquando da
promoção a
vila, os de
Maiorca,
Alhadas,
Quiaios,
Tavarede,
Lavos,
Buarcos e
Redondo, e
os concelhos
situados ao
sul do rio
Carnide,
junto ao
moinho do
Almoxarife,
pertencentes
a
Montemor-o-Velho.
Em data que
não se pode
precisar foi
construído o
Forte de
Santa
catarina de
Ribamar,
assente nos
rochedos do
norte da foz
do Mondego.
Já devia
existir, no
entanto, no
reinado de
D. João l,
uma vez que
os
pescadores
se queixaram
a este rei
do abuso do
governador
da
fortaleza,
que lhes
tirava o
peixe sem
lhes pagar o
que valia.
Foi o forte
ocupado
pelos
franceses,
durante a 1ª
invasão,
dada a sua
importância
como ponto
estratégico
e como
depósito de
material de
guerra. Mas
estudantes
de Coimbra e
populares
lançaram um
contra-ataque
sob o
comando do
tenente de
artilharia e académico
Bernardo
António
Zagalo, que
apanhou o
forte no dia
27 de Junho
de 1808.
Muitos
episódios
curiosos da
história da
Figueira se
poderiam
contar
relativamente
às épocas
das lutas
liberais, da
Maria da
Fonte e das
rivalidades
políticas
subsequentes.
Durante todo
este tempo a
vila não
cessou de se
desenvolver
e, em 1882,
foi elevada
à categoria
de cidade.
Contribuíram
para isso a
abertura de
novas vias
de
comunicação
e a
afluência
cada vez
maior de
veraneantes.
Nos finais
do século
passado e
início deste
construíram-se
inúmeras
moradias no
chamado
Bairro Novo.
A Figueira
da Foz é um
Dom da
Natureza em
que o mar, o
rio e a
serra se
unem para
lhe dar uma
fisionomia
única. A
aliança
entre a
vastidão do
oceano e a
paisagem
dilatada dos
seus campos
tem na serra
da Boa
Viagem o
miradouro
apropriado.
A praia (um
imenso areal
de areias
douradas e
macias) é
chamada a
praia da
claridade,
devido à
luminosidade
que tem.
Constitui,
por isso, um
dos centros
turísticos
mais
importantes
de Portugal,
cheio de
vida durante
a época
estival.
É uma terra
onde se come
bem. As suas
especialidades
gastronómicas
residem,
como é
evidente, no
peixe e no
marisco:
espetadas de
mexilhão;
arrozada de
amêijoas,
canivetes e
mexilhões;
raia assada
com batatas
a murro;
caldeiradas
típicas de
tainha,
robalo,
enguias e
solhas. No
plano dos
doces, temos
os penhascos
de amêndoas,
as argola
folhadas e
cobertas de
açúcar, as
fatias
celestes, as
brisas e os
pastéis da
Figueira.
Mas os
clássicos
arroz-doce e
leite-creme,
feitos com
requintes de
rito
ancestral,
são
autênticas
delícias.
Mantêm-se
ainda certos
aspectos de
tradição
popular que
no passado
tanta
importância
tinham na
vida das
populações.
O Natal e o
Ano Novo
eram
festejados
com a
representação
dos Autos
Pastoris,
além das
cerimónias
da praxe. No
Dia de Reis
era o Auto
dos Reis e,
na noite da
véspera, a
chegada dos
mesmos,
aguardados
com grande
alegria. No
Carnaval,
folgava-se
com as
cavaqueiras
e os
badalos, e
até na
Quaresma,
com a
“sarra-a-velha”
– não se
dispensando
a leitura do
seu
testamento,
quase sempre
em verso e
com alusões
engraçadas à
vida local -
, a “morte
de Judas” e
o “enterro
do
bacalhaus”.
Estes
costumes
ainda se
conservam em
algumas
povoações
rurais.
Salientam-se
os festejos
dos Santos
Populares de
Junho: Santo
António,
celebrado em
toda a
porte; São
João, o de
maior
devoção dos
figueirenses,
e São Pedro,
mais
festejado em
Buarcos, de
que é
padroeiro.
O rico
cancioneiro
é bem
elucidativo
da
importância
que as
festas deste
santo
assumem.
Elas atingem
um dos seus
momentos
mais
característicos
no “banho
santo”, que
tem lugar na
madrugada de
São João e
que arrasta
muita gente
na crença da
cura
milagrosa
pelas águas
do mar,
bentas nessa
noite.
FORTE DE
SANTA
CATARINA:
Pequena
fortaleza
destinada à
defesa da
barra, foi
construída
no fim do
século XVl e
apresenta
uma curiosa
forma
triangular.
No interior
encontra-se
uma pequena
capela.
CASTRO:
Entre a
Figueira da
Foz e
Quiaios, a
poucas
centenas de
metros a
este do
casal da
Serra, num
outeiro
aplanado no
topo, foram
encontrados
os vestígios
de uma
pequena
fortificação
da Idade do
Ferro de
forma
ovalóide,
com 128
metros de
eixo maior e
85 . de eixo
menor,
provida de
excelentes
condições
estratégicas
e defesas
naturais,
completadas
por uma
muralha nos
flancos mais
acessíveis.
As
escavações
efectuadas
no princípio
do século
revelaram
tratar-se de
um povoado
que denuncia
uma ocupação
limitada à
Idade do
Ferro, com
influências
ibero-púnicas.
A parte
visível
limita-se a
uma casa
rectangular
e restos de
cabanas
feitas com
uma armação
de ramagens
ou varas,
coberta de
barro
endurecido
pelo sol,
semelhantes
às
encontradas
noutros
povoados pré
e
proto-históricos
de Portugal.
Góis
– (Concelho
do Distrito
de Coimbra)

Segundo a
tradição, a
vila foi
povoada por
D. Antão
Vestaris, na
época do
conde D.
Henrique.
Possui foral
concedido
por D.
Manuel l e
datado de
1516.
A
fundação da
vila de Góis
é atribuída
ao tempo da
rainha D.
Teresa,
tendo sido
seu povoador
Anaia
Vestraris.
Mais tarde,
o senhorio
passou para
a família
dos
Silveiras,
que viriam a
ser condes
de Sortelha.
Situa-se em
vale
estreito e
profundo,
entre as
serras do
Carvalhal e
Rabadão. A
povoação
propriamente
dita
encontra-se
na margem
direita do
rio Ceira. A
ponte
manuelina de
três arcos e
dorso em
corcova une
os dois
lados do
rio. A sul
eleva-se um
morro
alcantilado
a 1045
metros de
altitude,
de natureza
silúrica
que, visto a
distancio,
parece uma
gigantesca
pirâmide – o
Penedo de
Góis.
«Segundo,
Joseph Marie
Piel, de “Os
Nomes
Germânicos
na Toponímia
Portuguesa”»:
“No sul há
meia dúzia
de
localidades
chamadas
Casal de
Goês,
Montinho de
Goês, Lugar
de A dos
Goês, etc.,
que não
registo por
serem
posteriores
à
reconquista.
Góes vem do
patronímico
em – ci de
Om Goius
1258, forma
latinizada
de Goia que
encontraremos
logo como
topónimos e
de que temos
documentado
o caso
oblíquo
Goiam 984 e
o genet. Em
– anis
Goiaes geogr.
1220. Sachs
65 quer ver
neste último
nome de
lugar Goiam
ser da mesma
época. O
elemento goi
– procede do
gót. “Gauja”
o que habita
num “pagus”,
de gami … ,
região,
distrito.
Sachs 64
mistura-o
com “deus”,
apesar de
Meyer-Lübke
1, 31, ll 23
a propósito
de Goisenda
ter chamado
a atenção
para esta
raiz. A
Goisenda
deve
acrescentar-se
Goido 1092
(diferente
de Godido
1258 !)
Goimirus
964, Goioi
1040,
Goirici 993.
Nalguns
casos não é
possível
distinguir-se
o primeiro
componente é
Gauja ou Guj”.
Góis
Com
uma área de
263 km2, o
concelho de
Góis é
limitado
pelos
municípios
de Arganil a
Norte,
Pampilhosa
da Serra a
Este e a
Sul,
Castanheira
de Pêra e
Pedrógão
Grande a
Sudoeste e
Lousã a
Oeste. Góis
é composto
por 5
freguesias,
nas quais
residem
4.663
habitantes:
Alvares,
Cadafaz,
Colmeal,
Góis e Vila
Nova do
Ceira. O seu
feriado
municipal
celebra-se a
13 de
Agosto.
Situa-se no
vale do
Ceira, entre
as serras do
Carvalhal e
do Rabadão.
É um
concelho com
mais de oito
séculos de
história. O
povoamento
deste
território é
bastante
longínquo,
pois podemos
encontrar
vestígios de
povos
primitivos
nestas
terras. Em
1516, esta
vila teve
direito a
foral que
foi
concedido
por D.
Manuel I.
Dos seus
monumentos
sobressaem
Paços do
Concelho,
igrejas,
capelas e
pontes. É um
concelho de
agricultura,
pastorícia e
exploração
florestal.
No Concelho
de Góis é
produzida
uma grande
variedade de
objectos de
artesanato
colheres de
pau; casas
em xisto,
pintura
sobre xisto,
trapologia.
Dos seus
pratos
típicos
destacam-se
as seguintes
especialidades:
Sopa de
Castanha,
Bucho,
Enchidos,
Chanfana e
Cabrito.
Doces
típicos:
Bolo da
Várzea, Bolo
de Góis,
Tijelada,
Arroz Doce,
Filhós (coscuréis
e belhoses).
Lousã –
(Concelho do
Distrito de
Coimbra)

Segundo uma
lenda, foi
seu fundador
Arunce, rei
de
Conímbriga,
contemporâneo
de Sertório.
A cidade
situava-se,
nessa altura
perto do
mar, pelo
que era
frequentemente
assaltada e
saqueada por
navios
piratas.
Numa dessas
ocasiões, o
rei Arunce,
forçado a
abandonar a
sua corte,
foi
refugiar-se
com sua
filha
Peralta num
castelo que
mandara
erigir em
plena serra.
Em redor
desse
castelo
formou-se
mais tarde a
vila de
Arouce – que
em 943 era
uma cidade
de certa
importância,
aparecendo
referida
numa
escritura de
doação feita
ao Mosteiro
do Lorvão -,
que os
árabes
pronunciaram
Aloçan,
donde
derivou
Lousã.
A
Lousã
recebeu o
primeiro
foral de D.
Afonso
Henriques e
de sua
mulhre, D.
Mafalda,
mais tarde
confirmado
por D.
Afonso ll.
Em 1513, D.
Manuel l,
outorgou-lhe
foral novo,
que lhe
trouxe novos
privilégios,
marcando o
início de um
desenvolvimento
que se
prolonga até
ao século
XVlll.
A
subida à
serra,
sempre
verdejante e
em grande
parte
cultivada e
habitada,
proporciona
panoramas
inolvidáveis.
Do alto do
Trevim, que
fica a 1204
metros de
altitude,
abarca-se
toda a zona
centro do
País. Não
muito
distantes,
encontram-se
a Capela de
Santo
António da
Neve e os
poços da
neve do Real
Neveiro,
onde se
recolhia a
neve,
transportada
para Lisboa,
para consumo
da corte.
Lousã
Os mais
antigos
vestígios
que
testemunham
a presença
do homem na
região,
datam do
período da
dominação
romana
quando toda
a Península
Ibérica
estava sob o
jugo das
hostes
imperiais.
Romanos são
alguns cipos
funerários,
telhas,
tijolos,
utensílios
de vidro e
metal,
moedas, etc
e, até
restos de
calçada que,
em diversos
pontos do
concelho,
foram
encontrados
sobretudo
nas
proximidades
ou mesmo já
dentro dos
perímetros
urbanos da
Lousã e de
Serpins.
Sabemos hoje
também que
na serra e
no Vale do
Ceira houve
nesses
tempos
remotos,
explorações
auríferas
importantes.
Com as
invasões dos
povos de
origem
germânica, o
Império
Romano
fragmentou-se
e pouco a
pouco foi-se
apagando o
brilho da
sua
civilização
e da sua
cultura, não
só na cidade
imperial,
mas também
por todas as
províncias.
Para atestar
tal facto
faltam-nos
os
testemunhos
materiais e
mesmo
documentais.
Data de 943
um contrato
realizado
entre
Zuleima
Abaiud e o
Abade
Mestúlio do
Mosteiro de
Lorvão onde,
pela
primeira
vez, nos
aparece o topónimo
ARAUZ que
designa a
povoação
mais
importante
dessa altura
em toda a
região,
localizava-se
junto ao
morro onde
se
levantaria
mais tarde o
Castelo de
Arouce.
Lembremos
que Coimbra
era, nesse
tempo, bem
como seria
ainda nos
dois séculos
seguintes,
um
importantíssimo
centro
moçárabe,
com uma
cultura viva
e uma
actividade
económica
bem mais
desenvolvida
que a das
outras
povoações a
norte do
actual
território
português.
Só com a
pacificação
do Vale do
Mondego, já
no século XI,
é que o
desenvolvimento
da bacia da
Lousã deve
ter
ocorrido,
quando as
gentes já
não
necessitavam
de estar
constantemente
à sombra dos
muros do
Castelo
para,
rapidamente,
se
albergarem e
refugiarem,
ora do
fossado
vindo do
norte, ora
da algarada
vinda do
Sul.
Ao alvazil
D. Sesnando
ficamos a
dever não só
a
pacificação
do
território e
a sua
defesa, mas
também e
principalmente
a sua
profunda
reorganização,
na qual se
incluiu a
construção
ou
reconstrução
de diversos
castelos,
como o de
Coimbra, e
ainda os de
Montemor-o-Velho,
Penela,
Penacova e
naturalmente
o da Lousã/Arouce.
Se a
História nos
dá
informações
secas e
precisas, já
o mesmo não
acontece com
a lenda que
envolve o
passado num
manto
maravilhoso
de enredos.
