Distrito de AVEIRO
Concelhos deste Distrito:
Águeda; Albergaria-a-Velha;
Anadia; Arouca; Aveiro (concelho
de); Castelo de Paiva; Espinho;
Estarreja; Ílhavo; Mealhada;
Murtosa; Oliveira de Azeméis;
Oliveira do Bairro; Ovar; Santa
Maria da Feira; São João da
Madeira; Sever do Vouga; Vagos;
Vale de Cambra.
O Distrito de
Aveiro
É
um distrito, pertencente à
província tradicional da Beira
Litoral, salvo os concelhos mais
a norte que pertencem ao Douro
Litoral. Limita a norte com o
Distrito do Porto, a leste com o
Distrito de Viseu, a sul com o
Distrito de Coimbra e a oeste
com o oceano Atlântico. Área:
2808 km² . Capital e Sede
de distrito: cidade de Aveiro.
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Apontamento do ano de
1900 (Jornal do
Comércio):
“Distrito de Aveiro,
formado em parte pela
antiga província do
Douro. Superfície 2.76º
Km2 e uma população de
303.169 habitantes.
Compreende 17 concelhos
e 181 freguesias. Os
concelhos são: Águeda,
Albergaria-a-Velha,
Anadia, Arouca, Aveiro,
Castelo de Paiva,
Espinho, Estarreja,
Feira, Ílhavo, Maceira
de Cambra, Oliveira de
Azeméis, Oliveira do
Bairro, Ovar, Sever do
Vouga e Vagos. Povoações
principais: Aveiro, Ovar
e Ílhavo. O seu terreno
montanhoso apresenta
entre outras, as serras
de Moldes, de Caramulo
(esta em parte também no
distrito de Viseu). É
banhado pelo Vouga e seu
afluentes, Águeda e
Caima e pelo Paiva,
afluente do Douro.
Produções agrícolas,
marinhas de sal, minas
de cobre e de chumbo”.
Aveiro
(Cidade)
As origens do
povoado continuam
desconhecidos em
grande parte. Porém,
temos conhecimento
de que em 959, por
testamento da
condessa Mumadona
Dias, esta região
foi legada ao
Mosteiro de
Guimarães. Só nos
reinados de D.
Duarte e de D.
Afonso 5º, Aveiro,
passaria a vila. D.
Pedro, duque de
Coimbra, cercou-a de
muralhas e promoveu
outros importantes
melhoramentos.
Aveiro é a capital
de um distrito de
contrastes, em que a
montanha, arrogante,
de vales profundos e
cristas escarpadas,
acaba por se casar
com a planície doce
da laguna, que é
conhecida por ria,
que se alonga por
cerca de 45 Km de
comprimento, desde
Ovar a Mira, num
vasto emaranhado de
canais, recebe, a
norte da cidade, as
águas do rio
Vouga, depois de
percorrerem 132 Km
num vale de grande
fertilidade e não
menos beleza.
No século XVll
crescem as ordens
religiosas dentro e
fora das muralhas,
mas a angústia pesa
já sobre a
população. As
dificuldades da
navegação aumentam,
agravam-se as
condições de vida, a
barra fecha-se ao
comércio e à
produção de sal,
redobrando a
desolação dos
habitantes ao ver
crescer o alagadiço
sobre as
propriedades então
férteis – salinas e
lezírias – e
definhando a
população, que chega
no século XVlll a
menos de 4 mil
habitantes. Mesmo
empobrecida, Aveiro
foi, em 1759,
elevada à categoria
de cidade por D.
José, depois da
execução do duque de
Aveiro e confiscação
dos respectivos
bens, sendo também
sede do bispado
entre 1774 e 1881.
Só a 3 de Abril de
1808, depois da
abertura da barra,
se conseguiu a
ligação do mar com a
ria, após obras que
se arrastaram por
dezenas de anos e em
que foram utilizados
grandes troços de
muralhas. A partir
de então, Aveiro
modifica-se. A
burguesia, depois a
Revolução de 1820,
quer participar no
vida política,
combatendo a
estrutura social do
antigo regime. É
assim que se levanta
contra D. Miguel, em
16 de Maio de 1828.
Falhada a revolta,
alguns aveirenses
são justiçados por
decisão da Alçada do
Porto. A cidade dá,
no período
constitucional, boa
colaboração à
reconstrução de um
Portugal novo.
Quanto ao nome
(Aveiro) também é
objecto duma
infinidade de
contravérsias entre
os autores; uns o
fazem derivar de
«Aviarium» por haver
ali abundância de
aves; outros querem
que seja corrupção
de «Aveyrau», nome
dado pelos
navegantes gascões e
normandos, que a
estes pontos da
costa aproavam
frequentemente.
Fernão de Oliveira
na sua «Linguagem
Portuguesa» diz que
este nome lhe foi
dado por ali morar
um caçador de aves,
por isso chamado
«Aveiro», o que não
tem visos de
verosimilhança; e
Brudant, no «Lexicon
Geographico» lhe dá
o nome de «Lavare»,
antigo, e o
moderno por
corrupção daquele.
Não se sabe também
desde quando usa o
nome porque hoje
está conhecida,
sendo apenas certo
que já assim era
designada no tempo
do conde D.
Henrique. (O Domingo
Ilustrado, Vol. 1º
(1897) – pág. 109).
Aveiro é nome bem
misterioso para quem
não vá atrás de
explicações mais ou
menos engenhosas.
Tenho diante de mim
a primeira Gramática
da Língua Portuguesa
feita em 1536 por
Fernão de Oliveira.
No capítulo XXXl,
esse pai Adão das
nossas gramáticas
trata das «nossas
dicções», isto é,
«aqueles que
nasceram entre nós
ou são já tão
antigas que não
sabemos se vieram de
fora».
Diz que «aveyro» é
«nome de lugar,
porque dantes nessa
terra morava um
caçador de aves ao
qual como alcunha
chamavam o
“Aveiro”». Se non é
vero, é bene
trovato. Devemos
reconhecer que a
coisa está
fantasiosamente bem
engenhada. Falta,
porém, saber quem
era esse caçador de
aves, quando foi
esse «dantes» e
falta o melhor: o
documento que prove
que “Aveiro” se
explica por tal
fantasia. Nem a
tradição nos dá nada
que abone o caçador
de aves como
originador de
Aveiro.
O Dr. Leite de
Vasconcelos nas
Lições de Filologia
Portuguesa não
adiantou mais do que
isto: «Talvez a
palavra seja de
origem ibérica, isto
é, pré-romana».
Manda confrontar o
vasconço “Alava”.
Isto, porque Aveiro
foi Alavário e
Aaveyro.
O Dr. Leite de
Vasconcelos citou,
no Onomástico
Ibérico, a forma
“Alaba”.
Acrescentarei às
formas dadas pelo
Mestre, uma outra
que encontro em
Quicherat: «Existiu
um povo da Hispânia
Tarraconense chamado
do “Alabanenses”».
É possível que na
forma primitiva de
Aveiro, isto é,
Alavário esteja o
mesmo desconhecido
elemento pré-romano
destes Alabanenses.
Enfim, tudo menos
Aveiro tirado do
nome do tal «caçador
de aves».
(O Povo e a Língua,
do Prof. Vasco
Botelho do Amaral,
inserto no Mensário
das Casas do Povo –
ano lV de Setembro
de 1949, nº 39).
Apontamento do ano
de 1900 (Jornal do
Comércio):
“Aveiro, cidade e
capital do distrito
e cabeça de
concelho. Tem 9000
habitantes e tem
Caminho de Ferro. É
banhada pelos
diferentes braços,
em que se ramifica o
rio Vouga. D. José
l, quando a elevou à
categoria cidade
deu-lhe o nome de
Nova Bragança, mas o
nome de Aveiro
prevaleceu. Pátria
de João Afonso de
Aveiro, descobridor
do Benin, e de José
Estêvão Coelho de
Magalhães, a quem
Aveiro erigiu uma
estátua. O concelho
tem 10 freguesias e
24.919 habitantes”.
Aveiro
"No documento de
doação testamentária
efectuada pela
condessa Mumadona
Dias, ao mosteiro de
Guimarães em 26 de
Janeiro de 959,
consta a referência
a "Suis terras in
Alauario et
Salinas", sendo esta
a mais antiga forma
que se conhece do
topónimo Aveiro.
No século XIII,
Aveiro foi elevada à
categoria de vila,
desenvolvendo-se a
povoação à volta da
igreja principal,
consagrada a S.
Miguel e situada
onde é, hoje, a
Praça da República,
vindo esse templo a
ser demolido em
1835.
Mais tarde, D. João
I, a conselho de seu
filho, Infante D.
Pedro, que, na
altura, era
donatário de Aveiro,
mandou rodeá-la de
muralhas que, já no
século XIX, foram
demolidas, sendo
parte das pedras
utilizada na
construção dos
molhes da barra
nova.
Em 1434, D. Duarte
concedeu à vila
privilégio de
realizar uma feira
franca anual que
chegou aos nossos
dias e é conhecida
por Feira de Março.
Em 1472, a filha de Afonso V,
Infanta D. Joana,
entrou no Convento
de Jesus, onde viria
a falecer, em 12 de
Maio de 1490,
efeméride recordada
actualmente, no
feriado municipal. A
estada da filha do
Rei teve importantes
repercussões para
Aveiro, chamando a
atenção para a vila
e favorecendo o seu
desenvolvimento.
O primeiro foral
conhecido de Aveiro
é manuelino e data
de 4 de Agosto de
1515, constando do
Livro de Leituras
Novas de Forais da
Estremadura.
A magnífica situação
geográfica
propiciou, desde
muito cedo, a
fixação da
população, sendo a
salinagem, as pescas
e o comércio
marítimo factores
determinantes de
desenvolvimento.
Em finais do século
XVI, princípios do
XVII, a
instabilidade da
vital comunicação
entre a Ria e o mar
levou ao fecho do
canal, impedindo a
utilização do porto
e criando condições
de insalubridade,
provocadas pela
estagnação das águas
da laguna, causas
estas que provocaram
uma grande
diminuição do número
de habitantes -
muitos dos quais
emigraram, criando
póvoas piscatórias
ao longo da costa
portuguesa - e,
consequentemente,
estiveram na base de
uma grande crise
económica e social.
Foi, porém e
curiosamente, nesta
fase de recessão que
se construiu, em
plena dominação
filípina, um dos
mais notáveis
templos aveirenses:
a igreja da
Misericórdia.
Em 1759, D. José I
elevou Aveiro a
cidade, poucos meses
depois de ter
condenado, ao
cadafalso, o seu
último duque, título
criado, em 1547, por
D. João III.
Em 1774, a pedido de D. José, o papa Clemente XIV
instituiu uma nova
diocese, com sede em
Aveiro.
No século XIX,
destaca-se a activa
participação de
aveirenses nas Lutas
Liberais e a
personalidade de
José Estêvão Coelho
de Magalhães,
parlamentar que
desempenhou um papel
determinante no que
respeita à fixação
da actual barra e no
desenvolvimento dos
transportes, muito
especialmente, a
passagem da linha de
caminho de ferro
Lisboa-Porto, obras
estas de capital
importância para o
desenvolvimento da
cidade,
permitindo-lhe
ocupar, hoje em dia
lugar de topo no
contexto económico
nacional."
BIBLIOGRAFIA:
"DIAS,
Diamantino,
Revista AVEIRO,
Câmara Municipal
de Aveiro, pp.
8, 2ª Edição,
Julho de 1997."
Águeda
-
(Concelho do
Distrito de Aveiro)
Povoação muito
antiga,
remonta
possivelmente a 370 a.C.
Foi habitada pelos
celtas, túrdulos e
gregos, tendo sido
denominada Anergia e
Ágata. D. Manuela 1º
incluiu-a no foral
que, em 1515,
concedeu a Aveiro.
Aparece referida em
documentos da
Reconquista, sendo
provável que a razão
do seu crescimento
ande relacionada com
a importância da
ligação norte-sul
com ponte sobre o
rio Águeda. Nas
vizinhanças têm-se
encontrado vestígios
da romanização e
mesmo anteriores.
Deve ter perdido
importância em
benefício de
Assequins (agora um
lugar da vila), que
recebeu foro
manuelino. Mas o
padroado de Santa
Eulália, padroeira
da vila, pertenceu
ao ducado de Aveiro,
tendo sido anexado
pela Coroa no século
XVlll, após a
extinção daquele.
Ganhou particular
importância após a
2ª e 3ª invasões
francesas, bem como
com as lutas
liberais e, mais
tarde, com os
combates travados em
1919 em disputa da
ponte.
O nome Águeda tem a
sua origem na forma
feminina do
adjectivo grego
“agathós-é-ón” que
quer dizer bom. Do
agathé, boa, tiraram
os romanos Agatha
que usaram como
cognome de mulher e
que precedeu o
actual nome da vila
portuguesa (assim
lhe chamaram no
concílio de Toledo,
de 606), sendo
também ao mesmo
tempo o nome dado a
uma determinada
espécie de pedras
preciosas.
Águeda significa,
pois,
etimologicamente,
BOA.
(Dos Topónimos e
Gentílicos de Xavier
Fernandes (1944).
Nota do ano de 1900
(Jornal do
Comércio):
“Águeda, vila e
cabeça de concelho
(distrito de
Aveiro), na margem
direita do rio
Águeda, com uma
população de 4 mil
habitantes. O
concelho tem 19
freguesias com
20.416 habitantes”.
Águeda
Águeda, sede de
concelho desde 1834
e cidade desde 1985,
deve a sua fundação
aos celtas, Túrdulos
e Gregos remontando
ao ano de
370 Ac.
A antiguidade da
ocupação desta
região é revelada
por diversos
monumentos
megalíticos e pelo
Cabeço do Vouga,
importante estação
arqueológica
localizada junto do
trajecto da via
militar romana de
Olissipo a Bracara.
No século XI, Águeda
é um burgo próspero,
com um comércio
desenvolvido e o seu
porto movimentado,
abastecendo-se a si
e às populações
vizinhas de além
Alcoba (hoje
Caramulo). É
referida, em
documentos de 1050 e
1077, tanto pelo seu
nome primitivo Casal
Lousado (lat. Casal
Lousato) como pelo
seu nome próprio
latinizado Anegia,
Agatha e Ágada.
Águeda não teve
foral na Idade
Média, ao contrário
de outras povoações
vizinhas, por ser
terra reguenga e
couto dos mosteiros
de Lorvão e
Vacariça.
Águeda era ponto de
apoio dos caminhos
de Santiago. Na sua
albergaria ter-se-á
recolhido em 1325 a Rainha Santa Isabel,
quando se dirigia em
peregrinação para
Santiago de
Compostela.
Em 1834, Águeda
ascende à categoria
de sede de concelho,
por consequência da
revolução liberal
dando-se uma reforma
administrativa
devido à sua capital
importância na
estratégia
político-militar da
resistência, à 2ª
invasão francesa,
pois possuía um
hospital militar que
socorria os feridos
provenientes das
batalhas. Desde que
foi elevada à
categoria de
concelho, Águeda
começou a ter uma
vida política
bastante
movimentada, mas foi
sempre muito bem
representada por
nomes influentes da
terra.
No dia 8 de Julho de 1985, a vila de Águeda é elevada à categoria de
cidade.
Águeda actua como
fronteira entre o
mar e a serra devido
à sua privilegiada
situação geográfica,
sendo servida por
vias rodoviárias e
ferroviárias de
fácil acesso.
Hoje, Águeda é uma
cidade em franco
desenvolvimento
económico e social,
sendo uma das
cidades mais
industrializadas do
País.
Albergaria-a-Velha
-
(Concelho do
Distrito de
Aveiro)

