Concelhos deste
Distrito: Amares,
Barcelos, Braga
(concelho de),
Cabeceiras de Basto,
Celorico de Basto,
Esposende, Fafe,
Guimarães,
Póvoa do Lanhoso,
Terras de Bouro,
Vieira do Minho,
Vila Nova de
Famalicão,
Vila Verde, Vizela.
O Distrito de Braga
pertencente à
província
tradicional do
Minho. Limita a
norte com o Distrito
de Viana do Castelo
e com Espanha, a
leste com o Distrito
de Vila Real, a sul
com o Distrito do
Porto e a oeste com
o oceano Atlântico.
Área: 2673 km² .
Capital e Sede de
distrito: a cidade
de Braga.
Apontamento do ano
de 1900 (Jornal do
Comércio): “Distrito
de Braga, formado de
uma parte da antiga
província do Minho,
com uma superfície
de 2.693 Km2 e uma
população de 357.200
habitantes. O
distrito compreende
13 concelhos e 517
freguesias. Os
concelhos: Amares,
Barcelos, Braga,
Cabeceiras de Basto,
Celorico de Basto,
Esposende, Fafe,
Guimarães , Póvoa do
Lanhoso, Terras de
Bouro, Vieira, Vila
Nova de Famalicão e
Vila Verde.
Povoações
principais: Braga,
Guimarães e
Barcelos. As suas
serras principais:
Cabreira (1.276 m) e
Gerês (1.442 m). Na
sua formação
geológica predomina
o granito. É banhado
pelos rios: Vizela,
Ave, Este, Cavado,
Homem e Neiva.
Excelentes pastos,
gado bovino,
produtos agrícolas,
incluindo os
melhores vinhos
verdes do País.
Indústrias
importantes como a
dos chapéus,
curtumes, tecidos e
cutelaria.
Braga – (Concelho do
Distrito de Braga)

Cidade de
remotíssimas
origens, que perdem
nas brumas de muito
milénios de
existência, não
conserva tantos
monumentos como
seria de esperar da
importância de que
sempre gozou, de
sede de convento
jurídico romano, de
capital da Galícia,
cabeça do Reino
Suevo-Bracarense,
metrópole
eclesiástica,
perdida e
restaurada, elevada
a sé primacial. As
invasões que sofreu
no decorrer dos
tempos, determinou a
perda irreparável de
muitos dos seus
valores artísticos.
É, porém notável
ainda o que nos foi
legado.
Por vezes, Braga é
designada pela
autonomásia de Roma
portuguesa, tal a
sua importância
eclesiástica.
Nas suas cercanias
orientais, há
vestígios de uma
citânia. Aí seria o
primeiro núcleo
urbano e ponto de
partida da cidade de
hoje. Durante a
romanização, teve
grande incremento. A
administração
imperial elevou-a à
categoria de cabeça
de um conventus
juridicus. Era então
a prestigiosa
Bracara Augusta.
Diversas vias aí
convergiam; a mais
importante seria a
de Astorga, passando
por Chaves e Venda
Nova.
Desfeito o Império
Romano, a cidade
caiu em poder dos
Suevos, que deve
fizeram por algum
tempo a sua capital.
Era a época
tremenda, em que
Idácio, Bispo de
Chaves e Orósio,
bispo bracarense,
escreviam as suas
memórias e
meditações.
Nos meados do século
Vl os visigodos
arrebataram-na e
puseram-na a saque.
Em 716 com a invasão
mourisca, sofreu
novas depredações.
A sua reconstrução
foi lenta. Pois só
no século Xl a
antiga capital
eclesiástica passara
à posse definitiva
dos cristão, sendo
restaurada por D.
Pedro, de (1070 a
1093) o primeiro
bispo restituído a
Braga, já no tempo
de Sancho 2º, rei de
Leão.
Nos fins do século
Xll ficaram sendo
sufragâneos de Braga
os bispados
espanhóis de Astorga,
Tui, Lugo, Orense e
Mondonhedo, e os
portugueses do
Porto, Coimbra e
Viseu, talvez até ao
século XV.
À sombra da Sé
catedral e ao abrigo
dos muros foi
crescendo, pouco a
pouco, a
colectividade
bracarense que
formava parte da
hoste dos primazes
cujo báculo não
excluía o gládio.
Na tomada de Lisboa,
em 1147, no segundo
cerco de Alcácer do
Sal em 1218, na
batalha do Salado em
1340, na derrota do
infante galego
Castro, na passagem
do rio Leça em 1336,
os arcebispos de
Braga tiveram a sua
tenda e reconhecido
quinhão na luta. O
avô do condestável,
D. Gonçalo Pereira,
que esteve na
batalha do Salado,
reforçou, durante a
sua prelazia, no
segundo quartel do
século XlV, a defesa
da cidade,
levantando a
cidadela.
Depois Braga
conheceu períodos de
fulgor intelectual e
artístico e crises
de administração
civil e episcopal.
Vindo juntar-se a
estas últimas, em
1809, Ada segunda
invasão francesa,
que pôs Braga a
saque. E durante a
Guerra Civil, Braga
serviu por algum
tempo de
quartel-general de
D. Miguel.
Por ocasião da
Patuleia, a cidade
voltou a viver dias
de grande
perturbações.
Importando ainda
mencionar o
movimento político
do 18 de Maio de
1926, chefiado pelo
General Gomes da
Costa que pôs termo
à vigência da
constituição
política de 1911 e
implantou no País a
Ditadura Militar.
Opinião sobre a
origem do nome:
«Prof. Vasco Botelho
do Amaral, em O Povo
e a Língua (1949):
“Braga provém do
chamadoiro do trajo
usado pelos
primitivos
habitantes a chamada
braca. Quando, já no
domínio romano,
Braga passou a
denominar-se Bracara
e, quando ganhou a
estima e a protecção
de César Augusto,
Bracara Augusta e
nomeou. A
transformação de
Braca em Braga é
perfeitamente
explicável pelo
abrandamento da
consoante forte “c”
em branda “g” (por
exemplo: lacu –
lago).»
Braga
A ocupação humana da
região onde se
integra o município
de Braga remonta a
milhares de anos,
estando documentada
por vestígios que
adquirem
monumentalidade a
partir do período
megalítico.
Na época
correspondente à
Idade do Ferro,
desenvolveu-se a
denominada "cultura
castreja",
característica do
povo "brácaro" que
ocupava
estrategicamente
sítios fortificados
nos pontos altos do
relevo.
O processo de
romanização
iniciou-se por volta
do ano 200 A.C.,
consolidando-se a
partir dos
primórdios da nossa
era, com a fundação
da primeira cidade
de Braga - Bracara
Augusta.
A partir do século
V, as invasões
bárbaras (povos:
Suevo e Visigodo),
trouxeram à região
profunda conturbação
que se prolongou com
os Árabes até finais
do século VIII, só
se iniciando o
processo
reorganizativo nos
finais do século
seguinte.
Cerca de 1070, D.
Pedro, primeiro
Bispo de Braga,
reorganiza a
Diocese, conhecendo
a cidade e a área
envolvente um clima
de franco
fortalecimento das
suas estruturas
fundamentais.
A urbe vai-se
desenvolvendo em
torno da Catedral
circunscrita ao
núcleo amuralhado e
sucessivamente
fortificado ( D.
Henrique, D. Dinis e
D. Fernando), não
sofre significativa
expansão.
Braga no século XVI,
é uma cidadela que
vive à margem dos
ventos dos
descobrimentos e do
"progresso"
consagrado na época.
D. Diogo de Sousa
(insigne Arcebispo),
homem de ideias
renascentistas, vai
transformá-la de tal
forma, que se pode
falar em refundação,
sobrevivendo a nova
Bracara, quase
inalterada, até ao
século XIX.
Ao período vivido
entre meados de
quinhentos e as
primeiras décadas de
setecentos,
associa-se um
fervoroso clima de
religiosidade,
patente na afluência
de comunidades
religiosas que vão
construir Mosteiros,
Conventos e Igrejas,
apagando
sucessivamente os
edifícios de traça
romana e
influenciando a
própria arquitectura
civil através do
recobrimento das
fachadas do casario
com gelosias.
No século XVIII,
Braga ressurge e
brilha nas floreadas
curvas do Barroco,
protagonizadas pelos
Arcebispos da Casa
de Bragança e pelo
génio artístico de
André Soares
(Arquitecto 1720-
1769), que lhe
conferiram para a
eternidade, um
legado excepcional,
verdadeiro Ex-Libris
do Barroco em
Portugal. No final
do século assiste-se
com Carlos Amarante
(Engenheiro e
Arquitecto
1742-1815) à
transição para o
Neoclássico.
A centúria seguinte
traz consigo focos
de conflito e
destruição (invasões
francesas e lutas
liberais), afluindo
a partir da segunda
metade, o dinheiro e
o gosto dos
"brasileiros"
(emigrados
portugueses
regressados do
Brasil).
Introduzem-se na
cidade algumas
"melhorias" a nível
de infra-estruturas
e equipamentos e o
centro cívico deixa
a tradicional zona
da Sé, passando para
o Jardim Público,
hoje chamado Avenida
Central.
A viagem em curso
pelo século XX,
consolidou e
implementou novos
instrumentos de
desenvolvimento
(água, saneamento,
transportes, etc.),
importando mencionar
em termos de
património
construído o
edifício do Teatro
Circo e o conjunto
de fachadas que
definem o topo
nascente da Avenida
da Liberdade.
O período
pós-revolução
traduziu-se num
enorme crescimento a
todos os níveis
(demográfico,
económico, cultural,
urbanístico),
convertendo-se
Braga, muito
provavelmente na
terceira cidade do
País.
Ao nível das
intervenções
arquitectónicas, há
que referir ainda,
embora com a devida
ressalva da
proximidade
temporal, o Mercado
Municipal do Carandá
e o Palácio de
Exposições e
Desportos, edifícios
considerados
importantes no
contexto da
arquitectura
portuguesa
contemporânea. Por
outro lado,
assiste-se a uma
actuação permanente
e sensibilizada em
prol do magnífico
património
arquitectónico
bracarense.
Amares – (Concelho
do Distrito de
Braga)

Pequeno concelho
agrícola, marcado
pelo vale do troço
médio do rio Cavado
a sul e do rio Homem
a norte, o concelho
de Amares tem um
solo granítico com
farta abundância de
águas que correm
para aqueles dois
rios.
Pode dizer-se que o
actual concelho de
Amares representa a
antiga Terra de
Entre-Homem-e-Cávado,
circunscrição
medieval
desaparecida em
virtude de uma das
muitas reformas
administrativas por
que o País passou.
Amares
Amares, situada em
pleno coração do
Minho, estende os
seus 83 km2 desde os
contrafortes da
serra do Gerês, até
à confluência dos
rios Homem e Cávado.
Ladeada pelas águas
cristalinas dos dois
rios, tem no verde
da paisagem, nos
rios e nas pontes,
nos monumentos e
casas senhoriais, na
gastronomia e nos
vinhos, nas festas e
romarias, nos
costumes e
tradições, nas
termas de Caldelas;
os atractivos
necessários para uma
visita atenta.
O Minho e Amares,
terras de grande
fervor religioso,
desde o alvorecer da
nacionalidade, foram
um bastião da
religião cristã, bem
patente na
monumentalidade dos
Mosteiros de Rendufe,
Bouro e Abadia, que
outrora dominaram
toda a região
envolvente.
O Mosteiro de Santo
André de Rendufe,
pertenceu à Ordem
Beneditina, fundado
por D. Egas Pais de
Penegate no séc. XI.
A Igreja do
Mosteiro, única
parte ainda
utilizada, foi
reconstruída entre
1716-1719. Da sua
fachada simétrica,
flanqueada por duas
torres, destacam-se
os frontões, a
portada central
encimada por três
janelas de igual
tamanho e os nichos
com imagens. No
interior pode-se
contemplar a
magnífica talha
dourada de estilo
barroco-rococó, quer
no altar-mor, quer
no coro e no órgão.
O visitante pode
admirar o que resta
do claustro,
destruído num
incêndio no séc. XIX
e as ruínas da parte
conventual.
Seguindo a E.N. 308,
em direcção ao
Gerês, e chegados a
Bouro Santa Maria,
depara com o
Mosteiro de Santa
Maria de Bouro, da
Ordem de Cister,
fundado no séc. XII.
O corpo da igreja
sofreu importantes
obras no séc. XVII e
XVIII, sendo de
realçar a sacristia,
uma das mais
importantes do
Minho, apresenta o
tecto decorado com
caixotões dourados
cujos painéis, assim
como os arcos que o
dividem, estão
cobertos de pinturas
ornamentais. As
paredes estão
revestidas de
painéis de azulejo,
do inicio do séc.
XVIII, apresentando
cenas da vida de S.
Bernardo. O edifício
conventual
encontra-se
transformado numa
Pousada de Portugal,
da Enatur.
Fazendo um desvio
pelo C.M. 1243, ao
fim de 4 km alcança
o Santuário de Nossa
Senhora da Abadia. À
sua volta impera uma
natureza
deslumbrante,
oxigenada pelos
plátanos enormes que
marginam o terreiro
que dá acesso ao
adro do grande
santuário e a
vegetação do ribeiro
que se escapa entre
agrestes serranias,
quebrando o silêncio
religioso de um
recanto de oração e
lazer.
As terras de
Entre-Homem-e-Cávado
foram atravessadas
outrora, pela
estrada romana da
Geira, que ligava
Braga a Astorga, da
qual restam alguns
vestígios (troços e
marcos milenários).
Berço de nobres
ilustres, como D.
Gualdim Pais, 1."
Mestre da Ordem dos
Templários, e D.
Mendo Moniz, herói
da tomada de
Santarém, recolheu
no seu seio o
ilustre poeta
Francisco Sá de
Miranda, que viveu
na Casa da Tapada e
se encontra
sepultado na Igreja
de Carrazedo.
As ruínas do Solar
de Vasconcelos, em
Ferreiros; a Torre
do Outeiro, em
Dornelas; a Casa do
Castro, em
Carrazedo; a Casa da
Tapada, em Fiscal; a
Ponte do Porto e a
de Caldelas, são
locais a merecer uma
visita.
Depois de um passeio
pelos montes S.
Pedro e Abadia, ou
uma visita às
margens dos rios
Homem e Cávado, onde
poderá encontrar
recantos de rara
beleza, nada melhor
que provar a nossa
gastronomia.
A boa mesa de Amares
prima pelo paladar
caseiro e gostoso
das ementas
confeccionadas,
acrescidas de um
surpreendente
requinte da
apresentação a
encher os olhos de
quem nos visita,
escolhe a nossa
terra para os tempos
de lazer, de um
passeio ocasional.
ou faz de Amares uma
boa opção para as
suas férias.
As papas de
sarrabulho, os
rojões à minhota, o
cozido à portuguesa,
o bacalhau assado no
forno, o cabrito
assado e a vitela
assada são algumas
das iguarias do
cardápio, que temos
para oferecer,
regados com um bom
vinho verde e
acompanhados de um
bom pudim ou uma
suculenta laranja
para a sobremesa.
Nas encostas
soalheiras do Cávado
produz-se um dos
melhores vinhos
verdes. A influência
da mãe natureza,
aliada às
características da
«casa loureiro), e à
técnica de produção
utilizada, originam
um vinho de
excelente qualidade
e inconfundível
sabor. O aroma, a
leveza e o agradável
paladar, tornam os
vinhos de Amares um
verdadeiro néctar.
Barcelos – (Concelho
do Distrito de
Braga)

Antiga vila ducal,
dotada ainda de
algumas castiças
relíquias da
arquitectura
romano-gótica,
elevada à categoria
de cidade em 1928.
Ao pé, passa-lhe o
rio Cavado, que liga
Barcelos a
Barcelinhos. Diz-se
que Barcelos remonta
à época da
romanização, dada a
existência da
desmantelada citânia
da Franqueira, onde
teria existido uma
tribo de Brácaros
que vencidos por
Dário Bento ou Júlio
César se fixaram na
orla arável do
Cavado.
D. Afonso Henriques
concedeu-lhe, em
meados do século Xll,
à obscura povoação,
a sua primeira carta
de foral, confirmada
por D. Afonso ll, em
1218. Um pouco mais
tarde, D. Dinis
querendo destacar o
timbre da nobreza de
um parente seu, D.