A origem da
Lousã
faz-nos
viajar até
ao tempo
longínquo da
dominação
muçulmana,
quando um
rei ou um
emir de nome
Arunce teria
fundado o
castelo para
proteger a
sua bela
filha
Peralta,
enquanto ele
se
encontrasse
em campanha
no Norte de
África.
Os marcos
fundamentais
da História
da Lousã
O território
de Arouce,
cujo Castelo
já era
mencionado
no Foral de
Miranda do
Corvo
(1136), é
contemplado
por D.
Afonso
Henriques
com um Foral
em 1151.
Num outro
documento
régio, em
1160,
alude-se à
Lousã
independentemente
de Arouce,
bem como a
Vilarinho, o
que prova
que a bacia
lousanense e
a escarpa de
Arouce com o
seu castelo
eram
realidades
distintas.
Alvará de
Licença de
D. João III,
de 23 de
Maio de
1537, para
os moradores
da Lousã
fazerem o
Bodo de São
João.
(original
que se
encontra no
Arquivo
Histórico da
Biblioteca
Municipal da
Lousã.)
A Lousã, na
Idade Média,
continuou a
prosperar e,
como tantas
outras
terras do
reino, viu o
seu velho
foral
confirmado
em tempo de
governo de
D. Afonso II,
conjunto de
normas,
privilégios
e deveres
que estariam
em vigor até
aos alvores
do Mundo
Moderno pois
só em 1513
viria a ser
revogado com
a entrada a
25 de
Outubro
desse ano,
de nova
carta dada
por D.
Manuel I.
Foram
Senhores da
Lousã:
D. João
Afonso,
filho
bastardo de
D. Diniz; o
príncipe D.
Pedro, duque
de Coimbra,
cujas tropas
junto de
Serpins e
Vilarinho se
prepararam
para dar
combate ao
exército do
seu meio
irmão, o
duque de
Bragança, D.
Afonso;
Pedro de
Góis; Pedro
Machado;
Francisco
Machado; D.
Jorge, filho
de D. João
II e
fundador da
Casa Ducal
de Aveiro,
entre
outros.
O Século
XVIII e a
Industrialização
Mas foi
porém no
século XVIII
que a Lousã
mais
prosperou,
passando de
uma modesta
e
incaracterística
vila a uma
florescente
povoação,
com ruas
ladeadas de
novas
edificações
de bom
traçado,
onde viviam
as famílias
nobres. A
criação
local da
indústria do
papel, o
Engenho de
Papel do
Penedo, e os
seus
produtos
daqui saídos
eram de tal
qualidade,
que já em
1716
fornecia a
prestigiada
tipografia
da Companhia
de Jesus de
Coimbra,
sendo depois
grandes
clientes das
unidades
fabris da
Lousã, a
Tipografia
Académica
fundada pelo
Marquês de
Pombal e a
Casa da
Moeda.
Outras
fábricas se
vieram a
criar dentro
dos limites
concelhios.
Em 1868 foi
a vez da
Fábrica do
Boque ser
fundada em
Serpins,
funcionando
aí a
primeira
máquina de
fazer papel
contínuo que
houve em
Portugal. A
Fábrica do
Casal de
Ermio
funcionou
entre 1853 e
1890, sendo
depois
adquirida
pela Fábrica
do Penedo e
transformada
em central
eléctrica.
Outras
indústrias
foram a da
fiação,
nomeadamente
em Foz de
Arouce, e a
produção de
energia.
Moagens,
Licores,
serrações,
serralharias
e diversas
outras
indústrias,
que
diversificaram
a vocação
essencialmente
agrícola do
concelho, em
detrimento
do sector
primário.
A emigração,
sem esquecer
a imigração
para Lisboa,
iniciada
para o
Brasil em
finais do
século XIX,
progressivamente
alongada
para os
Estados
Unidos e
culminando
mais
recentemente,
para a
Europa,
trouxe à
Lousã uma
nova
perspectiva
em
desenvolvimento
em várias
áreas.
A
inauguração
do Caminho
de Ferro em
1906,
quebrou o
isolamento
com Coimbra.
Complementado
posteriormente
com a
abertura de
novas vias
de
comunicação.
Em 1924, foi
inaugurada a
energia
eléctrica.
A Lousã e as
Invasões
Francesas
Momento
difícil na
vida dos
habitantes
da Lousã,
desde há
séculos
habituados a
uma vida
pacífica,
foi o das
Invasões
Francesas,
no início do
século XIX.
As
perturbações
fizeram-se
sentir
principalmente
por altura
da terceira
invasão, em
Março de
1811, quando
já se dava a
retirada dos
exércitos
comandados
por Massena.
Esta
retirada
fazia-se
pela estrada
de Almeida,
a estrada
real que
ligava a
capital do
reino a
Espanha, e
que passava
pelas
povoações de
Miranda do
Corvo, Foz
de Arouce e
Ponte da
Mucela.
Com o fito
de recolher
fundos, isto
é, efectuar
pilhagens,
alguns
destacamentos
desviaram-se
do caminho
normal em
Arneiro e,
na Lousã e
noutros
lugares da
Serra,
saquearam e
destruíram
casas,
celeiros,
igrejas,
enfim tudo
aquilo com
que
deparavam.
Da vila
propriamente
dita levaram
muita prata
da Igreja
Matriz,
nomeadamente
a rica
banqueta e a
custódia que
o Padre
Cáceres
havia doado
ao templo,
no século
XVI, para
além de bens
de muitos
particulares.
Como o rio
Ceira levava
muita água
nessa
altura, a
retirada das
tropas
francesas
teve de ser
feita
através da
pequena
ponte de Foz
de Arouce, o
que muito as
demorou,
permitindo a
chegada dos
efectivos do
exército
anglo-luso,
constituindo
um rude
golpe para o
inimigo.
A Evolução
Urbana da
Lousã
A área do
concelho tem
variado
consideravelmente.
Por exemplo,
Serpins
constituía
um Município
autónomo
enquanto, em
contrapartida,
no
lousanense
chegaram a
estar
incorporados
Semide, Rio
de Vide e
até Miranda
do Corvo,
posto que
por breve
período.
A vila
tradicional
circunscrevia-se
a umas
quantas
ruas, em
torno do
largo da
velha e
desaparecida
Matriz, dos
Paços do
Concelho e
Tribunal,
nomeadamente
as que têm
hoje os
nomes de
Viscondessa
do Espinhal,
das Forças
Armadas e
Rua Nova,
onde aliás
se podem ver
os mais
belos
solares
barrocos. Aí
ficavam a
Misericórdia
e os outros
edifícios de
interesse
público. Um
pouco mais
despegado
estava o
Casal do Rio
( Casal dos
Rios) com o
seu belo
palácio e
moradas
envolventes.
Praticamente,
só no fim do
século XIX é
que a Lousã
começou a
transbordar
do
espartilho
setecentista,
abrindo-se
novas
artérias que
foram
permitir a
expansão das
vivendas
para locais
mais
desafogados,
e também
para a
construção
de
importantes
equipamentos
colectivos:
o Hospital,
a funcionar
desde 1888;
a nova
Igreja
Matriz,
também do
fim do
século; o
matadouro,
de 1893; o
velho
Teatro, etc.
Porém, na
última
década, o
espaço
ocupado pela
vila quase
duplicou,
ganhando
novas áreas,
sempre
desafogadas
e de
correcto
traçado,
onde se
edificaram
os modernos
bairros
habitacionais,
estabelecimentos
de ensino
primário e
secundário,
o quartel
dos
bombeiros, o
novo palácio
da justiça
etc.
Apesar da
fácies
moderna
destas
zonas, o
casco antigo
continua
convenientemente
preservado,
com as suas
velhas casas
apalaçadas,
de janelas
de belos e
recortados
aventais, de
imponentes
portais e de
orgulhosos
brasões nas
vergas
interrompidas.
Lado a lado
coexistem os
testemunhos
de um
passado
querido e o
produto da
dinâmica dos
dias de hoje
e das gentes
empreendedoras.
Sem estar
ligado ao
urbanismo da
sede do
concelho, há
um tema que
poderemos
aqui citar.
Trata-se do
abandono das
aldeias
encravadas
nas encostas
de
imponentes
declives e
que pouco a
pouco, estão
a ser
recuperadas
para Turismo
e habitação
secundária
ou lazer
quer por
nacionais
quer por
estrangeiros.
Mira
– (Concelho
do Distrito
de Coimbra)

A
sua fundação
é atribuída
aos romanos.
Foi habitada
pelos
árabes, que
lhe deram o
nome actual.
Corruptela
da palavra “mir”,
ou “emir”
que
significa
senhor. Em
1095, foi
dada pelo
conde D.
Raimundo a
Zolema
Godinho. D.
Manuel l,
concedeu-lhe
foral em
1514.
Os
pinhais
sucedem-se
um pouco
monotonamente,
desde as
dunas de
Quiaios.
Para além do
seu valor
intrínseco
como
floresta,
desempenham
o importante
papel de
fixar e
deter o
avanço das
areias da
beira-mar. A
3ª invasão
francesa
destruiu
grande parte
da floresta
de pinheiros
marítimos
que então
existia.
«Grande
Enciclopédia
Portuguesa e
Brasileira»:
“A fundação
de Mira é
atribuída
aos romanos.
No tempo das
invasões
árabes foi
por estes
habitada,
que a
baptizaram
com o nome
que ainda
hoje tem.
Mira é
corrupção da
palavra
árabe Mir ou
Emir, que
quer dizer
príncipe,
chefe,
senhor. Os
árabes,
dando-lhe
este nome,
quiseram
distingui-la
pela sua
beleza,
situação e
amenidade do
clima,
chamando-lhe
Terra do
Senhor”.
Mira
Os indícios
de vestígios
antigos da
vida humana
no Concelho
de Mira
remontam a
épocas
antiquíssimas.
Da época
romana foram
encontrados
alguns
materiais de
construção,
nomeadamente
tegulae
(telhas) e
cerâmica
doméstica.
No período
Muçulmano
esta região
terá sido
palco de
guerras
entre
cristãos e
árabes
quando estes
dominaram
Coimbra e
zona
envolvente.
E a
influência
árabe foi
nítida,
tendo mesmo
a região um
dos maiores
focos de
moçarabismo
de toda a
península.
É a partir
da última
conquista de
Coimbra aos
árabes, em
1064, que
melhor se
conhece a
História das
terras de
Mira. Terá
sido o
primeiro
Governador
de Coimbra,
o moçarabe
Sisnando que
entregou as
terras de
Mira a
Soleima
Godinho,
sendo a
posse
confirmada
em Fevereiro
de 1095, por
D. Raimundo
e D. Urraca,
então
Senhores de
Portucale.
A partir da
construção
do mosteiro
de Santa
Cruz estas
terras
passaram
para a sua
posse sendo
arroteadas,
valorizadas
e levando à
criação de
novos
povoados. Em
1442 D.
Pedro
(Regente de
Portugal e
Duque de
Coimbra)
concede
autonomia
administrativa
à Vila de
Mira e
diversos
privilégios
para fixar
população e
desenvolver
o lugar.
D. Manuel I
concede
foral de
Mira em 28
de Agosto de
1514, e dá a
administração
da Vila a
Gonçalo
Tavares, o
primeiro
senhor de
Mira.
Manteve-se o
senhorio de
Mira na
Família dos
Tavares até
ao séc.
XVIII,
quando
passou a
integrar a
Casa das
Rainhas. E
aí se
manteve até
à extinção
do regime
senhorial,
em 1833.
Armas do
Concelho de
Mira
O brasão do
concelho foi
aprovado
pela
Portaria N.º
7.748, de 16
de Janeiro
de 1934.
De negro com
um ramo de
espigas de
milho
folhadas e
atadas em
ponta, tudo
de ouro.
Bordadura
cosida de
verde
carregado,
de oito
conchas de
ouro,
realçadas de
negro.
Coroa mural
de prata de
quatro
torres.
Listel
branco com
letras de
negro.
O negro em
heráldica
representa a
terra e
significa
firmeza e
honestidade;
por
consequência,
fica assim
simbolizado
o valor da
terra e dos
seus
naturais que
com o seu
esforço, a
sua firmeza
e a sua
honestidade
trabalhadora,
tiram da
terra o seu
alimento
para a sua
manutenção.
O ramo de
espigas de
milho,
representando
a
agricultura
local, é de
ouro, por
este metal
significar
fidelidade,
constância e
liberalidade,
qualidades
bem
salientes
daquela vida
regional.
A bordadura
é de verde
porque esta
cor
simboliza o
mar e o mar
é uma das
grandes
fontes de
riqueza da
Vila de
Mira. Ainda
o verde
significa fé
e esperança
razões
porque os
habitantes
de Mira
mantêm pelo
mar: fé e
esperança de
que terão
ali sempre
um dos
grandes
recursos
para
manterem a
sua
existência.
As conchas,
representativas
da produção
do mar, são
de ouro,
porque sendo
este metal o
mais rico na
heráldica,
simboliza, a
fortuna sem
limites que
a pesca
apresenta.
Bandeira
amarelada.
Cordões e
borlas de
ouro e de
negro. Lança
e haste
dourada.
Pelourinho
de Mira
Os
Pelourinhos
eram padrões
dos
concelhos e
símbolos da
liberdade e
autoridade
municipal. O
Pelourinho
encontra-se
na Praça no
Centro da
Vila. O
monumento é
elemento de
pouca
dimensão e
possui um
único degrau
circular com
o bordo
superior
boleado. No
degrau pousa
uma pequena
placa,
alusiva à
sua
reconstrução.
A base da
coluna é de
forma
circular de
feição lisa,
seguida de
um tronco de
cone cavado,
com rebordo
superior e
inferior bem
salientes e
boleados.
O fuste
desenvolve-se
em forma
cilíndrica,
liso de
acabamento.
O topo é
completado
com uma
série de
aneletos
seguidos de
um elemento
cilíndrico
com o mesmo
diâmetro do
fuste, mas
com pouca
altura, que
possui uma
emenda a
meia altura.