Povoação fundada por
D. Teresa, mãe do
primeiro rei de
Portugal, D. Afonso
Henriques, em 1120.
O nome foi-lhe dado
atribuído por
existir também neste
lugar uma albergaria
fundada pela mesma
rainha e destinada a
recolher e socorrer
viajantes pobres.
Sobre a porta desta
casa subsiste uma
inscrição:
“Albergaria de
pobres e passageiros
da Rainha Dona
Teresa”.
Segundo a tradição
popular, a sua
origem anda
associada a extensos
matagais por onde
seria obrigatória a
passagem de pessoas
estranhas nas
ligações norte-sul.
Uma velhinha
ter-se-ia perdido e,
caída a noite, batia
de porta em porta,
pedindo abrigo. Nem
uma porta, porém, se
abriu, receando as
feras, os ladrões ou
os vadio. E, com o
frio, a velhinha
morreu. Na manhã
seguinte, as pessoas
justificavam-se: “A
gente albergaria a
velha, se …”. A
verdade é que
Albergaria – povoada
desde tempos
remotos, como provam
as muitas mamoas da
região, e situada em
boas condições na
estrada de acesso à
Galiza (Santiago) –
era no tempo de D.
Teresa, zona de
matagais e ladrões,
onde se sucediam
assaltos e mortes a
peregrinos e
viajantes. Esta
rainha aqui fundou
uma albergaria com
privilégios
especiais. No monte
da Senhora do
Socorro e nos Paços
do Concelho da vila
existem pedras
intimamente ligadas
a este período
histórico e
importantes para o
estudo da
assistência em
Portugal.
Próximo da vila, no
Bico do Monte,
ergueu-se em 1855, a Capela de Nossa
Senhora do Socorro,
resultado de
promessa feita à
Virgem quando a
cólera-morbo parecia
dizimar toda a
população. No alto
da capela, um
miradouro domina
toda a região
lagunar.
Do “Domingo
Ilustrado” de 1897:
“Nos primeiros
séculos da monarquia
sofriam grandes
trabalhos os
viandantes em
Portugal; além, de
menos habituados, o
que dava lugar a
existirem largos
tratos de terreno em
estado bravio,
sucedia também que
os desconhecidos se
viam sempre com
receio de terror,
porque a todo o
passo se temia
recolher um
malfeitor ou um
“espia dos mouros”.
Movidos de santa
piedade, não só a
rainha D. Teresa,
mulher do conde D.
Henrique, mas também
a esposa do primeiro
rei – a virtuosa D.
Mafalda – Começaram
de fundar em
diversos pontos do
país, onde era mais
frequente a passagem
de viajantes, uns
hospícios, a que se
deu o nome de
“albergarias” e nas
quais o caminheiro
não só recebia
pousada, mas, se o
carecia, algum
auxílio para
continuar sua
jornada.
Eis pois de que
deriva o nome da
vila, a qual se
chama “velha” para a
distinguir da aldeia
do mesmo nome, a que
se chama “nova”.
Albergaria-a-Velha
A história do
concelho começa em
1120 quando D.
Teresa, "rainha" de
Portugal e mãe de
Afonso Henriques,
doou ao fidalgo
Gonçalo Eris vastas
terras. Como
contrapartida, o
fidalgo se
comprometeu a manter
aberta uma
Albergaria para
acolher os viajantes
pobres. É
interessante notar
que sobre a porta
desta casa continua
marcado "Albergaria
de pobres e
passageiros da
Rainha D. Teresa".
Os primeiros
registos de
Albergaria como
Vila, surgem em
meados do século XVI,
na forma de uma
lápide existente nos
Paços do Concelho,
mas que foi oriunda
da frontaria do
primeiro Hospital.
Anadia -
(Concelho do
Distrito de
Aveiro)

Teve foral dado por
D. Manuel 1º em
1514. O senhorio da
vila pertenceu,
desde o começo da
monarquia, aos
frades de Santa Cruz
de Coimbra, passando
para a Universidade
no reinado de D.
João 3º, e na posse
dela esteve até às
lutas liberais. Situam-se em Anadia
algumas das
principais caves de
vinho de Portugal. A
dois passos ficam as
Termas da Cúria que,
com as de Vale da
Mó, muito contribuem
para certa animação
da vila durante o
Verão. É ainda
centro mineiro de
manganés (Freixial e
Vilarinho da HortaI
e de carvão (As
Quintas e covão das
Mestras). Pêro fica
a Malaposta, onde
ainda se conserva,
com fisionomia
antiga, mas
ligeiramente
alterada, uma das 23
estações entre
Lisboa e Porto
criadas por Fontes
Pereira de Melo. Segundo Xavier
Fernandes, em
Topónimos e
Gentílicos (1944):
“O nome advém,
segundo uns – e esta
é talvez a opinião
mais espalhada –
houve, nos
princípios do nosso
primeiro rei, um
casal junto à
estrada de Coimbra,
onde uma mulher
chamada Ana Dias se
tornou afamada por
vender aos viajantes
um precioso vinho,
que os deliciava; do
casal teria nascido
a primitiva povoação
que, por ser
conhecida por aquele
nome de mulher,
alterando-se depois
para a designação
actual, Anadia. Embora, se diga que
há documentos que
assim o contam, tudo
isto é hipotético e
pouco de aceitar”. Anadia
Anadia é uma cidade
portuguesa
pertencente ao
Distrito de Aveiro,
região Centro e
subregião do Baixo
Vouga, com cerca de
5 500 habitantes. É sede de um
município com 217,13
km² de área e 31 546
habitantes (2001),
subdividido em 15
freguesias. O
município é limitado
a norte pelo
município de Águeda,
a leste por
Mortágua, a sul pela
Mealhada, a sul e
oeste por Cantanhede
e a noroeste por
Oliveira do Bairro. O concelho recebeu
foral de D. Manuel I
em 1514. O actual
município foi criado
em 1839 pela fusão
de vários concelhos,
tendo a vila sido
elevada a cidade em
9 de Dezembro de
2004. Trabalho e pesquisa
de Carlos Leite
Ribeiro -
Marinha Grande -
Portugal
Arouca
-
(Concelho do
Distrito de Aveiro)

Vila muito
antiga, deve ter
sido edificada pelos
Galo-Celtas quatro
ou cinco séculos
antes de Cristo.
César, no ano 34 a.
C., ali fundou uma
cidade com o nome de
Arauca, Aruca ou
Araducta, que
existiu até ao ano
de 716 da nossa era,
data em que foi
destruída pelos
árabes. D. Afonso
Henriques deu-lhe
foral em 1151,
confirmado por D.
Afonso 2º, em
Coimbra, em 1217 e
em 1513 D. Manuel 1º
deu-lhe novo foral.
Deve olhar-se o
casario da vila
antes de contemplar
os cerros vizinhos,
afundados numa cova
imensa, verde,
formosa, perfumada
pelos frutos no
Outono e pelo cheiro
da terra arada na
Primavera. Arouca
aninha-se à sombra
do velho mosteiro
cisterciense, que
permanece
indiferente ao
tempo, com mais de
mil anos de
história. A terra é
rica. Mas a vila tem
um ar sossegado,
como que herança do
tempo em que a gente
parava para ouvir os
monges cantar.
Mafalda – Princesa
Desditosa
À terra de Arouca
deixou seu nome a
princesa D. Mafalda,
nascida em Coimbra
em 1195 e filha de
D. Sancho 1º.
Interesses políticos
conduziram ao
casamento da jovem
com Henrique l,
herdeiro do trono da
Castela, adolescente
ainda e seu primo em
5º grau. Mas a
desventurada
“rainha” viu em
breve anulado o seu
casamento com o
pequeno “rei”, morto
entretanto num
acidente ocorrido no
palácio. Regressada
a Portugal, D.
Mafalda recolhe à
clausura e,
estabelecida em
Arouca, torna-se
padroeira do
mosteiro, que
reforma segundo o
hábito cisterciense.
Depois de ter
consumido os seus
haveres em obras de
devoção e bem-fazer,
faleceu em 1290, no
desaparecido
Convento de Rio
Tinto. Como era seu
desejo, foi
sepultada em Arouca.
Ao longo do trajecto
do convento para o
mosteiro
edificaram-se os
curiosos monumentos,
“moimentos” ou “marmorais”,
no sítio onde
descansava a
burrinha que
transportava o
esquife. Mais tarde,
o seu corpo foi
achado incorrupto. O
povo, logo a sua
morte, chamou-lhe a
Rainha Santa (a
outra Rainha Santa,
é a que está em
Coimbra – Portugal
tem duas rainhas
santas). E de toda a
parte vinha gente
pedir graças. E
juntavam-se ex-votos
no seu altar, o que
ainda hoje sucede.
Segundo Xavier
Fernandes em
Topónimos e
Gentílicos (1944):
“O povoado destruído
pelos árabes, no ano
716 e reconstruído
pouco depois,
dir-se-ia chamado
primeiramente Arauca,
posteriormente Aruca,
e mais tarde, no
tempo dos godos,
Araducta. O que,
porventura, era
aquele primeiro
nome, suposto étimo
de Arouca, ainda
ninguém o disse
satisfatoriamente,
não valendo apenas a
conjecturar
soluções, assentes
em simples
hipóteses”.
Apontamento do ano
de 1900 (Jornal do
Comércio):
“Arouca, vila e
concelho do Distrito
de Aveiro. Tem 1.154
habitantes. Está
situada no vale de
Arouca, entre as
serras da Freita, da
Mó e gamarão. Antigo
mosteiro (agora
extinto), de
fundação mui remota,
ampliado por D.
Mafalda, filha de D.
Sanchos 1º, depois
canonizada. O
concelho tem 19
freguesias e 16.671
habitantes”.
Mosteiro de Arouca
Segundo a
documentação
existente, o antigo
mosteiro de S. Pedro
data do séc. X. No
ano de 1210 o
Mosteiro de Arouca é
legado a D. Mafalda,
por seu pai, D.
Sancho I, Rei de
Portugal. No
entanto, o início do
seu padroado ocorre
apenas em 1217 ou
mesmo 1220. Embora
nos seus primórdios
a regra adoptada no
Mosteiro tenha sido
a da Ordem de S.
Bento, no início do
séc. XII viria a ser
adoptada a da Ordem
de Cister, que se
manteria até aos
finais do séc. XIX.
Nos sécs. XV e XVI
foram realizadas
diversas obras de
reconstrução e
ampliação do
Mosteiro, datando o
imponente edifício,
tal como vemos hoje,
dos sécs. XVII e
XVIII.
Os espaços mais
notáveis de todo o
conjunto são a
Igreja, o Coro das
Freiras, os
Claustros, o
Refeitório e a
Cozinha. Merece
referência especial
o magnífico Museu de
Arte Sacra que nele
se alberga - um dos
melhores, no seu
género, em toda a
Península Ibérica -,
no qual, para além
de múltiplos
objectos de culto,
paramentos, peças de
mobiliário,
manuscritos
litúrgicos, se podem
encontrar peças
raríssimas nas artes
da escultura,
pintura, tapeçaria,
ourivesaria, etc.
O Mosteiro de Arouca
foi classificado
como Monumento
Nacional pelo
decreto de
16-06-1910. Z.E.P.,
D.G. 2.ª Série, n.º
164 de 15-07-1960.
Está sob a
responsabilidade do
Instituto Português
do Património
Arquitectónico e
Arqueológico.
Castelo de Paiva
- (Concelho do
Distrito de
Aveiro)