João Telo Meneses,
concedeu-lhe o
título de conde de
Barcelos. Desde D.
Henrique de
Borgonha, era a
primeira vez que no
reinado portugalense,
de novo, surgia o
título de conde. Com
a morte do segundo
conde senhor da
terra, com o título
de conde, D. Dinis
concedeu o título a
seu filho bastardo
D. Pedro.
Mais tarde o título
passaria para Nuno
Álvares Pereira, de
modo que, o citado
conde seria o genro
do condestável, D.
Nuno Áfono, filho
bastardo de d. João
l e depois 1º duque
de Bragança.
Em 1373, quando Nuno
Gonçalves era
alcaide do Castelo
de Faria, por
ocasião da guerra
que Henrique ll, de
Castela, moveu
contra o rei
Português, D.
Fernando, foi o
mesmo Nuno Gançalves
preso. E receando
que o filho, a quem
havia confiado o
castelo, o
entregasse com o fim
de o resgatar,
informou o inimigo
que ele próprio
desejaria negocial
com o filho e
entrega da
fortaleza.
Nota: Esta lenda é
contada neste texto,
maia abaixo.
Outro feito heróico
de que se honra
Barcelos, é o fim do
alferes Gaspar Góis
do Rego, morgado de
Santa Eugénia de Rio
Covo, morto na
batalha de Alcácer
Quibir, a 14 de
Agosto de 1578, ao
lado do 2º duque de
Barcelos, D.
Teodósio.
Origem do nome:
“O rio Celus, que
agora chamamos rio
Celos, deu o nome a
uma barca, que
traficava donde é
hoje Barcelos até
Fam, sendo conhecida
pela Barca Celos.
Da Barca Celos se
derivou Barcelos”. (Pe.
Jerónimo Gonçalves
Chaves – 1929)).
“é uma das vilas
mais antigas de
Portugal e a sua
origem tão remota
que se supõe Ter
sido das primeiras
fundações da antiga
Lusitânia; era uma
cidade populosa e
importante, no tempo
dos romanos que lhe
deram o nome de
“Aguas Celenas”, por
correr junto dela o
rio então chamado “Celano”,
hoje Cávado, tendo
recebido dos árabes
o nome por que
actualmente é
conhecido.
Além daquele nome,
já citado, teve,
também, segundo
dizem alguns
escritores antigos,
o de Barrelos
equivalente a Barra
Celani, ou barra do
rio “Celano” o que
deu lugar a supor-se
que a antiga cidade
fora situada mais
perto da foz do
Cávado, do que hoje
se acha.
Outros sustentam que
foi edificada pelos
cartagineses, e
ainda alguns
cronistas opinam
pelos romanos, e na
confusão que há
sempre quando se
trata de procurar a
origem de um nome
remotamente usado,
apuraram estes que a
derivação da palavra
Barcelos vem de
Barca Celi por causa
duma barca de
passagem, assim
chamada, onde se
atravessa o rio
Celano”. (C. Azevedo
– 1944).
Apontamento de 1900
tirado do “Jornal do
Comércio”:
“Barcelos é vila e
cabeça de concelho
de Braga. Fica na
margem direita do
rio Cávado, em
frente a
Barcelinhos, com
3.300 habitantes. O
concelho tem 94
freguesias e 46.953
habitantes.
O condado de
Barcelos foi o
primeiro a ser
criado em Portugal,
e foi-lhe concedido
em 1298, D. Dinis a
D. João Afonso Teles
de Meneses. D. Nuno
Álvares Pereira, que
foi o 8º conde de
Barcelos (título que
D. João l lhe
autorgou com prédio
da vitória da
Batalha de
Valverde), deu mais
tarde o condado a
seu genro D. Afonso
1, 1º Duque de
Bragança (filho de
D. João 1 e de D.
Inês Fernandes,
senhora de origem
judia e filha de
Barbadão)”.
Barcelos é uma
antiga vila ducal,
dotada ainda de
algumas castiças
relíquias da
arquitectura
romano-gótica,
elevada à categoria
de cidade em 1928, e
actualmente cabeça
do maior concelho
rural do país. Ao
pé, passa-lhe o rio
Cávado, que liga
Barcelos a
Barcelinhos.
Diz-se que Barcelos
remonta à época da
romanização, dada a
existência da
desmantelada citânia
da Tranqueira, onde
teria existido uma
tribo de Brácaros
que vencidos por
Dário Bento ou Júlio
César se fixaram na
orla arável do rio
Cávado.
D. Afonso Henriques
concedeu, em meados
do século Xll, à
obscura povoação, a
sua primeira carta
de foral, confirmada
por D. Afonso ll, em
1218. Um pouco mais
tarde, D. Dinis
querendo destacar o
timbre da nobreza de
um parente seu, D.
João Telo de
Meneses,
concedeu-lhe o
título de Barcelos,
com jurisdição sobre
muitas terras de
Entre-Douro-e-Minho.
Desde D. Henrique de
Borgonha (pai do 1º
rei de Portugal, D.
Afonso Henriques),
era a primeira vez
que no reinado
Portacalense, de
novo, surgia o
título de conde.
Com a morte do
segundo senhor da
terra, com o título
de conde, D. Dinis
concedeu o título a
seu filho bastardo,
D. Pedro (um dos
primeiros
historiadores
portugueses).
Mais tarde o título
passaria para D.
Nuno Álvares
Pereira, de modo
que, o citado conde
seria o genro do
Condestável, D.
Afonso, filho
bastardo de D. João
l e de D. Inês
Fernandes (de origem
judia), que depois
foi o 1º Duque de
Bragança (a última
dinastia reinante).
Em 1373, quando Nuno
Gonçalves era
alcaide do Castelo
de Faria, por
ocasião da guerra
que Henrique ll, de
Castela, moveu
contra o rei
português, D.
Fernando, foi o
mesmo Nuno Gonçalves
preso. Este episódio
e magistralmente
contado pelo
escritor Alexandre
Herculano, em
"Lendas e
Narrativas".
Um troço de
besteiros e de
homens de armas
subia a encosta do
monte da Franqueira,
levando no meio de
si o bom alcaide
Nuno Gonçalves.
O Adiantado de
Galiza seguia atrás
com o grosso da
hoste, e a
costaneira ou ala
direita, capitaneada
por João Rodrigues
de Viedma,
estendia-se,
rodeando os muros
pelo outro lado. O
exército vitorioso
ia tomar posse do
Castelo de faria,
que lhe prometera
das nas mãos o seu
cativo alcaide.
Quando o troço dos
homens de armas que
levavam preso Nuno
Gonçalves vinha já a
pouca distância da
barbacã, os
besteiros que
coroavam as ameias
encurvavam as bestas
e os homens dos
engenhos
preparavam-se para
arrojar sobre os
contrários os seus
quadrelos e virotões,
enquanto o clamor e
o choro se
alevantavam no
terreiro, onde o
povo inerme estava
apinhado.
Um arauto saiu do
meio da gente da
vanguarda inimiga e
caminhou para a
barbacã; todas as
bestas se inclinaram
para o chão, e o
ranger das máquinas
converteu-se num
silêncio profundo.
“Moço alcaide, moço
alcaide – bradou o
arauto – teu pai,
cativo do mui nobre
Pedro Rodrigues
Sarmento, Adiantado
da Galiza pelo muito
excelente e temido
D. Henrique de
Castela, deseja
falar contigo, de
fora do teu
castelo”.
Gonçalo Nunes, o
filho do velho
alcaide, atravessou
então o terreiro e,
chegando à barbacã,
disse ao arauto: - A
Virgem proteja meu
pai, dizei-lhe que
eu o espero.
O arauto voltou ao
grosso de soldados
que rodeavam Nuno
Gonçalves, e, depois
de breve demora, o
tropel aproximou-se
da barbaçã. Chegados
ao pé dela, o velho
guerreiro saiu de
entre os seus
guardadores e falou
com o filho:
-“Sabes tu, Gonçalo
Nunes, de quem é
esse castelo, que,
segundo o regimento
de guerra, entreguei
à tua guarda, quando
vim em socorro e
ajuda do esforçado
conde de Saia ?”.
-“É – respondeu
Gonçalo Nunes – de
nosso rei e senhor
D. Fernando de
Portugal, a quem por
ele fizeste preito e
menagem”.
-“Sabes tu, Gonçalo
Nunes, que o dever
de um alcaide é de
nunca entregar, por
nenhum caso, o seu
castelo a inimigos,
embora fique
enterrado debaixo
das ruínas dele ?”.
-"Sei, ó meu pai ! –
prosseguiu Gonçalo
Nunes em voz baixa,
para não ser ouvido
dos castelhanos, que
começavam a
murmurar. – Mas não
vês que a tua morte
é certa, se os
inimigos perceberem
que me aconselhaste
a resistência ?”.
Nuno Gonçalves, como
se não tivera ouvido
as reflexões do
filho, clamou então:
- “Pois se sabes,
cunpre o teu dever,
alcaide do Castelo
de Faria. Maldito
por mim, sepultado
sejas tu no inferno,
como Judas, o
traidor, na hora em
que os que me cercam
entrarem nesse
castelo, sem
tropeçarem no teu
cadáver”.
-“Morra ! – gritou o
almocadém castelhano
– morra o que nos
atraiçoou”. E Nuno
Gonçalves caiu no
chão atravessado de
muitas espadas e
lanças.
-"Defende-te,
alcaide !” foram as
últimas palavras que
ele murmurou.
Gonçalo Nunes corria
como louco ao redor
da barbacã, clamando
vingança. Uma nuvem
de frechas partiu do
alto dos muros;
grande porção dos
assassinos de Nuno
Gonçalves misturaram
o próprio sangue com
o sangue do homem
leal ao seu
juramento.
Os castelhanos
acometeram o
castelo; no primeiro
dia de combate o
terreiro da barbacã
ficou alastrado de
cadáveres tisnados e
de colmos e ramos
reduzidos a cinzas.
Um soldado de Pedro
Rodrigues Sarmento
tinha sacudido com a
ponta da sua longa
chuça um colmeiro
incendiado para
dentro da cerca; o
vento suão soprava
nesse dia com
violência, e em
breve os habitantes
da povoação, que
haviam buscado o
amparo do castelo,
pereceram juntamente
com as suas frágeis
moradas.
Mas Gonçalo Nunes
lembrava-se da
maldição de seu pai:
lembrava-se de que o
vira morinbundo no
meio dos seus
matadores, e ouvia a
todos os momentos o
último grito do bom
Nuno Gonçalves: -
“Defende-te, alcaide
!”.
O orgulhoso Sarmento
viu a sua soberba
abatida diante dos
torvos muros do
castelo de Faria. O
moço alcaide
defendia-se como um
leão, e o exército
castelhano foi
constrangido a
levantar o cerco.
(Alexandre Herculano
– do livro “Lendas e
Narrativas”).
Outro feito heróico
de que se honra
Barcelos, é o fim do
alferes Gaspar Góis
do Rego, morgado de
Santa Eugénia de Rio
Covo, morto na
batalha de Alcácer
Quibir, a 14 de
Agosto de 1578, ao
lado do 2º Duque de
Barcelos, D.
Teodósio.
Perto da cidade fica
Galegos onde se
fabricam os afamados
galos de Barcelos.
Nas bermas da
estrada encontram-se
imensas casas com
exposição de barros
artesanais, tão do
gosto dos turistas.
Esta povoação é
constituída por duas
freguesias, São
Martinho e Santa
Maria, situadas no
sopé da serra de
Airó, que são
daquelas que nos
tempos actuais mais
longe levam o nome
de Portugal.
Centro principal da
olaria tradicional
figurativa do
concelho, aí
nasceram e viveram
oleiros como Rosa
Ramalho, Mistério e
Rosa Cota.
Barcelos é uma
pequena cidade com
uma população de
cerca de 7 mil
habitantes, cabeça
de um concelho
eminentemente
agrícola e
profundamente
dividido por uma
infindável
quantidade de
pequenas freguesias,
ou seja, 88, o maior
número em todos os
concelhos de
Portugal.
É o mais importante
centro de artesanato
de Portugal, mercê
da sua influente
feira e da grande
qualidade oficional
da sua população.
Concelho cortado em
dois pelo rio Cávado,
de solos
marcadamente
graníticos, mas
também com grandes
reservas de barros e
caulinos (cidade de
Barcelos, Manhente,
São Romão da Ucha,
etc., e barros
negros em Vila
Fria), conta ainda
com filões de
estanho (Milhazes) e
quartzo (Igreja
Nova).
Região medianamente
acidentada, tem
vales abertos e
diversos alvéolos de
erosão que abrem
largas clareiras de
terras úberes. Estas
são intensamente
agricultadas de
milho, vinha, feijão
e pomares e
circundadas de
relevos cobertos de
pinhais. Os pontos
mais elevados do
concelho
encontram-se no Alto
de São Gonçalo (492
m), na serra de Airó
(413 m) e na serra
da Fanqueira.
De economia
predominantemente
agrícola e
artesanal, reforçada
ao longo dos séculos
pela extracção e
transformação do
barro, o concelho de
Barcelos, sofreu em
meados deste século,
a introdução da
indústria têxtil –
seda artificial e
algodão.
Região onde a
presença humana
desce ao Paleolítico
(jazidas
quaternárias em Rio
Covo, Manhente,
etc.) e com
importantes
povoações na Idade
do Ferro (Franqueira,
Santa Maria de
Galegos, etc.),
Barcelos, conhecida
dos romanos, que
utilizavam as suas
águas termais de
Santa Eulália de
Águas Santas, viu a
sua influência
reforçada com a
velha ponte gótica,
do século XlV.
Barcelos é, por
excelência, a terra
do galo. Para e
história do seu
aparecimento há um
documento
iconográfico
excepcional: o
cruzeiro
quatrocentista que
se encontra no Museu
Arqueológico local.
Os habitantes de uma
aldeia andavam
alarmados com um
crime que lá
acontecera e que
ainda hoje não se
descobrira o autor.
Um dia, um galego
(natural da
província espanhola
da Galiza), em
cumprimento de uma
promessa a Sant’Iago.
Por qualquer razão,
tronou-se estranho e
foi preso e
condenado à forca.
Em vão proclamou a
sua inocência, pois
nem sequer o juiz
lhe deu ouvidos. Até
que, desesperado,
apontou para um galo
assado que ali
estava e disse: “É
tão certo eu estar
inocente como esse
galo cantar quando
me enforcarem”.
Embora todos rissem,
ninguém tocou no
galo. No dia
seguinte, no momento
em que o iam
enforcar, o galo
ergueu-se e cantou.
P juiz, aflito,
correu à forca e
conseguiu ainda
evitar a morte do
inocente galego.
Mandado em paz,
voltaria alguns anos
mais tarde, para
erigir o monumento
em honra da Virgem,
a Sant’Iago e ao
galo seu salvador.
Etnograficamente, o
concelho é
extremamente rico,
sendo de salientar
diversas actividades
artesanais, entre as
quais se contam
olaria e cerâmica,
alcofas de palha,
bordados e rendas,
calçado de madeira,
chapéus de palha,
carros de bois,
cestaria, ferraria,
gamelas, jugos,
latoaria, rocas,
fusos, dobradiças e
sarilhos, tecelagem,
trabalhos de cobre,
mobiliário, etc..
Embora quase todos
estes objectos se
encontrem facilmente
em Barcelos, no
Centro de Artesanato
e em casas
comerciais, e haja
múltiplos postos de
venda de barros
espalhados um pouco
por todo o lado, é
aconselhável a sua
aquisição junto dos
próprios artesãos ou
então na Feira de
Barcelos.
Semanalmente, às
quintas-feiras, a
maior feira do Minho
tem lugar no centro
da cidade, enchendo
por completo o Campo
da feira, vasto
quadrilátero de
200x250 metros.
Uma das freguesias
de Barcelos é São
Bartolomeu do Mar,
que é uma pequena
praia de lavradores
e pedreiros, de
dunas altas e areia
fina, é
particularmente
conhecida pela sua
romaria, entre 22 e
24 de Agosto, em
honra de São
Bartolomeu. No
último dia, segundo
o povo, o “dia dos
demónios à solta” os
romeiros levam seus
filhos a banhar.