O remate com
a forma de
taça de bom
diâmetro
possui o
bordo
superior
moldurado
com formas
dentilhadas.
Do meio
deste
elemento
parte uma
grimpa de
ferro em
forma de
cutelo.
Monumento
Classificado
pelo IPPAR,
1933.
Igreja
Matriz de
Mira
A Igreja
Matriz de
Mira foi
construída
em 1690 por
ordem do
Bispo D.
João de
Melo. Tendo
sofrido uma
reforma
profunda no
Séc. XIX,
voltando a
receber
intervenções
em 1972 e
1981.
De
arquitectura
religiosa,
barroca e
oitocentista,
é um típico
edifício
provinciano
do final de
seiscentos,
da planta
longitudinal
e paredes
muito
planificadas,
reformado em
oitocentos,
destaca-se
no interior
os azulejos
rococó. As
pintufras do
tecto são
setecentistas
com
retábulos de
transição do
Séc. XVII/XVIII.
Os azulejos
são de
fabrico
Coimbrão. As
janelas e
empena do
Séc. XIX bem
como o 2º
corpo da
torre.
Exterior
Planta
longitudinal
de nave
única;
fachada com
torre
sineira
adossada a
S,
enquadrada
por cunhais
rusticados;
pórtico,
rectangular
com 2
volutas
enquadrando
um nicho com
escultura do
Padre Eterno
encimada por
dois
janelões e
óculo.
Interior
Tecto de
madeira em
caixotões
com pinturas
de rótulas;
2 capelas
laterais;
paredes da
nave
revestidas a
silhares de
azulejos
formando 13
composições
com cenas da
Paixão;
retábulos
com colunas
salomónicas
ornadas de
parras.
Miranda do
Corvo –
(Concelho e
Distrito de
Coimbra)

Povoação
muito
antiga,
desempenhou
um
importante
papel como
praça-forte
durante a
reconquista
cristã. Em
1116 foi
tomada pelos
mouros, mas
vinte anos
mais tarde
estava
novamente em
poder dos
portugueses.
Nesse mesmo
ano, recebeu
carta de
foral de D.
Afonso
Henriques.
Do
Castelo de
Miranda do
Corvo,
assediado e
conquistado
pelos mouros
em 1116,
apenas
subsiste uma
torre,
transformada
em sineira;
mas do alto
do cabeço
por ele
ocupado, o
Alto do
Calvário,
poderá
admirar-se
uma
agradável
vista sobre
a vila,
situada na
confluência
dos rios
Alheda com o
o Dueça e,
cercada de
montanhas
verdejantes,
pontilhadas
de povoados.
Foi
muito
próspera na
vila, nos
séculos XVl
e XVll, a
indústria de
olaria de
barro
vermelho.
«Grande
Enciclopédia
Portuguesa e
Brasileira»:
“A origem do
nome é
certamente
latina: virá
de mirandus
(atalaia ou
miradouro),
que
corresponde
à primitiva
função do
cabeço, onde
foi
construído o
castelo e
onde hoje se
vê a igreja
matriz.
Chamou-se
nos começos
do século
XVl, Miranda
dapar de
Coimbra, e
ainda dapar
de Podentes
e só no 3º
quartel
desse século
se começou a
chamar Do
Corvo, que
era povoação
próxima, ao
tempo muito
importante
por
localização
na estrada
real para a
Beiras que a
fazia centro
de
estalagens e
mudas de
animais”.
Miranda do
Corvo
O concelho
de Miranda
do Corvo
situa-se no
Distrito de
Coimbra, 25
Km a sudeste
desta
cidade,
confinando
com os
concelhos de
: Coimbra,
Poiares,
Lousã,
Castanheira
de Pêra,
Figueiró dos
Vinhos,
Penela e
Condeixa-a-Nova.Composto
por 5
Freguesias e
abrangendo
uma área de
126,98 Km²,
a sua
densidade
populacional
é de 91,9
habitantes/Km².
O concelho
tem uma área
quase sempre
montanhosa.
Do lado
nascente e
sul fica o
maciço da
Serra da
Lousã, que
vai até à
Serra do
Espinho,
onde se
atinge a
altitude de
963 m, até
às povoações
da Serra de
Vila Nova,
onde se
confronta
com os
concelhos de
Penela e
Figueiró dos
Vinhos. Para
o Norte do
concelho
fica a Serra
de Semide,
que atinge o
seu ponto
mais alto no
"castelo",
com 413 m,
próximo da
povoação do
Senhor da
Serra. A
Poente fica
o ponto mais
elevado, o
"cabeço",
que desce a
um planalto
onde fica a
freguesia de
Lamas. É na
bacia
contornada
por estas
montanhas
que se situa
a vila de
Miranda do
Corvo e
algumas das
povoações
mais
importantes.
O concelho é
banhado por
3 rios: o
Alheda
(nasce perto
da povoação
do Gondramaz
e desagua no
rio Dueça, a
jusante do
açude do
Panão, com
um curso de
8 Km), o
Dueça (tem a
sua nascente
na costa
oriental do
Monte Vez,
em Penela,
mas a maior
parte do seu
curso é no
concelho de
Miranda,
onde entra
no lugar da
Retorta, até
ao fundo do
lugar do
Vale do
Açor,
acabando por
desaguar no
rio Ceira,
junto à
povoação com
o mesmo
nome) e o
rio Ceira
(banha a
parte Norte
do concelho,
desde Segade
até ao
Cabouco).
Estes rios
foram um
importante
factor de
fixação das
populações,
pois além de
irrigarem os
campos das
sua margens,
forneciam a
energia para
a laboração
de lagares,
azenhas e
engenhos de
linho,
apresentando
também nos
seus cursos
alguns
pontos de
rara
beleza.
UM POUCO DE
HSTÓRIA
A fundação
do Município
de Miranda
do Corvo
remonta aos
primórdios
da nossa
nacionalidade,
quando
D.Afonso
Henriques
concedeu a
carta de
firmeza e de
foro a
Miranda , a
Uzberto e
esposa, em
19 de
Novembro de
1136.
A
importância
estratégica
de Miranda
foi
reconhecida
pelo monarca
que decidiu
reconstruir
o castelo,
arrasado
vinte anos
antes pelas
tropas
sarracenas.
Erguendo-se
o castelo no
morro
ladeado a
nascente e
sul pelos
rios Alheda
e Dueça,
este
dominava a
saída dos
vales destes
rios e a
passagem
natural
entre a
Estremadura
e as Beiras,
já referida
pelos
Romanos, que
era a
estrada de
Tomar a Foz
de Arouce,
cujo perfil
ainda se
detecta em
alguns
pontos,
designada
por Estrada
Real.
A carta de
firmeza e de
foro
concedida
por D.Afonso
Henriques em
1136 viria a
ser
confirmada
por meio de
carta
autenticada
com selo de
chumbo em
1217, por
D.Afonso II.
O foral de
Miranda do
Corvo
reveste-se
de grande
importância
na história
dos forais
portugueses,
pois este
foral é o
precursor da
transformação
do pagamento
das penas em
dinheiro,
abandonando-se
progressivamente
as penas
corporais.
Montemor-o-Velho
– (Concelho
do Distrito
de Coimbra)

A
vila é de
origem muito
antiga, pois
vários
achados
arqueológicos
confirmam a
ocupação
deste lugar
já no tempo
da dominação
romana.
Confirma-se
também a
hipótese de
ter tido
ocupação
visigótica.
Em
1212 recebeu
foral
concedido
pelas
infantas
filhas de D.
Sancho l e
quatro anos
depois, por
burla do
papa
Inocêncio
lll, passou
a pertencer
à Ordem dos
Templários.
Montemor-o-Velho,
o
Monte-Mayor
dos
trovadores
medievais
actualmente
é coroado
apenas pelas
ameias do
castelo, um
dos mais
belos de
Portugal. A
povoação
desceu pelo
monte, para
a margem
direita do
rio Mondego.
Entretecida
de lendas
desde a
época
romana,
desde os
ferozes
combates
entre a
mourisma e
os cristão,
nos quais se
destacam os
feitos do
abade João,
seu valoroso
defensor,
até às lutas
internas
entre D.
Afonso ll e
as irmãs ou
D. Dinis e o
filho, a
sua, a sua
história
extraordinariamente
rica e
movimentada.
Montemor,
que durante
séculos foi
terra do
Infantado,
ostenta
inúmeros
vestígios da
sua antiga
importância.
Opiniões
sobre o
nome:
«Do
“Domingo
Ilustrado”
de 1898»:
“Esta
importante
povoação
está
edificada
nas abas de
um monte do
qual lhe
provém o
nome, na
margem
direita do
Mondego, em
formosa
situação”
«J.
Vilhena
Barbosa,
“As Cidades
de Villas
Portuguezas
que têm
Brasão
d’Armas –
1860»: “Sob
o governo
dos nossos
primeiros
reis
chamavam
geralmente a
esta
povoação
Terra do
Infantado,
em razão de
se achar
sempre na
posse dela
algum
infante.
Depois
principaram
a
denominá-la
Montemor-o-Velho
para
diferença da
outra vila
de
Montemor-o-Novo”.
Montemor-o-Velho
Era um monte
agreste e
inculto,
que a
natureza
engastou,
para um
altar do seu
culto,
no que mais
belo
encontrou!
E, mais
tarde, povo
adulto,
olhando,
ufano a
planície
do Mondego,
aos outros
disse:
«Olhai p'ra
esta
lindeza!
Prestai
culto à
Natureza!
Qualquer de
vós é
menor!...»
Fica Verride
calado...
Reveles teme
o soldado...
e só
Maiorca,
assomado,
contestou
Monte-Maior
(1)
(1) José de
Ornelas da
Fonseca
Nápoles,
1892.
Montemor-o-Velho
é uma vila
com
profundas
raízes
históricas.
A sua
fundação
perde-se nas
brumas do
tempo.
sabe-se, ao
certo, que
durante o
domínio
árabe - séc.
VIII a XIX -
a povoação
era
conhecida
por Munt
Malur,
sofrendo o
topónimo
algumas
evoluções,
até chegar à
designação
actual.
Devido à sua
localização
geográfica e
à
fertilidade
dos campos,
Montemor foi
alvo de
inúmeras
disputas
entre mouros
e cristãos.
Foi neste
caudal de
lutas
incessantes
que a
povoação
cresceu em
importância
histórica,
afirmando-se
o velho
castelo no
alto do
monte como
testemunho
imortal.
Os eventos
dessas
idades
remotas
contribuiram
para a
efabulação
de lendas.
Na
generalidade,
as lendas
subsistem na
memória
colectiva,
ao longo dos
séculos,
propagando-se
or via oral.
Montemor-o-Velho
pode
orgulhar-se
de as suas
lendas terem
sido
aproveitadas
pela
literatura,
principalmente
no período
do
Romantismo.
Hoje, o
património
literário
traduz a
imponência
histórica de
Montemor.
Depois da
Reconquista
Cristã,
Montemor
continuou
pujante na
construção
da sua
grandeza
histórica.
Em 1212, D.
Teresa,
filha de D.
Sancho,
atribuiu
Carta de
Foral à
vila,
designando-a
por Montis
Maioria-o-Velho.
Nos séculos
subjacentes
construiram-se
muitos
edifícios -
Convento dos
Anjos,
Igreja da
Misericórdia,
Hospital
Velho e
outros -,
hoje
considerados
de grande
valor
arquitectónico.
Montemor
registou
algumas
figuras
ilustres: o
viajante
Diogo de
Azambuja,
sepultado no
Convento dos
Anjos; os
escritores
Jorge de
Montemor,
Fernão
Mendes
Pinto,
Francisco de
Pina e Melo,
Afonso
Duarte; e a
actriz Ester
de Carvalho,
patrona do
Teatro de
Montemor.
António
Breda
Carvalho, in
"Montemor-o-Velho
- Percursos
Literários";
edição da
Câmara
Municipal de
Montemor-o-Velho,
1996
Os
Degolados de
Montemor-o-Velho
— Lenda
coimbrã nas
palavras
deste vosso
companheiro
de pena.
Esta lenda
aconteceu em
tempos muito
antigos,
quando, em
848,
Montemor-o-Velho
foi retomada
aos Mouros
pelo rei
Ramiro de
Leão. Depois
da contenda,
o soberano
de Leão
resolveu
visitar um
seu parente,
o abade D.
João, que
vivia no
Mosteiro de
Lorvão.
Aquando da
sua chegada,
apurou que o
Mosteiro
estava em
ruínas e que
os frades
viviam na
mais plena
mofina,
cheios de
fome e de
frio, devido
às
conflagrações
ininterruptas
que
assolavam a
região.
Querendo
beneficiar
os devotos,
doou-lhes as
rendas de
Montemor e
alguns
campos em
redor da
vila, com a
condição de
no Mosteiro
quedarem
alguns
monges-guerreiros
para defesa
da vila.
Passado
algum tempo,
os
sarracenos
voltaram a
atacar e
sitiaram
Montemor
durante
muito tempo,
começando os
bens a
escassear.
Com a ameaça
de uma
rendição
forçada e
temendo os
vitupérios
que seriam
feitos aos
velhos, às
mulheres e
às crianças,
cada homem
reuniu a
família e,
ordenando as
suas almas a
Deus,
degolou
todos os
seus
membros, um
a um, com o
coração
atassalhado.
Após este
acto
sangrento
prepararam-se
para a
derradeira
pugna, no
exterior da
fortaleza,
na qual
tinham a
convicção de
perecer.
Mas, para
grande
surpresa de
todos e
talvez
porque
extinta a
família já
não tinham
nada a
perder, os
cristãos
pelejaram
sem medo e
venceram
esta
batalha.
Desolados,
os homens
choraram a
vitória pelo
sacrifício
vão das suas
famílias
mas, quando
se abeiravam
das portas
da fortaleza
gritos de
alegria
ecoaram no
ar.
Aguardavam-nos
vivos os
parentes que
antes tinham
sido
degolados e
este grande
milagre
ficou para
sempre na
memória do
povo
português
através da
lenda dos
Degolados de
Montemor-o-Velho.