Vila pequena,
implantada numa
região verde com
muita vinha de
enforcado a
cobrir as
encostas
envolventes,
para a serra e
para o rio
Douro. Castelo
de Paiva possui
espigueiros de
guardar o milho
que vão até ao
meio do casario.
Com ar mais
solene, tem uma
praça interior
cheia de sombras
de tílias, com a
estátua do conde
de Castelo de
Paiva no meio de
um jardim
frequentado por
velhos e
crianças, tudo
em família. Em
torno do povoado
há locais
agradáveis para
dar bons
passeios.
Segundo Xavier
Fernandes em
Topónimos e
Gentílicos
(1944): “É mais
uma expressão
topónimicas, em
que entra o nome
comum castelo,
do latim
“Castellu”
(lugar
fortificado). O
último elemento
é o nome do rio,
Paiava, que
banha a povoação
principal e é um
dos elementos do
rio Douro”.
Castelo de Paiva
Castelo de Paiva
tem uma história
rica, com os
seus pergaminhos
a atestarem a
nobreza das suas
origens e a
galhardia dos
seus feitos.
Terra bendita e
permanentemente
rejuvenescida,
Castelo de Paiva
vale sempre cada
vez mais!!!
Conheça aqui as
nossas raízes.
Primitivamente o
concelho era
designado por "
Paiva " e só há
cem anos atrás
passou a
designar-se "
Castelo de Paiva
", visto que,
sendo a acta
mais antiga –
existente nos
arquivos
municipais - de
1850, é no dia 4
de Março que
aparece o nome
de " Castelo de
Paiva " para
designar o
concelho.
O concelho é
herdeiro da
antiga honra de
Sobrado (Payva
de Riba Douro) e
D. Manuel I
concedeu-lhe o
foral a 1 de
Dezembro de
1513.
Consta-se que
nos Paços de
Gondim, viveu
Martim de
Bulhões, que
casou com Maria
Teresa Taveira,
na Igreja do
Mosteiro
Beneditino (do
qual não há
qualquer
vestígio) e
deste enlace
teria nascido
Fernão de
Bulhões, mais
tarde Santo
António de
Lisboa.
Um dos últimos
descendentes dos
Bulhões foi
Martinho Pinto
de Miranda
Montenegro
Vasconcelos
Bulhões, grande
benemérito e
primeiro Conde
de Castelo de
Paiva, que foi "
par do reino " e
Governador
Civil, um homem
bom cuja acção
em prol do
concelho e da
região perdura
através dos
tempos na
memória de todos
os paivenses,
que recordam a
sua actividade
intelectual e os
rasgos da sua
benemerência.
Este concelho,
que faz
fronteiras com
os municípios de
Arouca, Feira,
Penafiel e
Cinfães, foi
comarca até
1927, tem
actualmente nove
freguesias e
mais de 17000
habitantes.
Castelo de
Paiva, terra
bendita e
permanentemente
rejuvenescida,
tem uma história
rica, com os
seus pergaminhos
a atestarem a
nobreza da sua
origem e a
galhardia dos
seus feitos.
O feriado
municipal é
comemorado a 24
de Junho,
integrado nas
festas populares
de S. João, uma
iniciativa
assumida pela
autarquia que
arrasta a
população e
forasteiros para
vários dias de
folia.
Desde o
paleolítico que
a magnífica
posição
geográfica de
Castelo de Paiva
constituiu um
pólo de atracção
de diversas
civilizações que
aí se fixaram,
usufruindo das
potencialidades
e riquezas que o
território lhes
proporcionava. A
prova disso,
está na presença
de diversos
monumentos
megalíticos
conhecidos por
todo o concelho,
que podem ser
estudados
através da Carta
Arqueológica,
publicada pela
iniciativa da
Câmara
Municipal.
A ocupação
romana é também
evidenciada,
assumindo
particular
relevo os
monumentos
funerários
medievais, como
o Marmoiral da
Boavista, e
ainda, a chamada
Pia dos Mouros,
túmulo hispano –
romano,
localizado no
ligar de Curvite,
em Sobrado.
Na Idade Média,
esta região
fazia parte do
território da
Anégia. Só a
partir do Século
XI, e com a
reconquista
definitiva da
região é que se
começa a forjar
a verdadeira
identidade da
desde então
chamada Terra de
Paiva. Na
verdade, foi a
partir dos
primeiros anos
desse século que
estas terras
formaram um
verdadeiro
conjunto sujeito
a uma mesma
autoridade
administrativa,
judicial e
militar.
Inicialmente, o
concelho era
designado apenas
por "Paiva".
Essa designação
vem já de tempos
muito antigos,
tendo sido
encontrada num
documento datado
do ano de 883.
Só há cerca de
um século passou
a designar-se "
Castelo de Paiva
", visto que,
sendo a acta
mais antiga
existente no
Arquivo
Municipal,
datada de 1850,
é no dia 4 de
Março de 1852
que aparece o
nome do concelho
tal e qual como
hoje é
designado.
A palavra "
Castelo ", que
juntamente com "
Paiva " forma o
nome do
concelho, tem a
sua origem na
povoação do
Castelo, um
pitoresco lugar
da freguesia de
Fornos, situado
na foz do Rio
Paiva, que ali
desagua no
Douro.
O concelho de
Castelo de Paiva
tem foral dado
por El – Rei D.
Manuel, em
Dezembro de
1513. Porém, há
quem defenda que
o Rei D. João
III, em 1260, já
teria outorgado
um primeiro
foral a esta
terra do Vale do
Paiva.
O concelho
passou de
Julgado a
Comarca em
Outubro de 1890,
permanecendo
Comarca até
1927.
Actualmente é
formado por nove
freguesias e tem
cerca de 17 mil
habitantes,
ocupando uma
área aproximada
de 109
quilómetros
quadrados.
Castelo de Paiva
é um concelho
rico de
testemunhos
doutras eras,
desde a
pré-história até
à data
setecentista.
Desde mamoas,
túmulos
medievais, casa
senhoriais,
marmoiral e
riquíssimos
retábulos com
belas imagens
dos séculos XVI,
XVII e XVIII, de
Real a Sardoura,
e de Pedorido a
Sobrado.
Espinho - (Concelho do
Distrito de Aveiro)
Teve a sua origem no
século XlX, quando os
pescadores do Furadouro
aqui se instalaram e
desenvolveram a
povoação.
Se a pesca provocou o
aparecimento da povoação
espinhense, o
aproveitamento da praia
para férias e “curas de
mar” lançou as bases da
sua expansão futura.
Enquanto os veraneantes
e “fidalgos” faziam o
Espinho Terra, os
descendentes dos
vareiros de Ovar
continuavam a sua vida
piscatória, criando em
torno do lugar conhecido
por Rio Largo o Espinho
Mar. A sardinha que
pescavam começava a
tornar-se famosa nos
mercados do Porto. Os
banhistas que
inicialmente afluíram à
praia era sobretudo da
Feira e, ainda que
fossem gentes de posses,
não tinham outra
alternativa senão
instalarem-se nos
palheiros dos pescadores
ou construírem os seus
próprios palheiros. Este
convívio entre
pescadores (vareiros),
pessoas das aldeias
(vilões) e banhistas
(fidalgos)
caracterizou-se social e
economicamente os
primórdios do
desenvolvimento
espinhense.
Segundo Xavier Fernandes
em Topónimos e
Gentílicos (1944): “O
vocábulo é, sem dúvida,
o mesmo nome comum
espinho, onde existe a
raiz latina spin, de
spina ou seja espinha”.
Espinho
Espinho teve a sua
origem num vasto areal
denominado "Espinho-Mar"
que, em conjunto com um
povoado conhecido como "Espinho-Terra",
constituía o lugar de
Espinho, parte
integrante da freguesia
de S. Félix da Marinha,
do concelho de Vila Nova
de Gaia. As referências
a este lugar remontam à
época da integração do
território no reino das
Astúrias e Leão,
existindo documentos
(datados de 985,1055 ou
1080) em que aparece a
designação de "villa"
Spinu (ou Espinu),
relativa a uma
propriedade rural
localizada a poente do
monte de Seitela (perto
do mar) e confrontada
com o lugar de Brito (a
norte) e com Anta (a
sul). O vasto areal terá
surgido muito depois do
período de dominação
romana, quando as águas
do oceano recuaram por
força da sedimentação de
areias e da formação
dunar, sendo referido
como local de pesca numa
carta de D. Manuel
(datada de 1510), que
concede os direitos da
pescaria realizada "na
costa do mar da foz
despinho atee foz de
vouga".
A utilização de locais
próximos do Porto para a
pesca marítima, de
carácter esporádico,
tornou-se mais frequente
com movimentos
migratórios,
principalmente
provenientes de Ovar,
por necessidade de
aproximação a mercados
capazes de
proporcionarem o
necessário escoamento do
produto, em virtude de
se desconhecerem
processos de
conservação. A costa de
Espinho, como local de
trabalho de um grupo de
pescadores, é citada no
relato de uma revolta,
em 1737, de várias
colónias (em que se
incluíam as de S.
Jacinto, Torreira e
Furadouro), como
protesto a restrições ao
uso de recursos
florestais, ordenadas
pelo administrador do
pinhal da Estrumada
(Ovar). Na segunda
metade do séc. XVIII,
esta faixa costeira foi
alvo de reformulação
administrativa,
determinada pelo Bispo
do Porto, tendo como
ponto de referência uma
pequena lagoa, cuja
margem norte se manteve
integrada no lugar de
Espinho da paróquia de
S. Félix da Marinha, ao
passo que a margem sul
transitou para a
paróquia de Anta, dando
origem a um novo lugar
de Espinho.
Estarreja
- (Concelho
do Distrito de Aveiro)

A sua
origem está ligada à
freguesia de Beduído –
povoação de certa
importância e
antiguidade, orago de
Sant’Iago, em cuja
igreja se pode ver
inscrição de D. Afonso
3º -, que foi comenda da
Ordem de Cristo.
Estarreja teria herdado
os foros do antigo
concelho de Antuã (hoje
lugar da freguesia de
Salreu), que nem sequer
foi suprimido. Só a
denominação deve ter
sido alterada. Como se
tratava de propriedades
da Coroa, designava-se,
muito simplesmente, por
«Esta é régia». Recebeu,
em 1519, foral de D.
Manuel 1º. A mineração
de chumbo tem, nesta
área, uma certa
importância. Em todo o
concelho, mas com maior
incidência no norte,
aparecem as vistosas
cangas pintadas. Os
Paços do Concelho da
vila são um belo imóvel,
construído nos finais do
século XlX, que
testemunha a importância
do novo concelho.
Segundo Xavier Fernandes
nos seus Topónimos e
Gentílicos (1944):
“Afirma-se que em tempos
muito remotos houve um
conflito travado entre
dois conventos, que
entre si dividiam o
território local; as
freiras dum deles
aproveitaram uma noite
escura para colocar em
lugar de evidência uma
grande pedra branca com
a inscrição “ista rege”
ou “esta rege”, legenda
a simbolizar supremacia
e triunfo. Com o
decorrer dos anos, as
duas palavras latinas
juntas e modificadas,
teriam produzido o nome
actual Estarreja”.
Estarreja
Com uma população de
cerca de 27 mil
habitantes distribuídos
por uma área de 125 Km2,
o concelho de Estarreja
é constituído por sete
freguesias: Avanca,
Beduído, Canelas,
Fermelã, Pardilhó,
Salreu e Veiros. Até
1926, o concelho incluía
igualmente as freguesias
de Bunheiro e Murtosa,
que então se juntaram às
da Torreira e Monte,
para formar o novo
concelho da Murtosa.
Situado a 22 Km da
capital do distrito, o
concelho detém óptima
localização geográfica,
ao contactar
directamente com os
concelhos de Aveiro,
Murtosa, Ovar, Oliveira
de Azeméis e
Albergaria-a-Velha.
A história de Estarreja
tem as suas raízes na
freguesia de Beduído, à
qual pertence enquanto
vila e sede de concelho.
Este topónimo tem,
provavelmente, origem na
palavra árabe “Badani”
(“Beduíno”), cujo
significado seria “homem
do campo”. Por tal
razão, alguns autores
consideram esta uma
terra de camponeses.
O facto de existirem
poucos documentos que
nos dêem conta da
existência mais remota
do território do
concelho, dificulta o
seu historial. De
qualquer modo, tudo
indica que desde os
primeiros tempos da
fundação da
Nacionalidade, os
lugares de Santiago de
Beduído e de Antuã (Salreu)
fossem já povoados. Na
igreja paroquial de
Santiago de Beduído
existe, aliás, uma
inscrição pertencente ao
rei D. Afonso III, da
segunda metade do século
XIII, o que leva a crer
ser esta povoação já
relativamente importante
naquela época.
Quanto à actual
freguesia de Avanca, o
seu padroado foi doado
ao bispo do Porto por D.
Sancho II, passando
depois para a posse de
Arouca. Nestas terras
terá existido uma
congregação religiosa, o
Convento de Santa
Marinha, pertencente ao
Mosteiro de Crestuma
desde a primeira metade
do século X.
A presença da ria de
Aveiro é marcante no
concelho, principalmente
através dos esteiros,
que entram terra
adentro, tornando-a
fértil. Os mais
importantes são os do
Telhadouro, Taboada,
Bulhas, d’Aldeia, Ameiro,
Teixugueira, Estarreja,
Salreu e de Canelas.
De todo o concelho,
talvez o mais importante
pólo de atracção para os
visitantes seja a
chamada Casa do
Marinheiro, em Avanca,
onde viveu o professor
Egas Moniz, hoje
transformada em
Casa-Museu, como era
vontade do prestigiado
cientista. Além do valor
arquitectónico do rico
edifício, construído nos
princípios deste século,
o maior interesse vai
para o seu interior,
onde se encontram
colecções de pintura —
particularmente as
diversas obras do pintor
José Malhoa — e
cerâmica, estas
compostas por valiosas
peças indo-portuguesas e
ricas porcelanas da
fábrica da Vista Alegre.
Ílhavo
- (Concelho
do Distrito de Aveiro)