Segundo a tradição
popular, o “Banho
Santo” de mar tem a
virtude de livrar as
crianças do medo, da
gaguez e da
epilepsia,
tornando-as mais
inteligentes,
alegres e sadias, e
de afastar o mau
olhado e as doenças
dos animais, que
muitas pessoas ali
levam. Os votos que
se oferecem ao santo
neste dia são
frangos – hoje de
cores diversas, mas
outrora apenas de
plumagem negra.
No fim da tarde
procede-se à
arrematação dos
frangos, revertendo
o dinheiro apurado
para as despesas da
festa. Na manhã do
1º dia de romaria
tem lugar uma feira
do linho, que,
infelizmente, vai
sofrendo cada vez
mais a ofensiva dos
tecidos sintéticos.
 |
Cabeceiras de Basto
– (Concelho do
Distrito de Braga)

Como o próprio nome
está a dizer, cabeça
antiga região de
Basto, vila modesta
e de origem
monástica.
Hubner estudou duas
inscrições
encontradas no aro
de Basto, das quais
se infere que esta
região foi objecto
de administração
imperial. Pouco
depois da época das
invasões dos povos
germânicos, que
penetraram na
Península Ibérica
nos angustiosos
tempos dos bispos
Idácio e Orósio,
este recatado termo
de Riba-Tâmega
parece ter sido
escolhido para
retiro monacal de
uma comunidade
beneditina. Tal
seria a origem do
primitivos mosteiro
de Refojos, cuja
origem remonta ao
século Xll. D.
Afonso Henriques
concedeu-lhe carta
de couto em 1131. O
actual edifício foi
totalmente
reconstruído no
século XVll. Os
arcos das galerias
do claustro assentam
em colunas toscanas.
A igreja, de grandes
proporções,
apresenta uma
frontaria flanqueda
por duas torres, com
cúpula de pedra, e
nas quais estão
abertos nichos com
as imagens de São
Bento e de Santa
Escolástica,
padroeiros da Ordem
Beneditina. Sobre o
pórtico corre um
varandim com um
nicho onde se abriga
a imagem do
padroeiro do
mosteiro, São
Miguel. Sobre o
cruzamento das naves
está um zimbório. No
lanternim que o
coroa ergue-se uma
estátua, de 2 metros
de altura,
representando São
Miguel. Rodeando a
construção corre uma
balustrada sobre a
qual figuram as
estátuas dos Doze
Apóstolos. Na
fachada sul abre-se
uma escadaria com
varadim de
colunatas. O
interior é todo
decorado com talha
do século XVlll.
Ornamentam os
altares concheados e
lambrequins. O
cadeiral, executado
em 1767, consta de
45 cadeiras em U com
a cadeira do abade
ao centro. No
próprio topónimo
transparece a ideia
de retiro pouco
acessível ou refúgio
que se encontra na
raiz obscura de
tantos mosteiros e
cenóbios
proto-medievos.
Parece que a
fundação do
mosteiro, à sombra
do qual se formaria
a vila, teria sido
promovido por um tal
Hermígio Fafes,
prócere deste
território. Mais
tarde, no século Xll,
o mesmo mosteiro
teria recebido de D.
Afonso Henriques, em
troco de 800
maravedis, um amplo
couto. Era então
abade co convento D.
Bento Mendes.
No tempo de D. João
l (1403), o mosteiro
passou para abades
comendatários. A
vila começou então
decerto a ganhar
alforria. Em 1514,
D. Manuel l deu-lhe
foral. Um pouco mais
tarde, em 1529, D.
João lll concedeu as
rendas do convento,
que eram pingues, a
seu filho bastardo
D. Duarte, arcebispo
de Braga e prior de
Santa Cruz de
Coimbra. Na era
tridentina, o papa
Paulo lll, por meio
de um breve, decidiu
extinguir o
mosteiro, reservando
os seus réditos para
a fundação de dois
colégios
conimbricenses (São
Bento e São
Jerónimo). Os frades
de Basto
opuseram-se, porém,
tão vigoroso embargo
à decisão pontifícia
que, a pedido do
arcebispo Frei Diogo
de Murça, Roma
anulou o breve e
manteve-se o
mosteiro, isto em
1655. Foi nesta
quadra, nos meados
do século XVll, que
a fábrica do
mosteiro foi
inteiramente
reformada,fruindo
dos amplos
redimentos que lhe
advinham de muitos
foros e tributos que
levantavam na região
e fora dela,
sobretudo na região
de Barroso, onde era
possuidor e fruidor
de muitos bens
deixados pelo
fidalgo Vasco
Gonçalves Barroso,
primeiro marido de
D. Leonor Alvim,
casada em segundas
núpcias com D. Nuno
Álvares Pereira. O
mosteiro possuía
justiças privativas
dentro do seu amplo
couto. Tanto no
cível como no crime,
o abade era o
ouvidor de todas as
queixas e pleitos. O
centro da vila é o
amplo terreiro do
mosteiro, mas desde
1910 designada a
Praça da República.
Nele desembocam as
estradas de Celorico
de Basto e de Braga.
À entrada da
primeira, mal se
transpõe o ribeiro
do Mosteiro,
destaca-se uma
estátua avantajada e
tosca de figura de
um guerreiro
galaico. Bastante
obliterada por
pinturas
posteriores,
atribui-lhe a
tradição popular a
representação do
fundador da vila.
Também segundo outra
tradição local, a
referida estátua
seria do frade
Hermígio Rodrigues,
o “Traga-Mouros”,
que, certa vez numa
luta entre os mouros
e os frades, gritava
no apogeu da luta,
enquanto esgrimia o
seu enorme varapau
com que punha fim
aos sarracenos: “Em
Basto, basto eu !”.
E daí, talvez, veio
o nome de Basto.
Embora a estátua em
questão deva ser uma
escultura primitiva
de um guerreiro
lusitano, a quem
mais tarde
desfiguraram (1612)
com barretina,
bigodes e coturnos.
D. Manuel l deu-lhe
foral em 1510. A
praça principal de
Cabeceiras de Basto,
antigo terreiro
conventual, local da
feira e de comércio
no século XlX, foi
fortemente marcada
pelo gosto
arquitectónico
daquela época. Na
vila erguem-se
algumas casas
solarengas e
brasonadas dos
séculos XVlll e XlX,
pertencentes à
aristocracia da
região de Basto,
delas se destacando
as Casas de Alvite,
Pielas, Mourigo e
Breia. Continuando
no concelho, que foi
condado e julgado
medieval, foi mais
tarde, no reinado de
D. Manuel l,
transformado em
concelho com sede no
Castelo de Celorico
(Castelo de Arnóia).
A sede do concelho
foi, em 1719, por
provisão de D. João
V, mudada para Vila
Nova de Freixieiro (Britelo).
Nos arredores de
Celorico de Basto
erguem-se belos
solares, dos quais
se salientam a Casa
do Campo, em Molares
/séculos XVll-XVlll),
Casas da Boa Vista e
do Outeiro (século
XVlll), Casa do
Prado (século XlX),
Casa da Igreja, no
Corgo (século XVlll).
Casa da Veiga e Casa
do Pomar. Outras
localidades que
ficam perto de
Cabeceiras de Basto:
ABADIM: Foi couto
municipal e recebeu
foral de D. Manuel l
em 1514.
Actualmente, é uma
das aldeias de
montanha da região
de Basto. Conserva
um pelourinho e a
torre da antiga Casa
do Tronco, em
ruínas. Na estrada
que conduz de Abadim
ao alto da serra da
Cabreira, junto de
uma levada de água,
existe um notável
conjunto de moinhos
– os Moinhos de Rei.
A vida desta aldeia
ainda se processa
nos velhos moldes
comunitários, com o
envio do gado para
as pastagens da
serra da Cabreira.
“O nome desta
freguesia vem do
árabe abbadim , cujo
sentido é ser
religioso e devoto ,
o que leva a crer
que era povoação
escolhida para os
que se devotavam ao
culto” (Domingo
Ilustrado – 1897).
ALVITE: Nesta
freguesia é de
salientar a Casa da
Torre, de origem
medieval, brasonada,
reconstruída no
século XVlll e
recentemente
restaurada. “É nome
germânico e
representa o
genitivo de Alvitus”.
ARCO DE BAÚLHE:
Situado no antigo
trajecto de ligação
Porto-Braga-Chaves,
mais tarde
encruzilhada de
estradas. Arco de
Baúlhe desempenhou
um papel fundamental
no percurso das
diligências que
cruzavam a região de
Basto. Nessa época
estação de mudas de
equídeos.
Actualmente, é o
término da linha
férrea do vale do
Tâmega.
ARNÓIA: Freguesia
muito antiga,
desenvolveu-se em
redor de um mosteiro
beneditino,
possivelmente
fundado por D.
Arnaldo Baião no ano
de 995. Na igreja
deste mosteiro
encontra-se o túmulo
medieval de Munio
Moniz, a quem também
é atribuída a sua
fundação. São ainda
de salientar o
pelourinho, a coluna
da forca e as Casas
de Telhô, do Casal,
de Travassinhos e de
Arnóia. No limite
poente da
localidade, ergue-se
o Castelo condal de
Celorico, o Castelo
de Moreira ou de
Arnóia, também coevo
da Reconquista.
ARÕES: Nesta
freguesia rural,
situada nas
proximidades de
Fafe, são de
assinalar a Igreja
de São Romão de
Arões, de traça
românica, do século
Xlll (1237), como
consta de uma
inscrição gravada no
tímpano da porta
lateral sul. Na
fachada principal
abre-se uma porta
cujo tímpano
apresenta esculpido
um Agnes Dei. O
interior é coberto
por um tecto de
caixotões, com
pinturas, do século
XVlll. O arco
triunfal tem
arquivoltas
quebradas, assentes
em capitéis
ordenados de motivos
românicos (aves
bebendo num vaso
comum e animais
devorantes), afins
de outros de Rates.
A obside, abobadada,
é dividida ao meio
por um arco sobre
capitéis decorados.
Os dois altares
laterais ostentam
talha do século
XVlll. O autor
anónimo da Igreja de
São Romão, meteu-se
também a pesquisador
de etimologias
toponímicas; e, não
tendo em vista o
método indispensável
nesta ordem de
investigações,
escreveu: “ ... o
local desse quase
votivo foi escolhido
junto de uma herdade
a que chamavam Arões,
por abundarem ali,
espontaneamente
nascidas, certas
plantas com tal nome
e que o cultivo útil
do solo ainda não
lograra exterminar”
(Igreja de São
Romão). Há
efectivamente uma
planta conhecida
entre os cientistas
por um nome parecido
com esse. Pertence à
família que Lineu
(1707-1778)
denominou de aráceas.
Ao género arum
estabelecido pelo
mesmo Lineu em 1735,
pertence a única
espécie conhecida em
Portugal, o arum
Italicum de Mille:
(1802-1856), com uma
variedade, arum
pictum, classificado
pelo nosso Pereira
Coutinho
(1851-1939). O nome
vulgar da planta
agora cultivada como
ornamental, é jarro;
e foi esta palavra,
vertida em grego,
aron, pelos
cientistas, que deu
origem ao raríssimo
aro, e ao arão ainda
menos vulgar. Desta
palavra só conheço a
abonação que vem na
última edição do
Grande Dicionário de
António Morais
Silva, e essa mesma
em forma de receita
farmacológica: (...
de féculas raízes de
arão, a que chamam
jarro, três onças
...), de Curvo
Semedo – “Atalaia da
Vida 72). E
escusava-se de tanto
palavreado. Bastava
ter dito. A planta
arão não podia Ter
dado nome à terra de
Arões, porque tem
uma existência
meramente artificial
e erudita, e ainda
assim só apareceu
depois do século
XVlll, ao passo que
o Mandamento de
Arones já é
conhecido por esse
nome ao menos desde
o princípio do
século Xl. Arões, de
cuja etimologia
tratei em primeira
mão na Acção
Católica , boletim
da Arquidiocese de
Braga, em 1948, não
é nome
exclusivamente de
duas fraguesias do
concelho de Fafe. Há
uma freguesia assim
chamada em Macieira
de Cambra, e um
lugar do mesmo nome
em Mosteiró,
concelho de Vila do
Conde.
Ora, é sabido que as
villas eram em geral
designadas pelo nome
do
proprietário-organizador
em genitivo, e
conhecermos um
magnate do século lX
e X que pode muito
bem ter sido, e foi
com certeza, o
fundador de villa oi
“mandamento Arones”
ou Aronis. Filho de
Fernando e de mãe
desconhecida,
chama-se Erro em
documentos que vão
de 899 a 926; casou
com Adosinda e foi
avê de Hermenegildo
Gonçalves, marido da
celebérrima Mumadona
Dias, fundadora do
Mosteiro de
Guimarães. Era além
disso tio-avô
paterno desta
senhora, porque
Fernando pai era
Eros, era avô de
Mumadona. Dado este
parantesco e atenta
a cronologia, é sem
dúvida este Erro
ilustre pai de
Gundesindo –
“Gundesindus Eroni”
– que tem em 926
assinante como
confirmante a
escritura de
Creixomil – “villa
nominata Crexemir” –
feita por Ramiro ll
a Hermenegildo e
Mumadona. O genitivo
Eroni em vez de
Eronis, ou melhor,
ao lado de Eronis
não surpreende
ninguém, porque,
como diz e mostra
José Leite de
Vasconcelos, na pág.
105 da Antroponímia
Portuguesa, é
encontradiço em
nomes germânicos. É
por isso que aparece
Zendoni como
genitivo de Zendo e
Braolioni de Braolio.
Demais estas
anomalias levaram à
duplicidade de
nominativos na
latinização destes
nomes de origem
gótica, donde
aparecer Eronis ao
lado de Erro e
Mironis em vez de
Miro. O antropónimo
Erro aparece em
muitos cartulários.
No Livro Preto, vem
no texto dum
documento de 922, em
que o rei Ordonho ll
(914-924) faz
doações generosas ao
Bispo Gomado de
Coimbra e ao
Mosteiro de Crestuma.
Fala este documento
de várias terras
entre Douro e
Mondego, e por isso
pode ser o Erro
filho de Vimara –
Erro Vimariz – aqui
referido quem deu o
próprio nome ao
Arões de Macieira de
Cambra. Era bom que
isso se conseguisse
provar, porque este
antigo possessor
parece filho de
Vimara Peres,
fundador de
Guimarães, (Villa
Vimaranis), e irmão
de Lucídio
Guimarães, citado na
mesma carta de
doação. O fundador e
denominador de Arões
de Mosteiró pode ser
Eros, filho de
Trutesindo, que em
946 assinou como
testemunha um
documento do
Mosteiro de Moreira
da Maia”. (Cónego
Arlindo Ribeiro da
Cunha).
BUCOS: Sede de
freguesia que
abrange as aldeias
de Bucos, Vila Nova
de Bucos e São
Bartolomeu de Bucos,
forma com elas um
conjunto tipicamente
serrano, de economia
agro.- pastoril e
costumes
comunitários, como
as vezeiras do gado,
característico das
terras próximas do
Barroso. Bucos
possui uma escola de
jogo do pau e um
intenso artesanato
da lã.
CAVÊS: Esta
freguesia, situada
na margem direita do
Tâmega, é sobretudo
conhecida pela sua
ponte, do século
XVll, que liga esta
região com Vila
Pouca de Aguiar. É
um monumento de
granito com quatro
arcos ligeiramente
apontados. Três dos
Pegões estão
reforçados por
talha-mares. A
Igreja Matrix, de
raiz românica, foi
totalmente
modificada, apenas
subsistindo do
primitivo estilo
parte da arquitrave
do coro. Camilo
Castelo Branco
visitou esta igreja
em 1842 e a ela se
refere num dos seus
romances, bem como à
Romaria de São
Bartolomeu, que se
realiza na capela da
mesma invocação, que
se ergue junto à
ponte. Crê-se que a
imagem de São
Bartolomeu existente
nesta capela tem o
poder de esconjurar
o Diabo. Perto, uma
nascente de águas
sulfurosas cura
doenças da pele. Nas
imediações existem
várias pontes
românicas sobre
afluentes do Tâmega,
no percurso da aniga
Via Braga – Chaves.