Oliveira do
Hospital –
(Concelho de
Coimbra)

Povoação
muito
antiga, foi
doada por D.
Teresa à
Ordem do
Hospital,
facto que
deu origem a
este
topónimo. D.
Manuel l,
outorgou-lhe
foral novo
em 1512.
Pertenceu
aos
cavaleiros
do Hospital,
mais tarde
chamados de
Rodes e de
Malta. Aqui
nasceram
algumas
figuras
notáveis da
Ordem.
Situa-se
numa suave
vertente do
rio de
Cavalos, em
região
planáltica
com cerca de
470 metros
de altitude,
já nas
faldas da
Serra da
Estrela.
«Do,
Arquivo
Nacional –
1936»: “É
vila de
fundação
anterior à
nacionalidade
e, segundo
Fr.
Anastácio de
Figueiredo,
o seu nome
tem origem
em que a
vila de
Oliveira foi
pertença da
Ordem de
Malta, que
primitivamente
se chamou
dos
Hospitalários
de São João
de
Jerusalém, e
como no País
havia outras
terras
denominadas
Oliveira,
para
diferenciar
esta das
outras se
lhe chamou
Oliveira do
Hospital.
Oliveira do
Hospital
Oliveira do
Hospital, 4
de Agosto de
1934
Texto
publicado em
1934 na
publicação
semanal "
Voz de
Oliveira "
No primeiro
quartel do
século XII
existia em
terras de
Seia, uma
insignificante
pobla (póvoa)
tendo a Este
a aldeia
denominada
Sampaio de
Garamácios,
e a Oeste a
conhecida
pelo nome de
Bonadela
ambas
paroquias
autónomas.
Essa pobla
era situada
no pendor
Sudoeste
duma colina,
em cujo sopé
meridional
se estendia
um comprido
vale de
terreno
alagadiço e
pantanoso,
qu vinha
contornando,
desde
Nordeste de
Sampaio até
Sudoeste da
dita pobla.
Pelo
decorrer do
tempo veio a
desaparecer
esse grande
pantano ou
ulveira ( do
latim
ulvária
derivada de
ulva alga
vegetação
palustre, +
suf.-aria)
pela
abertura
duma vala
longitudinal,
que se
colheu e
esgotou as
aguas, que
até ali
enxarcavam
os terrenos,
e pelo
rasgamento
duma
abertura ao
fundo, por
onde as
aguas
ficaram
tendo
francasaida
precipitando-se
pelo salto
da Quebrança
no vale da
Bovadela.
Foi dessa
grande
ulveira, que
a pobla, a
que nos
vimos
referindo,
tomou o
nome, porque
era
conhecida a
designada -
Ulvária,
depois de
Ulvaira e
por Ulveira.
A rainha D.
Teresa, mãi
do primeiro
rei de
Portugal D.
Afonso
Henriques aí
pouco depois
do ano de
1120, doou
uma herdade
que possuia
entre
Ulveira e
Bovadela, à
Ordem do
Espital de
S. João de
Jerusalem.
Seria grande
e
importante,
ou pequena e
pobre essa
herdade ?
Não se sabe,
pois não
temos outros
esclarecimentos.
Pelo nome de
herdade se
designava,
tanto uma
propriedade
pequena e
insignificante,
como uma
grande, e
até um
conjunto de
propriedades,
por vezes
separadas e
sitas em
lugares
afastados
uns dos
outros.Seja
como fôr,
essa
herdade,
sita a
Ocidente de
Ulveira, mas
no seu
termo, foi o
embrião que,
desenvolvendo-se,
veio a dar
umas das
mais
importantes
comendas,
que a Ordem
dos
hospitalarios
possuiu em
Portugal.
Senhora
desta
herdade em
Ulveira, a
Ordem do
hospital
principou
logo a
alargar os
seus
dominios
nesta
região, por
compras,
doações e
outras
formas de
aquisição de
terras,
casais,
jurisdições
etc., e isto
tão
rapidamente,
que em breve
toda a pobla
de Ulveira e
o território
circundante
era pertença
dos
hospitalarios,
com excepção
apenas dum
ou doutro
casal,
pouquissimos
que
continuaram
sendo
realengos. O
proprio
padroado
eclesiastico
da igreja,
paroquial de
Sanhoane (S.
João) de
Ulveira, era
da Ordem, e
o facto
desta
primitiva
igreja Ter
por titular
S. João,
patrono da
Ordem de S.
João de
Jerusalem,
ou do
Hospital,
faz-nos
suspeitar,
que seria
por esse
tempo que a
pobla se
erigiu em
paroquia,
sendo já a
Ordem que
construiu e
fez benzer a
respectiva
igreja
paroquial. O
que é certo
é que, daqui
em diante,
esta aldeia
de Ulveira,
para se
distinguir
doutras
povoações de
igual
denominação
entre as
quais de
contavam
duas aqui
bem perto -
S. Miguel de
Ulveira
(hoje Vila
Nova de
Oiiveirinha)
e Ulveira do
Conde (agora
Oliveira do
Conde)
principou a
ser chamada
Ulveira do
Espital,
decorando se
com o nome
da Ordem a
que
pertencia e
os seus
habitantes,
caseiros ou
foreiros dos
hospitalarios,
eram
comumente
designados
pela
denominação
especifica
de homens do
Espital. Não
era a
paróquia
constituida
apenas pela
aldeia de
Ulveira do
Espital.
Mais trez
aldeias,
colocadas
nos vertices
dum
triangulo,
dentro do
qual ficava
Ulveira,
formavam a
paroquia com
a sede
nesta, que
era central.
Havia a sul
a aldeia de
Garamácios,
onde em
tempo de D.
Afonso
Henriques
residiu Dom
Chavão (Domuns
Flaviano),
rico homem
das terras
de Seia,
isto é, o
chefe, o
governador
civil, o
representante
do rei no
vasto
distrito de
Seia, o qual
vivia
habitualmente
na sua casa
de
Garamácios
com grande
ostentação e
numerosos
familiares -
parentes,
soldados,
peões,
cavaleiros,
criados,
servos,
etc., etc.
Era ele que
tinha os
direitos de
padroado
eclesiastico
na vizinha
paroquia de
Sampaio, a
qual ainda
hoje
conserva, de
Sampaio de
Garamácios
ou de
Gramaços. A
aldeia onde
morava Dom
Chavão, nada
tinha com a
Ordem do
Hospital. O
rico-homem,
e depois os
seus
descendentes
e herdeiros,
nenhumas
contribuições
pagavam, nem
ao rei, nem
à Ordem, mas
os outros
habitantes
de
Garamácios
ou Gramaços,
que não
pertenciam à
familia de
Dom Chavão,
todos
pagavam ao
rei as
contribuições
tradicionais
de voz, de
coima, de
colheita,
etc. Eram
tambem
elementos
constitutivos
da paroquia
de Ulveira
do Espital
as duas
aldeias de
Gavios de
Jussãa (de
baixo) e
Gavios de
Jussãa (de
cima), que
ainda
conservam,
com pequena
alteração, o
nome proprio,
porque já
então eram
conhecidas (Gavios,
donde
Gavinos,
donde
Gavinios, e
por fim,
Gavinhos).
Gavios de
Jussãa (de
baixo)
tambem
passou em
breve às
mãos dos
hospitalarios.
Gavios de
Jussãa (de
cima)
pertencia,
em grande
parte, aos
decendentes
do
rico-homem
Dom Chavão.
A Ordem do
Hospital
adquiriu
também uma
importante
herdade,
sita entre
Gavinhos de
Baixo e
Bobadela,
denominada a
Castanheira,
e ali fundou
uma aldeia,
conhecida
por este
nome, a qual
fazia parte
da paroquia
de Ulveira,
que assim
ficou sendo
constituida
por cinco
aldeias
distintas e
separadas, a
ultima das
quais, com o
decorrer dos
séculos,
veio a
desaparecer
completamente.
O territorio
onde
assentavam
estas
aldeias, e o
que as
circundava,
era muito
fertil e
rico, e os
homens do
Espital ali
moradores,
muito
agenciadores
e
laboriosos,
não se
descuidavam
em o
cultivar.
Assim é que,
ao
realizarem-se
nas terras
de Seia, de
que fazia
parta este
região, as
Inquirições
de D. Afonso
III, em
1258,
encontramos
os homens de
Ulveira do
Espital a
cultivarem
muitas teras
de pão, e
principalmente
muitas
vinhas, não
só no
território
da paroquia
de Ulveira,
mas também
no da
Bonadela, e
até na Riba
de Alvia
(Ribeira de
Alva) no
termo de
Pena- Alvia.
Os homens do
Hospital,
moradores em
Gavos de
Jussãa
também
cultivavam
terras no
termo de
Lagos, e os
da
Castanheira
(que estava
cercada de
herdades
regalengas)
no termo de
Travanca.
Embpra
pertencessem
ao Hospital
os homens
que
cultivavam
essas terras
regalengas,
eles pagavam
ao rei as
devidas
contribuições
de voz, de
coima, de
colheita,
etc., mas
pelos casais
e terras que
possuiam e
cultivavam
no termo da
aldeia de
Ulveira,
nada pagavam
aos
cobradores
régios, eram
isentos de
todas as
contribuições
regalengas,
e
apenasdavam
à Ordem do
Hospital os
foros e
prestações
que lhe eram
devidos; os
homens do
hospital de
Gaveos de
Jussãa,
porém, sendo
isentos de
todas as
outras
contribuições
reais,
pagavam
entretanto
todos os
anos a
contribuição
chamada
colheita. Os
proprietarios
estranhos à
Ordem que
possuiam
herdades
suas na vila
e paroquia
de Ulveira
do Espital,
pagavam por
estas ao rei
as
contribuições
ordinarias.
Em 1288,
quando aqui
se
realizavam
as
Inquirições
de D. Denis,
ao serem as
testemunhas perguntadas-sse
em esta
ffreguisya (Parrochia
sancte
crucis de
Ulvaria do
Sprital) há
casa de
canaleyro ou
de dona ou
doutro homem
alguu que
sse defenda
per honrra -
respondeu a
testemunha
Domingos
Martins,
sendo este
depoimento
confirmado
por mais
nove
testemunhas
ajuramentadas,
que-há hj
huna aldeia
que chamam
ulveyra do
espital e
outra que
chamam
Gauyos de
Jusãao. E
disse que
som ambas
herdamento
do espital.
E disse que
sempre dos
seus dias
trazem por
honra que
non entra hj
Moordomo del
Rey nem
peictam
(pagam) ende
a El Rey voz
nem Cooymba.
E disse que
trage hj ho
espital sseu
Moordomo e
sseu Juiz. E
disse que
ssenpre dos
seus dias as
uyo asy
trazer por
honrra que
nunca hj
uyon entrar
Moordomo del
Rey nem lhy
peitar
(pagar) ende
voz nem
Cooymha. E
disse que
ssempre dos
seus dias o
uyou asy
trazer por
honra pero
disse que
Gavios de
Jussão dam
colheyta
ende.
Perguntado
sse estas
aldeayas
forom
honrradas
per Rey
disse que
non que o el
ssoubesse.
Perguntado
de que tenpo
disse que o
non ssabya
sse non que
o uyou asy
nosar do
tempo que
sse acordaua.
E disse que
acordaua bem
L. (cincoenta)
anos. Item
disse que há
hj outra
aldeya que
chamam
Gavios de
sussãao. E
disse que
entra hj o
Moordomo de
El Rey E
peytam end a
boz. E a
cooymha pero
disse que em
termho de
ulueyra há
herdamentos
del Rey
honde lhe
fazem fforo
e non lho
negam.
Inquir, de
D. Denis fol.
66). Note-se
que a
colheita era
contribuição
bastante
pesada.
Passou por
varias
vicissitudes,
mas nesse
tempo
achava-se
geralmente
reduzida a
dinheiro,
que se
pagava no
dia 1 de
Maio de cada
ano;
entretanto
alguns
concelhos
privilegiados
tinham
dispensa de
tal
prestação,
devendo
apenas
pagá-la em
generos,
para
sustentação
do rei e da
sua
comitiva,
algum ano em
que,
porventura,
acertasse de
passar pela
terra o
monarca. A
titulo de
exemplo,
citarei os
concelhos de
Lourosa e de
Vila-Pouca,
actualmente
integrados
no de
Oliveira do
Hospital,
que ambos
estavam
nestas
condições,
pagando
sómente
quando o rei
por aqui
passasse, a
colheita em
generos,
descrita nas
Inquirições
de D. Afonso
III e nas de
D. Denis.
Transcrevamos:
De lourosa
uj c
(trezentos)
paães e de
njnho uj
(seis)
puçaaes E
som pela
nossa medida
uj (três)
puçaaes e
três almudes
e seys vasos
E de cenada.
V (cinco)
moyos. E som
pela nossa
medida uijo
(quatro)
muos E hua
vaca e dous
porcos e V
(cinco)
carneyros e
dous
cabritos E
dous leytões
E XX (vinte)
galinhas E
dozentos
ouos e duas
restes
dalhos E
duas de
cebollas E
hun almude
de manteiga
E hun almude
de mel e hun
almude de
vinagre E
hun almude
de sal E
lenha que
anonde E por
açafram e
pimenta e
hun
maranidil, (Inquir.
De D. Afonso
III. Liv. 4
fol.
27).Note-se
que as
medidas de
líquidos e
sólidos,
referidos
neste
apontamento
- puçal,
almude,
vaso, moio -
variam muito
em
capacidade
de concelho
para
concelho,
embora
vizinhos.
Ainda hoje,
na colheita
de pensões e
de foros, no
nosso
concelho, se
faz uso
praticamente
do alqueire
de Seia, do
da Bobadela,
e do Casal,
diferentes
entre si. Já
ao tempo das
referidas
Inquirições
de D. Denis
(1288) havia
sido mudado,
como vimos
na
trascrição
acima feira,
o titular da
igreja
paroquial,
pois nelas
aparece a
nossa
freguesia
denominada
Parrochia
sancte
crucis de
Ulvaria do
Sprital.