Segundo a lenda, Ílhavo
teria sido fundada pelos
gregos. É sem dúvida,
uma povoação muito
antiga, anterior à
Nacionalidade. Recebeu o
primeiro foral de
D.Dinis em 1296,
renovado por D. Manuel
1º em 1514.
É corrente que a sua
fundação se deve aos
fenícios. E curioso é
notar que, até há poucas
décadas, os habitantes
de Ílhavo constituíam
como que um clã à parte,
em que o próprio sotaque
se diferenciava do de
todas as outras
povoações vizinhas.
Ainda hoje, quando
alguém é muito falador
ou usa expressões pouco
vulgares, se costuma
dizer: “É de Ílhavo” !”.
Nos séculos Xl e
seguinte são correntes
as referências (Ílhavo,
Ilavum, Illiabum). Em
1514, recebeu foral
manuelino, contando a
população cerca de 520
habitantes. É no reinado
de D. Manuel 1º que a
jurisdição da vila passa
à posse dos Borges, do
senhorio de Carvalhais,
cujo paço ficava na
Moita.
O sal juntamente com a
pesca, a grande
atracção; depois a
navegação costeira e a
pesca nos mares
distantes, o comércio
marítimo e o
arroteamento das terras
deram maior corpo ao
agregado urbano.
Várias opiniões sobre a
origem do nome:
“Adverte-se que o nome
Ílhavo se deve
pronunciar esdrúxulo,
isto é, com acento na
primeira, e não na
penúltima sílaba como
alguns menos advertidos
na corte, e outros
lugares distantes
erradamente pronunciam.
Quanto à etimologia do
nome Ílhavo, pouca
atenção merece a notícia
que agora, sucintamente
daremos. Um célebre
Domingos da Cruz,
sacristão que foi da
Matriz que se gastava
bom humor fleumático,
costumava e a próprio
cérebro, formar, e
fingir etimologias dos
nomes das terras, e
chegando a Ílhavo dizia
ele que a origem e razão
de assim se chamar fora,
porque sendo “Chousa
Velha” (lugar vizinho),
povoação mais antiga era
nesse tempo Ílhavo, ilha
ou terra apaulada e
pantanosa e que na tal
ilha ou paul criavam
muitas aves ou ades e
costumavam os moradores
da Chousa Velha ir
tirar-lhes os ovos.
Sucedia, pois, que uma
velha costumava ir com
um neto que tinha a
mesma diligência, e que
quando se descuidava, o
neto acostumado àquela
guloseima lhe lembrava:
“Vamos à Ilha, avó” e
que daqui, corrupto
vocábulo ficara Ílhavo”.
(Das memórias Paroquiais
de 1758, publicado em “O
Arqueólogo Português” de
1898)
Outra:
“Ílhavo é,
incontestavelmente, uma
derivante de Avia, como
se torna evidente pela
decomposição morfológica
do seu étimo medieval,
que em latim era
Illiabum. Um notável
etimólogo francês, o
Prof. Albert Dauzat
demonstrou com
eficiência que o profixo
Illi (ou Ili), junto a
certos topónimos, tem a
significação de Vila, e
entre outros exemplos,
cita o de Illi-Berris
que traduzido é Vila
Nova.
Fundamentando-nos sobre
as conclusões a que
chegámos quando
explicamos a etimologia
de Aviarium, a agora
ainda mais corroborada
fica, se juntarmos Illi
a Avia, não teremos
formado o composto
Ílliavia, que nas eras
medievais se grafava “Illiabum”,
“Illiavo” e “Iliavo”,
donde, pela evolução
natural, proveio o
actual topónimo Ílhavo ?
Por consequência, sendo
Avia o vocábulo latino
por que a Ria se
designa, como vimos
quando o estudámos,
Ílhavo fica lógica e
concludentemente
significando a Vila da
Ria”.
(Das Notas Toponímicas,
de João Oliveira Coelho
(1953)
Ílhavo
Certos vestígios
arqueológicos tornam
plausível a hipótese de
ter existido, num dos
extremos da povoação (no
local da Malhada), um
povoado romanizado.
A referência documental
mais antiga remonta aos
anos de 1037 a 1065, e
encontra-se no
cartulário do Arquivo
Nacional da Torre do
Tombo, designado por
Livro Preto da Sé de
Coimbra, vindo
mencionada a doação de
Recemondo ao Mosteiro da
Vacariça, em meados do
século XI, um ano depois
da tomada definitiva de
Coimbra, parecendo dever
concluir-se que tanto os
direitos como a terra
remontam à primeira
Reconquista Cristã,
sendo já referida como
Vila, “(…) in villa
iliauo (...)",
constituindo uma unidade
rural.
Muitos houve que
acreditaram que Ílhavo
deve a sua origem a
colónias pelágicas,
fenícias, ítalo-gregas,
nada havendo que se
possa provar, embora
“(…) segundo a tradição,
pelos anos de 1372 a.C.,
Baco, filho de Semele,
acompanhado de muitos
gregos, aportou à
Lusitânea, e
relacionando-se com os
povos daquela região,
deu-lhes para rei Lysias.”
Foi provavelmente por
aquela época, ou pouco
depois, que uma colónia
de gregos, da formosa
raça pelágica, entrou
pela foz do Vouga e se
estabeleceu nas suas
margens. Dessa colónia
procedem, embora já
muito cruzados com
outras raças, os
ilhavenses, que ainda
hoje conservam o tipo
gracioso e elegante
daquela formosa raça.”
Ainda no século XI,
1088, o Conde Sesnando
faz doação da Ermida de
S. Cristóvão ao
presbítero Rodrigo, que
por sua vez, em 1095 a
dá de doação à Sé de
Coimbra.
Os Forais
Já no século XIII, D.
Dinis encontra Ílhavo
bem povoado,
concedendo-lhe, a 13 de
Outubro de 1296, o seu
primeiro foral,
dando-lhe várias
regalias expressas na
Carta Régia.
A 8 de Março de 1514, D.
Manuel I, no âmbito da
reforma dos forais
iniciada pela carta
régia de 22 de Novembro
de 1497, concede-lhe
foral novo; foral este
que viria a reger a vida
concelhia até à lei de
Mousinho da Silveira, de
13 de Agosto de 1832,
que em todo o país
extingue os forais e
anulou as doações
Régias.
Terra reguenga, a sua
jurisdição passou por
vários donatários, vindo
a fixar-se ainda no
reinado de D. Manuel I
na família dos Borges
Pereira de Miranda,
mantendo-se na sua posse
até 1854, ano em que
faleceu o Conde de
Carvalhais, seu último
donatário.
A Reforma Administrativa
O Concelho de Ílhavo foi
criado pelos decretos de
09 de Novembro e 31 de
Dezembro de 1836.
Em 21 de Novembro de
1895, para grande
surpresa e
descontentamento dos
ilhavenses, o concelho
era suprimido e anexado
ao de Aveiro, mas
passados três anos, o
mesmo era restaurado e
era-lhe devolvida a sua
antiga autonomia, tendo
sido celebrada
entusiasticamente pelos
Ilhavenses, a 31 de
Dezembro de 1898.
Elevação a Cidade
E passado quase um
século da restauração do
seu poder concelhio, a
Vila de Ílhavo vê-se
elevada a Cidade, a 13
de Julho de 1990, fruto
do desenvolvimento
socio-económico e
crescimento urbano.
A Vila da Gafanha da
Nazaré segue-lhe o
exemplo e é elevada a
Cidade a 19 de Abril de
2001.
Concelho desde sempre
dedicado ao mar, cedo as
suas gentes descobriram
a sobrevivência
económica através dele.
A criação de pequenas
comunidades piscatórias
ao longo do litoral
português, são sinónimo
da sua forte vivência
com o mar.
O Grande Desafio - O
Futuro
A pesca do bacalhau e
toda a sua epopeia
vivida nos mares frios
da Gronelândia e da
Terra Nova, está
presente na memória
colectiva, sendo um
património dos
portugueses, onde os
pescadores e capitães
desta terra foram
baluartes.
Paralelamente à
existência de uma
agricultura intensiva
(pois eram estas terras
as melhores do Baixo
Vouga), nascia nos
finais do século XIX, a
Fábrica de Porcelana da
Vista Alegre, que pela
sua dimensão na época e
influência cultural
exercida, foi um factor
de forte desenvolvimento
do concelho, bem como de
zonas limítrofes.
A localização
privilegiada e a vocação
marítima, propiciou o
aparecimento de zonas
portuárias,
particularmente de pesca
longínqua, com todas as
actividades de
construção e reparação
naval, bem como
indústrias de secagem e
de frio, que foram um
factor marcante no
desenvolvimento
económico e social.
Ao longo das últimas
duas décadas do Século
XX, Ílhavo sofreu
profundas mutações
sociais, culturais e
económicas, que ficaram
a dever-se à diminuição
da oferta de emprego no
sector das pescas,
obrigando as gentes
Ilhavenses , que quase
nasciam com o destino
marcado no mar, a
virar-se para outras
actividades, ligadas ao
comércio marítimo e a
outros sectores,
nomeadamente a
indústria. Também a
construção do Porto de
Aveiro com as suas
instalações centradas no
nosso concelho, bem como
a construção da IP5 que
liga as belas praias da
Costa Nova e Barra ao
interior do país e à
fronteira, e a
implantação de duas
zonas industriais no
concelho, a zona
industrial da Mota e a
zona industrial das
Ervosas, vieram
propiciar novas
condições de dinamização
económica, com
predominância nos
sectores industriais e
no turismo.
Mealhada - (Distrito de
Aveiro)

Povoação muito antiga,
teve origem
provavelmente à beira de
uma via romana. É já
referida num documento
datado de 1288. Em 1514,
recebeu de D. Manuel 1º
foral novo.
Remonta ao Paleolítico
os primeiros vestígios
da presença humana na
Mealhada. Do período
romano têm aparecido
significativos
testemunhos um pouco por
todos os lugares da
freguesia. Na época
medieval surge o
topónimo Mealhada Má,
sobrevivendo depois
somente o de Mealhada.
Andou, até há poucas
décadas, legadas à
freguesia da Vacariça. A
estação de caminho de
ferro activou a pequena
povoação, o que,
juntamente com o
rejuvenescimento da
Bairrada (depois do
repovoamento autorizado
por D. Maria 1ª) e com o
cruzamento das estradas
Norte-Sul e
Mealhada-Santa Comba,
esta última para o
interior, veio a
contribuir para o seu
rápido crescimento.
Segundo Xavier Fernandes
em Topónimos e
Gentílicos (1944):
“Quanto à origem do
topónimo, poder-se-á ver
nele um derivado de
“mealha” com o sufixo
“Ada”, mas será
realmente este
verdadeiro étimo?
Mealhada
Limite sul do distrito
aveirense, a Mealhada
estende-se entre a Serra
do Buçaco e a orla
gandareza de Cantanhede,
acompanhando o pequeno
rio Cértima desde a
nascente até se perder
em meandros na fronteira
territorial do vizinho
concelho de Anadia.
Remonta ao ano 39 dc o
marco miliário da
Mealhada, testemunho da
passagem da via romana
Conimbriga-Braccara
Augusta pela região, com
inscrições que referem o
imperador Calígula.
Em 1002 existia no
território do actual
concelho, o Mosteiro da
Vacariça que exerceu
larga influência
religiosa em toda a
região, estendendo-se o
seu património para além
dos rios Mondego, a sul
e Douro, a Norte, tendo
sido proprietário do
Mosteiro de Leça e
terras da Maia.
A sua dimensão e
importância estão bem
documentadas, entre
outras fontes, no Livro
Preto da Sé de Coimbra,
mas da opulência e
riqueza deste mosteiro
dos tempos da
reconquista não existe
hoje qualquer vestígio
físico.
Administrativamente,
vamos ao rei D. Manuel I
colher o Foral da
Vacariça e Mealhada,
datado de 12 de Setembro
de 1514 e a D. Maria II
se deve a criação do
concelho da Mealhada em
24 de Outubro de 1855
com a consequente
extinção da primitiva
autarquia da Vacariça,
centro nevrálgico duma
rica região agrícola.
Em 1628 estabelece-se no
Buçaco uma comunidade de
frades carmelitas, ali
edificando o convento de
Santa Cruz do Bussaco e
inúmeras ermidas e
capelas de penitência,
que são hoje o
património classificado
do concelho. A Ordem dos
Carmelitas Descalços ali
permaneceu durante 200
anos até à sua extinção
em 1834.
Em 1810, também em plena
Serra do Buçaco, sofre
Napoleão uma das
primeiras derrotas do
império durante a
terceira invasão
francesa comandada pelo
marechal Esseling
Massena, perante o
exército anglo-luso sob
o comando do Duque de
Wellington. O espólio da
luta, recolhido no Museu
Militar do Buçaco é o
testemunho vivo desse
episódio da história de
Portugal.
Nos finais do séc. XIX
foi edificado em
terrenos do antigo
convento o Palace Hotel
do Buçaco, uma obra em
estilo neo-manuelino com
traço do cenógrafo
italiano Luigi Manini.
Destinado inicialmente a
pavilhão de caça do Rei
D. Carlos, nunca lhe
coube satisfazer essas
funções e em 1917 foi
transformado em hotel de
luxo concessionado a
pioneiros da industria
do turismo em Portugal
como o suiço Paul
Bergamin ou o natural do
concelho, Alexandre
Almeida. É hoje uma
prestigiada unidade
hoteleira referenciada
em todo o mundo.
Limite sul do distrito
aveirense, a Mealhada
estende-se entre a Serra
do Buçaco e a orla
gandareza de Cantanhede,
acompanhando o pequeno
rio Cértima desde a
nascente até se perder
em meandros na fronteira
territorial do vizinho
concelho de Anadia.
Remonta ao ano 39 dc o
marco miliário da
Mealhada, testemunho da
passagem da via romana
Conimbriga-Braccara pela
região, com inscrições
que referem o imperador
Calígula.
Em 1002 existia no
território do actual
concelho, o Mosteiro da
Vacariça que exerceu
larga influência
religiosa em toda a
região, estendendo-se o
seu património para além
dos rios Mondego, a sul
e Douro, a Norte, tendo
sido proprietário do
Mosteiro de Leça e
terras da Maia.
A sua dimensão e
importância estão bem
documentadas, entre
outras fontes, no Livro
Preto da Sé de Coimbra,
mas da opulência e
riqueza deste mosteiro
dos tempos da
reconquista não existe
hoje qualquer vestígio
físico.
Administrativamente,
vamos ao rei D. Manuel I
colher o Foral da
Vacariça datado de 12 de
Setembro de 1514 e a D.
Maria II se deve a
criação do concelho da
Mealhada em 24 de
Outubro de 1855 com a
consequente extinção da
primitiva autarquia da
Vacariça, centro
nevrálgico duma rica
região agrícola.
Em 1628 estabelece-se no
Buçaco uma comunidade de
frades carmelitas, ali
edificando o convento de
Santa Cruz do Bussaco e
inúmeras ermidas e
capelas de penitência,
que são hoje o
património classificado
do concelho. A Ordem dos
Carmelitas Descalços ali
permaneceu durante 200
anos até à sua extinção
em 1834.
Em 1810, também em plena
Serra do Buçaco, sofre
Napoleão uma das
primeiras derrotas do
império durante a
terceira invasão
francesa comandada pelo
marechal Esseling
Massena, perante o
exército anglo-luso sob
o comando do Duque de
Wellington. O espólio da
luta, recolhido no Museu
Militar do Buçaco é o
testemunho vivo desse
episódio da história de
Portugal.
Nos finais do séc. XIX
foi edificado em
terrenos do antigo
convento o Palace Hotel
do Buçaco, uma obra em
estilo neo-manuelino com
traço do cenógrafo
italiano Luigi Manini.
Destinado inicialmente a
pavilhão de caça do Rei
D. Carlos, nunca lhe
coube satisfazer essas
funções e em 1917 foi
transformado em hotel de
luxo concessionado a
pioneiros da industria
do turismo em Portugal
como o suiço Paul
Bergamin ou o natural do
concelho, Alexandre de
Almeida. É hoje uma
prestigiada unidade
hoteleira referenciada
em todo o mundo.
Falar de turismo no
concelho da Mealhada
pode começar pela
referência ao primeiro
recurso gastronómico da
região, o leitão assado,
precisamente à moda da
Mealhada.
Esta é uma iguaria
conhecida de norte a
sul, dispensa outras
apresentações, assado no
forno a lenha, amarelo,
e fumegante, assim deve
ser visto na mesa, para
depois ser saboreado no
prato.
Prato que se completa se
for acompanhado por um
vinho seleccionado entre
um bom Bairrada,
amadurecido aqui, nas
encostas do concelho,
pisado e produzido pelos
vinhateiros locais, com
o enlevo e o saber da
secular experiência.
Um bom espumante natural
é uma sugestão...
A água do Luso nasce
também no município da
Mealhada e para além
daquela que se bebe da
célebre fonte pública de
S. João, e da que se
vende pelo país inteiro
há a que faz parte dos
tratamentos termais
dirigidos
particularmente a
doenças da pele e do
aparelho urinário e que
são o emblema das Termas
do Luso, em plena
encosta da serra do
Buçaco.
Mas há um recurso que se
sobrepõe a todos os
outros, que é a Mata
Nacional do Buçaco.
Património histórico
religioso e militar, a
Mata Nacional é
sobretudo um património
botânico de incalculável
valor e uma referência
turística no concelho,
no país e no mundo.
Duma riqueza
dendrológica
incalculável, a Mata
Nacional alberga árvores
das mais diversas partes
do globo, trazidas pelos
frades carmelitas quando
ali se estabeleceram no
seu Mosteiro de Santa
Cruz.
É fácil encontrar uma
sequóia da América do
Norte, um chorão
japonês, um imbondeiro
africano, árvores
oriundas do Brasil, do
México, dos Himalaias,
uma mistura de espécies
que não tem paralelo em
parques europeus, o que
faz da Mata Nacional um
verdadeiro templo
botânico.
Murtosa
- (Concelho do
Distrito de Aveiro)