FAFE: Vila de
formação muito
recente (1836), foi
edificada ao gosto
da 2ª metade do
século XlX. A sua
arquitectura
apresenta fortes
marcas dos
“brasileiros de
torna-viagem”, que
ali construíram
residências
apalaçadas e
investiram os seus
capitais em fábricas
de têxteis e no
comércio, além da
parte meramente
filantrópica,
representada pelo
hospital, os asilos
e o Passeio Público,
original exemplar
daquele tipo de
jardim. Das notáveis
construções
existentes na vila
salientam-se a
Igreja Matriz de
Santa Eulália
(séculos XVlll e XlX),
os Solares do Santo
(século XVlll) e da
Luz (séculos XVlll e
seguinte). No monte
de Santo Ovídio,
próximo, existem as
ruínas de um castro
e ali foi encontrada
uma estátua de
guerreiro galaico,
actualmente no Museu
da Sociedade Martins
Sarmento, em
Guimarães.
GANDARELA: Lugar da
freguesia de São
Clemente, aqui se
erguem a Casa da
Gandarela, do século
XVlll, brasonada e
com jardim, e a
antiga Casa de Arosa.
Nos arredores pode
admirar-se a Igreja
de São Clemente, de
raiz românica, muito
modificada no século
XVll. Também próximo
de Gandarela, no
monte do Ladário,
subsistem as ruínas
de uma povoação
pré-romana.
MOREIRA do REI:
Antigo couto
pertencente à
Colegiada de Santa
Maria da Oliveira,
de Guimarães,
mantém-se uma
freguesia
predominantemente
rural, com grandes e
antigas casas de
lavoura. Camilo
Castelo Branco, na
sua obra “O Morgado
de Fafe em Lisboa”,
retratou o conflito
que, no século XlX,
opôs o velho poder
rural dos morgados
de Moreira do Rei às
novas ideias
liberais dos
“brasileiros” de
Fafe. Na estrada de
Moreira do Rei –
Cabeceiras de Basto
pode ainda
observar-se o antigo
local da forca (no
Confurco).
PEDRAÇA: Nesta
freguesia existiu o
solar de D. Leonor
de Alvim, mulher de
D. Nuno Álvares
Pereira. Numa bouça
vizinha conservam-se
vestígios do que se
supõe ter sido um
picadeiro onde o
Condestável treinava
os seus cavalos.
REFOGOS de BASTO:
Esta freguesia
desenvolveu-se em
redor do Mosteiro de
Refojos, de fundação
muito antiga. Após a
extinção das Ordens
Religiosas, veio a
ser o local da sede
do concelho de
Cabeceiras de Basto.
SANTA SENHORINHA de
BASTO: Esta
freguesia teve
origem num pequeno
mosteiro de fundação
muito antiga (século
X) e foi um
importante centro de
peregrinação durante
a Idade Média. A
igreja actual foi
construída no século
XVlll.
SÃO GENS: Situada na
estrada Fafe –
Basto, é uma antiga
freguesia rural onde
existiu um mosteiro
do qual resta uma
igreja com vestígios
de antiga traça
românica. No monte
da Cividade existem
ruínas que datam
provavelmente da
época da
romanização. Até ao
século XVl
realizou-se em São
Gens uma importante
feira,
posteriormente
transferida para
Fafe.
Cabeceiras de Basto
Mas a história do
concelho perde-se no
tempo. Apesar de da
pouca informação
existente sobre o
seu primitivo
povoamento, vários
achados
arqueológicos
permitem dizer, com
convicção, que
Cabeceiras de Basto
remonta a um período
anterior a Cristo,
nomeadamente a
épocas pré-românicas,
senão antes, pela
existência de
vestígios castrenses
e construções
dolménicas.
Também a
arqueologia, nos
desvenda outras
informações através
das ruínas do
Mosteiro de St.ª
Comba, onde se supõe
terá existido, um
tempo de vestais. Os
objectos de cerâmica
e inscrições
achadas, as estátuas
de guerreiros e as
moedas de prata e
bronze com as
efígies de Augusto,
Galliano e
Constantino dão
força á tese da
existência da
povoação no tempo
dos romanos.
A própria etimologia
de Cabeceiras de
Basto, apesar de
controversa,
leva-nos a crer que
o primeiro povo que
deu o nome à região
foram os Bastos (Bástulos
ou bastianos) que,
oriundos da
Andaluzia, passaram
por esta bela
província de Entre
Douro e Minho e
fundaram uma cidade
chamada Basto, que
se localizava
próxima do Mosteiro
de Santa Senhorinha,
cuja presença árabe
nestas terras, se
encarregou de
destruir. Corria o
ano de 711. Daí que,
com Cabeceiras no
sentido de cabeça
destas antigas
regiões e Basto de
Bástulos, se
explique a
designação deste
concelho
No entanto, entre o
século XII e XVI, é
praticamente
inexistente a
documentação escrita
sobre Cabeceiras de
Basto. Apesar de se
tratar de uma
povoação antiga, que
gozava de grande
prosperidade, como
atesta o Mosteiro de
S. Miguel de Refojos,
outrora o mais rico
do Minho, só em 1514
é que Cabeceiras vê
criado o concelho,
por Foral de D.
Manuel I. Foi,
igualmente, um
importante centro de
peregrinação na
Idade Média. Por
este motivo a ele se
associaram nomes de
santos, nobres e
guerreiros como são
o caso de Santa
Senhorinha de Basto,
D. Pedro, D. Inês de
Castro, D. Nuno
Álvares Pereira, que
aqui casou em 1376.
Aqui passaram,
também, nomes de
vulto ligados à
literatura como Sá
de Miranda com a
obra “Carta a D.
António Pereira”,
senhor de Basto,
Bernardim Ribeiro e
Camilo Castelo
Branco, com várias
das suas obras a
referirem Cabeceiras
de Basto,
nomeadamente, a
“Bruxa de Monte
Cordova” e “Noites
de Lamego”.
De salientar também,
a existência de
vários locais cuja
origem remonta à
época pré-histórica.
É o caso, e tal como
comprova a
arqueologia, dos
vestígios
encontrados na zona
de Chacim e
Outeirinho de
Mouros, na freguesia
de Refojos, em
Formigueiro, na
freguesia de
Riodouro, e que
constituem, um
testemunho do tempo,
de grande
significado e
importância
histórica.
De referir também a
existência de
testemunhos da época
medieval encontrados
no Lugar de Eiró,
freguesia de
Riodouro, que tudo
indica, e tendo em
conta as suas
características
arquitectónico-construtivas,
tratar-se de uma
construção tipo
"mota" da qual se
encontram exemplos
de extraordinária
semelhança na região
francesa da
Bretanha, onde foram
comuns no séc. XI e
XII. Em Portugal
deve ter sido
ocupado durante o
século XIII. Este
tipo de construção,
de grande valor
histórico-cultural
regional, pelos
contextos sociais e
históricos que
evoca, traduz-se num
excepcional exemplar
de arquitectura
senhorial
fortificada, dos
séculos centrais da
Idade Média em
Portugal.
Também o local
pré-histórico de
Lameiras Chãs,
freguesia de
Cabeceiras de Basto,
concentra diversos
vestígios de
ocupação antiga,
certamente
correspondentes à
pré-história,
reveladores de uma
distinta modalidade
de apropriação e
exploração do
espaço.
Pelas suas
características e
pela diversidade
funcional, e ainda
pelos vestígios
arqueológicos que aí
se implantam,
traduz-se num
excelente exemplo de
uma boa obra
conjunta do ser
humano e da natureza
que se constitui de
valor inegável para
a compreensão humana
da região durante a
pré-história.
Já anteriormente
referido, o povoado
proto-histórico de
Formigueiro,
freguesia de
Riodouro, é o único
do género conhecido
na Serra da
Cabreira, tanto pela
morfologia, como
pela altitude em que
se situa, bem como
pela eventual
associação, com
evidências
arqueológicas do
tipo “megalítico”.
Constitui assim um
testemunho
importante da
ocupação antiga dos
espaços serranos da
região, com grande
interesse
etnográfico e
paisagístico, onde
persistem as
características
desde o tempo da
fixação medieval.
A Lenda de
Cabeceiras de Basto
O Império Visigodo
não resistiu aos
ataques dos Mouros
comandados por Tarik.
Espalhando o terror,
estes avançaram
“ávidos de glória”,
através da Galiza.
Os ecos dos seus
ataques chegaram ao
Mosteiro de S.
Miguel de Refojos,
mas não merecem
crédito.
Bracara Augusta caiu
também nas suas
mãos. Então
acreditaram e
preparam-se para a
defesa com uma
centúria de servos e
homens de armas,
comandados por D.
Gelmiro, o venerando
abade do Mosteiro.
Hermígio Romarigues,
parente do fundador
do Mosteiro, era o
guerreiro-monje que
mais se destacava
pelo seu porte
avantajado de
grandes e possantes
membros e com o
rosto retalhado por
mil golpes das
escaramuças
passadas.
Postado junto à
ponte que dava
acesso ao Mosteiro,
ao aproximar das
tropas de Tarik
estendeu a mão
possante,
Assegurando:
- Até ali, por S.
Miguel, até ali,
basto eu!"
E bastou! Três vezes
arremeteram os
mouros contra as
débeis defesas do
Mosteiro. Mas por
três vezes foram
repelidos pela
espada de Hermígio
Romarigues. A ponte
sobre a ribeira
ficou atulhada de
corpos e os chefes
infiéis tiveram de
tratar com D.
Gelmiro de igual
para igual,
gorando-se, deste
modo, a suposta
intenção de
arrasarem o Mosteiro
e decapitarem os
monges.
Posteriormente o
monge-guerreiro
ter-se-á integrado
no reduto cristão
situado nas
Astúrias, de onde
irradiava já a
Reconquista a partir
de Covadonga, sob o
comando de Pelágio.
Hermígio Romarigues
“O Basto” foi
imortalizado através
da estátua que
erigiram em sua
homenagem, como
reconhecimento pelos
serviços prestados a
El-Rei Pelágio.
Celorico de Basto –
(Concelho de Braga)

Recebeu foral
concedido por D.
Manuel l, em 1520.
Encontra-se nesta
região um grande
números de solares,
dos quais se
destacam: a Casa do
Campos de Molares,
do século XVll; a
Casa da Boavista e a
Casa do Outeiro, do
século XVlll. O seu
castelo fica situado
num morro, é
construído por uma
torre quadrangular
ligada a um recinto
amuralhado
poligonal. Conserva
um portal de verga
recta sem lavares.
Foi possivelmente
construído no século
Xl, sobre
fundamentos de uma
fortificação
anterior.
No século Xl existia
no ermo de Arnóia um
mosteiro beneditino,
sob a protecção de
um guerreiro de nome
D. Múnio Moniz,
senhor do Castelo
que então se chamava
talvez, o “Castelo
dos Mouros”.
A terra era ainda no
século XlV, tão
escassa de moradores
que o alcaide do
castelo, Fernando
Coutinho, requereu e
obteve uma carta
régia que concedia à
terra o privilégio
de “couto de
homisidiados”. Na
reinado de Filipe ll,
a alcaidaria passou
para a família dos
Castros. João Pinto
Ribeiro, um dos
conspiradores de
1640, radicou-se em
Arnóia.
Em 1719, a sede do
concelho, que era em
Arnóia, passou para
o lugar de
Freixieiro, hoje,
oficialmente,
Celorico de Basto.
Há quem diga que o
nome de Celorico
veio à terra da
primitiva tribo dos
celerinos.
Esposende –
(Concelho e Distrito
de Braga)

Povoação de grande
importância a partir
do século XVl, foi
elevada à categoria
de vila por D.
Sebastião.
José Augusto Vieira,
autor do “Minho
Pitoresco”, escreve
sobre Esposende:
“Existe u quadro
bíblico formoso, em
que Susana, casta
como o cetim nevado
das camélias, entra
no banho
timidamente, sem
suspeitar que a
estão vendo. Pois
esta impressão casta
de Frescura, essa
tímida cor modesta
encastoada no azul,
sente-a quem pela
vez primeira
surpreende a
deliciosa filha do
Cavado, sorrindo
para o seu eterno e
ciumento noivo – o
mar”.
Diversos documentos
da mais alta
antiguidade se
referem a Esposende.
Até que na era dos
Descobrimentos
aparece já como
aglomerado
demográfico bastante
para ser elevado à
categoria de vila
(1572).
Segundo, Xavier
Fernandes, em
Topónimos e
Gentílicos (1944): “
A origem deste
topónimo é
germânico, em que a
segunda sílaba deve
ler-se “pó”, e não “pu”,
por ser a vogal
resultante da
contracção de “oo”.
A evolução do étimo
foi “Spanusindi ,
Spãosende e
Spoosende”,
parecendo que a
segunda forma é
apenas deduzida e
não documentada.
Na província
espanhola de Orense
também existe a
designação
toponímica, e em
Portugal, no
concelho de Marco de
Canaveses, aparece
como topónimo o
plural aparente
Esposendes, que é de
facto um patronímico
de Esposende”.
Esposende
Esposende, antiga
estação naval,
fortaleza marítima,
estaleiros
medievais,
aparece-nos nas
inquirições de 1258
como povoação «Esposendi»,
e pertencente à
Freguesia de
S.Miguel de Cepães.
No séc.XVI, já
D.Frei Bartolomeu
dos Mártires
reconhecia o seu
interesse pastoral
(1560) e D.Sebastião
dota aquela «pobra»
de pescadores como
Vila, em 19 de
Agosto 1572 através
da Carta Régia.
Carta Régia de
D.Sebastião
«Dom Sebastião ...