Como
explicar a
substituição
do Patrono
geral da
Ordem de S.
João de
Jerusalem,
pelo titulo
especial da
Santa Cruz?
Temos de
reconhecer o
facto, que é
incontestável,
embora não
saibamos
explicá-lo.
A festa da
Exaltação da
Santa Cruz
celebrava-se
em Jerusalem
com grande
pompa,
comemorando
a retituição
feita pelos
Persas da
Cruz do
Redentor, e
a entrada
triunfal e
solenissima
que no
século VII
fez com ela
o próprio
imperador do
Oriente
Herachio em
Jerusalem,
colocando-a
no templo do
monte
Calvário. As
autoridades
da Ordem do
Hospital
assinaram
título,
talvez na
ocasião de a
reconstruirem,
pois a
primitiva
devia ser
muito
pequena, de
dimensões
talvez duma
insignificante
capela.
Ainda hoje a
igreja
paroquial de
Oliveira
vonserva o
mesmo título
da Exaltação
da Santa
Cruz. No
decorrer dos
tempos,
Ulveira
foi-se
desenvolvendo,
foi ganhando
importancia
à sombra da
grande,
poderosa e
gloriosissima
Ordem de S.
João de
Jerusalem, a
mais
importante e
estimada das
três Ordens
militares
que em
Jerusalem se
fundaram
após a
tomada e
restauração
da cidade
santa pelos
Cruzados, a
15 de
Julho
de 1099 - a
do Hospital,
a do templo,
e a do Santo
Sepulcro. A Ordemm do
Hospital de
S. João de
Jerusalem,
simplesmente
Ordem do
Hospital,
depois da
conquista da
cidade santa
pelos
árabes,
passou a ser
também
conhecida e
designada
pelos nomes
dos locais
em que
sucessivamente
se foi
fixando a
sua Casa-mãi
ou convento
principal,
cabeça da
mesma
milicia.
Assim é que
primeiro se
chamou de
Acre até
1310;
depois, até
1522 os seus
cavaleiros
denominavam-se
de Rodes;
por fim,
desde 1530,
ficou sendo
conhecida
pela
designação
de Ordem de
Malta até à
actualidade,
apesar de já
não terem a
sua séde
nesta ilha
desde 1793.
Quando a
Casa-mãi da
Ordem estava
na ilha de
Rodes, foi
seu alto
dignitário
um cavaleiro
muito
distinto o
notável,
oriundo de
Ulveira do
Espital, que
chegou a
acumular
grandes
cargos e
dignidades
em Portugal,
e na Ordem
dos
hospitalarios.
Era Fr.
André do
Amaral, 7º
neto do
nosso já
conhecido
Dom Chavão,
rico homem
das terras
de Seia que
tivera a sua
casa em
Gramaços, e
5º neto do
cavaleiro
Domingos
Joanes, cuja
capela
tumular
ainda existe
contigua a
igreja
paroquial.
Nesta se
veem as
figuras de
Domingos
Joanes e de
sua mulher
Domingas
Sabachais,
nas
magnificas
estátuas dos
respectivos
túmulos, e
repetidas no
retábulo do
altar.Também
ali existe,
colocada
numa insula
ao fundo da
capela, uma
pequena
estátua
equestre
extremamente
interessante,
representando
o mesmo
cavaleiro
com o seu
escudo
blasenado no
braço
esquerdo,
completamente
armado e
equipado
para entrar
em combate.
São
esculturas
de alto
valor, que
merecem todo
o cuidado de
guarda e
conservação,
e que devem
ser vistas e
admiradas
por todas as
pessoas
cultas e
entendidas,
que passem
pela nossa
terra. Na
época em que
Fr. André do
Amaral
estava no
apogeu do
seu
prestígio, a
vila de
Ulveira do
Espital, foi
por el-rei
D. Manuel I
honrada com
um foral, em
data de 27
de Fevereiro
de 1514, e
um ano
depois, a
pedido de Fr.
André,
mandou o
monarca
venturoso ao
seu primeiro
rei de
armas, que
fosse à
igreja de
Santa Cruz
da dita
vila,
visitar a
capela
tumular de
Domingos
Joanes; e
ver e tomar
nota das
armas dêste
cavaleiro,
ali
esculpidas.
Realizada
esta visita
e inspecção,
e dado
testemunho
pelo rei de
armas, foi
então
passada a
notável
carta de
brasão de
armas em
data de 23
de Abril de
1515,
autorizando
Fr. André a
usar o dito
escudo,
assim
descrito: Em
campo azul
uma aspa de
prata, enire
quatro
flores de
lis de ouro.
Pouco depois
desta época
é que, por
uma falsa
aproximação,
se
transformou
a antiga
denominação
de Ulveira
na de
Oliveira. A
importancia
da vila de
Oliveira do
Hospital
vinha-lhe do
facto de ser
séde duma
comenda
muito
valiosa e
opulenta, do
génio activo
e agenciador
dos seus
habitantes,
e da
abundancia e
fertilidade
do seu
terreno
cuidadosamente
agricultado
e explorado.
Enxuta agora
a grande
ulveira, que
dera o nome
à povoação e
transformada
em
fertílissimas
propriedades
aumentara
muito a
produção de
hervas para
o gado, de
cereais,
hortaliça e
frutas, para
alimentação
dos
habitantes.
Era a vila
de Oliveira
séde dum
minusculo
concelho e
julgado,
pois o
Municipio
não se
estendia
além do
termo da
paroquia,
senão para
Este,
compreendendo
a vizinha
freguesia de
S. Paio de
Gramaços.
Achava-se,
por assim
dizer,
comprimido
num apertado
circulo de
pequenos
Municipios,
que formavam
corôa ao de
Oliveira.
Estes
concelhos
foram
extintos na
complexa e
hesitante
reorganização
administrativa
do país,
sucessivamente
operada pelo
decreto nº
23 de 16 de
Maio de
1832, lei de
25 de Abril
de 1835,
decretos de
6 de
Novembro e
31 de
Dezembro de
1836, lei de
29 de
Outubro de
1840 decreto
de 18 de
Março de
1842 e lei
de 29 de
Maio de
1843.
Ultimada
esta
reorganização,
ficou o
concelho de
Oliveira do
Hospital
constituido
por nove
freguesias,
incluindo a
da séde.
Ei-las
dispostas
pela ordem
alfabetica:-Bobadela,
Lagares,
Lagiosa,
Lagos,
Menuge,
Nogueira,
Oliveira, S.
Paio e
Travanca.
Assim se
encontrava
constituido
o Municipio
no meado do
século XIX;
em
modificações
posteriores
foi
acrescentado
com onze
freguesias
mais:-
Aldeia das
Dez, Alvôco
de Varzeas,
Avô, Ervedal,
Lourosa,
Penalva,
Santa Ovaia,
S. Gião, S.
Sebatião da
Feira, Seixa,
e Vila
Pouca,
Ficou, pois
definitivamente
até à
actualidade,
abrangendo
vinte
freguesias.
Por decreto
de 23 de
Dezembro de
1875 foi a
vila de
Oliveira do
Hospital
erigida em
cabeça de
comarca.
Pampilhosa
da Serra –
(Concelho do
Distrito de
Coimbra)

Foi
elevada à
categoria de
vila por D.
Dinis em
1308. D.
João l
confirmou
este título
e
concedeu-lhe
privilégios.
D. Manuel l,
outorgou-lhe
foral novo
em 1513.
Vila
desde 1308,
Pampilhosa
da Serra tem
progredido
relativamente
pouco devido
à sua
difícil
situação
geográfica,
pois está
isolada nas
profundezas
de um vale
entre
montanhas
actualmente
revestidas
de pinhal. O
pinhal não
existiu
sempre.
Antigamente,
havia aqui
castanheiros
e matas de
medronheiros,
e os
terrenos
baldios
ocupavam 7%
da área do
concelho.
Foi nos
princípios
do século
passado que
se semearam
alguns
pinhais que
rapidamente
alastraram.
Na parte
baixa da
vila,
atravessada
pelo rio
Unhais, fica
o centro da
povoação.
Aqui se
encontram a
Câmara
Municipal e
a Igreja
Matriz.
Pampilhosa
da Serra,
deve ser um
derivado de
pampilho,
nome de
várias
plantas, com
o sufuxo oso,
na forma
feminina.
Temos, pois,
terra
Pampilhosa,
isto é,
cheia de
pampilhos.
Pampilhosa
da Serra
As primeiras
manifestações
da presença
do homem
registadas
na região
actualmente
ocupada pelo
concelho de
Pampilhosa
da Serra
datam dos
finais do
2º.
milénio/inícios
do 1º.
milénio
A.C., fase
já adiantada
da
Pré-História.
Do período
do Bronze
Final
existem
muitos
vestígios e
achados
arqueológicos
( fragmentos
de cerâmica,
vestígios de
minas,
monumentos
funerários,
etc), cujo
levantamento
foi feito
pelos
arqueólogos
Carlos
Batata e
Filomena
Gaspar.
Do período
Romano, não
apareceram
ainda
quaiquer
vestígios,
embora se
saiba que a
ocupação
romana
chegou até
bem perto de
Pampilhosa
da Serra,
nomeadamente
até ao
vizinho
concelho de
Arganil.
Assim sendo,
será quase
certa a
presença
deste povo
no
território
hoje ocupado
pelo
concelho de
Pampilhosa
da Serra. O
mesmo não
podemos
dizer da
presença
árabe, pois
como é
sabido a
ocupação
muçulmana
chegou até
ao Mondego,
sem contudo
se ter
verificado a
sua expansão
até às
regiões
montanhosas
do interior.
O nome
Pampilhosa
da Serra é
relativamente
recente.
Originariamente
o concelho
era
designado
apenas pelo
nome de
Pampilhosa
que, de
acordo com
alguns
autores, tem
a sua origem
etimológica
no vocábulo
pampilho
(nome de
planta
campestre
idêntica ao
malmequer).
O acrescento
"da Serra"
foi criado
no século
XIX para
distingui-la
de
Pampilhosa
do Botão
(Mealhada).
As origens
deste
concelho
remontam ao
período
medieval. D.
Dinis terá
concedido à
Pampilhosa o
título de
vila em
1308, mas o
foral
medieval foi
dado por
Pessoa
Particular.
Em 1380, D.
Fernando
anexou-a ao
julgado da
Covilhã. Em
10 de Abril
de 1385,
quando se
reuniam em
Coimbra as
cortes que
aclamaram o
rei D. João
I, os
homens-bons
da
Pampilhosa,
que nunca
quiseram
sujeitar-se
à hegemonia
da Covilhã,
recorreram
ao soberano
e obtiveram
dele uma
carta, que
não só lhes
confirmava
as antigas
liberdades e
pregorrativas
como
confirmou à
Pampilhosa o
título de
vila. Em
consequência
sobreveio
longa
demanda com
a Covilhã
que terminou
em 1499, com
a autonomia
judicial da
vila.
D. Manuel I
deu-lhe
foral novo
em 1513.
Também neste
período se
instituiram
a
Misericórdia
e a
Albergaria
por
iniciativa
de alguns
pampilhosenses.
Com a
reforma da
divisão
territorial,
adoptada
pelo Decreto
de 24 de
Outubro de
1855, o
concelho de
Pampilhosa
foi
alargado,
adquirindo
as
freguesias
de Dornelas,
Fajão,
Janeiro de
Baixo,
Unhais-o-Velho
e Vidual (do
concelho de
Fajão) e a
de Portela
do Fojo (do
concelho de
Alvares).
Pampilhosa
da Serra
Os primeiros
vestígios da
presença do
Homem no
concelho de
Pampilhosa
da Serra
datam de uma
fase tardia
da
Pré-História
recente:
finais do 2º
milénio,
inícios do
1º milénio
a.c., fase
já adiantada
da
Pré-História.
Como
escrevem
Carlos
Batata e
Filomena
Gaspar no
Levantamento
Arqueológico
do Concelho
de
Pampilhosa
da Serra ,
publicado em
1994,
«devido às
características
geográficas,
geomorfológicas
e agrícolas,
a área
parece
ter-se
mostrado,
desde sempre
pouco
propícia à
fixação e
desenvolvimento
de
comunidades
humanas».
As origens
do concelho
remontam à
Idade Média,
época em
que, fruto
da
exploração
mineira, se
regista o
aparecimento
de povoações
como, Fajão,
Pampilhosa,
Signo Samo,
Unhais-o-Velho
e,
eventualmente
Boiças e
Dornelas do
Zêzere. Data
igualmente
desta época
a
atribuição,
por Pessoa
Particular
de foral à
Pampilhosa;
tendo-lhe,
posteriormente,
D. Dinis
concedido o
título de
Vila.
Já em 1380,
D. Fernando
vem a anexar
Pampilhosa
ao julgado
da Covilhã.
A 10 de
Abril de
1423,
Pampilhosa
vê
confirmados
os seus
títulos de
Vila,
através de
diploma
emanado por
D. João I.
Na sequência
deste
diploma
régio
sobreveio
longa
demanda com
a Covilhã, a
qual só
viria a
terminar em
1499, com a
autonomia
judicial de
Pampilhosa.
A 20 de
Outubro de
1513, D.
Manuel
concede-lhe
foral novo.
Pela
publicação
do Decreto
de 24 de
Outubro de
1855,
diploma que
procedeu à
reforma de
divisão
territorial,
o concelho
de
Pampilhosa
foi
ampliado,
passando a
pertencer-lhe
as
freguesias
de Dornelas,
Fajão,
Janeiro de
Baixo,
Unhais-o-Velho
e Vidual
(até então
pertencentes
ao concelho
de Fajão) e
a de Portela
do Fojo (do
concelho de
Alvares).
O nome
Pampilhosa
tem, de
acordo com
alguns
autores,
origem
etimológica
no vocábulo
pampilho
(planta
idêntica ao
malmequer).