Sede
de concelho desde 1926,
as suas principais
actividades andam
ligadas à pesca e às
conservas, aos
lacticínios e à criação
de gado. Tende a
perder-se a tradição da
apanha do moliço.
A origem da Murtosa é
geralmente atribuída a
colónias de pescadores
estrangeiros, nórdicos e
mediterrânicos, aqui se
fixaram, correspondendo
à política dos reis da
1ª dinastia.
Hoje, mantém-se a
Murtosa que poetas e
pintores imortalizaram.
Só que, no Verão, que a
Ponte de Varelas e as
praias vizinhas dão-lhe
um ar verdadeiramente
cosmopolita.
Segundo Xavier Fernandes
em Topónimos e
Gentílicos (1944): “Um
pouco pitorescamente,
foi assim explicada
algures a origem da
designação, Murtosa:
Seus campos e areais,
outrora áridos e
despovoados,
apresentavam-se cobertos
de variadas flores de
rosas e muitas outras
plantas, que devido ao
sopro da viração e ao
tórrido calor,
facilmente murchavam.
Seus poucos habitantes
por tal motivo lhe
chamavam flores da
murta, que facilmente
veio dar ao lugar o nome
de Murtosa. O autor
desta explicação, o
murtoseiro J. J. S. ,
ignorava por certo que
numa doação feita ao
Convento de Tarouca, no
ano de 1243 está citada
uma marinha de sal, com
o nome de Morrecosa ou
Mortecosa denominação
esta que já foi
aproximada das origens
de Murtosa. Não
repugnaria aceitar como
étimo do topónimo o nome
comum de vegetal,
“murta”, acrescentado de
um sufixo”.
Murtosa
A Murtosa é uma vila
portuguesa, situada no
Distrito de Aveiro,
região Centro e
subregião do Baixo
Vouga, com cerca de 3
100 habitantes.
É sede de um pequeno
município com 73,65 km²
de área e 9 458
habitantes (2001),
subdividido em 4
freguesias. O município
é dividido em dois pelo
braço norte da ria de
Aveiro. O território
principal, onde se
localiza a vila, é
limitado a nordeste pelo
município de Estarreja e
a sul liga-se aos
municípios de
Albergaria-a-Velha e
Aveiro através da ria de
Aveiro, que também o
rodeia a ocidente. O
território secundário é
limitado a norte, por
terra, pelo município de
Ovar e a sul pelo de
Aveiro, e tem litoral na
ria de Aveiro a leste e
no oceano Atlântico a
oeste. O concelho foi
criado em 1926 por
desmembramento de
Estarreja.
Oliveira de Azeméis
- (Concelho do
Distrito de Aveiro)

Povoação muito
antiga, já é
referida num
documento de doação
feita a um bispo
pelo rei Ordonho em
922. Beneficiou do
foral outorgado a
Feira por D. Manuel
1º, em 1514.
A tradição
popular refere a
origem de Oliveira
de Azeméis ligada à
existência, nesta
terra, de uma ou
várias oliveiras a
que se prendiam as
azémolas ou azeméis
que vinham por conta
do Mosteiro de
Arouca receber os
foros que as terras
e populações a ele
anexas lhe pagavam.
Em documento de 922
é referida como Villa Olivaria e em
princípios do século
XVl é comenda real.
Com D. Manuel 1º
usa-se já a actual
designação. Em 5 de
Janeiro de 1799,
passou a vila e, com
Mouzinho da
Silveira, a sede de
concelho,
extinguindo-se então
o de Pinheiro da
Bemposta.
Beneficiando de
excelente posição
geográfica, aqui foi
instalada, no século
XlX, uma paragem e
muda de mala-posta.
Segundo o
“Domingo Ilustrados”
de 1898: “A tradição
popular atribuí a
etimologia do seu
nome a uma
puerilidade
inaceitável. Ei-la:
Em tempos antigos
houve no sítio uma
venda de vinho, que
tinha defronte da
porta uma bela e
frondosa oliveira.
Ora, os donatos dos
mosteiros usavam ir
por ali descansar e
refrescar as goelas,
e sentavam-se à
sombra daquele
símbolo da paz, e
refazerem-se de
forças para
prosseguirem no
peditório. Chamavam
aos pobres donatos
também azeméis, e
daqui proveio a
denominação de
Oliveira de Azeméis,
com que ficou a
localidade.
Segundo, porém, a
opinião mais
sensata, de
escritores de grande
probidade literária,
o nome provém do
árabe “algemê”, que
significa
ajuntamento,
arraial, associação
de coisas ou
pessoas. No século
XVl ainda se
empregava este
vocábulo na Língua
Portuguesa, e o
primeiro escritor
Damião de Góis a
empregou várias
vezes, como por
exemplo, na Crónica
de El-Rei D. Manuel,
parte terceira, onde
se lê: «Mandou Nuno
Fernandes, a Lopo
Barriga, que fosse
ao “azemel” de Abida,
onde os capitães dos
Cabildas e Aduares,
tinha em suas
tendas» etc.
Oliveira de Azeméis
História do
Município de
Oliveira de Azeméis
A primeira
referência
documental a
Oliveira de Azeméis
data de 922, e
trata-se de uma
doação feita pelo
rei Ordonho a um
Bispo do Mosteiro de
Crestuma. Dessa
época existem hoje
vestígios de
ocupações
proto-históricas e
romanas.
Até ao séc. VII, o
que marca Oliveira
de Azeméis é o
cruzamento de rotas
tradicionais para o
interior e para o
litoral, para o
norte e para o sul,
bem como o facto de
ser ponte de ligação
da via militar
romana que liga
Lisboa a Braga, que
aqui tinha o seu tão
conhecido Marco
Miliário da Milha
XII.
Do séc. VII ao X, é
alcaria e arraial de
moçarebes e berberes
que aqui se fixaram
e desmantelaram a
vida institucional
anterior, assim como
topónimos da área,
hábitos típicos e o
próprio traje
regional. O próprio
topónimo Azeméis tem
uma etimologia que
apela não só para
uma colónia de
Almocreves, mas
ainda para
colonizadores árabes
da família Azemede.
Do séc. X ao XV,
Oliveira de Azeméis
é palco de lutas
renhidas entre
árabes e chefes
militares leoneses e
portucalenses,
incluindo colonos
adstritos aos
mosteiros de
Pedroso, Grijó e
Cucujães, aos quais
se deve o
repovoamento e
fundação das 19
freguesias, o
aproveitamento dos
cursos de água
locais para a
indústria de moagem
e de irrigação das
terras marginais, o
desenvolvimento da
já referida colónia
de almocreves (Azemeles)
e a instalação de
uma acolhedora
hospedaria para
peregrinos e
veraneantes que aqui
vinham descansar,
caçar ou pescar.
No período que vai
do séc. XV ao XVIII,
a história de
Oliveira de Azeméis
ficou marcada pela
implementação da
Comenda Real da
Ordem de Cristo, em
1517, e destinada a
arregimentar
milícias para a
defesa do território
e policiamento do
trânsito regional.
Em 5 de Janeiro de
1799, foi elevada à
categoria de Vila e
tornou-se Sede do
Concelho. Com
Mouzinho da
Silveira, Oliveira
de Azeméis passou a
ser o Concelho que é
hoje.
No dia 16 de Maio de
1984 é elevada a
Cidade do distrito
de Aveiro e diocese
do Porto, mercê do
seu notável
progresso, densidade
demográfica e
categoria das suas
estruturas urbanas.
Oliveira de Azeméis
é elevada à
categoria de vila em
05 de Janeiro de
1779, pois era terra
sem Foral, que
apenas aproveitara
do Foral da Feira,
dado por D Manuel I,
em Lisboa a 10 de
Novembro de 1514. O
Alvará de criação de
vila foi ampliado em
24 de Outubro de
1779, criando-se o
Concelho de Oliveira
de Azeméis, a que
foram anexadas por
decreto do Príncipe
Regente de 27 de
Setembro de 1801, as
freguesias de Santa
Maria de Arrifana e
a de S. João da
Madeira, para
preencher o nº de 20
freguesias marcado
no Alvará de 05 de
Janeiro de 1779.
A Arrifana voltou ao
seu antigo Concelho,
que era o da Feira e
S. João da Madeira
tornou-se Concelho.
Em 1855, extinto o
Concelho do Pinheiro
da Bemposta, as 5
freguesias que o
constituíam,
passaram para
Oliveira de Azeméis.
Oliveira do Bairro
-
(Distrito de
Aveiro)

D. Manuel 1º
outorgou-lhe foral
novo em 1514.
Sede de concelho
predominantemente
agrícola,
pertencendo parte
das suas terras à
região da Bairrada,
recebeu em 1514
foral manuelino,
pelo qual foi
elevada à categoria
de vila. Foram seus
donatários os condes
de Miranda e o
marquês de Arronches
e, mais tarde, os
duques de Lafões.
O mercado
municipal – a praça
– assume aos sábados
características de
verdadeira feira.
Segundo Xavier
Fernandes em
Topónimos e
Gentílicos :” Este
topónimo
primitivamente não é
mais que o nome
comum “oliveira”,
designação duma
conhecidíssima
árvore.
O determinativo
“do Bairro”, deve
ser devido à
natureza argilosa do
terreno”.
Ovar
- (Concelho do
Distrito de Aveiro)

Primitivamente
denominada Var ou O
Var, resultou da
fusão de várias
vilas próximas.
Documentos dos
séculos X e seguinte
já se referiam a
esta localidade. D.
Afonso 4º
concedeu-lhe
privilégios e D.
Manuel 1º
outorgou-lhe foral
novo em 1514.
Segundo alguns
historiadores, Ovar
teria feito parte do
condado do Porto
desde o século lX,
passando depois,
sucessivamente, aos
de Coimbra, Barcelos
e Feira, até ficar
na Casa do
Infantado. Recebeu
foral manuelino, e
admite-se que o
lugar de Cabanõs
tenha sido o
primeiro a ser
povoado.
A pesca, tanto a
marítima como a da
ria (e outrora o
sal), foi prendendo
aqui os habitantes,
que se estenderam ao
longo da faixa
costeira, dando
origem a novos
povoados. A costa do
Furadouro, junto a
Ovar, chegou a ter,
até meados do século
passado, uma
indústria de
conservas. Mas as
indústrias de
laminagem de aço,
construção de
motores e montagem
de automóveis têm
vindo a substituir
as tradicionais.
Aqui viveu o
escritor Júlio
Dinis.
Segundo, Xavier
Fernandes em
Topónimos e
Gentílicos (1944):
“Pinho Leal opiniou
que, tendo lá ido
estabelecer-se
alguns marinheiros
franceses do Var, na
costa da Provença,
em memória da sua
terra dariam ao
lugar o seu nome, e
que chamando-lhe em
d’Ovar…
Outra versão conta
que os primeiros
habitantes do
povoado, “Cabanões”,
em muitos vocábulos
trocariam o “l” pelo
“r”, como ainda hoje
acontece, e que
assim os pescadores
de “Cabanões”,
quando iam ao vale,
em que depois foi
edificada a vila,
diriam «vou ao var»
e desta forma se
teria feito Var e
por fim Ovar”.
Ovar
Ovar é um concelho
composto por oito
freguesias (Ovar,
Esmoriz, Válega,
Cortegaça, Maceda,
S.João, Arada e S.
Vicente de Pereira).
Abrange uma área
superior a 160 Km2 e
é um dos 19
concelhos do
distrito de Aveiro,
ocupando uma posição
privilegiada no
litoral norte. Tem
cerca de trinta mil
habitantes para a
área de 150 Km2 e,
aproximadamente, 20.
000 no centro urbano
para uma área de
20,65 Km2,
perfazendo um total
aproximado de 50 000
habitantes.
O seu regular
desenvolvimento
sócio-económico terá
de associar-se,
obrigatoriamente à
proximidade do Mar e
da Ria, à
fertilidade do solo
e à planura da
região. O concelho
beneficia ainda da
sua excelente
localização
relativamente à
cidade e porto de
Aveiro - 32/35 Km a
sul e
35 Km a
norte do Porto -
situando-se num dos
eixos estratégicos
do desenvolvimento
nacional. É servido
pela Estrada
Nacional 109, pela
linha dos Caminhos
de Ferro (desde
1863) e dispõe de
acessos à
Auto-estrada
Porto/Lisboa a cerca
de
10 Km.
Não há transportes
urbanos; apenas
algumas carreiras de
autocarros para os
lugares e vilas do
concelho, assim como
para S. João da
Madeira, Feira,
Oliveira de Azeméis
e Espinho. A rede de
transportes
escolares cobre a
generalidade das
localidades
adaptando, na sua
maior parte, os
transportes públicos
existentes.
Ovar Organiza o
melhor Carnaval de
Portugal, é a
cidade do Pão de Ló
e do Azulejo.
Lenda da Nossa
Senhora da Graça
(Ovar)
Segundo rezam as
crónicas, aí pelos
princípios do séc. XV, talvez nos
tempos de el-rei D.
Duarte, os vareiros
foram surpreendidos
com o aparecimento
duma imagem de Nossa
Senhora, sobre um
grande penedo, no
meio do espesso
arvoredo, outrora
existente no local
onde hoje confluem
as ruas Elias Garcia
e Gomes Freire.
Aos pés da imagem,
uma inscrição
ordenava que "
naquele lugar se
edificasse uma casa
em seu louvor", com
a promessa de livrar
a população das
pestes que naquele
tempo passavam e
assustavam.
Entretanto a imagem
foi levada para a
Igreja Matriz, mas
passados tempos,
inexplicavelmente e
com surpresa geral,
voltou a aparecer
sobre o mesmo
penedo. A cena
voltou-se a repetir
e então os vareiros
devotos como eram e
receosos que algo de
mal lhes
acontecesse,
resolveram erguer
uma capela, que
dedicaram a Nossa
Senhora da Graça.
Santa Maria da Feira
-
(Concelho do Distrito de
Aveiro)