Faço saber aos que
esta carta virem que
os moradores do
lugar d'Esposende,
termo da vila de
Barcelos me fizeram
a pitição de que o
tres llado he o
seguinte:
Dizem os moradores
do lugar d'Esposende
termo da villa de
Barçellos tera e
jurdição do Duque de
Bragança que no dito
lugar ha trezentos e
setenta pera
quatrocentos
vizinhos juntos e
arruados e muyto
nobre de casaryas
gente rryca e
abastada e a mayor
parte della do
serviço de Vossa
Alteza por ser porto
de mar, e que ha
setenta pera oytenta
naujos grandes e
mujtos pilotos e
homens do mar de
contino con elles
servem A Vossa
Alteza em o qual
lugar por ser tão
nobre tem Vossa
Alteza allfandega e
offjciais della e
sendo tal não ha
nelle escryuão nem
taballjão nem outro
allguu official de
justiça pera aver de
fazer aos moradores
delle salluo os da
dita villa de
Barçellos que he
duas legoas mujto
grandes do dito
lugar em cujo termo
ha passante de vinte
mil fogos a que
comodamente se não
pode dar despacho
por rrezão de todos
estarem debaixo de
hua so judicatura e
por elles
sopricantes serem
homens do mar e
terem suas nevega
çõis não podem ir a
ditta Villa
rrequerer suas
justiças antes
mujtas vezes a
deixão perder pellas
quais ja vosso avó
que esta em glloria
foy jnformado deste
lugar em tempo que
não era tão nobre
como agora nem
estaua tanto
arrisquo de ser
saqueado como ora
por os mujtos
cosayros do mar que
facilmente o podem
fazer sem
contradição allgua
por fallta de
justiça que nelle
não rresjde pera
aver de constranger
a gente com a
presteza e penas que
pera tal caso he
necessajo e ocorer a
outros muitos
desagujsados que
cada dia no dito
lugar soçedem lhes
tjnha fejto merçe de
os fazer villa e
sendo despachada a
pitição pera se
fazer a proujsão
moreo o procurador
do dito lugar e
perdeo se a dita
pitição e por que
tão bem Vossa Alteza
jnformado do dito
lugar ser tão grande
e nobre lhes fez
merçe de s'apartar
sobre si nas
rrepartiçõis das
sjsas da dita Villa
de Barçellos e asj
lhe fez merçe da
jmpossição pera a
jgreja do dito lugar
pedem a Vossa Alteza
que avendo rrespeito
a todo o acima aja
por bem fazer lhes
merçe de os fazer
villa dando lhes
termo conueniente
com que se posão
socorer e governar
porque desta maneira
Vossa Alteza sera
milhor seruydo e o
pouo menos avexado e
opremjdo e
rreceberam merçe E
visto seu
rrequerymento antes
de outro despacho
mandey ao provedor
da comarca e
provedorya da Villa
de Viana Foz de Lyma
que de jnformase do
contiudo na dita
pitição e soubesse
quantos vizinhos no
dito lugar avia e a
callydade delles e
quantos nauyos tinha
e a distancia que
avia do dito lugar a
dita villa de
Barçellos e que
fizesse dar a vista
da dita pytição ao
procurador do Duque
de Bragança meu
muyto amado e
prezado sobrinho
cujo he o dito lugar
e que ouvjse acerqua
disso os officiaes
da camara da villa
de Barçellos e que
de tudo achasse e
hus e outros disesem
fizesem fazer autos
e me enujase o
tresllado delles
autentico e me
escrevese seu
pareçcer acerqua do
que os moradores do
dito lugar
d'Esposende pidião
ao que foj pello
dito prouedor
satisfeyto e me
enuyou os ditos
autos e eu os mandey
ver pellos
desembargadores do
paço que delles me
deram jnformação e
consta pellos ditos
autos aver duas
legoas grandes do
dito lugar
d'Esposende a dita
Villa de Barçellos e
aver nelle trezentos
e setenta vizinhos
mareantes e ter
sessenta e quatro
nauyos d'allto bordo
a que chamão
carauellas e se
mostram mais pellos
ditos autos serem
ouuydos sobre este
caso os offiçiaes da
camara da dita Villa
de Barçelos e
rrequerem ao dito
prouedor que tomasse
jnformação dos
oradores do lugar de
Fão e das freguesjas
conjuntas a
Esposende por que
dellas era o
prejuiza fazerse o
dito lugar Villa e
que serya grande
deminujção de
Barçellos apartarse
e jsentarse delle
Esposende e que o
dito lugar avia
muyto poucas causas
e negocios e lhe
abastaua o juiz que
tem com a justiça da
dita villa e que não
avia gente para se
governar por andar
sempre sobre mar e
que fazendose Villa
era necessaryo
fazerem-se despesas
pera as quais o pouo
ao presente não era
poderoso a asj se
vio a carta e
jnformação do dito
prouedor em que diz
que seu parecer he
que o dito lugar se
deue fazer villa por
muyta avexação que
os moradores delle
rreçebem em jrem
rrequerer seus
negoçios de justiça
a dita villa de
Barçellos onde as
cousas e demandas do
termo erão tantas
que se não
compadecião por
passar de dezojte
mil vizinhos a que
comodamente se não
podia dar aviamento
e que pera mais
justifficação se
deuya de tomar o
parecer de Dom Pedro
da Cunha do meu
conselho e
presydente d'allçada
que la andara ao
qual mandey mostrar
os ditos autose a
carta do dito
provedor e por seu
asjnado declarou que
pello que tinha
visto do dito lugar
d'Esposende onde
estivera com a
allçada lhe parecia
por mujtas rrezois
que eu lhe deuya de
conçeder a merçe que
me pidia e o deuja
de fazer villa e
contudo mandey que o
procurador que o
Duque tem em minha
corte ouuese a vista
da pitição que os
moradores do dito
lugar sobre este
caso me fizeram e
rrespondeo por sua
parte o que fazya a
bem de sua justiça o
que todo visto
avendo rrespeito as
causas e rrezois
allegadas e a
dilljgencia sobre
este caso fejta ey
por bem e me praz de
fazer villa o dito
lugar d'Esposende e
que o que d'aquy em
diante pera sempre
se posa chamar e
chame Villa
d'Esposende e a tiro
e aparto de qualquer
sogeição e
suprjorjdade que a
dita villa de
Barçellos nelle tem
sem embargo de
quaisquer
priuilégios e posse
que em contrario aja
por quanto pelos
ditos rrespejtos e
por lhe fazer merçe
o ej asj por bem e
lhe dou por termo
deta maneira de mea
legoa em circuyto a
saber: D'Esposende
pera a parte Norte
ate São Bertollameu
do Mar e dahj
direito a Villa Chã
e Samcroj e Gemeses
e dahj ate o Rio
Cabado no quel
ljmite de mea legoa
a seis freguesias
que tem seteçentos
vezinhos e esta
merçe que asy faço a
dita vila
d'Esposende não
perjudicará em cousa
allgua as doaçõis do
Duque nem ao
allcayde mor da
villa de Barçellos e
o dito allcayde mor
tera na dita villa
d'Esposende os
direitos que ate ora
teve E mandoaos meus
desembargadores
coregedores juizes
justiças officiaes e
pessoas a que o
conhecimento disto
pertençer que em
todo cumpram e
guardem esta carta
como se nella comtem
a quall se
rregistará no Livro
da Chancelarja da
Camara da villa de
Viana Foz de Lima e
no Livro da Camara
da dita Villa de
Barçellos e da dita
Villa d'Esposende e
esta propria se tera
no cartoryo della em
boa guarda qual por
firmeza disso lhe
mandej passar per
mjm asjnada e
asellada do meu
sello de chumbo.
Balltasar Ferraz a
fez em Lisboa a XIX
(19) dias do mes
d'Agosto anno do
nascimento de Nosso
Senhor Jhesu Christo
de JbcLXXIJ (1572)
Fernão da Costa o
fez escrever
Conçertada António
d'Aguiar»
O Concelho de
Esposende situa-se
no Norte de
Portugal, no Minho,
pertencendo ao
Distrito de Braga.
Deste distrito, com
13 concelhos, é o
único com território
litoral. Limitam-no
a Norte o concelho
de Viana do Castelo,
a Sul o da Póvoa de
Varzim, e a Nascente
o de Barcelos. O
Oceano Atlântico
banha-o a Poente
numa extensão
aproximada de 14 Km.
O seu território
estende-se por uma
área de 95,18 Km2,
representando 3,41%
da área total do
Distrito de Braga. É
atravessado pelos
rios Cávado, mais a
Sul, e pelo Neiva a
Norte.
História
A maior parte dos
povoados do
concelho, cujo
povoamento remonta
aos tempos
pré-históricos, tem
a sua origem ligada
ao aproveitamento
agrícola dos campos,
pesca e recolha de
plantas marinhas.
Admite-se que Fão
seja de origem celta
e tenha constituído
uma grande cidade e
um importante porto
no tempo do domínio
romano. Apúlia
parece ter origem
romana (o seu núcleo
litoral nasceu com o
aproveitamento dos
terrenos arenosos e
com a pesca), da
mesma forma que se
aponta como possível
que na sede do
concelho/ Esposende,
vila desde 1572,
tenha havido um
povoado romano.
Sinais de salinas,
da época medieval,
foram encontrados na
foz do Neiva e em
S.Bartolomeu do Mar.
Turismo
O Concelho de
Esposende possui um
rico património que
reúne alminhas,
igrejas, moinhos de
vento, castros,
azenhas, casas
solarengas, um
passado de arte que
convida a descobrir.
Para além de um
conjunto assinalável
de monumentos que
nos conduzem desde
épocas
pré-históricas até
aos confins da Idade
Média, é a partir do
séculos XVI, com
forte incidência na
era setecentista,
que Esposende vê o
seu território
ocupado por belos e
interessantes
monumentos
representativos do
nosso património
civil, militar e
religioso. São sinal
de uma pujança
económica cuja base
representa a
caminhada farta do
ouro do Brasil que
em grande parte
transformou a
paisagem concelhia.
Fafe – (Concelho do
Distrito de Braga)

A origem do topónimo
está provavelmente
ligada a D. Egas
Fafe, prócere desta
região na época
remota da
Reconquista.
Contudo, Fafe é uma
povoação
relativamente
recente, pois o
primeiro documento
que a ela se refere
está datado de 1836.
Vila situada na
vizinhança das três
nascentes do Rio
Vizela e da linha
divisória das Terras
de Basto.
É povoação
relativamente
moderna que, pelo
topónimo, se
pressupõe provir da
estirpe
proto-medieva de
Egas Fafe. Mas há
quem afirme que a
origem do nome do
concelho talvez
esteja ligada à
família de D. Fafe
Sarrazim, conde de
Lanhoso.
O primeiro documento
conhecido, que
existe na Câmara
Municipal e no qual
se alude a Fafe, é
de 8 de Fevereiro de
1836, não se sabendo
ao certo a que data
em que o concelho
mudou de nome, pois
a antiga cabeça do
concelho era Moreira
de Rei.
Nas faldas de uma
pequena colina, a
nascente, onde,
desde p século XVlll,
existe uma capela
votiva dedicada a
Santo Ovídio,
encontram-se as
ruínas de uma
cividade castreja,
bastante semelhante
à citânia de
Briteiros. Além das
mais variadas peças
de arqueologia,
apareceu aqui a
estátua sepulcral de
um guerreiro
lusitano, adquirida
em 1878 pela
sociedade de Martins
Sarmento. É de
granito, mutilada.
Completa devia medir
cerca de dois metros
e sessenta, é muito
idêntica à do
“Basto”, de
Cabeceiras de Basto,
à aparecida em São
Paio de Meixedo e em
esposição em Viana
do Castelo, e uma
outra que existe em
Portalegre e
recolhida no Museu
Etnográfico de
Lisboa.
Fafe
Fafe é uma jovem
cidade do Minho, mas
com origens antigas.
Por aqui andaram
povos como os
Lusitanos e os
Romanos que deixaram
marcas
consideráveis, hoje
pontos atractivos
aos visitantes.
Fafe é uma terra,
pequena, mas com
valor, pois possui
inúmeros monumentos
e agradáveis espaços
verdes.
Fafe é
também conhecida
pelo lema “ Com Fafe
ninguém fanfe”, lema
esse que apareceu
quando, há muitos
anos atrás, se fez
justiça a favor do
Visconde Moreira de
Rei. Nesse tempo,
como agora, o lema
provoca um sorriso
de simpatia por
todos os fafenses.
Talvez por isso e
por ser uma pequena
cidade que tão bem
acolhe os
visitantes, Fafe foi
e ainda é
considerada a SALA
DE VISITAS DO MINHO
Fafe é
uma cidade recente,
mas que, como
povoação, existe
desde o Séc. XIII,
sendo apenas uma
freguesia do
conselho de
Montelongo o qual
recebeu o foral do
Rei D. Manuel em 5
de Novembro de 1513.
Esta freguesia desde
muito cedo, iniciou
o seu
desenvolvimento.
Assim em 1836
torna-se sede de
conselho e quatro
anos mais tarde sobe
à categoria de Vila,
tomando para
designação o nome
Fafe em desfavor do
nome Montelongo.
Este Topónimo surge
como que por
homenagem às duas
famílias mais
poderosas da região
( Egas Fafe e Dom
Fafes Serafins).
É nesta
altura, com cerca de
10.282 habitantes
que Fafe começa o
seu verdadeiro
desenvolvimento.
Durante o próximo
século a sua
população aumenta.
Torna-se uma Vila
que vive à base da
indústria têxtil, da
agricultura e dos
serviços. Em 1980 já
tinha 48.000
habitantes, 36
freguesias e era uma
Vila bastante
desenvolvida.
Passando então, por
mérito próprio à
categoria de Cidade.
O
continuado
desenvolvimento da
cidade deve-se aos
autarcas, como
também à sua
população, visto ser
esta uma das
principais
responsáveis por
toda a evolução da
nossa terra pois
sempre se preocupou
em trabalhar quer na
agricultura ( no seu
inicio), quer nos
outros ramos,
indústria e comercio
(mais recentemente )
para que a nossa
terra enriquecesse
tanto a nível
financeiro, como a
nível cultural.
Fafe é
agora uma terra
relativamente
desenvolvida, mas
que tem na memória o
seu passado e as
suas origens.
Localização
geográfica:
Fafe é uma
das cidades da
província do Minho,
do distrito e
arquidiocese de
Braga e situa-se a
32 Km a este da
Capital de Distrito.
O conselho de
Fafe possui uma área
de 216,72 Km2
aproximadamente, de
que fazem parte 36
freguesias, às quais
se encontram
circundadas pelos
conselhos de
Cabeceiras e
Celorico de Basto,
Guimarães, Póvoa de
Lanhoso, Felgueiras
e Vieira do Minho.
Fafe
situa-se num vale
entre a Serra da
Lameira, os Montes
da Penha e outras
montanhas. Numa
vista aérea
destacam-se três
rios ladeados por
arvoredo e que se
espreguiçam pela
periferia da cidade.
São eles o Rio Ferro
que tem a sua
nascente para o lado
de Moreira de Rei, o
Rio do Bugio que
inicia o seu
percurso para os
lados de S. Gens e o
Rio Vizela que
acolhe os outros
dois e desagua no
Rio Ave.
Ainda recentemente o
Rio Vizela foi
enriquecido com uma
Barragem na
freguesia de
Queimadela, podendo
proporcionar aos
visitantes o
agradável sossego e
frescura de uma
praia fluvial
ladeada pela verdura
da natureza.
Monumentos
históricos
O concelho de Fafe
possui alguns
monumentos
históricos, deixados
pelos primeiros
povos que por aqui
passaram, tais como
a civilização
castreja de que é
testemunho o castro
de S. to Ovídeo onde
podemos ver
vestígios das suas
construções, e onde
foi encontrada a
estátua de um
guerreiro Galaico,
actualmente exposto
no Museu Martins
Sarmento em
Guimarães.
Existem ainda duas
igrejas de estilo
Românico apesar de
se encontrarem já
bastante
adulteradas, são
elas a Igreja
Românica de Arões,
construída no
séc.XIII e a Igreja
de S. Gens que é o
que resta de um
antigo Mosteiro de
traça Românica.
Existem ainda
residências
apalaçadas de
arquitectura com
fortes marcas
brasileiras, uma vez
que foram
construídas por “
brasileiros de torna
– viagem “ como
forma de investir os
seus capitais.
Nestas arquitecturas
é de salientar a
Igreja Matriz de S.
ta Eulália (séc.
XVIII-XIX ), o Solar
do Santo Velho (séc.
XVIII), o Solar da
Luz (séc. XVIII-XIX)
e o Teatro- Cinema
construído em 1923
que apresenta uma
bela fachada
pintada.
Lendas e tradições
A Justiça de Fafe
A Justiça de Fafe “ é o símbolo
que mais caracteriza
a cidade. Falar de
Fafe, para muitos, é
falar da “ Terra da
Justiça” e
consequentemente da
lenda “ Com Fafe
Ninguém Fanfe “.
pelo nosso Portugal
fora, Fafe é
conhecido
principalmente pela
imagem da Justiça e
pelo lema que a ela
está associado,
marcando assim os
seus habitantes.
Contam as pessoas
mais antigas que
esta tradição surgiu
quando nas Cortes do
Reino, um Visconde
de Moreira de Rei se
atrasou para uma
sessão e ao chegar
um Fidalgo que
assistia o insultou,
julgando-o um vilão.
No momento o
Visconde ignorou os
insultos, mas no
final da sessão, o
Fidalgo continuou a
censurá-lo,
atirando-lhe as
luvas à cara. Então
ajustou--se um
duelo, na qual o
Visconde é que
escolhia as armas.
Marcou-se o dia, a
hora e o local.
De acordo
com o combinado,
apareceram todos e
constatou-se que a
arma era um pau de
marmeleiro. Visto
que o Fidalgo não
sabia muito bem
manejar o pau num
duelo, o Visconde
deu a primeira
paulada. A
assistência, vendo
tal “ palhaçada”,
pois o Fidalgo
limitou-se a
defender-se, o que
fez com que todos se
desatassem às
gargalhadas,
proclamando “ Viva a
Justiça de Fafe e
com Fafe Ninguém
Fanfe”.
Explica-se assim o
aparecimento da
nossa mais conhecida
lenda, da qual não
se sabe a data, mas
orgulhou e orgulha
os habitantes desta
Terra.
Guimarães –
(Concelho do
Distrito de Braga)

Apontamento de do
ano de 1900:
“Guimarães é cidade
do Minho, e cabeça
de concelho. Fica
entre os rios Ave e
Vizela, com 9.100
habitantes e é
servida pelos
caminhos de ferro de
Guimarães. Tem
notáveis edifícios e
indústria de
cutelaria e de
tecidos de linho.
Ali nasceu o
primeiro rei de
Portugal, D. Afonso
Henriques e também
Santo Damaso. O
concelho tem 79
freguesias e 54.750
habitantes”.