Pampilhosa
passa a
designar-se
Pampilhosa
da Serra, só
no Séc. XIX,
por forma a
distingui-la
de
Pampilhosa
do Botão.
(FONTE :
Cristina
Antunes,
Roteiro do
Concelho,
CMPS,1998)
Penacova –
(Concelho do
Distrito de
Coimbra)

Vila
muito
antiga, cuja
fundação
remonta ao
período da
primeira
reconquista,
recebeu
foral de D.
Sancho l em
1193,
confirmado
por D.
Sancho ll,
em 1217. D.
Manuel l
outorgou-lhe
foral novo
em 1513.
A
sul da vila,
em posição
de dominar
todo o rio,
eleva-se o
morro
outrora
ocupado pelo
castelo.
Este teria
sido
construído
nos séculos
lX – X e
desempenhou
importante
papel nas
lutas com os
muçulmanos,
devendo ter
sofrido
alguns
reveses,
pois a vila
acabou por
ter de ser
repovoada no
tempo de D.
Sancho l. O
seu
povoamento
é, porém,
bastante
anterior,
devendo
remontar ao
período da
cultura
castreja.
Com o avanço
da
Reconquista
para sul, o
castelo
perdeu
importância,
acabando por
cair em
ruínas e
desaparecer
por
completo.
«Memória
Histórica
Corográfica
do Distrito
de Coimbra
(Dicionário
Corográfico
de Portugal
Continental
e Insular)
de Américo
Costa
(1943)»:
“Eis uma das
povoações
mais antigas
de Portugal,
senão que da
Península;
di-lo o seu
próprio
nome,
derivado de
Pen
cantábrico,
que soa como
rupes ou
mons
praeruttus
no latim,
peña no
espanhol, e
no português
penha, ou
monte
escarpado;
pois nestes
tais
edificavam
os primeiros
habitantes
de Espanha
suas
povoações
acasteladas.
A três
léguas ao N.
E. de
Coimbra,
sobre uma
montanha,
cujos pés
lava o rio
Mondego,
está situada
esta nobre,
se bem
decrépita
vila,
patenteando
nas ruínas
de seus
edifícios,
que a sua
idade áurea
já a
encobrem os
séculos, que
volveram.
O
título de
vila é nela
muito
antigo.
«Grande
Enciclopédia
Portuguesa e
Brasileira»:
“É de crer
que nesse
monte (aqui
seria o de
São Bártolo
(ou
Bartolomeu),
em cuja
encosta se
situa a
igreja de
São Martinho
de Penacova,
tivesse sido
edificada
qualquer
“pena” ou
pequeno
castelo…
E ao
lugar de
Miro, na
“cova” de um
pequeno
ribeiro
tributário
de Vizela
(“cova” que
adjectivamente
formou com
“pena” o
topónimo), e
a pouca
distância da
igreja de
Penacova”.
Penacova
Quando terão
chegado os
fundadores
de Penacova?
Quem eram,
de onde
vinham, que
razões ou
motivos os
levaram a
fixar-se
ali?
Incógnitas
apesar do
esforço e
das
tentativas
de alguns e
de muitas
hipóteses
inventadas.
Do longo
período que
medeia a
presumível
fundação da
vila e a
data do
primeiro
documento
que se
refere à
vila do
Mondego de
1105
ter-se-ão
passados
séculos?
Muitos?
Poucos ou
nenhuns?. O
citado
documento
relata uma
contenda
entre os
habitantes
de Penacova
e os monges
do mosteiro
do Lorvão.
Foi questão
muito grave,
provavelmente
acerca do
senhorio de
terras ou
tributos,
que obrigou
o próprio D.
Afonso
Henriques a
intervir
pessoalmente
e impor a
reconciliação,
segundo o
referido
documento,
transcrito
pelo P. e C.
da Costa.
Encontram-se
espalhados
pela área do
concelho
vestígios da
presença ou
passagem de
povos bem
diferentes:
dos Fenícios
aos Árabes,
contudo
estes povos
nunca se
chegaram a
estabelecer
com carácter
definitivo
e, por isso
não surgiu
nenhuma
povoação de
importância.
Como
preocupação
dominante de
quem
pretende
historiar
qualquer
acontecimento
consiste em
localizá-lo,
no espaço e
no tempo:
onde e
quando?
Quando tais
preocupações
dizem
respeito ao
aparecimento
de
povoações,
quase sempre
separado por
longos
séculos,
todas as
respostas se
tornaram
difíceis. É
certo que o
grau de
dificuldade
varia com as
perguntas:
geralmente
fácil
localizar
geograficamente
a
fundação,
mais difícil
situá-la no
tempo,
muitas vezes
impossível
descobrir as
motivações
que levavam
à escolha,
não raro,
até saber
quem a
promoveu.
No caso de
Penacova,
paralelo
aliás, ao de
todas as
terras do
país
nascidas
antes ou nos
primeiro
tempos da
monarquia,
qualquer
tentativa de
reconstituição
se revela
inútil. Os
documentos
se existem,
se existem,
são poucos
ou, não
raro,
contraditórios;
a tradição
por sua vez,
adulterou-se
ou
perdeu-se,
ao longo do
tempo; e o
estudioso ou
interessado
não tem
outro
caminho
senão o de
alinhar
hipóteses,
mais ou
menos
prováveis,
de acordo
com os
conhecimentos
que tem da
vida,
costumes e
necessidades
desses
tempos,
porventura
muito
operosas e
convincentes
mas sem
perder a
precária
condição de
meras
suposições.
Sem esforço,
pode
concluir-se,
que já no
tempo do
Conde D.
Henrique e,
portanto,
antes da
Fundação da
monarquia e
do
nascimento
de Portugal,
Penacova
existia e
era povoação
importante.
De facto,
atendendo a
que os ricos
e orgulhosos
Frades de S.
Bernardo
estavam no
período mais
brilhante da
sua
permanência
em Lorvão,
cheios de
honrarias e
de força,
toma-se
necessário
reconhecer
que só quem
gozasse de
algum
prestígio
poderia
chegar a
discutir-lhes
alguma
coisa. Por
outro lado
também não
era qualquer
demanda (tão
frequentes,
já naquele
tempo) que
merecia
intervenção
Régia.
Em 1105,
portanto
surge a
primeira
referência
documental
da
existência
de Penacova,
de onde se
conclui que
a vila é, ao
tempo terra
importante e
que a sua
fundação
há-de vir de
longe,
agravando as
dificuldades.
Desses
tempos
remotos só
resta o
silencio e
um ou outro
documento
relativo a
factos
isolados
geralmente à
volta de
grandes
figuras ou
cidades. A
memória das
coisas
diluiu-se no
tempo e só
associando o
pouco que
nos chegou
ao
conhecimento,
com muito
cuidado, é
possível
fazer um
pouco de luz
sobre esse
passado, tão
longe.
Sabemos que
Coimbra (a
pouco mais
de 20
quilómetros
de Penacova)
era uma das
povoações
mais
importantes
da Península
Ibérica,
sobretudo no
tempo dos
romanos e
mouros; que
o mosteiro
de Lorvão,
por seu
lado, foi
construído
em data
incerta mas
situada
algures pelo
século VI,
antes da
invasão
muçulmana, e
que, ao
tempo em que
estes
tomaram
Coimbra, se
tornou um
centro
importante
de
Moçarabismo
(lembramos
que Moçarabe
era o
habitante da
Peninsula
que, durante
o domínio
dos mouros,
aceitava a
cultura e o
modo de vida
destes sem,
contudo,
renegar a
sua fé): e
ainda, que
as povoações
mais
pequenas iam
aparecendo
em lugares
estratégicos,
junto aos
grandes
castelos ou
mosteiros,
onde podiam
refugiar-se
quando as
suas terras
eram
invadidas
por inimigos
(convém não
esquecer que
a peninsula
foi palco de
constantes
migrações,
muitas vezes
violentas,
desde os
tempos
pré-celtas
até aos
súbditos de
Roma e aos
povos de
origem
germânica,
asiática e
africana!).
Sabemos,
também, que
o nome de
Penacova vem
do
cantábrico
PEN - quase
(ainda em
fins do
século
passado .se
escrevia
PENA - COVA,
possível
evolução de
PEN A COVA)
ou de PENA,
de origem
germânica,
(que
significava
"pequeno
castelo".
Ora a
primeira
hipotese
terá deixa
supor que a
vila terá
sido
construída
(ou
reconstruída)
por
populações
vindas dos
Cantábricos
o que seria
muito
provável nos
tempos da
reconquista
aos mouros,
com a vinda
dos povos de
todo o
centro e
norte da
península,
atraídos
pelas
regalias que
lhes eram
concedidas
nas terras
recentemente
(re)conquistadas.
Nesse tempo
já existia o
apoio do
Mosteiro de
Lorvão, o
rei de
Coimbra era
mouro e
tolerava o
culto da
religião
católica e
não admira
que se
tenham
fixado em
Penacova e
na região. A
segunda
hipótese
permite
supor que a
fundação da
Vila é mais
remota, do
tempo dos
invasores de
origem
germânica e,
portanto,
muito
anterior ao
tempo dos
Muçulmanos.
Por outro
lado leva a
concluir que
Penacova
teve castelo
nos seus
primeiros
tempos ou,
pequeno
castelo.
Isto não
deixa de ser
curioso,
porque Pinho
Leal (que
não se pode
considerar
um
investigador
mas tem o
mérito,
inegável, de
ter
divulgado
tudo o que
se sabia
acerca de
inumeráveis
terras do
país - no
.século
passado) é o
único
historiador
a afirmar
que Penacova
teve
castelo. Diz
ele que a
vila teve o
seu
"remotíssimo
castelo no
monte sul",
onde depois
se construiu
a Igreja
Matriz. A
ser verdade,
teríamos de
recuar ainda
mais no
tempo e
situar a
fundação da
Vila mais
longe. Não é
de crer que,
sendo a vila
fortificada
e
encontrando-se
no corredor
onde
passaram,
sucessivamente
mouros e
cristãos nos
tempos da
reconquista,
não fosse
referida nas
crónicas
dessas
lutas.
Portanto, já
então o
castelo
teria
desaparecido,
talvez
nalguma
invasão
anterior.
Em suma: não
é possível
ir além de
meras
suposições
ainda que os
factos
apontados
nos deixem
concluir que
a fundação
da vila é
antiquíssima,
possível
desde o
tempo das
primeiras
invasões.
Coimbra
seria a
sombra
protectora.
E nos
alvores da
fundação de
Portugal,
Penacova era
terra
importante,
a ponto de
merecer as
atenções do
futuro Rei.
O segundo
documento
conhecido
que se
refere
directamente
a Penacova
e, ainda, do
século XII,
embora quase
um século
posterior.
Trata-se do
foral da
Vila,
concedido
por D.
Sancho I em
1193 (ou
1192,
segundo diz
Pinho Leal).
O seu
interesse é
muito maior,
podendo-se
afirmar, sem
exagero, que
é o
documento
mais
importante
da história
de Penacova.
Como se
sabe, os
forais
daquele
tempo eram
cartas nas
quais o rei
ou os
senhores
muito
poderosos
indicavam
normas que
regiam a
justiça e a
vida social
das
povoações
que lhes
pertenciam,
além de
concederem
sempre,
amplos
privilégios
e garantias
aos
moradores.
Assim se
conseguia
que as
famílias se
unissem e
prendessem a
determinada
povoação,
fixando
residência e
colaborando
na sua
defesa e
progresso. E
foi graças
ao foral que
Penacova
cresceu,
nesses
tempos
difíceis,
porque
antes, em
data
imprecisa
mas situada
na segunda
metade do
século XII,
todos os
antigos
habitantes
abandonavam
a terra. Não
conhecemos
as razões
mas sabemos
que foi isso
que levou D.
Sancho a
conceder o
foral. O
facto aliás,
confirma o
que dissemos
atrás acerca
da
importância
de Penacova.
Não só o
repovoamento
foi imediato
e
acompanhado
do foral
como, pouco
depois, D.
Afonso II
tomou a
iniciativa
de
confirmá-lo
ao passar
por Coimbra
em 6 de
Novembro de
1217.
Relembrando
mais uma vez
o que foi
dito,
parece-nos
digna de
atenção
outra
hipótese que
virá
confirmar a
origem
antiquíssima
da vila, a
origem
germânica do
topónimo e
dos
fundadores,
a existência
do castelo e
a sua
projecção,
nesse tempo.
É bem
possível,
afinal que
ao tempo da
reconquista
a Vila tenha
sido
destruída
com o seu
castelo e
que tenha
entrado em
declínio que
iria
arrastar-se
durante
longos anos
e culminar
no abandono
total ao
tempo de D.
Sancho I e
que as
atenções que
logo mereceu
a este
monarca como
aliás, já
tinha
merecido ao
pai, D.
Afonso
Henriques
reflectiam a
tal
projecção,
vinda dos
melhores
tempos.
Segue-se
novo e longo
período de
silêncio que
vai até
século XVI,
quando
reinava D.
Manuel I. Os
condicionalismos
eram outros,
o estilo de
vida
evoluíra e o
rei decidiu
reformar
todos os
forais.
Penacova
teve "Foral
Novo" em 31
de Dezembro
de 1513
passado em
Lisboa. O
conteúdo é
muito
diferente do
primeiro,
porque o rei
não se
preocupa
agora em
atrair
moradores às
povoações
concedendo-lhes
regalias,
mas em
acautelar os
seus
interesses
regulando o
pagamento
dos
impostos.
Por isso os
novos forais
quase se
limitam a
definir
questões de
ordem fiscal
e jurídica.
O Mosteiro
de Lorvão
(que
desempenhou
um papel
histórico na
reconquista
de Coimbra
em 1064) foi
fundado três
séculos
antes da
instauração
de
Nacionalidade.
Nele tiveram
clausura as
infantas
beatificadas
D. Teresa e
D. Sancha,
filhas de D
Sancho I.
Ali repousam
os seus
restos
mortais em
dois belos
túmulos de
prata
lavrada.