Nesta região têm
sido encontrados
vestígios
pré-históricos e
ainda, e
principalmente, da
época romana. Foi a
Civitas Sanctae
Mariae, cabeça de um
território – a terra
de Santa Maria - ,
documentada desde o
século X. A
narrativa do cruzado
Oeberno, no século
X, faz-lhe
referência. Na época
da rainha D. Teresa
já era uma povoação
designada pelo nome
de Feira, topónimo
certamente derivado
de uma feira que
desde épocas remotas
tinham lugar neste
local.
O centro vital das
Terras de Santa
Maria é a vila da
Feira. Uma hipótese
sobre as suas
origens,
provavelmente a mais
verosímil, é a
seguinte: nos
terrenos baixos,
junto ao monte de
floresta onde se
ergue o castelo,
surgiu e
desenvolveu-se uma
povoação com base no
mercado onde vendiam
os produtos das
colheitas, alfaias,
ferramentas e panos,
artigos necessários
ao viver quotidiano
dos vassalos
camponeses, que
vinham ao castelo
trazer os impostos,
pagos pela
utilização das
terras senhoriais.
Essa feira tornou-se
tão importante que a
aglomeração e
posteriormente a
vila tomaram o seu
nome.
Num documento de
1117, de D. Teresa,
o local é designado
por «Terra de Santa
Maria onde chamam
Feira». Assim, o
castelo, a povoação
e toda a região
passaram a ser
conhecidos por Santa
Maria da Feira, nome
posteriormente
abreviado para
Feira, como é
conhecida. O foral
de D. Manuel 1º, de
1514, já foi
concedido à vila da
Feira e Terra de
Santa Maria.
Em todo o concelho
se realizam
numerosas feiras e
mercados, merecendo
especial referência
as de Arrifana, a 4
e 22 de cada mês, a
da Vila, nos dias
20, além do mercado
dos domingos e da
feira anual no
primeiro domingo de
Agosto, as de
Lourosa e Fiães, nos
dias 10 e
28, a
dos 7
em Paços Brandão,
a dos 17 em São João de Ver, e São Jorge, a dos
25 em Espargo, a do
Souto em 26, a de Mozeles a 25, e a do Canedo no
segundo domingo de
cada mês. Muitas
destas feira têm
existências
multisseculares, e o
próprio nome da Vila
tira a sua origem
dum desses mercados,
talvez da Feira da
Linhaça, à porta do
Castelo, no
terreiro, que sempre
se chamou Feira de
Março, e que se
realizava a 25 deste
mês. Sabe-se que já
em 1117, em
documento da rainha
D. Teresa, se falava
da Terra de Santa
Maria, onde chamam
feira; e conhece-se
a carta de D. João
1º, de 27 de Junho
de 1407, instituindo
a requerimento do
cavaleiro João
Álvares Pereira, uma
feira quinzenal no
concelho, que veio a
ser a Vila da Feira,
e que então estava
incluído na Terra de
Santa Maria, vasta
circunscrição de
limites ainda não
suficientemente
fixados ao Sul do
Douro.
Apontamento do ano
de 1900 (Jornal do
Comércio): “Feira,
vila e cabeça de
concelho do distrito
de Aveiro, nas
margens do rio Caster ou Lavadeira;
tem 2.670
habitantes. Cereais,
vinho; fábricas de
papel, chapéus,
panos. Castelo
pitoresco. O
concelho tem 35
freguesias e 44.619
habitantes”.
Santa Maria da Feira
As Terras de Santa
Maria abrangem os
actuais Concelhos de
Albergaria-a-Velha,
Arouca, Castelo de
Paiva, Espinho,
Estarreja, Gondomar,
Murtosa, Oliveira de
Azeméis, Ovar, S.
João da Madeira,
Santa Maria da
Feira, Sever do
Vouga, Vale de
Cambra e Vila Nova
de Gaia, sendo fruto
de uma designação
antiga e remota do
século XI.
Situada no
cruzamento dos eixos
Norte-Sul e
Litoral-Interior,
dispõe de um
posicionamento
geográfico
estratégico que faz
com que esta região,
desde os primórdios
da civilização em
Portugal, seja um
local de encontro e
passagem de muitos e
variados povos.
O Castelo da Feira,
construído no início
do séc. XI, local de
pagamento de
tributo, era local
privilegiado de
comércio (de
produtos das
colheitas,
ferramentas
agrícolas,
vestuário,...). Esta
feira, tornou-se tão
importante que a
aglomeração tomou o
seu nome Civitas
Sanctae Mariae,
dando origem à
actual cidade de
Santa Maria da
Feira.
Desde bem cedo,
devido a
acontecimentos
históricos e,
sobretudo, a
factores geográficos
bem demarcados (a
Norte, o rio Douro;
a Sul, o Vouga; a
Oeste o Oceano
Atlântico e a Leste
as regiões
montanhosas de
Arouca, Vale de
Cambra e Sever do
Vouga) a delimitação
exacta dos seus
limites não
acarretou os
problemas que era
normal acontecer.
Tal facto, levou à
criação de uma zona
sócio-económica
pujante e de grande
vitalidade, por
força da diversidade
das suas terras (as
planícies forneciam
os cereais, a vinha
e a horticultura: o
rio e o mar
proporcionavam a
pesca e as serras, a
caça, pastorícia e a
exploração dos
bosques) e ao seu
posicionamento
estratégico entre os
dois pólos políticos
e comerciais de
então: Porto e
Coimbra.
É nesta envolvência
geográfica,
económica, militar,
sociológica e
cultural que surgem,
nos inícios do séc.
XIII, as convulsões
políticas
resultantes da morte
do Conde D. Henrique
e que irão reforçar
o prestígio e a
importância das
Terras de Santa
Maria.
Com efeito, a viúva
(Rainha D. Teresa)
deixou-se envolver
por Fernão Perez de
Trava que pretendia
tomar controlo do
Condado
Portucalense. Para
isso, começou a
retirar poder,
cargos e terras à
nobreza portucalense
e a dar às famílias
galegas da sua
confiança.
Ao aperceberem-se
disso, algumas das
principais famílias
do Alto Minho e das
Terras de Santa
Maria, resolveram
juntar forças e
revoltar-se contra
este movimento de
usurpação. Nasceu
assim, a revolta que
culminou com a
batalha de S.
Mamede.
Nesta batalha, foi
preponderante o
papel dos habitantes
e Senhores das
Terras de Santa
Maria, com a
determinação da sua
força militar
organizada, o
dinamismo económico
e as influências que
possuíam (a nível
político, social e
religioso) que
permitiram a
Independência do
reino e a
consolidação do
Condado
Portucalense.
Ao longo dos anos, a
Terra de Santa Maria
manteve a sua
importância
geográfica
estratégica e um
orgulho na sua
História e
tradições, mas foi
perdendo a sua
influência política,
económica e
cultural, facto que
lhe retirou
visibilidade
mediática a nível
nacional.
No entanto, com o
ressurgimento da
democracia, acordou
decisivamente de uma
certa letargia e,
actualmente,
assiste-se a uma
simbiose e uma
complementaridade
entre a agricultura
(predominante nas
áreas montanhosas do
interior) e a
indústria
(especialmente a
cortiça, calçado,
papel,
metalomecânica,
metalúrgica,
cerâmica e
equipamentos para
crianças), sendo o
sector terciário
aquele que tem
registado mais
elevadas taxas de
crescimento, de
forma a tornar esta
região competitiva e
afirmar-se a nível
nacional e
internacional, tendo
epicentro deste
desenvolvimento
Santa Maria da
Feira.
As Terras de Santa
Maria da Feira
resistem a conservar
as memórias da sua
história mas, estão
abertas às "ondas de
modernidade e
progresso",
afirmando-se,
através desta dupla
personalidade, num
quotidiano que
responde aos
desafios da viragem
do milénio, sem pôr
em causa a sua
génese cultural.
Santa Maria da Feira
é uma cidade situada
no norte de
Portugal, distando
cerca de 30Km do
Porto e 45 de
Aveiro. Como mostra
o mapa, a cidade é
servida por 2
auto-estradas (a A1
e o IC1) e ainda
pela estrada
nacional N1-IC2.
Com uma população de
120 mil habitantes
este concelho ocupa
211 Km2 repartidos
por 31 freguesias.
Devido à sua
proximidade com o
mar, a cidade goza
de um clima suave e
húmido no Inverno e
relativamente quente
de Verão. As
amplitudes térmicas
de Inverno são de 5º
- 18º e 16º - 32º de
Verão.
Fogaceiras
Tudo começou em
1505, quando
apareceu uma
epidemia, então os
Condes do Castelo da
Feira apelaram ao
mártir S. Sebastião
para que acabasse
com ela, prometendo
oferecer ao Santo
uma fogaça todos os
anos.
O voto da fogaça,
foi suspenso durante
4 anos (entre 1749 e
1753), logo apareceu
de novo um surto de
peste.
Então, o Infante D.
Pedro determinou,
por Alvará de 30 de
Julho de 1753 que a
Câmara Municipal
assumisse a
realização da «Festa
das Fogaceiras»,
para a qual
contribuía com 30
mil réis.
As «fogaças de voto»
foram inicialmente
distribuídas pela
população em geral,
depois pelos pobres,
mais tarde pelos
presos e pelas
personalidades, em
fatias chamadas
«mandados».
Hoje em dia, a festa
e procissão solene
realizam-se na sede
de Santa Maria da
Feira, no dia 20 de
Janeiro, feriado
municipal.
A celebração tem
ínicio com um
cortejo cívico dos
Paços do Concelho
para a Igreja
Matriz, no qual se
integram autoridades
civis de dezenas de
crianças. Fogaceiras
vestidas de branco
com faixas coloridas
à cintura, levando à
cabeça uma
Fogaça-doce regional
feita com farinha de
trigo e cujo
formanto foi
inspirado nas 4
torres do
Castelo-enfeitada
com bandeiras
coloridas: Três das
crianças transportam
fogaças de tamanho
grande, que são
entregues às
autoridades
religiosas,
politicas e militar,
outra das crianças
transporta um
tabuleiro com as
velas do voto e
ainda outra com a
miniatura do Castelo
da Feira,
em madeira. Da
parte da tarde
organiza-se a
procissão, no centro
da cidade com os
andores de S.
Sebastião e de Nossa
Senhora.
Nos tempos mais
remotos, no fim da
procissão, as
crianças mais
desfavorecidas
partiam a sua fogaça
benzida em fatias e
distribuíam ofertas.
Viagem Medieval
Quem visitar Santa
Maria da Feira
durante a Viagem
Medieval poderá
recuar no tempo, até
à época medieval,
revivendo o seu
quotidiano, sentindo
o dinamismo de
mercadores e
artesãos, a azáfama
do trabalho dos
artífices, o desafio
dos jogos, das
pelejas e dos
torneios, o prazer
dos momentos de
convívio em ceias e
grandes festas, onde
domina a música, a
dança e a magia.
Num tempo e num
espaço diferentes,
os visitantes
poderão reviver o
passado de um
território que teve
como centro de poder
administrativo o
burgo da Feira e o
castelo como centro
do poder militar.
Imaginarius
O Imaginarius -
Festival
Internacional de
Teatro de Rua,
organizado pela
Câmara Municipal de
Santa Maria da Feira
e pela Feira Viva -
Cultura e Desporto,
E.M com direcção
artística da
Associação Cultural
Sete Sóis Sete
Luas. O Imaginarius é
um evento de
qualidade ímpar na
área das artes do
espectáculo, sendo a
principal referência
do teatro de rua em Portugal.
Este Festival
procura impulsionar
o teatro de rua
através da mostra de
espectáculos e
projectos de
incontornável
qualidade nacional e
internacional, a
realizar em espaços
abertos e públicos
no centro histórico
de Santa Maria da
Feira.
Castelo da Santa
Maria da Feira
O conjunto apresenta
planta oval
irregular, orientada
no sentido
norte-sul, em estilo
gótico, tendo
incorporado
elementos de outros
estilos ao longo dos
séculos.
Com muralhas em
alvenaria e cantaria
de pedra, do período
inicial, a Torre de
Menagem domina a
alcáçova; do final
do século XV, datam
as adaptações às
demandas da
pirobalística. Em
seu interior, na
ampla praça de
armas, encontram-se
ainda os vestígios
do antigo palácio
seiscentista.
A porta da barbacã,
coroada pelo brasão
dos Pereiras é
protegida por duas
torres
quadrangulares
adossadas: a
sudoeste, a Torre da
Casamata, atrás da
qual se encontra um
recinto quadrangular
e abobadado onde se
alojavam os soldados
e que servia como
bateria com
troneiras nos muros
exteriores; no lado
oposto a Torre do
Poço, protegendo a
nascente.
Pela porta da
barbacã acessam-se,
sucessivamente, a
porta da Vila e a
praça de armas, na
qual se situa a
Torre de Menagem.
Esta torre-alcáçova,
ergue-se em três
pavimentos: no
inferior, a
cisterna; no segundo
o salão nobre,
destacando-se três
lareiras, um fogão e
quatro janelas, três
delas com
conversadeiras; no
terceiro a área
residencial íntima.
A seguir à Torre de
Menagem, rematada
com coruchéus
cónicos, o visitante
encontra a tenalha,
precedida pelo
chamado pátio da
traição (onde se
abre a respectiva
porta). Em lado
oposto à tenalha,
adossada à muralha
da cerca erguem-se a
capela, de planta
hexagonal, sob a
invocação de Nossa
Senhora da
Encarnação, e a Casa
da Capelania, em
estilo barroco.
São João da Madeira
-
(Concelho do Distrito de
Aveiro)