Possível origem do
nome:
Guimarães é cidade e
sede de concelho do
Distrito de Braga e
da Província do
Minho. São
variadíssimas as
fontes etimológicas
que diversos autores
atribuem ao nome da
cidade. Entretanto,
a mais natural e é a
que o supõe a
corrupção do termo
Vimaranes, nome da
antiquíssima
povoação, existente
num lugar próximo,
ou no mesmo lugar
onde hoje assenta a
importante cidade do
Minho, émula a
muitos respeitos da
sua vizinha Braga.
Este mesmo nome de
Vimmaranes tem
duvidosa origem,
portanto uns supõem
dado por Vimarano,
chefe celta ou
galo-celta. Outros
por um conde também
assim chamado, que
no tempo dos godos
governava a região
de Entre Douro e
Minho; e outros
ainda por Vimarano,
irmão do rei godo D.
Fruela, que imperou
no século Vll da era
cristã.
O seu altaneiro
castelo o que se
atribui o nascimento
da Fundação de
Portugal, cuja
construção se deve a
várias épocas,
provavelmente desde
o tempo do Conde D.
Henrique até ao de
D. João l “ o Boa
Memória” substitui
uma outra
fortificação
anterior,
provavelmente feita
de madeira, mandado
edificar pela
condessa Mumadona no
século X e que fora
destruída por
normandos ou mouros.
Actualmente ainda se
pode ver no castelo
a sua torre de
menagem de 27 metros
de altura no centro,
rodeada por muralhas
em que se abrem três
torres defensivas,
bem como as ruínas
da alcáçova, do
século XlV.
Mais abaixo, fica a
Igreja de São Miguel
do Castelo, estilo
românico. De
pequenas dimensão,
construída por uma
só nave e cabeceira
rectangular, a sua
construção é
atribuída ao século
Xll.
No seu interior
existe uma pia
baptismal que a
tradição celebrou
como aquela em que
D. Afonso Henriques
foi baptizado.
Não há dúvida é que
Guimarães é de
fundação anterior à
Monarquia e é
considerada berço da
Nacionalidade
Portuguesa, por aqui
ter nascido D.
Afonso Henriques.
Segundo alguns
autores, recebeu o
primeiro foral em
1111, concedido pelo
Conde D. Henrique,
pai de D. Afonso
Henriques,
confirmado em 1128
por sua mulher, D.
Teresa. Em 1254, D.
Afonso lll
outorgou-lhe novo
foral e aumentou-lhe
os privilégios, o
qual foi confirmado
e renovado em 1517
por D. Manuel l. Em
1853, em pleno
reinado de D. Maria
ll, foi elevada à
categoria de cidade.
Guimarães foi
cenário de várias
Cortes, e é da
tradição que as
primeiras aqui
realizadas, em 1093,
onde foi decidido
entregar o Governo
do Condado
Portucalense ao
Conde D. Henrique.
Muitas vezes
apontada pela
designação de “berço
da nacionalidade
portuguesa”, como
honorífica
autonomásia de terra
materna do primeiro
rei português,
Guimarães prende a
atenção do turista
pela singularidade
da sua fisionomia de
cidade antiga,
coroada pelo
venerando roqueiro
afonsino (dos mais
perfeitos que a
Península Ibérica
possui) e de cidade
actual, com enorme
fulcro industrial e
comercial.
Em épocas muito
anteriores à vinda
dos Romanos, a
região era já
bastante povoada,
tal como o comprovam
os vestígios da vida
originária
existentes nos
montes da Penha,
Polvoeira, Briteiros,
Sabroso, etc.
Foi no século X e em
consequência das
sucessivas razias
mouriscas e de
bandos Normandos que
se teria determinado
a construção do
castelo de Vimaranes,
obra promovida pela
condessa Mumadona,
viúva do Conde
Hermenegildo Mendes.
Foi em Guimarães, na
alcáçova do castelo
ou no paço, vizinho
do castelo, que
nasceu D. Afonso
Henriques. Estava na
primeira meninice
quando seu pai
morreu em Astorga.
De modo que os
negócios do Condado
passaram a ser
geridos pela
condessa D. Teresa,
tendo o infante sido
confiado ao poderoso
cavaleiro Egas Moniz
que o educou e
preparou para a
lides da guerra nas
suas terras de Riba
Douro, em Paços de
Sousa, Cárquere,
Resende e Tarouca.
Aos 14 anos, o
Infante (mais tarde
o primeiro rei),
arma-se cavaleiro
pelas suas próprias
mãos, na catedral de
Zamora ( Galiza –
Espanha). Até que
depois de vários
acontecimentos
bélicos, se dá o
combate de São
Mamede em que D.
Afonso Henriques
derrota os
partidários de D.
Teresa, sua mãe.
Foi após a Batalha
de Ourique que D.
Afonso Henriques
instituiu a chamada
“Colegiada da Igreja
de Santa Maria de
Oliveira”, qual
faria parte uma das
maiores figuras do
pensamento
escolástico europeu
do século Xlll,
Pedro Julião (ou
Pedro Hispânico),
mais tarde Papa João
xxi, o único
pontífice português
que a História da
Igreja católica
apostólica romana
regista.
A história de
Guimarães é a
própria história de
Portugal durante os
primeiros reinados.
Mais tarde e após a
vitória da Batalha
de Aljubarrota (14
de Agosto de 1385),
D. João l cumpriu a
sua promessa,
entrando na antiga
vila descalço e
entregando na
“colegiada” parte de
sua armadura de
combate, o altar de
prata ganho na
batalha, e dando
começo às grandes
obras de ampliação
do templo.
Guimarães foi
elevada à categoria
de cidade em 21 de
Junho de 1853, e
nela ainda poderá
encontrar:
MURALHAS MEDIEVAIS:
Guimarães foi
cingida por uma
cerca amuralhada
mandada construir
por D. Dinis. O
penoso e custoso
cerco que D. João l
fez à então vila,
logo após as Cortes
de Coimbra (Curia),
para tentar submeter
o alcaide partidário
do rei castelhano,
pôs bem à prova o
seu poder defensivo.
O GÓTICO E
O BARROCO: no centro
e a caminho da
Igreja de S.
Francisco,
depara-se-nos anorte
uma fachada corrida
de casas do século
XlX que até ao
Toural se desenvolve
numa sequência cheia
de ritmo e harmonia,
com suas cantarias,
azulejos e algumas
estatuetas de
cerâmica. Na Igreja
de São Francisco
somos postos perante
a presença
fortíssima de duas
épocas: a gótica e a
barroca. De facto,
embora noutras
ocasiões se tenham
feito obras no
convento -
nomeadamente nos
séculos XVl e
seguinte - na igreja
são estas as que
mais avultam, a
primeira na
estrutura da
capela-mor, a
segunda nos azulejos
e talhas. A
sacristia e o
claustro, com as
salas do capítulo,
merecem uma visita,
bem como a Capela da
Ordem de São
Francisco. As
traseiras da Ordem
de São Francisco dão
já para a zona da
cidade que até
muitos vimaranenses
desconhecem - a zona
dos curtumes, junto
ao rio dos Couros,
até há poucos anos
centro de intenso
labor da curtimenta
das peles, cujo
cheiro pouco
agradável afastava
as pessoas.
Com os antigos
edifícios fabris
abandonados e eu
ruínas ou
reutilizados para
novas indústrias, os
pelames
transformados em
lixeiras e o
saneamento por
fazer, tem sido
difícil sobrepor a
estes aspectos o
valor histórico e
estético que este
conjunto de facto
tem.
Ao longo da Rua de
Camões, vamos
encontrando algumas
das mais bonitas
varandas de
torneados,
especialmente um
grupo ao fundo e à
esquerda, quase em
frente da Igreja das
Dominicanas, esta
bastante desfigurada
com o “descasque” de
que foi vítima
durante as últimas
obras. Ao cimo da
Rua de D. João l,
com uma série de
interessantes casas
de várias épocas,
muito estragadas
quer pelo tempo,
quer pelos
restauros, surgem a
Igreja de São
Domingos, gótica, e
o edifício barroco
da Ordem Terceira,
da mesma invocação.
No Toural entramos
na zona de grande
movimento comercial,
com as fachadas dos
séculos XVlll e
seguinte. Pela Porta
da Vila passa-se à
Rua da Rainha, que
faz a ligação com o
Largo da Oliveira e
continua a ser
também uma artéria
de comércio, aliás
desde há longos
anos, como o indica
o seu anterior
topónimo - Rua Nova
dos Mercadores. A
ela vão dar algumas
travessas muito
características. A
caminho da Oliveira
passa-se pelo Largo
da Misericórdia, com
a sua igreja, e vê
em seguida a Casa
(barroca) dos Lobos
Machados.
Também do Toural
parte outra rua
comercial e quase
toda do século XlX a
Rua de Santo
António, que, como a
Rua Paio Galvão,
liga o centro às
Estradas de Braga e
Famalicão e à zona
do Estádio
Municipal, junto do
qual se realiza a
feira todas as
sextas feiras. Se do
Toural descermos a
Rua D. João l,
encontramos no fundo
desta o Cruzeiro dos
Pombais, ou de D.
João l, que a
tradição indica como
local de início da
peregrinação de
agradecimento feita
por aquele rei
depois da Batalha de
Aljubarrota até ao
outro cruzeiro
existente junto à
Igreja da Oliveira.
Não podemos deixar
ainda de referir um
outro ponto de
grande interesse
para quem visite
esta cidade. À
esquerda deste
cruzeiro e ao cimo
da Rua das Lameiras,
antes da mata do
Costeado, existe
ainda a última
oficina de oleiro
desta zona,
tradicionalmente
ocupada pelos
fabricantes quer de
louça comum, quer
das célebres
cantarinhas de
prendas.
Actualmente, já
ninguém trabalha
neste ofício, mas o
conjunto formado
pela casa onde está
instalada a oficina
e os seus fornos e
um grupo de
habitações e antigas
oficinas mais acima
é não só um
testemunho de um
tipo de vida que
aqui se desenvolveu,
como mais um dos
monumentos a
acrescentar ao grupo
dos três da “colina
sagrada”.
Guimarães e
Famalicão são dois
dos concelhos mais
industrializados de
Portugal. Ligados
por uma estrada
coalhada de
importantes fábricas
têxteis, têm outras
de grande
importância no
domínio das
cutelarias, couros,
etc. Concretamente,
parece ter existido
em Vizela a primeira
fábrica de papel da
Europa. Rio de
Couros, ainda dentro
de Guimarães, foi
importantíssimo
centro de tratamento
de peles, hoje em
ruínas, mas,
felizmente,
classificado já como
imóvel de interesse
público, tornando-se
assim o primeiro
complexo industrial
de Portugal
merecedor de tal
distinção. Em
Santiago da Cruz
(Famalicão) existe a
maior fábrica têxtil
de Portugal. Esta
predominância tão
forte do sector
terciário não
invalida um concreto
tratamento agrícola
dos campos( milho,
vinho, batata e
feijão), um cuidado
muito especial na
doçaria e uma forte
alegria de vida,
traduzível em
múltiplas festas e
romarias de intenso
colorido e vibração.
A Província do
Minho, onde
Guimarães está
inserida, é
considerada o
“Jardim de Portugal”
tal as suas belezas
naturais.
Tem lindas quintas
típicas quintas que
são construídas
sobre uma base, a
toda a largura do
edifício, destinada
às adegas, onde a
uva era, e em muitos
casos ainda é pisada
e o vinho
amadurecido em
grandes pipas. Esta
é também a
configuração da
Quinta da Casa de
Sezim, que fica
situada a poucos
quilómetros da bela
e laboriosa cidade
histórica de
Guimarães. Na parte
frontal do jardim,
onde é visível por o
terreno por o
terreno ficar mais
baixo. A todo o
comprimento da casa
existe uma varanda
larga e comprida,
com elegantes
colunas e
balaustradas em
ferro,
conferindo-lhe um
aspecto colonial
distinto. A varanda
dá para um jardim
formal, de canteiros
de buxo, enquanto
nos terraços
inferiores existem
caminhos abrigados
da luz do sol
através de pérgolas
em arco, rodeadas de
pereiras.
Uma visita a
Guimarães ficaria
incompleta sem uma
visita a esta
preciosidade, que, à
medida que nos
aproximamos a casa
vai-se tornando
visível a meio
caminho da encosta
de um monte. As suas
linhas alongadas e
os telhados baixos
conferem-lhe uma
escala simples. Os
muros baixos que
cercam a propriedade
estão cobertos por
cascatas de mimosas
que nesta região
nasce por toda a
parte. Conforme
vamos subindo por um
caminho sinuoso, ao
qual largas bermas
dão aparência de
ampla avenida,
desvela-se pouco a
pouco, a fisionomia
da casa.
Neste trabalho foram
referidas algumas
figuras históricas:
EGAS MONIZ: Fidalgo
português e aio de
D. Afonso Henriques.
Deu a sua honrada
palavra como D.
Afonso Henriques lhe
prestaria
vassalagem, quando
este cercou
Guimarães. Como o
rei português não
cumpriu a promessa,
Egas Moniz descalço
e de corda ao
pescoço, seguido
pela mulher e pelos
filhos, partiu para
Toledo onde se
encontrava Afonso
Vll de Leão e
Castela, para ele o
justiçar. Ao ver
tanta grandeza de
carácter, Afonso Vll
mandou-o em paz.
D. Afonso Henriques
- D. Dinis
D. João l : já
referidos noutros
trabalhos.
Póvoa de Lanhoso –
(Concelho do
Distrito de Braga)

Recebeu foral de D.
Dinis em 1292,
renovado por D.
Manuel l, em 1514.
Este concelho está
ligado à figura,
real ou lendária, de
Maria da Fonte,
símbolo das lutas da
época do liberalismo
(1848).
Vila de raiz
medieval,
ultimamente ligada à
evolução de um dos
momentos históricos
mais decisivos da
formação da
nacionalidade
portuguesa.
Nos flancos do
íngreme penhasco
sobre o qual assenta
o possante castelo
roqueiro, há ainda
vestígios de
habitações castrejas
pré-históricas. O
castelo devia ser já
muito importante nos
princípios do século
Xll, pois nele se
refugiou e se
defendeu a rainha D.
Teresa de uma
tentativa de
aprisionamento que a
rainha D. Urraca,
sua irmã, lhe moveu,
acompanhada do
famoso bispo de São
Tiago, D. Gelmires.
Em dado momento, o
bispo abandonou o
cerco, acompanhado
da sua hoste e a
rainha de Castela
teve de desistir do
intento, compondo-se
com a condessa
portucalense (pacto
de Lanhoso).
Algum tempo depois,
o castelo voltou a
ser sitiado (1126).
Desta vez o
imperador das
Espanhas, Afonso lll,
que procurava
submeter a
“pulcherrima
Regina”, sua tia,
aliada à estirpe
poderosa dos Travas.
Daí resultou nova
composição,
associada à que, em
Guimarães, foi
negociada e obtida
por Egas Moniz.
A confusa rebelião
popular usualmente
conhecida pelo nome
de Revolução da
Maria da Fonte,
eclodiu no concelho
de Póvoa de Lanhoso,
na freguesia de
Fonte Arcada, no
primavera de 1846.
Segundo, Xavier
Fernandes em
Topónimos e
Gentílicos: “ O nome
Póvoa, de origem
latina e que já
existia na linguagem
antiga, é
comuníssimo na
toponímia portuguesa
… e significa
etimologicamente
“pequena povoação”.
Completou-se a
designação Póvoa de
Lanhoso, com o nome
da antiquíssima
povoação Lanhoso,
cujo histórico
castelo é sempre
citado ao
descrever-se a vida
de D. Teresa, mãe do
nosso primeiro rei”.
Póvoa de Lanhoso
O Castelo de Lanhoso
é a principal
referência histórica
e um dos ex-libris
do concelho. Este
castelo teve
importância na
fundação da
nacionalidade, tendo
sido um baluarte da
Reconquista cristã.
Nele se refugiou D.
Teresa, mãe de D.
Afonso Henriques,
dos exércitos de sua
irmã D. Urraca que
acaba por o cercar
mas, perante a
impossibilidade de o
tomar, chega a um
entendimento,
assinando o Tratado
de Lanhoso,
acontecimento de
grande importância
para a fundação de
Portugal.
