Adão e Eva (ou um sonho da Iara)

 

de Carlos Leite Ribeiro

 

 

 
 
 

 

Eram cerca das 16 horas, quando o telefone tocou. Foi atender e do outro lado do fio comecei a ouvir a voz da Iara, que me dizia: “ Carlos, como ando muito cansada, fui dormir a sesta  e sabes o que sonhei ?”. Como é lógico, não tinha a menor ideia do que ela tinha sonhado. Ainda arrisquei a perguntar-lhe: “Seria com a vitória do Benfica ?”.
A resposta veio de uma forma cortante: “Nãoooo !!!” – e continuou – sonhei que tinha avistado o túmulo de Adão e Eva”.
Quase dei uma gargalhada ao ouvir o que a Iara tinha sonhado.
– Então Iara, conta-me lá esse sonho !
Hesitante, começou a contar-me:
- Estava a passear acompanhada por um casal de velhinhos, que em certa altura me perguntaram:
- Conhece este vale?   Logo lhes respondi :
- É do vale de Mira de Aire.
- E conhece estes Menires ?
- É a primeira vez que os vejo.
Simpaticamente, o idoso começou a falar em Menires:
-  Por aqui existiam Menires, (enormes pedras erectas da época Megalítica), mas o maior de todos estava situado bem no alto da Serra de Aire, aonde antigamente, podia ser visto por entre as árvores que ultrapassava.
E o sonho continuou, com a senhora idosa também a corroborar do que tinha dito o seu amigo idoso:
- Não eram mais os menhires. Assim como você imagina vendo um pé de tília agora, havia um homem e uma mulher que se movimentavam na luz como se estivessem erguendo os braços. A seguir puseram-se a cantar, a mulher com uma voz bem alta, o homem com voz baixinha.
Ambos desapareceram e então “avistei” e os menhires gémeos haviam retomado seus respectivos lugares em sua vigília imemorial, túmulos de pedra erectos apontando o céu para onde Adão e Eva haviam subido. E uma voz dentro de mim gritava:
" Adão! Eva! Ele vos ressuscitou! "

Algum tempo depois de Deus estabelecer um mundo perfeito, o Diabo veio ao Jardim do Éden para tentar Adão e Eva a desobedecerem a Deus. Deus limitou a esfera de influência do diabo a uma árvore no jardim, a "árvore do conhecimento do bem e do mal". Ele alertou ao primeiro casal humano que deveriam evitar essa árvore e nunca comer de seu fruto, caso contrário, eles morreriam.
No entanto, certo dia Eva estava vagueando por perto da árvore proibida. O Diabo rapidamente apresentou suas audaciosas tentações. Ele argumentou que Deus havia mentido para ela, e que se comesse do fruto da árvore ela não iria morrer, mas se tornaria sábia como o próprio Deus, conhecendo o bem e o mal. Tragicamente, Eva, e depois Adão, que conheciam apenas o bem, permitiram que o Diabo os convencesse, e eles provaram do fruto proibido, quebrando, como isso, sua ligação de confiança e obediência a Deus.



Papai Adão - Cavalcante/Klécius Caldas

Papai Adão,
Papai Adão,
Papai Adão, já foi o tal,
Hoje é Eva,
Quem manobra,
E a culpada foi a cobra !

(bis)

Uma folha de parreira,
Uma Eva sem juízo,
Uma cobra traiçoeira,
Lá se foi o Paraíso.

Hoje é Eva,
Quem manobra,
E a culpada foi a cobra !

(bis)



Cá pra mim, esta história, digamos, não estará muito bem contada. Senão vejamos:
Depois de Deus ter criado o homem e, depois, por uma costela sua, a mulher, segundo se consta, parece que viviam felizes. Ela tomava banho enquanto ele, descansava das fadigas do dia e da noite, junto a uma árvore. - De Acordo ?
Pensava Adão que era o único no coração de Eva e, querendo-lhe demonstrar todo o seu apreço e amizade, pediu a uns camelos amigos, que fossem pelo mundo fora anunciando que ele (Adão) tinha encontrado uma bela companheira.
Nem pensou que, possivelmente, em outra galáxia, uma cobra qualquer, podia cobiçar a sua apreciada Eva.
E foi o que aconteceu. Divulgou a todo o mundo a sua querida Eva, e aconteceu que uma cobra qualquer chegou aos Jardins do Éden e logo começou a atirar-se à Eva que, vaidosa como (possivelmente) era, acreditou na canção do bandido e se entregou de alma e coração àquela novidade que diante de si apareceu.
Apanhados em flagrante, logo o Adão pediu o divórcio (na época bastava mandar a mulher embora).   E assim, a pobre coitada, abandonada pelo Adão e pela cobra, sem qualquer indemnização ou pensão alimentar, foi viver para debaixo de uma ponte, alimentando-se quase exclusivamente de maçãs.
Esta, é a minha versão que, tal como outras, pode estar enganada.

Formato de Carlos Leite Ribeiro – Marinha Grande – Portugal - (Março de 2006)

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