É povoação
antiga que fez
parte da doação
do couto de
Cucujães, feita
por D. Afonso
Henriques.
Aparece nas
Inquisições de
D. Afonso 3º e
volta a ser
referida no
foral manuelino
dado às terras
da Feira. Por
detrás da
igreja, de
invocação de São
João Baptista,
passava a via
romana.
Aqui ocorreu,
durante a 2ª
invasão
francesa, um
episódio triste,
que bem marcou o
crescimento de
São João da
Madeira. Quando
Soult avançava
para a linha do
Vouga, tentando
o caminho de
Lisboa, um dos
seus oficiais de
prestígio foi
morto em pequeno
recontro, dentro
dos limites da
freguesia. Soult
mandou um
general vingar o
acontecido. A
igreja foi
cercada à hora
da missa e a
população foi “quintada”,
sendo os
infelizes
sorteados logo
fuzilados, num
campo denominado
a Bussiqueira.
Segundo Xavier
Fernandes em
Topónimos e
Gentílicos
(1944): “Quanto
a São João da
Madeira, nos
Anais do
Município de
Oliveira de
Azeméis (pág.
280), lê-se que
é povoação muito
antiga, pois já
existia com o
nome de Madeira
ou fraguesia da
Madeira, em
1251, visto
estar mencionada
nas Inquisições
tiradas no mês
de Agosto deste
ano, para
provarem a
existência do
foral velho, sem
data, que às
Terras de Santa
Maria deu D.
Sancho 1º, no
fim do século
Xll.
Não é, porém,
inteiramente
exacto este
informe, pois as
referidas
Inquisições não
dizem
simplesmente
Madeira, mas sim
Sancto Joahane
de Madeyra, ao
contrário do que
registaram os
mencionados
Anais, sem
dúvida, copiados
do incerto Pinho
Leal.
Também se afirma
que o
determinativo
final se deve
explicar pela
abundante
vegetação
florestal,
encontrada
primitivamente
no lugar”.
São João da
Madeira
As origens de S.
João da Madeira
remontam a
longínquos
tempos, como
comprovam os
legados das
civilizações
celta, romana,
árabe e
visigótica. É,
no entanto, em
1088 que aparece
pela primeira
vez, em fontes
escritas, a
menção a S. João
da Madeira. A
expressão “Uilla
de Sancto Ioanne
de Mateira” é a
primeira
referência
documental e
surge em duas
cartas de venda,
em pergaminho. A
designação de
Madeira
prende-se, ao
que tudo indica,
com a abundância
de matéria
lenhosa desde
sempre existente
na região.
No século XIX,
S. João da
Madeira regista
um intenso
crescimento,
fruto do
desenvolvimento
comercial e
industrial,
sobretudo com a
indústria dos
chapéus e dos
lacticínios,
transformando
radicalmente a
situação do
povoado. A
prosperidade
adquirida – para
a qual viria a
contribuir
decisivamente
também a
indústria do
calçado - só foi
possível pelo
dinamismo e
espírito de
trabalho dos
seus habitantes.
Com o progresso
e modernização
veio a alteração
radical do
panorama
arquitectónico
da povoação.
Assim, a
primitiva igreja
foi demolida em
1883 e no ano
seguinte
iniciou-se a
construção da
igreja nova que,
a 11 de Julho
de1888, era
benzida e
inaugurada. Em
1908 El Rei D.
Manuel II
inaugurava o
troço de linha
de Caminho de
Ferro do Vale do
Vouga,
contribuindo
muito para o
incremento das
vias de
comunicação
paralelamente à
construção de
estradas e
caminhos. Foi
também criado o
hospital, chegou
a luz eléctrica
e nasceu o Grupo
Patriótico
Sanjoanense que
deu novo impulso
ao progresso
local.
O apogeu de todo
este
desenvolvimento
viria com
emancipação
concelhia por
decreto em de 11
de Outubro de
1926, sendo
assim criado o
concelho de S.
João da Madeira.
Este decreto
considerava o
novo concelho
como o “centro
industrial mais
importante do
distrito de
Aveiro” e o seu
desenvolvimento
económico e
social estava a
ser
“prejudicado,
sufocado pela
sua inferior
categoria
administrativa”.
A elevação a
cidade viria em
16 de Maio de
1984, como
reconhecimento
do intenso labor
dos habitantes
de S. João da
Madeira,
traduzido no
desenvolvimento
e progresso que
hoje se pode
atestar nas mais
diversas
realizações
arquitectónicas,
desportivas,
sociais,
culturais,
urbanísticas.
Sever do Vouga
- (Distrito de Aveiro)

Recebeu foral de D.
Manuel 1º em 1514.
Segundo a tradição,
deriva do conde
Sevérus, de origem
visigoda, e daí
aparecerem as terras
de Sever (i) quando
Teodorico ll venceu
os suevos. Terá
decaído com as
contínuas investidas
mouras, mas ganhou
de novo importância
a partir da
Reconquista. Ao lado
de D. Afonso
Henriques, em São
Mamede. Teria estado
o conde Severi,
primeiro senhor
também das terras de
Santa Maria (Feira).
Com D. Manuel 1º,
Sever do Vouga
recebeu foral em
1514. No período
constitucional,
depois de extinto,
foi de novo
restaurado em 13 de
Janeiro de 1898. O
velho pelourinho,
classificado de
imóvel de interesse
público, foi
adaptado chafariz.
E o cruzeiro da
igraja, de 28 palmos
de altura, coluna em
forma de espiral
encimada por uma
cruz suportada por
um grupo de anjos, é
obra barroca, de
rara sensibilidade
artística pra
manifestações do
género.
Segundo, Xavier
Fernandes em
Topónimo e
Gentílicos (1944):
“Os mais antigos
documentos
referentes à
primativa povoação,
que é hoje vila
concelhia do
distrito de Aveiro,
designam-na por
Villa Severi. Eram
correntes estas
expressões
toponímicas na Idade
Média – Villa
Recaredi, Villa
Romarizi, Villa
Vermudi, Vill
Viliulfi, Villa
Vimaranis, etc, etc,
- onde ao conhecido
vocábulo Villa se
acrescentava um
genitivo dum nome
próprio de homem;
assim, Villa Severi
(de Severus) queria
dizer simplesmente
«vila ou quinta de
Severo». Errada se
supor que Sever
teria vindo de
Soeiro, nome de
origem germânica,
mas bastará notar
que a forma antiga
Soeiro teria de ser
Suarius, muito
afastado do
primitivo nome da
terra severense”.
Sever do Vouga
Sever parece derivar
de Sevéri, irmão de
Teodorico II dos
Visigodos, que aqui
se teria fixado,
apropriando-se de
vastos domínios por
volta do ano 510 e
dando o nome às
Terrae Severi
(Terras de Sever).
No sítio da Igreja
Matriz, teriam
existido dois
mosteiros, da
invocação de S.to
André e S. Cristovão.
Teve Sever do Vouga
foral novo concedido
pelo rei D. Manuel
I, em 29 de Abril de
1514.
O Solar do Paço da
Vala, na Senhorinha,
de boa traça
arquitectónica, terá
sido berço dos
"Condes de Sever,
Duques de Guterre,
Condes das Terras de
Santa Maria e Barões
de Sever", segundo
uma lápide nele
existente.
É sua Padroeira Stª
Maria. A história de
Sever do Vouga está
documentada desde os
séc. IX-X, sendo a
que mais elementos
fornece sobre a
permanência das
populações cristãs
debaixo do jugo
muçulmano.
Teve então um
mosteiro moçarabe na
vila, o qual,
posteriormente surge
dependente do de
Vacariça.
Tudo leva a crer que
o mosteiro de Sever
teria sido fundado
antes de 897 por D.
Gondesindo (ou
Gosendo) Eres e sua
mulher D. Enderquina.
Mais tarde, à roda
de 950, seu filho D.
Soeiro Gondesindes e
sua mulher D.
Goldrogodo, que de
seu pai herdara a
terra de Sever,
doaram-na com o
mosteiro ao abade
Jacob para nele
viver monasticamente,
segundo a regra
beneditina.
Falecido o abade
Jacob, sem
herdeiros, os bens
da aldeia de Sever e
Mosteiro foram
restituídos aos
filhos dos doadores,
Sandino Soares e
Gondesindo Soares.
Em 964, estes doaram
a dois irmãos, o
diácono Sandino e o
presbitero Gudesteu,
e respectivos frades
que o habitavam, a
que se juntou
algumas terras nas
proximidades de
Cedrim.
Alexandre Herculano
baseado num
documento de 1019,
escreveu: «Faleceu o
presbítero, a tempo
que eram já
falecidos também os
segundos doadores
(que eram D. Soeiro
Sandines e D.
Fernando Sandines,
filhos de D. Sandino
Soares e de D.
Ximena), ficando só,
no mosteiro, Sandino,
o diácono». Por essa
altura, deu-se então
nova e terrível
incursão de Almançor
«et tunc surrexerunt
in ipsis
tempororibus fillii
perditiones gens
ismaelitarum et
prenderunt ipsa
terram in qua erat
illum monasterium
ipsam et aliam de
Dorio usque in
Corduba». Ocorreu
então, como refere o
texto transcrito,
surgirem os
esmaelitas, filhos
da perdição e
apoderaram-se
daquele território e
do mais desde o
Douro até Córdova.
Sandino, o pobre
diácono, ligou-se ao
conde Froila
Gonçalves, de certo
modo um renegado e
desertor, filho do
conde Gonçalo Moniz,
governador de
Montemor em
consequência da sua
sujeição a Almansor.
Seguindo-o, e apesar
da existência dos
filhos dos doadores
e padroeiros,
vendeu-lhe o
mosteiro de Sever
com as suas
casarias, pomares,
soutos, terras
lavradas e moinhos,
por escritura de
venda datada de 13
de Dezembro de 1005,
que recebera com seu
irmão o presbítero
Gudesteu, venda que
foi confirmada pelo
abade Andérias do
mosteiro da Vacariça,
que Froila também
protegia dos árabes.
A situação mudou.
Froila, mandante em
Sever, governou de
Montemor até 1015 ou
1016, altura em que
foi batido pelas
tropas de D. Afonso
V de Leão, sob o
comando do conde
cristão D. Mendo
Luci ou Lucides.
Prevendo tal
situação, encarregou
sua prima D. Toda
Velaiz, mulher de D.
Ermenegildo e mãe da
condessa D. Elduara,
da transferência dos
seus bens para o
mosteiro da Vacariça.
D. Toda Velaiz honra
o compromisso com
Froila e por
escritura de 1018
transfere para o
mosteiro da Vacariça
os bens que seu
primo então possuía,
desde o monte
Zebrario ao Vouga,
entre os quais se
contava Sever com o
mosteiro e suas
pertenças e rendas,
incluindo uma
herdade em
Nespereira, que
houvera de um certo
Eita Toderedez, bem
como a quarta parte
da «villa spinitello»
(Espindelo), ao sul
do Vouga -
precisamente a
quarta parte doada
por D. Sandino
Soares e D.
Gondesindo Soares ao
mosteiro, nos meados
do século X. Nessa
época sopravam já os
ventos da mudança no
território, que
pouco tempo depois
ditaram o domínio
absoluto do
estandarte cristão
sobre o crescente
africano.
Os filhos do conde
Fernando Soares,
Nuno Fernandes e
Sandino Fernandes,
netos do ilustre
prócer D. Soeiro
Gondesindes, não se
conformaram com a
doação dos bens que
Froila possuía em
Sever a favor da
Vacariça. Invocando
os legítimos
direitos de únicos
senhores do mosteiro
e seus haveres,
alegaram a nulidade
da doação feita pelo
diácono Sandino a
Froila, direitos que
lhes foram
reconhecidos,
sendo-lhes
restituídos todos os
documentos
referentes à posse
desses bens. São
eles próprios,
senhores de Sever,
que de tudo fazem
nova doação ao
mosteiro da Vacariça
na pessoa do abade
Tudeíldo, como é
referido em
escritura de 4 de
Dezembro de 1019.
Diz o documento: -
que Alexandre
Herculano traduziu
assim: «Agora teve
Deus misericórdia e
restitui esta terra
ao poder dos
cristãos e
governando em
Montemor Froila
Gonçalves, Deus não
quis tolerar este
estado de coisas e
Mendo Lucides
subjugou-o e
expropriou-o daquele
mosteiro e desta
cidade e de toda
esta terra e
tomou-lhe tudo o que
adquirira e
apoderou-se de todos
os documentos
relativos ao
mosteiro». Um
documento de 1023
refere uma
delimitação de
terras vendidas por
um Citelo Iben
Alazate e sua mulher
Ermegodo ao Abade
Tudeildo da Vacariça,
por trezentos soldos
de prata, bens
herdados de seus
parentes Manualdo e
Sesilde, os quais
dividiam pelos
termos de Silva
Escura, Paçô e
Nogueira «et per
terminnos antiquos»
(alguns por ventura
ainda persistentes
da antiga «villa»
romana Severi).
Ainda noutro
documento de venda
do mesmo Citelo a
Gonçalo Galindiz e
sua mulher, do mesmo
ano, bens que lhe
pertenciam por
herança e compra
situados «in villa
severi...», também
se diz a propósito
da sua localização:
«...et determinat
cum monasterio
severi et alias pars
cum Silva scura et
alias pars de santo
Martino...».
O mosteiro de Sever
acabou quando foi
doado o mosteiro da
Vacariça à Sé de
Coimbra, em 1094,
não havendo desde
então qualquer outra
notícia dele.
Menos de meio século
depois da extinção
do mosteiro de Sever
(1094), mais
concretamente em
1135, nova
instituição
monástica nascia em
Sever, obra do abade
João Cirita que o
era também do
mosteiro de S. João
de Tarouca, da ordem
beneditina e mais
tarde de Cister.
Haviam decorridos
apenas seis anos da
fundação do mosteiro
de S. Tiago de Sever
quando o abade
Todereu, com a
autorização do bispo
D. Bernaldo fez a
sua doação ao
mosteiro de S. João
de Tarouca e,
simultaneamnete a
sua filiação, como
refere o documento
datado de Julho de
1141. Quatro meses
depois, 11 de
Novembro de 1141,
Afonso Henriques
coutou o mosteiro de
S. Tiago de Sever,
em cujo documento
serviu de notário
Petrus prior,
presumivelmente o
prior desse
mosteiro, Pedro
Miguéis, que no
documento que a
seguir transcrevemos
figura como o
agraciado nesse
coutamento.
São testemunhas Egas
Moniz, mordomo-mor
nessa data, Fernando
Peres que fora
alferes-mor e que
substituiu Egas
Moniz após a sua
morte, Lourenço
Viegas, Gonçalo de
Sousa e Fernando
Mendes, todos
conhecidos por terem
firmado outros
documentos da
chancelaria, Álvaro
Rabaldes (que parece
ter sido de
Lourizela e veio a
ser frade do
mosteiro de Santa
Cruz, em Coimbra), e
Afonso Pais, nome
que figura noutros
documentos. A
confirmação do
documento deste
coutamento é feita
pelo bispo Bernardo
e pelo arquidiácono
Martinho.
A 10 de Janeiro de
1164, da Era de
Cristo, faleceu o
Abade João Cirita.
Cirita não é
patronímico, mas sim
título que lhe
adveio da sua vida
solitária durante
muitos anos, ao
contrário de outros
eremitas que viviam
em mosteiros ou
ermidas. O sepulcro
que guarda os restos
do venerável Abade,
em S. Cristovão de
Lafões, tem o
seguinte epitáfio: «Joannes
Abbas Cirit... Obiit
X Kal. Januarij E.
MCCII».
No ano de 1180, da
questão de Rocas com
a intervenção do
rei, resultou a
atribuição de seis
casais ao mosteiro
de S. Tiago de Sever
e aos «heredes», não
sabemos em que
proporção, mas
provavelmente em
partes iguais, dado
que nas inquirições
de 1258 (1220) se
refere que o
mosteiro ou «heremitágio»
tinha metade dos
frutos de seis
casais, além de um
casal no Espinheiro
e outro em Paradela.
Referem as
Inquirições de 1258
(1220), em face dos
depoimentos
prestados pelos
jurados, que eram
«homens bons
velhos», haver em
Sever três coutos: O
de Legiôo (Irijó), o
de S. Fins e o da
Hermida, tão antigos
que ninguém sabia
por quem tinham sido
instituídos.
Em 1340 o mosteiro
de S. Tiago de Sever
ainda existia, disso
temos conhecimento
pela sentença
proferida pelo Rei
D. Afonso IV, contra
o mosteiro de
Tarouca, a propósito
do couto de S. Tiago
da Ermida. O couto
da Hermida é aquele
que D. Afonso
Henriques fez a
favor do mosteiro,
quatro meses depois
sob a tutela do
mosteiro de Tarouca
por força da sua
filiação e sobre o
qual o abade exercia
jusridição ao tempo
de D. Afonso IV,
tendo como
procurador o prior
da ermida, frei João
Martins, e da qual
viria a resultar uma
questão que o rei
resolveria a seu
favor.
D. Manuel concedeu
foral à vila de
Sever em 29.04.1514.
A antiga freguesia
era abadia de
apresentação da
Mitra(segundo
outros, da
apresentação
alternada da Stª Sé
e da Mitra;
alternada da Coroa e
da Mitra, segundo a
Estatística
Parochial, de 1862).
Bibliografia: Sever
do Vouga - Uma
Viagem no Tempo,
Fernando Soares
Ramos, 1998;
Diccionário
Geográfico; Corog.
Port.; Portugal
Antigo e Moderno;
Albino Costa, Cedrim
[...], Cx., 1915;
Dicc. Chorog.;
Herculano, História
de Portugal, III,
ppp.348-352.
Vagos - (Concelho
de Distrito de Aveiro)