Nas últimas décadas
do Século XII, o
Castelo de Lanhoso
volta a ser falado
devido a um episódio
de infidelidade
conjugal por parte
de D. Inês Sanches,
esposa de D. Rodrigo
Gonçalves Pereira.
Este, convencido da
infidelidade da
esposa, manda
incendiar o castelo
queimado a esposa e
o seu cúmplice e
todos os que haviam
coniventes com a
situação.
Em 1292 é criado o
concelho das Terras
de Lanhoso por D.
Dinis que lhe
atribui foral e em
1514, o concelho de
Lanhoso recebe nova
carta de foral, de
D. Manuel I,
reformando o
anterior.
Outra grande marca
da história da Póvoa
de Lanhoso é a
Revolta da Maria da
Fonte em 1846.
Trata-se de um
acontecimento
histórico, de cariz
popular, que se
iniciou neste
concelho, tendo
abrangido todo o
pais num movimento
de contestação ao
governo dos Cabrais.
História Castelo de
Lanhoso:
A sua história está
envolta em alguma
controvérsia, logo
no que respeita à
sua fundação. Não
existindo documentos
que atestem
inequivocamente a
sua edificação, e
sendo o actual
espaço existente o
resultado da
intervenção
promovida pela
Direcção Geral dos
Edifícios e
Monumentos Nacionais
durante no 2.º
quartel do século XX,
que respeitando os
elementos essenciais
da sua traça
marcadamente
românica, os
vestígios ali
encontrados
levam-nos, no
entanto, a
estabelecer uma
datação algo mais
recuada.
Na década de 30
foram postos a
descoberto elementos
comprovativos da
ocupação do local
onde hoje
vislumbramos o
Castelo de Lanhoso,
de períodos bem mais
recuados no tempo,
nomeadamente
associados às
Culturas Castrejas.
Da época da
Romanização também
são vastos os
vestígios,
nomeadamente o
relato de Pinho
Leal, segundo o qual
ali existira uma
epígrafe que
remeteria a sua
edificação para o
ano 75 da nossa era
"CRASTINUS
ÆDIFICAVIT".
Uma outra epígrafe
que foi já objecto
de diversos
desdobramentos, por
diversos
especialistas, que
atribuíam
responsabilidades na
sua edificação quer
a D. Teresa, quer ao
Bispo D. Pedro (Como
o faz Carlos Alberto
Ferreira de Almeida
na sua "Castelogia
Medieval de Entre
Douro - e - Minho".
O Castelo de
Lanhoso, pela sua
localização
estratégica no
controlo dos
importantes cursos
de água que eram o
Rio Ave e o Rio
Cávado, e no último
caso importância
reforçada pela
passagem das vias
romanas que de Braga
ligavam à Galiza
(Caminhos de
Santiago) foi
objecto de grandes
disputas no seu
domínio.
Uma das figuras que
se liga
particularmente à
sua História é a mãe
de D. Afonso
Henriques, o nosso
primeiro Rei, D.
Teresa. A si estão
associados
importantes momentos
da nossa história
comum, a história de
Portugal,
nomeadamente ao
denominado Tratado
de Lanhoso celebrado
entre D. Teresa e D.
Urraca. É também no
Castelo de Lanhoso
que D. Teresa passa
importantes momentos
da sua vida, e muito
concretamente
aquando da sua
derrota na Batalha
de S. Mamede, de
onde decorre a lenda
do chamado "Pecado
Original", quando D.
Afonso Henriques
aprisiona sua mãe
neste Castelo de
Lanhoso.
"Um dos mais
obscuros obreiros na
causa da
independência de
Portugal"
Damião Peres
Castelo de Lanhoso -
Monumento Nacional,
classificado por
Decreto de
16.06.1910.
Datado do Século XII,
foi alvo de restauro
que lhe conferiu o
aspecto actual.
A 1 km. da Póvoa de
Lanhoso, na estrada
Braga - Chaves /
freguesia de N.ª
Sr.ª do Amparo.
Boletim N.º 29 da
Direcção Geral dos
Edifícios e
Monumentos
Nacionais.
"O Castelo de
Lanhoso foi objecto
de musealização no
ano de 1996.
Ali estão patentes
alguns dos achados
mais importantes e
significativos da
história deste
sítio.
Um significativo
conjunto de achados
desde um capacete
céltico em bronze,
esculturas
graníticas,
cossoiros e
fragmentos diversos
de tegulaes e
ímbrices
provenientes de
diversas campanhas
de escavações que ao
longo do século XX
ali foram
promovidas.
Através da consulta
do seu Quiosque
digital é possível
aceder a um
significativo
conjunto de
informações
disponíveis sobre a
história do sítio e
do conjunto formado
pelos diversos
vestígios e marcos
de ocupação do monte
de Lanhoso."
Terras do Bouro –
(Concelho do
Distrito de Braga)

Vila de feição
serrana, situada na
margem esquerda do
rio Homem, encostada
a um dos
contrafortes da
Serra do Gerês. A
sede do concelho é
cova. Razão porque
na própria estrada,
a partir de Caldelas,
se encontra nos
marcos a indicação
de Covas em vez de
Terras do Bouro.
Passa por aqui uma
estrada de fácil
acesso à histórica
Portela do Homem,
interessante
passagem serrana e
transversal do vale
do Homem para a
vertente galega do
rio Lima. Foi por
essa via rápida mas
áspera que as forças
liberais da Junta do
Porto, derrotadas em
1828, se retiraram
para a Galiza, sob o
comando de alguns
oficiais, entre eles
o heróico Bernardo
de Sá.
Pertencem a Terras
de Bouro os
Santuários de São
Bento da Porta
Aberta, e da Senhora
da Abadia,
importantes centros
de peregrinação.
Segundo, Xavier
Fernandes em
Topónimos e
Gentílicos (1944):
“O mesmo nome comum
terra, de origem
latina – é vulgar na
toponímia portuguesa
…
Bouro proveio de
Buiro e este, de
Burio, tal como
Douro proveio de
Duriu. Bouro alterna
como popular Boiro e
a forma latinizada
burium filia-se no
germânico, búr, casa
ou casal”.
Terras de Bouro
Terras de Bouro é um
concelho de montanha
cujo povoamento se
perde na memória dos
tempos, como atestam
as pinturas
rupestres e
vestígios da Idade
do Bronze. A
presença humana mais
marcante, porém,
remonta ao tempo dos
Romanos,
utilizadores da água
termal do Gerês e
construtores da
Geira (via Romana).
Visitar esta região
é contactar com o
vasto património que
os antepassados: a
via Romana XVIII,
vulgo Geira, com a
maior concentração
de marcos milenários
epigrafados do
Noroeste peninsular,
reconhecida como
património Nacional
e em fase de
candidatura a
Património Mundial;
é reviver as agruras
do povo Búrio na
defesa da zona
raiana e do seu
castelo, o castelo
de Bouro, honrando o
compromisso assumido
aquando da
atribuição de
privilégio reais e
cujas trincheiras
testemunham o
heroísmo deste povo;
é contactar com
tradições
ancestrais, (trilhos
dos pastores, dos
contrabandistas, dos
regadios, dos
moinhos) que
possibilitaram,
durante séculos, a
sobrevivência de um
povo simples e
honrado, amante da
sua terra e disposto
a dar a vida pela
pátria. É desfrutar
da natureza, em toda
a sua plenitude,
como escreveu Miguel
Torga onde “tudo se
conjuga para que
nada falte à sua
grandeza e
perfeição.”
Hoje, tornou-se um
destino turístico
por excelência, quer
pelas marcas da
ruralidade, não
obstante ficar perto
de Braga e Porto,
quer pelo património
cultural, ambiental,
paisagístico, termal
e religioso.
É esta riqueza e
mescla patrimonial
que potencia Terras
de Bouro para a
procura turística
alicerçada na oferta
de motivos vários
que agradam a quem o
visita: a via
romana, a rede de
trilhos pedestres
“Na senda de Miguel
Torga”, as termas do
Gerês, a riqueza do
Parque Nacional da
Peneda-Gerês, o
espelho de águas das
albufeiras da
Caniçada e de
Vilarinho das
Furnas, o santuário
do S. Bento da Porta
Aberta, o centro
náutico de Rio
caldo, o clube de
saúde do Gerês, as
dezenas de casas de
turismo rural, a
gastronomia e o
artesanato (Gerês,
Covide, Brufe e
Cibões), o Museu
Etnográfico de
Vilarinho das
Furnas, o
intercâmbio
histórico da serra
do Gerês com a do
Xurés, em Lobios
(Galiza), constituem
um excelente motivo
para visitar Terras
de Bouro e o Gerês.
Ao movimentar-se
neste Portal,
deparar-se-á com um
vasto leque de
informações e
imagens que
despertarão o
interesse de
percorrer, in situ,
este paraíso
minhoto, para a
fruição de uns dias
bem passados
esquecendo o bulício
dos centros urbanos!
Seja Bem-Vindo!
O Presidente da
Câmara Municipal
António José
Ferreira Afonso, Dr.
Vieira do Minho –
(Concelho do
Distrito de Braga)

Designou-se
primitivamente
Vernaria, nome que
figura no foral
outorgado por D.
Manuel l em 1514. Só
por decreto de 1933
passou a ter a
denominação actual.
Vila de meia
altitude (394 m),
abrigada do Norte e
do Nascente pelo
biombo orogr´fico,
relativamente
próximo, da Serra da
Cabreira.
Na região abundavam
ainda há pouco mais
de um século, por
entre seus frondosos
bosques e no cimo
dos seus
alcantilados montes
de feição
pré-canbrática,
muitos vestígios de
vida castreja. De
todos eles,
vandalamente
destruídos, apenas
subsiste o castro de
Vila Seca, típico
reduto pré-histórico
alcandorado num
picoto sobranceiro
ao rio Ave, e o da
Mourinha.
Na época afonsina
Vieira era apenas
uma unidade
territorial e
judicial conhecida
pelo nome de “terra
de Vieira”,
abrangendo as
actuais freguesias
de Salamonde, Eire
Vedra, Cantelães,
Tabuaças, Vieira,
Pinheiro, Anissó,
Vilar Chão e
Mosteiro. E a
localidade
representante
actualmente a sede
do concelho, era
outrora conhecida
pelo nome de
Brancelhe. Vieira
era a antiga
Velaria, no século
Xll.
Na “Terra de Vieira”
(freguesia de
Ventosa), existiu um
castelo roqueiro e
outro na actual
freguesia de
Cantelães.
No tempo de D. João
l, a “Terra de
Vieira” passou a ser
senhorio de juro e
herdade, de Gonçalo
Pires Colho. Na
primavera de 1809, o
concelho foi duas
vezes atravessado
pelas tropas
napoleónicas do
marechal Shout: a
primeira em 15 de
Março, em impetuoso
avanço a caminho de
Braga; a segunda, em
17 de Maio, em
ofegante retirada,
sem artilharia e sem
bagagens, concluída
com rara fortuna
pela ponte de
Ruivães, no dia
exacto em que as
forças anglo-lusas
de Wellesley
chegavam ao alto de
Salamonde, como fito
de lhes atalhar o
caminho.
No decorrer do
grande levantamento
popular da Maria da
Fonte ou “Patuleia”
a terra de Vieira
foi teatro de muitos
sucessos, em que
interveio, como
caudilho, um tal
padre Casimiro, que
Camilo Castelo
Branco evoca nas
suas insuperáveis
pochades.
Próximo de Vieira,
fica a Serra da
Cabreira, destacado
lombo granítico,
erguido a Sul do
Gerês, na linha de
transição do Minho
para Trás-os-Montes.
Segundo, Xavier
Fernandes em
Topónimos e
Gentílicos (1944): “
Foi o foral desse
ano de 1514,
concedido por D.
Manuel 1, que
transformou a antiga
terra de Vernaria no
moderno e pitoresco
concelho minhoto.
Mas o étimo não deve
estar em Vernaria
(talvez erro gráfico
do copista) e, sim,
em Venaria, de “vena-venae”,
conduto, veio ou fio
de água ou de metal,
tudo isto, de
preferência a
dizer-se que Vieira
é simples forma
sincopada de
Videira”
Veira do Minho
Não se tem a certeza
sobre a origem do
nome de Vieira, mas
avançam-se duas
hipóteses: derivou
da palavra Velleira
– nome do mosteiro
de São João da
Velleira; o surgiu
do nome de um dos
habitantes
importantes da zona:
Rui Vieira,
referenciado nas
inquisições de D.
Dinis.
A zona da serra da
Cabreira sabe-se que
foi habitada no
período
pré-histórico, como
é atestado pelos
vários monumentos da
época existentes.
Além da serra,
também nas
localidades de
Salamonde e Ruivães
possuem vestígios de
antepassados
longínquos. Existem,
na região, vestígios
de mamoas, menires,
gravuras rupestres,
castros e, indicando
presenças em épocas
posteriores, fojos
medievais.
Importante ponto
estratégico da
região, Vieira do
Minho foi ocupada
pelos diversos povos
que passaram pela
península antes da
nacionalidade,
nomeadamente Romanos
e Suevos.
A vila também foi
ponto de passagem de
tropas na época das
guerras napoleónicas
e esteve muito
envolvida, já no
século XIX nas lutas
liberais. Em Vieira
do Minho vivia, de
resto, o padre
Casimiro José
Vieira, um dos
mentores da revolta
da Maria da Fonte.
Gastronomia e
artesanato
O trabalho do cobre
é a principal
actividade de
artesanato na região
de Vieira do Minho.
No entanto, é ainda
possível encontrar
trabalhos de
cestaria.
Existem também
trabalhos de
Tecelagem e bordados
tradicionais. Por
exemplo, na aldeia
Turística de Agra,
podem-se encontrar
as quentes e típicas
mantas de burel, bem
como outros
lanifícios e
bordados
tradicionais.
Vila Nova de
Famalicão

Na era da
Romanização, passava
neste local a via
militar de Bracara a
Cale. Diversos
marcos miliários,
alguns já
desaparecidos, e
dois dos quais se
encontram na ponte,
em Trofa Velha,
assim o assinalam. A
povoação de
Famalicão recebeu
foral em 1205.
A terra dominante
adjacente era a de
Vermoim, onde, nos
primeiros tempos da
Reconquista, parece
ter existido um
castelo roqueiro.
Nos princípios do
século XVl (em 1527)
contava sessenta e
um morador. E
submetida como
estava ao concelho
de Barcelos, foi
muito custosa a sua
alforria.
Pela reforma
aministrativa do
regime liberal foi
elevada à categoria
de sede do concelho,
recebendo, em 1841,
oficialmente o
título da vila,
concedido por D.
Maria ll. A rainha
visitou a nova vila
em 5 de Maio de
1852.
O único facto
histórico que nela
se passou foi o
encontro, em 27 de
Maio de 1926, entre
o comandante das
forças vindas do
Porto para combater
as do general Gomes
da Costa, sublevadas
em Braga. Desse
entendimento
imprevisto (assinado
pelo Coronel
Rodrigues e pelo
aludido general)
resultou a queda do
governo
constitucional, em
Lisboa, e a
implantação da
Ditadura Militar.
Segundo, Xavier
Fernandes em
Topónimos e
Gentílicos (1944):
“A parte final foi
historicamente
explicada como
provindo do nome de
homem. “Famelião”,
assim se teria
chamado o primeiro
habitante do local
que lá se teria
estabelecido com uma
venda, onde servia
os viajantes entre
Porto e Braga.
Parece que no século
XlV havia já um
agrupamento de
habitantes,
começando a
formar-se o povoado,
a que se chamou
depois “Aldeia de
Famelicão”, com o
nome do tendeiro
alterado.
Posteriormente, isto
é, muito mais tarde,
talvez em 1841, D.
Maria ll eleva a
povoação à categoria
de vila, que aparece
denominada Vila Nova
de Famalicão,
fixando-se por fim
na forma actual,
embora, segundo
autores, já assim se
chamasse antes”.
Vila Nova de
Famalicão
Vila Nova de
Famalicão, uma das
mais jovens cidades
(1985) de Portugal e
do Minho, sede de
concelho e comarca,
nasce para a
história em 1205,
com o foral de D.