A igreja no
estilo
Joanino de
Mafra, e uma
construção
do século
XVIII. No
entanto o
que desperta
mais a
atenção do
visitante é
o célebre
cadeiral e
na sala do
capítulo um
pequeno
museu com
algumas
peças de
grande valor
artístico. A
Igreja
Matriz
também data
do primeiro
ano do
século -
1500.
Não há
documentos
que relatem
pormenores
da
construção
ou de quem a
promoveu.
Sabe-se da
data através
de
inscrições
nalgumas
lápides. De
resto,
encontram-se
na sacristia
alguns
trabalhos em
pedra, muito
curiosos,
atribuído ao
celebre João
de Ruão e
pouco mais.
Consta que a
primitiva
Igreja
Paroquial de
Penacova foi
a Capela de
Nossa
Senhora da
Guia e que
se construiu
a nova
Matriz no
séc. XVI por
aquela se
tornar
pequena e se
encontrar
num sítio
incómodo. Um
certo
Plácido
Castanheira
de Moura
teve, ainda,
intenção de
construir
uma Igreja
nova com a
mesma
devoção mas
a morte
surpreendeu-o
antes de
iniciar tal
projecto
Deixou,
entretanto
algumas
fazendas à
capela.
Outra
construção
muito antiga
e importante
foi o
conhecido
Paço dos
Duques do
Cadaval ou,
com maior
fidelidade
dos Condes
de Odemira,
seus
primeiros
proprietários.
Os membros
desta nobre
família
foram os
primeiros
donatários
de Penacova,
passando
mais tarde
para os
Senhores de
Tentugal,
depois
Duques do
Cadaval.
As justiças
da vila
dependiam do
Ouvidor de
Tentúgal
antes de
passarem à
Jurisdição
do
Corregedor
de Coimbra.
Até ao ano
de 1855
apenas cinco
freguesias
faziam parte
do concelho
de Penacova
onde aliás
se mantêm.
Eram além de
Penacova,
Carvalho,
Figueira de
Lorvão,
Lorvão e
Sazes. Nesta
data a
fisionomia
do concelho
alterou-se
profundamente
em
consequência
das grandes
Reformas
Administrativas
em que
aquele
século foi
pródigo.
Foram
criadas
suprimidas
ou
reagrupadas
muitas das
autarquias
locais por
todo o país.
Muitos
concelhos.
Às
freguesias
sucedeu a
mesma coisa
desapareceram
umas,
surgiram
outras mas
em número
incomparavelmente
menor. As
aldeias/povoações
andaram de
freguesia em
freguesia,
hoje numa,
amanhã
noutra ao
sabor de
caprichos e
interesses
menores.
Penacova
conheceu
grandes
benefícios
continuou
sede de
concelho e
recebeu,
para a sua
Jurisdição
mais quatro
freguesias
sem perder
qualquer das
que já
integravam o
seu pequeno
concelho.
Farinha
Podre (que
tinha sido
concelho até
há pouco,
como se verá
na história
da
freguesia,
hoje
designada S.
Pedro de
Alva), Friúmes,
Oliveira do
Cunhedo
(actualmente
como se sabe
Oliveira do
Mondego) e
Travanca.
Surgiram
depois
outras
reformas que
não
afectaram o
concelho de
Penacova
mas, ao
findar do
século, mais
duas
freguesias
vieram
enriquecer o
concelho: S.
Paio da
Farinha
Podre (hoje
S. Paio do
Mondego) e
Paradela da
Cortiça.
Foi em 1898
e, desde
então até
aos nossos
dias o
concelho de
Penacova não
conheceu
outras
alterações,
ficando os
seus 219,76
Km2
quadrados
distribuídos
pelas onze
freguesias
que o
constituem.
Penela –
(Concelho de
Coimbra)

D.
Afonso
Henriques
concedeu-lhe
foral em
1137,
renovado por
D. Afonso ll,
em 1217.
Posteriormente
foi-lhe
outorgado
novo foral
por D.
Manuel l, em
1514.
O
seu Castelo,
foi
provavelmente
edificado
pelo conde
D. Sisenando
em 1080 e
sofreu
reconstruções
nos séculos
XlV e XV.
Apoiada em
rochas
alcantiladas,
a construção
desenha um
polígono
irregular e
alongado.
Conserva
várias
torres e
portas,
nomeadamente
a Porta da
Traição.
Teve
grande
importância
como guarda
avançada de
Coimbra. Do
alto das
suas torres
e muralhas
observa-se
uma bela
perspectiva
da região,
sendo nítida
a diferença
geográfica
entre o
norte e o
sul. O foral
que o nosso
primeiro rei
lhe
concedeu,
concedia
certos
privilégios
aos seus
moradores,
no intuito
de para ali
atrair mais
população.
«José Leite
de
Vasconcelos
em “Lições
de Filologia
Portuguesa –
1928”»: “Num
selo do
século Xlll,
que existe
na Torre do
Tombo,
lê-se, na
orla
Sigillum
Concilii de
Penella, e
vê-se no
campo, entre
dois
escudetes
das quinas,
uma pena de
escrever,
isto é, uma
pena de ave.
Quis-se,
pois,
considerar a
palavra
Penela
diminutivo
de pena (de
ave), o que
é manifesta
inexactidão;
Penela é,
sim,
diminutivo,
mas de pena,
na acepção
de pedra”.
Penela
Situada
entre
Coimbra e
Tomar, em
plena
artéria
rodoviária
que liga a
Lusa Atenas
ao burgo
banhado pelo
rio Nabão, e
a cerca de
três dezenas
de
quilómetros
da primeira,
surge a vila
de Penela,
situada na
encosta
poente de um
monte entre
as cotas 230
e 290
metros,
local
preciso da
Torre de
Menagem do
Velho
Castelo,
ex-libris da
monumentalidade
do concelho.
Fundado
ainda antes
da
nacionalidade,
teve o seu
primeiro
foral em
Julho de
1137,
concedido
por D.
Afonso
Henriques,
sendo
portanto um
dos
Municípios
mais antigos
do País. A
este facto
(concessão
do Foral)
não terá
sido alheia
a grande
importância
estratégica
de Penela no
contexto da
reconquista.
Etimologicamente,
o termo
Penela, é,
segundo o
antiquário
Santa Rosa
de Viterbo,
diminutivo
de Peña,
Pena ou
penha, e
significava
na Baixa
Latinidade,
o cabeço,
monte ou
rochedo.
Tendo em
atenção
estudos
feitos aos
vestígios
existentes,
é de crer
que na
origem do
Castelo de
Penela
estivesse um
Castro
lusitano
posteriormente
aproveitado
pelos
Romanos
aquando da
sua
conquista,
no século I
A. C.
À História
de Penela
crê-se
estarem
ainda
associadas
as passagens
sucessivas
dos
Vândalos,
destruidores
da fortaleza
construída
pelos
Romanos; dos
Mouros, que
tomaram o
Castelo de
Penela no
séc. VIII e
das tropas
de Fernando
Magno (Rei
de Leão),
tendo a
fortificação
ficado sob o
poder do
Conde D.
Sesnando,
primeiro
Governador
de Coimbra
(depois da
Reconquista
em 1064), a
quem se deve
a construção
de um forte
castelo
medieval no
interior da
fortaleza
moura já
existente.
O foral de
D. Afonso
Henriques,
de 1137,
concedia
certos
privilégios
aos seus
moradores no
intuito de
para aqui
atrair mais
população.
O Castelo de
Penela,
ergue-se
sobre um
penhasco e
é, depois do
de
Montemor-o-Velho,
o mais amplo
e forte que
resta da
linha
defensiva do
Mondego.
Tomado pelos
Mouros já
depois de
1137, veio a
ser
definitivamente
reconquistado
em 1148. Foi
contudo D.
Sancho I
quem, em
1187, deu
nova vida ao
já histórico
castelo,
mandando-o
repovoar. A
torre de
menagem foi
mandada
erigir por
D. Dinis,
aquando duma
nova
reparação.
Ressalta da
longa
História do
Concelho, um
episódio
bastante
frisante do
claro apoio
popular com
que contou
D. João,
Mestre de
Avis, na
crise de
1383/1385:
sendo senhor
de Penela o
Conde de
Viana do
Alentejo, D.
João Afonso
Telo,
claramente a
favor de D.
Beatriz,
casada com o
Rei de
Castela,
decidiu o
povo
defender e
apoiar o seu
Rei
amotinando-se,
sendo
célebre um
tal Caspirro,
por ter
assassinado
o Conde.
Logo a
seguir,
Penela envia
os seus
procuradores
às Cortes de
Coimbra de
1385, a fim
de elegerem
o Mestre,
futuro D.
João I. Este
ao fazer
doações aos
seus filhos,
criou o
título de
Duque de
Coimbra para
o seu filho
D. Pedro,
destinando-lhe Penela e o
seu termo.
Turismo
Penela, alva
e histórica,
desde sempre
abraçada ao
morro do seu
lindíssimo
Castelo com
origens no
Século XII,
deslumbra
com as suas
torres e
muralhas,
com o ar
medieval das
suas ruas e
vielas
decoradas de
arcos, casas
solarengas,
pequenos
jardins e
Oragos que
desvendam
tesouros de
outros
tempos, como
a Igreja
Matriz de
São Miguel,
no interior
do Castelo,
ou a Igreja
Matriz de
Santa
Eufémia.
Depois
espraia-se o
olhar e
descobre-se
o perfil
suave do
lendário
monte do
Germanelo
com as suas
ruínas do
antigo
castelo do
século XII,
ou o
miradouro da
Senhora do
Outeiro, ou
os Solares
da Vila do
Espinhal, o
Pelourinho
de Podentes,
ou a doçura
fértil dos
campos do
Dueça.
A descoberta
da "Villa"
romana do
Rabaçal e os
trabalhos
arqueológicos
iniciados em
1985,
trouxeram
aos nossos
olhos uma
magnífica
quinta do
Séc. IV
Império
Romano.
Leia mais em
http://www.cm-penela.pt
Os
Ferreiros de
Penela
Muito perto
de Penela
existem dois
montes
elevados, em
forma de
cone, que a
lenda diz
terem sido
habitados
por dois
irmãos
ferreiros,
Melo e
Jerumelo.
Estando cada
um em seu
monte com a
sua
respectiva
forja,
possuíam
apenas um
martelo do
qual se
serviam
alternadamente.
A distância
entre o topo
dos dois
montes era
curta, assim
de dois
quilómetros
mais ou
menos, e os
dois irmãos
atiravam o
martelo um
ao outro
quando dele
precisavam.
Decerto que
já
perceberam
que estes
irmãos eram
gigantes
porque de
outro modo
não teriam
força para
atirar o
martelo. Um
dia,
Jerumelo
zangou-se
com o irmão
e atirou-lhe
o malho com
tanta força
que este se
desconjuntou,
caindo o
ferro na
encosta do
monte Melo
com tanta
força que
lhe fez
brotar uma
fonte de
água férrea.
O cabo de
madeira de
zambujo foi
espetar-se
na terra a
dois
quilómetros
de
distância,
fazendo
nascer um
zambujo, que
veio dar o
nome à
povoação de
Zambujal. A
prova de que
esta
história tem
um fundo
verdadeiro
está nas
ruínas da
forja do
irmão Melo,
que ainda
hoje se
encontram no
cimo do
monte com o
mesmo nome.
Soure –
Concelho do
Distrito de
Coimbra)

Recebeu em
1111 carta
de foral de
D. Henrique
e D. Teresa
e em 1128
foi doada à
Ordem dos
Templários.
D. Manuel l
concedeu-lhe
foral novo
em 1513.
Origem do
Nome:
“No tempo
dos romanos
se chamou
Saurium,
devastada
pelos
mouros,
reconquistada
pelas hostes
cristãs e
repovoada
pelo Conde
D. Henrique,
que em 1111
lhe concedeu
foral. A
designação
de hoje
dever ter
provindo de
Saurium,
vocábulo que
em bons
dicionários
latinos
(Bento
Pereira e
outros)
aparece como
nome
próprio,
correspondente
a SOURE”.
(Dr. Xavier
Fernandes –
1944).
“Deve ser o
mesmo o caso
de Soure sem
querer se
atender a
razões de
outra ordem
que o Dr. J.
da Silveira
pudera ter
apresentado:
Saurio,
Sourio,
Souro,
Soure. (A
forma Souri,
se não for
antes
latinização
de Soure, já
existente,
representa a
analogia,
forçosa,
então com
todos os
topónimos
genitivos
hoje em e ,
e então em –
i). Mas,
seja como
for, a
enorme
antiguidade
do topónimo
é manifesta,
quer na
hipótese
greco.romana
quer na
pré-romana
(ou
céltica)”.
(Dr. J.
Vilhena
Barbosa –
1862).
Aqui, o
principal
protagonista
da paisagem
é o rio
Mondego. São
dele os
vastos
campos de
uma e de
outra
margens,
conhecidos
por campos
de Coimbra,
de Montemor
ou, muito
simplesmente,
por o Campo.
São terrenos
férteis,
propícios
aos arrozais
que se
estendem a
perder de
vista, mas
não seguros,
já que as
grandes
cheias tudo
alagam e
destroem. O
Mondego,
também
chamado de
Basófias na
gíria
popular, uma
vez que tão
depressa
leva um
fiozinho de
água como um
caudal
devastador,
está, porém,
em vias de
ser domado
através de
barragens e
outras obras
de
hidráulica.
Os acidentes
de terreno
nestes
concelhos de
Montemor-o-Velho
e Soure são
poucos,
subindo os
montes mais
alto a cotas
pouco
superiores
aos 100
metros. A
norte
estendem-se
já as terras
da Gândara.
Lá mais para
o sul,
seguindo a
bacia do rio
Anços
(afluente do
Mondego),
revelan-se
as serras do
Rabaçal e da
senhora da
Estrela, de
penedias e
terras
pobres,
primeiros
contrafortes
da serra de
Sicó.