D. Manuel 1º
deu-lhe foral em
1514.
Vagos domina o
litoral dunar na
zona sul da ria
(de Aveiro),
entre o Boco e o
braço de água
salgada que da
barra se estende
até Mira.
Férteis aluviões
tornam esta
região ubérrima,
com prados
verdejantes e
matas nos areais
que os seus
habitantes,
disciplinada e
operosamente,
vão arroteando,
alargando cada
vez mais o
riquíssimo chão
em que vivem.
Não surpreende,
portanto, que os
responsáveis
pelas produções
agrícolas do
País estejam de
olhos postos
nesta terra e
aldeias
vizinhas.
A sua origem
virá da
romanização
Vacus e o seu
primeiro
donatário foi,
no século XlV, o
alcaide-mor de
Montemor-o-Novo.
D. Manuel 1º
deu-lhe foral em
1514, mas desde
o século XV que
o padroado da
igreja, que era
real, passou
para o Mosteiro
de São Marcos,
junto a Coimbra.
Próximo da
Capela,
encontram-se
ainda vestígios
de um forte
militar,
bastante
danificado pela
invasão de
areias. Mas já
no século XVlll
era referido
como tal.
Segundo, Xavier
Fernandes em
Topónimos e
Gentílicos
(1944): “Tem-se
afirmado que a
antiga vila foi
reedificada
sobre as ruínas
duma povoação,
que foi a
venerada Vacus
dos romanos, mas
este suposto
étimo, por si
só, não explica
satisfatoriamente
o topónimo
actual por causa
da sua forma do
plural
aparente”.
Vagos
Lenda da Nossa
Senhora de Vagos
A pouco mais de
um quilómetro da
vila de Vagos,
situada num
local campestre,
pitoresco e
aprazível,
convidativo à
oração, fica a
ermida de Nossa
Senhora de Vagos
cheia de
história e
tradição. Consta
que antes do
actual
santuário,
existiu outro a
dois quilómetros
deste de que há
apenas vestígios
de uma parede
bastante alta,
denominada
«Paredes da
Torre», cercada
presentemente
por densa
floresta mas de
fácil acesso.
Tradições
antigas com
várias lendas à
mistura,
dizemque perto
da praiada
Vagueira
naufragou um
navio francês
dentro do qual
havia uma imagem
de Nossa Senhora
que a tripulação
conseguiu salvar
e esconder
debaixo de
arbustos que na
altura rareavam
no areal.
Dirigindo-se
para Esgueira,
freguesia mais
próxima, a
tripulação
contou o
sucedido ao
Pároco que
acompanhado por
muitos fiéis,
veio ao local
onde tinham
colocado a
imagem, mas nada
encontrou. Dizem
uns que Nossa
Senhora apareceu
a um lavrador
indicando-lhe o
sítio onde se
encontrava o
qual aí mandou
construir uma
ermida; dizem
outras que
apareceu em
sonhos a D.
Sancho primeiro
quando se
encontrava em
Viseu que
dirigindo-se ao
local e tendo
encontrado a
imagem, mandou
construir uma
capela e uma
torre militar a
fim de defender
os peregrinos
dos piratas que
constantemente
assaltavam
aquela praia.
Mas parece que a
primeira ermida
e o culto da
Nossa Senhora de
Vagos datam do
século doze. O
que fez espalhar
a devoção a
Nossa Senhora de
Vagos foram os
milagres que se
lhe atribuem.
Entre eles
consta a cura de
um leproso,
Estevão Coelho,
fidalgo dos
arredores da
Serra da Estrela
que veio até ao
Santuário. Ao
sentir-se curado
além de lhe doar
grande parte das
suas terras,
ficou a viver na
ermida, vindo a
falecer em 1515.
É deste Estevão
Coelho, que
conta a lenda
ter quatro vezes
a imagem de
Nossa Senhora de
Vagos, sido
trazida para a
sua nova Capela,
quando das
ruínas da Capela
antiga (Paredes
da Torre), e
quatro vezes se
ter ela
ausentado
misteriosamente
para a Capela
primitiva. Só à
quarta vez se
reparou que não
tinham sido
transferidos os
ossos de Estêvão
Coelho, e que as
retiradas que a
Senhora fazia
eram nascidas de
querer
acompanhar o seu
devoto servo que
na sua primeira
Ermida estava
sepultado;
trasladados os
ossos daquele,
logo ficou a
Senhora
sossegada e
satisfeita.
Penso que ainda
hoje, à entrada
do Templo existe
uma pedra com o
nome de Estêvão
Coelho.
Outro grande
milagre teve
como cenário os
campos de
Cantanhede
completamente
áridos e
impróprios para
a cultura devido
a uma seca que
se prolongava à
mais de quatro
anos. A miséria
e a fome
alastrou de tal
maneira por
aquela região
que todo o povo
no auge do
deserto elevava
preces ao Céu,
para que a chuva
caísse. Até que
indo em
procissão à
Senhora da
Varziela,
ouviram um sino
tocar para os
lados do Mar de
Vagos. Toda a
gente tomou esse
rumo. Chegados à
Ermida de Nossa
Senhora de
Vagos,
suplicaram a
Deus que
derramasse sobre
as suas terras a
tão desejada
chuva o que de
facto sucedeu.
Em face de tão
grande milagre,
fizeram ali
mesmo um voto de
se deslocarem
àquele local de
peregrinação,
distribuindo ao
mesmo tempo as
pobres esmolas,
dinheiro,
géneros, etc.
... Ainda hoje
essa tradição se
mantém numa
manifestação de
Fé e Amor. Ainda
hoje o pão de
Cantanhede
continua a ser
distribuído em
grande
quantidade no
largo da Nossa
Senhora de
Vagos.
Perto do actual
santuário que
pelas lápides
sepulcrais aí
existentes,
remota ao século
dezassete,
construíram-se
umas habitações
onde de vez em
quando se
recolhiam em
oração os Condes
de Cantanhede e
os Srs. de Vila
Verde. Hoje, já
não existem
vestígios dessas
habitações.
Vale de Cambra - (Concelho
de Distrito de Aveiro)

Não é propriamente
um aglomerado sede
de concelhos. É mais
a confluência dos
rios
Caima
(aproveitado na
Barragem Duarte
Pacheco), Vigues e
Muscoso, que tornam
este vale de uma
fertilidade
invulgar. Daí o nome
de vila de Vale de
Cambra (a que chamam
a Suiça Portuguesa),
numa zona zona onde
há muito a dizer
desde os tempos da
Pré-História.
A vila de Cambra
(Macieira) recebeu
foral manuelino,
denominando-se, até
1926, Maceira de
Cambra (de que
conserva o
pelourinho),
passando depois a
designar-se por Vale
de Cambra, com sede
no lugar de Ganda,
alargado
posteriormente a
outros lugares. Na
freguesia de
Macieira existe
ainda uma ponte
romana chamada Ponte
Velha de Padrastos.
Segundo, Xavier
Fernandes em
Topónimos e
Gentílicos (1944):
“Vale é o simples
nome comum vale,
filiado no latim
valle. Quanto ao
elemento que
completa o topónimo,
embora exista a
forma popular
“Cambra”,
correspondente a
Câmara e já explicada
foneticamente por
mais de um autor,
Cambra, nome
próprio, é outra
coisa, para o que
basta atender às
respectivas formas
antigas “Cambra
(século XV) e
“Calambria (século
XVl) “.
Vale de Cambra
A História de Vale
de Cambra está
forçosamente ligada
à história de
Macieira de Cambra,
vila que até 1926
foi sede de
concelho.
A formação das
terras de Cambra
perde-se na
antiguidade dos
tempos.
Ainda são visíveis
hoje, os dolméns e
castros na freguesia
de Arões e, em
Cepelos,
encontram-se
vestígios da Idade
do Bronze,
perpetuados no
Outeiro dos Riscos.
Da cultura castreja
restam achados em
Vila Cova do
Perrinho, nas
Baralhas, Moutides e
Castelo de Sandiães,
também denominado de
Castelo de S.
Mamede, as pontes e
alguns troços de
estradas romanas,
como o demonstra,
exemplarmente a
"ponte velha" de
Padrastos.
Cambra... a evolução
de um nome
Têm sido várias as
interpretações para
a designação
"Cambra". Alguns
autores acreditam
que a mais
verosímil é a que
considera a forma
actual Cambra como
resultado da
evolução etimológica
de Calambriga. Da
forma original, a
palavra terá
evoluído para
Calambria (por volta
do século VI) e,
posteriormente, nos
séculos XII e XIV,
seria já conhecida
por Caãmbria.
Outras
interpretações
etimológicas
pretendem ver na
denominação "Cambra"
urna forma
actualizada de
Câmara ou, mesmo, de
Coimbra, baseando-se
na designação
durante certo tempo
atribuída ao então
concelho de
Macieira, ou seja,
Câmara do Bispo de
Coimbra.
Considera-se, no
entanto, que a
primeira
interpretação será
mais aceitável,
embora não seja
possível determinar
com rigor onde
reside a verdadeira
explicação.
Sabe-se com a
certeza dos
documentos que a
freguesia mencionada
na doação (ano de
922) feita pelo rei
Ordonho ao bispo de
Gomado e ao Mosteiro
de Crestuma, fazendo
mais tarde parte das
terras de Santa
Maria de Vandoma,
pelo que, durante
muitos anos, foi
conhecida pelo nome
de Santa Maria de
Caymbra.
Para além dos nomes
já referidos, outros
documentos se lhe
referem
sucessivamente como
Caymbra, Braveira de
Cambra e Macieira de
Cambra.
O concelho de
Macieira de Cambra
Era de começo uma
freguesia rural, com
as suas "quintaneas",
"agras", "póvoas",
"vilares" e
"chaves". Mais
tarde, devido a uma
importância sempre
crescente, quer pela
riqueza do seu solo,
quer pelo aumento
constante da sua
população, é elevada
à categoria de
município.
Naquele tempo,
numerosos fidalgos
possuíam terras e
bens neste vale
fértil, situando-se
no século XII o
início da estirpe
dos "de Cambra".
Esta família deriva
da linhagem dos Riba
Vizela e teve como
precursor D. Afonso
Anes, filho de D.
João Fernandes de
Riba Vizela e de D.
Maria Fernandes
Varela.
O senhorio da terra
de Cambra pertencia
espiritualmente, por
aquela época, à
diocese de Mérida,
passando
posteriormente para
o Bispado de
Coimbra, depois para
o de Aveiro e ainda,
para o do Porto.
Mais tarde, o
senhorio de Cambra
passou, no século
XIV, para as mãos
dos condes da Feira
– os Pereiras. Com a
extinção daquela
vila, o senhorio foi
definitivamente para
a Casa do Infantado.
O Foral das Terras
de Cambra
Macieira de Cambra
recebeu foral novo,
de D. Manuel I, em
Lisboa, a 10 de
Fevereiro de 1514,
tratando das terras
seguintes: Aljeriz,
Areias, Armental,
Arões, Cabril,
Cabrum, Campo de
Ançã, Cavião, Chão
de Carvalho, Codal,
Coelhosa, Castelões,
Ervedosa, Lourosela,
Merlães, Padaruça e
Refojos.
Cita também os
lugares novos que se
estavam povoando e
desenvolvendo:
Espinhal, Bouço,
Folgorosa, Agrincha,
Vale de Cabra, Ponte
da Amieira, Póvoa
das Lasouras e Póvoa
dos Cousos.
Um marco importante
na história desta
freguesia é sem
dúvida, a atribuição
da Carta de Foral, a
10 de Fevereiro de
1514, pelo Rei D.
Manuel I à terra e
concelho de Cambra,
com sede em Macieira
de Cambra.
A instauração do
Concelho de Vale de
Cambra
O Concelho de
Macieira de Cambra é
extinto em 1926, a
31 de Dezembro, pelo
decreto 12.976,
dando lugar ao
Concelho de Vale de
Cambra, com sede no
lugar da Gandra na
freguesia de Vila
Chã.
Factor determinante
na extinção do
concelho de Macieira
de Cambra foi a
Feira dos Nove e,
mais tarde, a dos
Vinte e Três, como é
popularmente
conhecida,
transferindo-se a
sede para o lugar da
Gandra, local
privilegiado de
trocas e de
convívio, passando o
concelho e a
povoação a
denominar-se de Vale
de Cambra.
No ano de 1927, a 11
de Dezembro, teve
lugar um plebiscito.
Este plebiscito,
determinado pelo
Decreto 14.173,
realizou-se no
Edifício da Ex -
Casa de Saúde
Almeida Pinho, sem
que até ao momento
se conheça o
resultado oficial do
mesmo.
A história do actual
concelho, começa a
partir de 1926,
encontrando-se, sem
duvida, ligada ao
seu forte
desenvolvimento
industrial.
Com o avanço do
século XX cresce
também uma Indústria
que conquista um
lugar primordial no
desenvolvimento de
Vale de Cambra,
protagonizando
alterações na sua
fisionomia e no modo
de vida dos seus
habitantes.
Este crescimento
económico que
transforma uma vila
rural num concelho
industrial esteve
também na origem da
elevação da sua sede
a cidade, a 20 de
Maio de 1993.
Trabalho e pesquisa de
Carlos Leite Ribeiro –
Marinha Grande -
Portugal
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