Sancho I. Sendo
terra e povoação
antiga, Vila Nova de
Famalicão, é um
concelho moderno,
criado em 1835, por
carta foral da
rainha D. Maria II,
por onde importantes
figuras da
literatura
portuguesa (Camilo
Castelo Branco...) e
da política ( José
Ferreira Salgado,
Bernardino Machado)
passaram e fizeram
história.
È inequívoco o
carácter industrial
dominante, onde o
sector têxtil assume
a primazia no perfil
do concelho. Assumem
ainda particular
destaque a indústria
da madeira e
mobiliário, a
indústria das peles,
a indústria da
alimentação, a
indústria de
produtos metálicos e
a indústria da
borracha.
Infra-estruturas
como o CITEVE, a
Universidade
Lusíada, Escolas
Profissionais,
Conservatório de
Música, Casa das
Artes, Biblioteca
Camilo Castelo
Branco, Museu da
Indústria Têxtil
confirmam o rumo de
desenvolvimento do
concelho.
Vila Verde –
(Concelho do
Distrito de Braga)

Povoação muito
antiga, é já
mencionada num
documento de 960.
O concelho actual
foi criado em 1855,
passando a agrupar
os coutos de Vila
Chã, Valdreus,
Cervães, Penela,
Prado, Aboim da
Nóbrega e Pico de
Regalados. Este
último constituiu um
couto concedido por
D. Afonso Henriques
a D. Paio Mendes,
seu aliado e
arcebispo de Braga.
D. Manuel l deu-lhe
foral em 1514. Prado
tem carta de foral
concedida em 1260
por D. Afonso lll e
renovado por D.
Manuel 1, em 1510.
Em alguns comoros da
periferia do
concelho, subsistem
sinais de vida
castreja, como por
exemplo, no monte de
São João. Outra
relíquia de
acentuado valor
arqueológico é a
chamada Torre de
Penegate.
Segundo, Xavier
Fernandes em
Topónimos e
Gentílicos (1944):
“Provável é que o
adjectivo verde (do
latim viride -,
através duma forma
verde -, verde,
verdejante),
aproveitado em
formações
toponímicas, seja
uma alusão à
vegetação verdejante
das respectivas
terras”.
Vila Verde
Falar-se da história
do concelho de Vila
Verde é bastante
complexo em virtude
da escassa
documentação
existente.
Há quem opine que é
um concelho de
história recente,
com o que eu não
concordo. Com
efeito, recuando-se
ao ano de 1220
encontramos as
Inquirições de D.
Afonso II, ordenadas
pelo monarca no ano
referido. Nessas
inquirições
deparamos com a
paróquia de Sancto
Pelagii de Vila
Plana, isto é, S.
Paio de Vila Verde.
Lendo-se o inquérito
constata-se que
entre os jurados,
que testemunharam e
validaram o escrito,
um deles se chamava
de Fáfias. Este
patronímico, apesar
de terem decorrido
mais de 800 anos,
não é estranho a
qualquer um dos
moradores da sede do
concelho. Com
efeito, ele sinaliza
o Lugar de Fáfias,
ou Rua de Fáfias.
Sem pretender fazer
desta crónica um
dado histórico, não
posso deixar de
acrescentar que
Fáfias faz parte da
história antiga do
concelho de Vila
Verde, tendo por
isso desempenhado
papel
importantíssimo na
mesma.
Inicialmente Fáfias
teria sido, a meu
ver, uma grande
herdade de um dos
donatários da terra,
denominado de Fafes,
de onde,
provavelmente, vem o
nome de Fáfias.
A herdade do Fafes
teria sido
transaccionada
(emprazada, vendida,
doada ou mesmo
confiscada). Em 1220
era seu senhor um
homem jurado nas
inquirições, que
adoptara como
apelido o topónimo
da herdade. Porém,
eram os Fafes nobres
muito poderosos,
descendentes do
conde D. Fafes
Serrazino, senhor
das Terras e Castelo
de Lanhoso o qual
viveu e morreu ao
serviço do Rei de
Portugaliae D.
Garcia, no séc.XI. O
filho deste conde,
D. Fafes Luz, foi
genro de um outro
homem muito poderoso
– D. Egas Pais de
Penegate, de Rendufe
e de Bouro – tenem
militar do conde D.
Henrique e D. Teresa
no séc.XII.
Como o apelido Fafes
era originário do
conde Serrazino, o
seu filho, D. Fafes
Luz, transmitiu-o a
seu primogénito D.
Egas Fafes sendo
este herdeiro de
todas as terras de
seu pai.
Assinalava-se assim
nos antigos
territórios do
concelho de Vila
Verde a consagração
por D. Afonso
Henriques, com
honra, da herdade do
Lameirão em S.
Vicente de Ponte
sendo seu donatário,
e da freguesia, o
filho de D. Fafes
Luz – D. Egas Fafes
– neto paterno do
conde Serrazino e de
D. Egas Pais de
Penegate.
A herdade de Fafes,
pelos motivos acima
apontados,
continuaria a ser
assim designada.
Todavia, o seu
senhor, ou rendeiro
por emprazamento, em
1220 não podia ser
designado de Fafes
porque não era um
Fafes e como tal, em
vez de Fafes, passou
a ser designado por
Fáfias, patronímico
que prevalece em
nossos dias.
Chamo agora a vossa
especial atenção
para o apelido
Viegas, actualmente
pouco generalizado
mas que na Alta
Idade Média era
vulgaríssimo, e isto
porque Viegas queria
dizer ‘filho de
Egas’. ‘Domno
Gomecio Viegas’ – D.
Gomes Viegas foi
filho de D. Egas
Fafes, neto de D.
Fafes Luz e bisneto
do conde Serrazino e
de D. Egas Pais de
Penegate.
Nas supra citadas
inquirições aparece
D. Gomes Viegas, não
como jurado porque
essa condição era
inferior à sua
qualidade de nobre
senhor, mas sim como
donatário e senhor
dos coutos de S.
Paio de Vila Verde e
do de Stª Eulália de
Loureira. Quer isto
dizer que em 1220
Vila Verde já era
sede de um pequeno
concelho rural em
que o sistema
político que nele
vigorava era o
‘Poder Senhorial’.
Aqui não entravam os
oficiais do rei nem
se lhe pagava foros.
Como se verifica a
história do concelho
de Vila Verde,
apesar de complexa,
não se inicia em
1855, uma vez que a
sua sede já era uma
terra com
administração
própria no séc.XIII.
Autor: TI |
2005/02/15
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Vizela – (Concelho
do Distrito de
Braga)
 |
Foi no rio Vizela
que começou a
história deste novo
concelho.
Com 40 km de curso,
o rio Vizela nasce
na serra de
Cabeceiras, entre as
freguesias de Aboim
e Gontim, concelho
de Fafe e distrito
de Braga. Desagua na
margem esquerda do
rio Ave, perto da
freguesia de S.
Miguel das Aves,
concelho de Santo
Tirso e distrito do
Porto.
À volta do rio
Vizela, começaram a
surgir as primeiras
populações, uma vez
que as suas margens
eram muito férteis e
possuíam uma grande
capacidade agrícola,
sendo o cultivo dos
campos, até ao
século XIX,
praticamente a única
actividade destas
populações.
Vizela está
integrada no Vale do
Vizela, que se
inicia na serra de
Santa Catarina, a
Norte. A Sul, faz
fronteira com parte
do concelho de
Lousada, através da
serra do Carvelo.
Foi em Vizela que
começou toda a
actividade económica
e política desta
região. As condições
geográficas do Vale
de Vizela desde
muito cedo atraíram
o homem. Como a água
abundava em todo o
vale, as actividades
de maior relevo eram
a agricultura e a
pecuária.
A descoberta das
águas termais
A chegada dos
Romanos à Península
Ibérica, no século
III a.C., trouxe
grandes
transformações,
nomeadamente para a
região de Vizela,
transformando por
completo os hábitos,
costumes e modos de
vida das populações
que aí viviam.
A grande
transformação
operada pelos
Romanos nesta região
foi a descoberta das
águas termais de
Vizela, com
capacidades únicas
no tratamento de
determinadas
doenças, entre as
quais o reumatismo e
as afecções das vias
respiratórias.
Assim, os Romanos
construíram, a
partir do século I
a.C., uma espécie de
complexo termal,
tendo surgido, à sua
volta, toda uma
povoação. Era aqui
que as populações
das diferentes
classes sociais
passavam horas de
lazer e tentavam as
curas para os seus
males.
Vizela tornou-se,
assim, conhecida
pelas virtudes
terapêuticas das
suas múltiplas
nascentes de água.
Aqui, acorria gente
de toda a Ibéria.
Outra obra com a
assinatura dos povos
romanos é a ponte de
Vizela, conhecida
por "ponte velha", e
que resistiu a
séculos de
utilização, estando
classificada como
monumento nacional.
Com as invasões
bárbaras, no século
V, o Império Romano
desmoronou-se por
completo,
assistindo-se à
ascensão do
Cristianismo, que
invadiu todas as
populações.
Após a Reconquista,
formaram-se novos
aglomerados
populacionais. No
ano de 607, século
VII, realizou-se um
concílio para a
divisão do
território em
bispados, surgindo,
assim, as primeiras
paróquias
portuguesas, entre
as quais, Oculis, ou
seja, Caldas de
Vizela.
1361: Vizela foi
concelho
A evolução política
provocou, a partir
de meados do século
XI, a ascensão de
Portucale, como
centro de uma vasta
área. O poder era
exercido a partir de
um centro, que
começou por ser
Guimarães. Vizela,
como estava mesmo ao
lado, aproveitou o
facto para crescer e
adquirir uma certa
importância no
contexto geral da
governação do país.
O ano de 1361 foi o
primeiro grande
momento da história
de Vizela, tendo
esta alcançado a
independência
administrativa e
formado, pela
primeira vez,
concelho próprio. D.
João foi, assim, o
primeiro governante
de Vizela.
Contudo, o concelho
teve uma duração
efémera: 47 anos.
Pensa-se que os
motivos da extinção
estejam ligados aos
conflitos entre os
poderes municipais
de Vizela e os
conventos minhotos
de Guimarães e
Roriz.
Mais tarde, nesta
região, nasceu um
novo concelho, desta
vez com sede em
Barrosas e que
agrupou grande parte
das actuais
freguesias de
Vizela.
Em Tagilde, a 10 de
Julho de 1372,
assinou-se um
importante acordo
político, o chamado
pacto de Tagilde, um
tratado de aliança
entre Portugal e
Inglaterra.
Entre o século XV e
XVIII, pouco
aconteceu em Vizela.
Depois de um certo
período de
adormecimento, as
termas renasceram no
século XVIII. Em
1785, iniciou-se a
construção, no sítio
da Lameira, de uma
barraca coberta de
colmo, que iria
constituir as
primeiras
instalações das
termas de Vizela.
Como a afluência foi
enorme, nos anos
seguintes, foram
construídas algumas
barracas em pedra.
Já no século XIX,
foi dada autorização
régia para a
construção dos
banhos, os
antecessores da
actual Companhia.
As actuais
instalações termais
começaram a ser
construídas em
finais do século XIX
(1870). Em 1873, é
fundada a Companhia
dos Banhos de
Vizela, que ainda
hoje concede ao
concelho
características de
turismo muito
particulares e que
contribuiu, de forma
preponderante, para
o urbanismo
vizelense, dos
séculos XIX e XX.
O renascer do
espírito
independentista
Com a criação da
Companhia dos
Banhos, a povoação
cresce, e com ela
renasce a
consciencialização
autonómica da
população, que
estava enfraquecida
há vários séculos,
dando origem,
durante o século XIX,
ao renascer da luta
pela autonomia de
Vizela.
A partir de 1822,
efectuam-se as
primeiras alterações
administrativas,
dividindo-se o país
em distritos. Trinta
anos depois, foi
extinto o concelho
de Barrosas,
aumentando, assim, o
sentimento de
independência de
todo o vale de
Vizela.
Em 1852, a Rainha D.
Maria II inicia uma
viagem pelo país,
anunciando a sua
passagem por Vizela.
Apesar da promessa,
esta visita acabou
por não se efectuar
e os vizelenses não
esconderam a sua
insatisfação e
revolta.
Foi a partir daqui
que se intensificou
o desejo de
autonomia dos
vizelenses, o desejo
de um concelho
independente de
Guimarães.
Com a implantação da
República, em 1910,
Vizela acalentou
novas esperanças na
sua luta e, pouco
tempo depois enviou
uma comissão, a
Lisboa, com o
objectivo de
apresentar os
motivos de tão
antigas
reivindicações.
Assim, em 1914,
Vizela apresentou
uma proposta de
criação do
município, com 26
freguesias, a
maioria desanexada
de Guimarães. Doze
anos depois, a mesma
proposta já
contemplava apenas
17 freguesias.
Naquela altura,
Vizela vivia
momentos de grande
vigor económico,
sendo a estância
termal considerada
uma das melhores do
país, servindo de
pólo dinamizador de
toda a região.
Em finais do século
XIX, viviam em
Vizela mais de 5000
habitantes. A
indústria têxtil,
nomeadamente o
tecido de seda,
algodão e linho, era
a principal
actividade económica
de Vizela. A
indústria mecânica,
da serração de
madeira e a do
pão-de-ló, o famoso
Bolinhol, também
estavam
desenvolvidas.
Na altura, existiam
dois casinos, que
representavam uma
fatia importante da
economia vizelense,
e algumas unidades
hoteleiras, que
serviam de apoio às
termas de Vizela.
O desenvolvimento
económico de Vizela
estava à vista e os
gritos de
independência iam-se
fazendo ouvir, cada
vez mais alto.
Elevação a Vila
Em 1929, Vizela é
elevada à categoria
de vila, em plena
ditadura de
pré-Estado Novo.
Mas, os vizelenses
não ficaram
satisfeitos e não
desistiram da sua
luta pela criação do
concelho.
Em 1964, é fundado o
MRCV - Movimento
para a Restauração
do Concelho de
Vizela, que se
propôs liderar a
luta pela criação do
concelho.
Em meados do século
XX, assistiu-se a um
certo declínio das
termas, contrastando
com um forte surto
industrial,
nomeadamente nos
sectores têxtil,
calçado e construção
civil.
Com o 25 de Abril,
veio a promessa de
uma nova lei sobre
os municípios e as
esperanças dos
vizelenses
aumentaram. Mas,
mais uma vez, as
tentativas não
tiveram resultados
positivos.
Nos anos 80, os
acontecimentos na
Assembleia da
República foram
acidentados. Em
1982, o Partido
Popular Monárquico
apresentou uma
proposta de criação
do concelho, mas
esta foi rejeitada.
O PSD também fez
promessas, que não
cumpriu.
Como resposta, os
vizelenses
boicotaram as
eleições autárquicas
de Dezembro desse
mesmo ano.
Em 1985, foi
aprovada a nova
lei-quadro dos
municípios, em que
uma das cláusulas
impedia a criação de
novos concelhos,
antes da
regionalização.
Contudo, Vizela
nunca desistiu de
lutar pelos seus
interesses, que
viriam a ser
satisfeitos em Março
de 1998. Mas, em
1997, Vizela ainda
sofreu outra
decepção, quando,
mais uma vez, viu
chumbada a sua
proposta e, ao mesmo
tempo, aprovada a
elevação de Fátima a
cidade.
Aliado a isto, as
relações entre
Vizela e Guimarães
iam-se deteriorando,
pois estava no ar
que o concelho de
Vizela, mais cedo ou
mais tarde, iria ser
criado. Em 1997, foi
apresentada uma
proposta de lei do
Partido Popular
sobre a criação do
concelho que, mais
uma vez, foi
chumbada. Mas, esta
seria a última
decepção dos
vizelenses.
Luta valeu a pena
Em 1998, estavam na
agenda da Assembleia
da República, três
projectos-lei de
elevação de Vizela a
concelho. A 19 de
Março, os
projectos-lei foram
aprovados e Vizela
era, finalmente,
elevada à categoria
de cidade.
Mais de seis mil
vizelenses, que se
tinham deslocado até
Lisboa, fizeram a
festa, à porta da
Assembleia da
República. Também em
Vizela, a festa foi
rija e culminou com
um espectáculo de
fogo de artifício,
organizado pelo MRCV.
A luta valeu a
pena...
O desejo
concretizou-se...
Vizela era concelho!
Trabalho e pesquisa de
Carlos Leite Ribeiro –
Marinha Grande -
Portugal
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