Devido à
facilidade
de
penetração e
porque
constituía
uma
importante
linha
avançada da
defesa de
Coimbra,
esta região
foi, em
tempos
medievos,
palco de
renhidas
lutas e
devastações
entre mouros
e cristãos.
Montemor-o-Velho,
Santa Olaia
e Soure são
castelos
cheios de
lendas
épicas e
ricos de
História.
A vila de
Soure
encontra-se
situada numa
baixa fértil
junto à
confluência
dos rios
Arunca,
Anços e Arão,
pequenos
afluentes do
rio Mondego.
Existem na
zona vários
vestígios
arqueológicos
que atestam
a ocupação
na época
luso-romana.
O que resta
do Castelo é
testemunho
mudo de
antigas
glórias e
misérias, de
renhidos
combates com
os mouros,
que algumas
vezes o
arrasaram.
Os
acontecimentos
desta época
conturbada
são
descritos na
Vita S.
Martini
Sauriensis,
redigida no
século Xll
por um
eclesiástico
local. D.
Teresa
restaurou a
vila e D.
Afonso
henriques
doou-a aos
Templários.
D. Sancho l
deixou em
testamento
ao Mosteiro
de Santa
Cruz de
Coimbra, em
1211, as
suas “éguas
de Soure”, o
que comprova
a criação de
equídeos
nessa época.
Aliás, a
pecuária é
ainda hoje,
a par da
agricultura,
o principal
esteio da
economia
local. O
cultivo do
arroz é
preponderante
e deu lugar
ao
estabelecimento
de fábricas
de descasque
e
empacotamento
na Granja do
Ulmeiro e na
Quinta do
Cadaval.
Entre outras
actividades,
existem em
Soure a
exploração
de minas de
gesso e de
pedreiras e
a tecelagem
de linho em
Paleão. Na
povoação do
Espírito
Santo
realiza-se,
no Domingo
de mesma
invocação,
uma
procissão em
que o andor
do patrono é
completa e
artisticamente
enfeitado
com milhares
de pinhões.
OUTRAS
LOCALIDADES
PRÓXIMAS
PEREIRA:
Vila de
origem
medieval, D.
Dinis
outorgou-lhe
foral em
1282,
posteriormente
confirmado
por D.
Manuel l em
1513. D.
João ll
deixou em
testamento
Pereira e o
seu reguengo
a seu filho
natural D.
Jorge,
através do
qual passou
para os
Duques de
Aveiro, em
cuja posse
se manteve
até ao
atentado
contra D.
José l, em
que esta
família
esteve
implicada.
Após esse
acontecimento
o Marquês de
Pombal
ordenou a
destruição
dos
edifícios
pertencentes
aos
donatários,
subsistindo
apenas a
casa do
celeiro, com
a pedra de
armas da
família
sobre a
porta
alpendrada.
A Igreja
Matriz,
dedicada a
Santo
Estevão, foi
erigida em
finais do
século XVl,
sofrendo
posteriores
intervenções
mas
conservando
o primitivo
portal de
arco
semicircular.
O interior é
de três
naves,
separadas
por arcadas
sobre
colunas,
sendo a
capela-mor
coberta por
uma abóbada
de pedra em
caixotões.
Das capelas
secundárias
destaca-se a
do
sacramento,
que abre
para a nave
através de
um arco
oblíquo
decorado e
contém ao
centro um
altar de
talha, em
forma de
baldaquino,
apoiado em
quatro
colunas. A
Misericórdia,
constituída
pela Igreja
e Casa do
Despacho,
foi erigida
entre 1729 e
1758.
(Pereira foi
uma das
primeiras
povoações
portuguesas
a Ter
Misericórdia,
logo depois
da fundação
pela rainha
D. Leonor de
Lencastre
(mulher de
D. João ll),
em 1498,
destas
beneméritas
instituições).
Na fachada
do templo
abre-se o
portal,
flanqueado
por dois
pares de
colunas
coríntias e
encimado por
um frontão
com volutas
sobre as
quais
assntam as
esculturas
que
representam
a Esperança
e a
Caridade,
ladeando um
baixo-relevo
da Senhora
da
Misericórdia.
O interior,
de nave
única,
apresenta um
revestimento
de azulejos
azuis e
brancos de
fabrico
coimbrão dos
finais do
século XVlll
e, na
capela-mor,
azulejos
policromos
com cenas da
vida
mariana. A
Casa do
Despacho é
flanqueada
por duas
colunas
jónicas,
destacando-se
no interior
uma tela do
século XVlll
sobre a
Visitação.
TENTÚGAL:
Povoação
referida já
no século X,
foi
provavelmente
o berço do
conde
moçárabe D.
Sesnando,
primeiro
governador
de Coimbra
depois dessa
cidade aos
mouros em
1064. Em
1108 recebeu
carta de
povoamento
do Conde D.
Henrique e
de D. Teresa
e foral de
D. Afonso
lll em 1263,
reformado em
1515 por D.
Manuel l . O
seu senhorio
pertenceu
aos Duques
do Cadaval,
que ainda
hoje aí
conservam
propriedades.
O Paço
Ducal,
actualmente
em ruínas,
foi
incendiado
pelas tropas
liberais em
1834,
subsistindo
apenas vãos
góticos de
portas e
janelas de
arco
quebrado, as
chaminés e
uma varanda
alpendrada,
para além do
celeiro, que
data de
finais do
século XVl.
A Igreja
matriz,
dedicada a
Nossa
Senhora da
Assunção,
sofreu
profundas
remodelações
nos séculos
XVl e XVll
mas conserva
a fachada e
a torre do
período
quatrocentista,
com portas
de arco
quebrado.
Fundado em
meados do
século XVl,
o Convento
de Nossa
Senhora da
Natividade,
que
pertenceu às
Carmelitas
Calçadas,
sofreu
alterações
na centúria
seguinte que
lhe
imprimiram o
carácter
actual.
Neste
convento
surgiu o
fabrico dos
conhecidos
pastéis de
Tentúgal,
continuado
por
seculares
depois do
desaparecimento
das últimas
religiosas.
“Tentúgal
toda a rir
de casas
brancas” –
escreveu o
escritor
António
Nobre sobre
esta
povoação
simpática,
onde se
respira
ainda,
apesar de
algumas
construções
modernas, o
ar de velho
burgo de
outros
tempos.
Edifícios
vetustos
dão-lhe
carácter e
atestam a
sua
antiguidade.
É a povoação
deste
itenerário
que
conservou
maior número
de moradias
construídas
entre o
século XVl e
seguinte. O
Paço dos
Duques do
Cadaval, a
sul da
povoação,
fala-nos dos
seus antigos
donatários.
O vizinho
lugar da
Póvoa de
Santa
Cristina, de
igual
antiguidade,
recebeu
foral de d.
Afonso ll em
1265 e teve
um convento
franciscano.
VERRIDE : É
antiquíssima
povoação,
que já foi
habitada
pelos
romanos com
o nome de
Ulmar.
Ignora-se
geralmente
as causas da
mudança do
nome. A que
lhe atribui
o povo é
simplesmente
pueril, e
até
inacreditável.
Diz que
certo
capitão, que
por nome não
perca,
chegado ao
ponto mais
elevado do
Ulmar,
apontou
Montemor a
seus
soldados, e
lhes bradou:
- “VER ?
IDE” . Pelos
modos o
capitão
reservava
para si o
papel de
espectador,
e antecipava
a célebre
frase de D.
João V . “Ai
rico
corpinho da
minh’alma
...”. Neste
monte
apareceu uma
lápida
sepulcral em
remotos
tempos, e
nela julgam
os naturais
da povoação
achar base
segura à sua
historieta
de mudança
de nome.
Contornado o
morro de
Santa Olaia,
agora
ocupado pela
Capela de
Santa
Eulália e
outrora por
um castro
proto-histórico
e fortíssimo
castelo
medieval,
encontra-se
Ereira –
terra que as
cheias do
rio
transformaram
em ilha - ,
onde a casa
do escritor
poeta Afonso
Duarte
Recorda a
sua memória,
e, mais
acima,
alcandroada
num outeiro,
Verride,
mais uma das
muitas
povoações
que no
passado
foram sede
de concelho-
À entrada de
Verride
ergue-se a
Capela de
São
Sebastião,
onde se
celebra a
festa da
praxe no dia
do seu
patrono e da
qual se pode
apreciar um
belo
panorama
sobre os
arrozais e
as povoações
limítrofes.
Circundam a
freguesia
excelentes
pomares, e,
não longe,
situam-se
algumas
quintas
solarengas,
actualmente
em ruínas.
Ao fundo do
vale formado
pelos montes
de Verride e
Reveles
encontra-se
a Fonte de
Brulho, de
águas
alcalino-gasosas.
VILA NOVA DE
ANÇOS : Foi
sede de um
concelho,
extinto em
1836, com
foral
manuelino de
1514. Doada
por D.
Fernando a
Vasco de
Camões,
foram mais
tarde
donatários
de Vila Nova
de Anços os
Duques do
Cadaval,
cujo paço,
embora
alterado,
ainda se
conserva, o
mesmo
sucedendo
com o
pelourinho.
Está situada
na margem
direita do
rio Anços,
ou Soure,
voltando-se
de forma
airosa para
os campos
alagadiços
deste rio,
atapetado de
arrozais e
hortas.
ARAZEDE :
Situada na
planície
gandaresa,
esta
povoação de
comprovada
antiguidade
é referida
no
testamento
de D.
Sesnando,
datado de
1087, e numa
doação feita
em 1112 ao
Mosteiro de
Lorvão. Os
seus
donatários
foram o
Mosteiro de
Santa Cruz
de Coimbra e
a
Universidade.
Foi sede do
extinto
concelho,
com foral
dado por D.
Manuel l em
1514. A
agricultura
e a pecuária
são as
principais
ocupações
dos seus
habitantes.
REVELES :
Outrora sede
de
freguesia,
Reveles é
hoje um
lugar
pertencente
a
Abrunheira.
Situa-se
sobre um
monte, na
margem sul
do antigo
leito do rio
Mondego. Do
adro da sua
Igreja
matriz
desfruta-se
um
surpreendente
panorama
sobre os
campos e o
rio, com
seus
meandros e
curvas,
deste a foz
até próximo
de Coimbra.
Avultam como
fundo as
alturas das
serras da
Boa Viagem,
Buçaco e
Roxo. Um
pouco abaixo
e num
pequeno
promontório
sobre o rio
Mondego
encontra-se
a Capelinha
da Senhora
da Saúde,
que se
avista do
mar alto e é
de grande
devoção dos
pescadores.
Estes até
costumam vir
aqui em
romagem, de
barco, antes
de partirem
para grandes
viagens.
Tábua –
(Concelho do
Distrito de
Coimbra)

Mais
do que uma
povoação, o
nome de
Tábua
designava
pequeno
território
englobando
diversos
bairros,
como Silhada,
Alvarelhos,
Fundo da
Vila e
outros. É
uma vila
airosa,
embora
modesta, e
as suas
moradias
estendem-se
ao longo da
rua
principal
por entre
arvoredo e
terras de
lavoura
verdejantes.
Junto ao
Fundo de
Vila, em
posição
aprazível,
mas sem
grandes
horizontes,
situa-se a
Igreja
Matriz e em
frente, no
vasto
terreiro que
é palco de
mercados e
feiras.
«Do
“Domingo
Ilustrado –
1902»:
“Deriva o
nome do
concelho de
uma ponte de
madeira, que
esteve onde
actualmente
o Mondego é
atravessado
por uma
bonita ponte
de cantaria
lavrada, com
cinco
arcos”.
«Xavier
Fernandes em
Topónimos e
Gentílicos
(1944)»:
“Parece
tratar-se do
nome comum,
tábua,
aplicado
toponimicamente
e, neste
caso, o
étimo é o
latim tabula”.
Vila
Nova de
Poiares –
(Concelho do
Distrito de
Coimbra)

O
povoamento
desta
localidade
até ao
século Xll
deve
atribuir-se
ao Mosteiro
de Lorvão.
O
topónimo,
que designa
este
concelho,
parece
derivar de
poiais,
plural de
poiais,
assento de
pedra ou
terra de
cultura
pequena, em
socalcos.
Corresponde
à vasta
concha que
fica entre
as serras do
Carvalho e
do Bidueiro,
tendo a sul
os
contrafortes
da Serra da
Lousã. O
nome
tradicional
da sede do
concelho era
o de Santo
André de
Poiares,
modificado
para Vila
Nova em
1905, quando
da sua
elevação à
categoria de
vila. O
povoamento
desta
região, pelo
menos desde
meados do
século lX, é
atestado por
documentos
do Mosteiro
do Lorvão.
Nas
Inquirições
de 1258, vem
mencionada a
Albergaria
de Poiares,
que D.
Sancho l
contemplou
no seu
testamento
com 200
maravedis.
«Da
Grande
Enciclopédia
Portuguesa e
Brasileira»:
“ A
designação
Vila Nova
nada tem com
a
antiguidade
em vista,
pois que se
reporta
puramente ao
municipalismo
local,
datando da
elevação da
sede do
concelho de
Poiares (já
de si
recentemente)
a vila, em
17-Vlll-1905.
Nada pode,
pois, ver-se
nela a
alusão comum
à “vila”, no
sentido
territorial-agrário,
que vigorou,
com menor
evolução e
diferenças,
até depois
dos meados
do século
Xlll,
sensivelmente.
Em todo o
caso, não
deve
negar-se que
por aqui
existisse
antes da
Nacionalidade
qualquer
“villa”
nesse
sentido ou,
pelo menos,
que o acento
da actual
vila se
incluísse
numa …
Poiares é um
topónimo,
talvez de
sentido
arqueológico,
plural de
“poiar”
(latim
Podiale -,
ou talvez um
derivado de
“poio” ou de
forma
vizinha do
latim podiu
-, com o
sufixo – ar,
antiquíssimo,
já fixado no
século X na
toponímia),
mas de
interpretação
obscura”.
Trabalho e pesquisa de
Carlos Leite Ribeiro –
Marinha Grande -
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